"União Europeia não tem
intenção de transformar Bielorrússia numa segunda Ucrânia"
Josep Borrel diz que o objetivo
da União Europeia é que o povo bielorrusso se possa expressar livremente.
Josep Borrel diz que o problema
da Bielorrússia é conseguir a liberdade e a democracia. O alto representante da
União Europeia (UE) para a política externa recusa que o país viva uma situação
idêntica à da Ucrânia e lembra que é necessária uma reforma política no país.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, Borrel recordou as
manifestações na Ucrânia, em 2013, para exigir a integração na UE e um
afastamento com o poder russo. Hoje, a posição da UE na Bielorrússia é apenas
em prol da democracia.
"Os bielorrussos exigem um
regime de liberdades e direitos civis. Não há bandeiras europeias nas
manifestações. A UE também não tem intenção de transformar a Bielorrússia numa
segunda Ucrânia. Temos de evitar fatores de distorção, que é como podemos ser
vistos do lado russo", afirma.
Bruxelas mantém, no entanto,
conversações com Aleksandr Lukashenko, presidente bielorrusso, apesar de a
União não reconhecer os últimos resultados eleitorais. Borrel dá como exemplo o
regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, que continua a dialogar com os Governos
europeus.
Josep Borrel adianta que o
Conselho Europeu já falou com o Governo russo, de forma a evitar
mal-entendidos, e na esperança que o Kremlin contribua para desbloquear a
situação política no país.
"Estamos em contacto com a
Rússia. O presidente do Conselho falou com o Presidente Putin e eu com o
Ministro Lavrov para evitar mal-entendidos e para que o lado russo tome
decisões para aligeirar a situação."
Questionado se a União Europeia
pretende que Aleksandr Lukashenko deixe a liderança do Governo bielorrusso, o
alto representante da UE diz que o objetivo é que o povo se possa expressar
livremente. Apesar de a União Europeia não reconhecer a legitimidade das
eleições presidenciais no país, Lukashenko continua à frente do Executivo.
Borrel afirma ainda que a relação
da UE com a Rússia é "tão complexa como com a China", lembrando que,
apesar das sanções, a dependência energética de alguns países europeus é bastante
relevante. "A Rússia não é a mesma para um lituano ou para um
português", refere.
Francisco Nascimento | TSF |
Imagem: © Olivier Hoslet/EPA
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