A conferência de imprensa de
atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus contou hoje
com o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales Saúde, a
Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas e o Presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.
Após ter sido revelado o mais recente boletim epidemiológico
acerca da incidência da Covid-19 em Portugal, segue-se a conferência
de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS). Esta contou hoje com o
Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales Saúde, a Diretora-Geral
da Saúde, Graça Freitas e o Presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.
Lacerda Sales começou por avançar
que a taxa de letalidade global é de 3,2%, enquanto a taxa de letalidade acima
dos 70 anos é de 15,5%. Desde 1 de março, "foram feitos cerca de
1,9 milhões de testes diagnóstico à Covid em Portugal", sendo
que em agosto "não houve um decréscimo da testagem":
foram feitos, em média, 13.600 testes por dia.
"Há 100 laboratórios, neste momento, a fazer testes, 47,4% públicos, 40,5% privados e 12,1% em laboratórios da
Academia e Militares, "rede que se será expandida no âmbito da
estratégia integrada outono/inverno".
Já quanto à situação nos lares,
esta "mantém alguma estabilidade", garantiu o secretário de Estado da
Saúde. "Há 70 estruturas residenciais para pessoas idosas com casos
positivos, o que corresponde a 2,8% do universo" destas estruturas. São
532 utentes e 229 profissionais destas unidades que se encontram positivos para
o novo coronavírus.
Lacerda Sales destacou, no final
da sua intervenção, que o Conselho de Ministros aprovou a compra de 6.9 milhões
de vacinas contra a Covid-19, que corresponde a um investimento de 20
milhões de euros: "O início do processo de distribuição, que corresponde a
uma quantidade de cerca de 690 mil doses, deverá ocorrer a partir do final do
ano, mas sempre dependente da avaliação pela Agência Europeia do Medicamento e
da autorização da vacina a nível europeu. É uma luz que se começa a avistar ao
fundo do túnel".
Vacinas? Processo "está a
ser feito com muita antecipação"
O Presidente do Infarmed,
Rui Santos Ivo, explicou o processo que está a decorrer a nível
europeu relativamente ao acesso às vacinas para a Covid-19.
"Trata-se de um processo coordenado entre todos os estados-membros e a
Comissão Europeia", destacou, acrescentando que "está a ser feito com
muita antecipação relativamente às próprias fases de desenvolvimento das
vacinas e temos de ter esse aspeto em atenção".
"O que está a ser feito é
também apoiar o processo de produção das vacinas e, depois da sua
distribuição", havendo "três fatores" importantes: "o
tempo", "as características das vacinas" e "as condições de
acesso". O presidente do Infarmed avançou também que "o que
este processo visa é criar um portefólio de opções que nos permitam
dar resposta depois às estratégias nacionais de vacinação". Estas
vacinas "não vão surgir todas ao mesmo tempo".
"Temos também de saber se
vamos poder administrar apenas uma dose, se vamos ter de administrar mais do
que uma dose. O regime que vai ser aplicado resultará também dessa
avaliação", asseverou, assim como também quais os "grupos a que se
destina primordialmente".
Há 165 vacinas em desenvolvimento
contra a Covid-19
De acordo com os dados da
Organização Mundial da Saúde, destacou Rui Santos Ivo, há "165
vacinas" que estão em desenvolvimento, estando "26 em fase
clínica", na fase 1, 2 ou 3. "É muito importante que haja um conjunto
de vacinas negociadas e disponíveis não só em termos de quantidades, mas também
sabendo quais são as características", apontou.
O Presidente do Infarmed disse
também que "o objetivo é dispor de quantidades provenientes de
diversos processos negociais". Os 6.9 milhões de doses já apontadas são
"de uma primeira disponibilidade que é feita à União Europeia", numa
distribuição "proporcional à população". "Na segunda-feira penso
que vai ser negociada uma outra", avançou.
Quem vai ser vacinado?
"Como noutras alturas",
sublinhou Graça Freitas, "vão ser estabelecidos grupos prioritários
para a a vacinação", definidos por "especialistas" e a
"primeira linha de consideração são o tipo de vacina e as características
da vacina. Temos de ler o bilhete de identidade da vacina e saber a que grupos
específicos é que se destina, grupos etários, grupos de risco por
patologia", deu como exemplo.
As pessoas que mais beneficiarão
da vacina, os mais "vulneráveis", terão prioridade, assim como os
"cuidadores". À "medida que as doses vão chegando", as
pessoas são vacinadas de acordo com os critérios.
Já quanto à vacina da gripe,
"Portugal este ano conseguiu aumentar muito a sua quota tendo conseguido
2.5 milhões de doses para o Serviço Nacional de Saúde".
A Diretora-Geral da Saúde
prosseguiu, novamente sobre a vacina contra o novo coronavírus, que as
"pessoas que têm determinadas doenças podem ter uma Covid mais
grave do que outras, o que não sabemos é, em relação a cada uma das vacinas,
qual vai ser o seu perfil para uma determinada doença".
“Sabemos quais são os grupos
prioritários, teoricamente, mas temos que esperar pela ficha da vacina,
pelas características da vacina em relação a cada grupo etário e em relação a
cada grupo de risco por doença para fazer a tal hierarquia", sublinhou
Graça Freitas. Quanto a se será administrada uma dose ou duas, a responsável
disse que, uma vez mais, isso depende do tipo da vacina.
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