Milhares marcham sobre Washington
no aniversário de ‘I Have a Dream’ de Luther King
O evento, apelidado ‘Marcha do
Compromisso: Tira o Joelho dos Nossos Pescoços’, voltou a exigir, como em 1963, a reforma da polícia
e da justiça criminal e a igualdade racial nos EUA. O evento ocorreu cinco dias
depois de Jacob Blake ter sido alvejado pelo menos sete vezes por um polícia
branco. O afro-americano está paralisado da cintura para baixo
ilhares de pessoas juntaram-se
esta sexta-feira no Lincoln Memorial para reeditar a Marcha sobre Washington de
1963. A
concentração, que coincidiu com o 57.º aniversário do histórico discurso ‘I
Have a Dream’, de Martin Luther King, procurou “restaurar e reafirmar o
compromisso com o sonho” do ativista pelos direitos humanos nos EUA, segundo os
seus organizadores.
O evento ocorreu cinco dias
depois de Jacob Blake ter sido alvejado pelo menos sete vezes por um polícia
branco em Kenosha, no estado do Wisconsin. O afro-americano de 29 anos
encontra-se paralisado da cintura para baixo.
O reverendo Al Sharpton anunciou
a realização desta marcha durante o funeral de George Floyd, o afro-americano
que sucumbiu sob o joelho de um polícia branco de Minneapolis no seu pescoço no
final de maio. O evento, apelidado ‘Marcha do Compromisso: Tira o Joelho
dos Nossos Pescoços’, voltou a exigir, como nos anos 1960, a reforma da polícia
e da justiça criminal e a igualdade racial.
Yolanda Renee King, neta de
Martin Luther King, dirigiu-se à geração mais jovem e garantiu: “Apoiamos e
marchamos pelo amor. Vamos cumprir o sonho do meu avô.”
O pai de Jacob Blake, que tem o
mesmo nome do filho, assegurou a sua presença na marcha e, quando subiu ao
palanque para discursar, disse: “Não vamos suportar mais isto. Apelo a todos
para que se levantem.” Letetra Wideman, irmã de Blake, afirmou: “Não vamos
ser o batente da opressão. América negra, eu responsabilizo-te. Temos de lutar,
não com violência e caos, com amor próprio.”
Philonese Floyd, irmão de George,
subiu ao palco para dizer que desejava que o irmão ali estivesse para ver
aquela marcha. A irmã Bridgett Floyd não mostrou ter dúvidas de quem terá de
ser o agente da mudança. “Nós temos de ser a mudança”, sentenciou.
A mãe de Breonna Taylor, Tamika
Palmer, também discursou no evento, declarando: “Temos de permanecer juntos,
temos de votar.” A filha, de 26 anos, foi morta a tiro em março pela polícia de
Louisville, que entrou à paisana no seu apartamento.
O reverendo Al Sharpton
dirigiu-se diretamente ao Presidente dos EUA. “Senhor Trump, viemos para
Washington aos milhares. Vamos dizer os seus nomes. Não deixaremos que a
América esqueça o que fez. Digam os seus nomes!”, declarou.
Hélder Gomes | Expresso | Imagem:
Eric Baradat/AFP/Getty Images
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