sexta-feira, 20 de março de 2020

Portugal | LEGALIZAR OS PATRÕES DAS PROSTITUTAS


Não é crime uma pessoa prostituir-se, mas sim a exploração dessa actividade por outros. Com a legalização do lenocínio, são os que gravitam em torno deste negócio, e não as mulheres, que ficam salvaguardados.

AbrilAbril | editorial

Já são vários os elementos de uma nova investida no sentido de legalizar o proxenetismo em Portugal. A agenda não é nova mas tem tido maior visibilidade em torno da recente petição para legalizar o lenocínio e regulamentar a prostituição enquanto profissão. 

Ontem, o Público noticiou um acórdão do Tribunal Constitucional que pela primeira vez vem defender que facilitar a prostituição não deve ser crime. Assumindo que é um assunto que não reúne consenso, o artigo expõe alguns dos argumentos utilizados pelos magistrados para defender a descriminalização daqueles que lucram com a prostituição de terceiros.

Chega a ser espectacular a contradição do que é defendido. Se por um lado os juízes não ignoram a violência que existe no mundo da prostituição, consideram que é o facto de a actividade  – o proxenetismo  – ser crime o que aumenta essa violência. «Os riscos que [com o crime de lenocínio] se querem esconjurar (em todo o caso, sempre existentes em algum grau) resultam mais da criminalização da actividade em causa (e assim da natureza "subterrânea", clandestina, para que é remetida) do que da mesma», pode ler-se no texto.

Mas, sobretudo, este acórdão vem colocar o ónus na questão moral, afirmando que as mentalidades evoluíram desde a altura em que se considerou que a exploração de outros através da prostituição devia ser ilegal. A essa perspectiva presidia então «uma certa ideia cultural e histórica da pessoa e uma certa ideia do valor da sexualidade». Os vários acórdãos que até agora consideravam o proxenetismo crime mais não faziam «do que tutelar "sentimentalismo" ou "uma ordem moral convencional particular"». Legalizar os patrões das prostitutas é, portanto, coisa do progresso, e considerar que aqueles que lucram com a exploração sexual são criminosos é conservadorismo.

E, finalmente, importa referir a distância imensa a que estes juízes consideram estar a prostituição por coacção, que deverá continuar a ser crime, e aquela que é facilitada a alguém por livre e espontânea vontade. Mas não será a liberdade de escolha daquelas que se prostituem inseparável, com ou sem uma arma apontada à cabeça, das condicionantes económicas e sociais que determinam os seus percursos?

Governo alterou despacho com medidas gravosas após denúncia da CGTP-IN


O gozo de férias obrigatório é uma das matérias revogadas pela portaria publicada esta quarta-feira, no âmbito das medidas para responder ao impacto económico do coronavírus. 

«Na sequência da denúncia da CGTP-IN relativamente a vários aspectos gravosos contidos na portaria n.º 71-A/2020, foi publicada a sua alteração através da portaria n.º 76-B/2020 de 18 de Março, que revoga algumas matérias», afirma a CGTP-IN num comunicado.

Em causa está a eliminação da possibilidade de gozo compulsivo de férias, a adopção de mecanismos de flexibilidade dos horários de trabalho e de regime alargado de mobilidade funcional no quadro do denominado lay-off simplicado.

A Intersindical defende que a portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República «vem alterar e clarificar alguns aspectos importantes da portaria 71-A/2020», designadamente no que respeita aos direitos dos trabalhadores, no âmbito da medida de apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho em situações de crise empresarial.

Realça, no entanto, que «continua a não ser claro» qual o regime laboral aplicável durante este período, já que «continua a não se apontar claramente para a suspensão dos contratos de trabalho e nada se define quanto à posição dos trabalhadores», nomeadamente em que regime vão trabalhar, nem quais os seus direitos e deveres ou os deveres da entidade patronal para com eles.

Neste sentido, a maior central sindical nacional entende que o regime deste apoio «carece ainda de ser melhorado». Desde logo, explica, faz falta clarificar direitos e garantias dos trabalhadores, «no mínimo através de uma remissão directa para as disposições do Código do Trabalho que regulam a redução temporária do período normal de trabalho ou a suspensão dos contratos de trabalho por facto respeitante ao empregador em situação de crise empresarial».

AbrilAbril | Imagem: João Relvas / Agência Lusa

Uma certeza que seja suficiente


Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

Emergência, use mas não abuse. A primeira concretização (porque outras haverá) do histórico, doloroso mas necessário segundo estado de excepção da democracia portuguesa é bem revelador de quanto o Governo dispensava que o presidente da República o tivesse declarado.

A aproximação temerária ao "lockdown" reflecte as preocupações de um Governo em emergência preventiva e que espera para ver. De alguma forma, sendo contemplativos, exerce um princípio de confiança nos portugueses. No reverso da medalha, e como dizia James Carville, assessor da campanha de Clinton em 1992, "É a economia, estúpido". Ninguém duvida das boas intenções mas todos nos questionamos sobre se os recursos e capacidade instalada serão suficientes para fazer face aos picos de Abril e Maio. É também dessa confiança que a economia precisa. Precisamos todos de uma certeza que seja suficiente.

Se exceptuarmos um ou outro discurso de burrice pandémica, o debate na Assembleia da República esteve à altura do momento de calamidade que vivemos. Sente-se alinhamento, consenso e uma perspectiva de resposta comum. É o que se espera de quem lidera e decide, sem negacionismos. O Reino Unido, nos antípodas, persistiu numa política cega de irresponsabilidade, permitindo a propagação do vírus numa dimensão cuja gravidade só apreenderemos daqui a algumas semanas. Tratado de arrogância dos que julgam ser possível pensar só pela nossa cabeça. Agora, encostado à parede pela percepção do desastre, Boris Johnson liga-se à vertigem e tenta inflectir caminho. Sente-se o desespero dos cidadãos britânicos, num ensaio sobre a perplexidade, a questionarem se as medidas e o caminho tomado pelo Governo têm, pelo menos, alguma base científica. Mas o mais assustador são os números. Negação da realidade, é isto.

Se fisicamente devemos usar de distanciamento social, racionalmente devemos fazer precisamente o contrário: exercer pensamento de proximidade, ensaiar lógicas de reflexão comunitária, não ceder a experimentalismos negacionistas que nos arrastem para o exemplo-a-não-seguir. Sendo um dos últimos países europeus a assinalar casos de infecção, o destino entregou-nos a oportunidade de começar esta corrida no carro-vassoura. Temos condições para evitar o pelotão da frente dos números de mortalidade na Europa, caso saibamos olhar para os exemplos de Itália e Espanha, China e Macau, e aprender com isso. As curvas não mentem e as injecções à economia também não. Teremos de decidir se os estímulos à economia são menos para confiar do que os apelos à confiança. A Itália injecta 2% da sua percentagem do PIB na actividade económica, comparativamente aos 20% de Espanha. Onde pode ficar Portugal, quando já se percebeu que esta crise não é igual para todos?

*Músico e jurista

O autor escreve segundo a antiga ortografia

Brasil | A IRRESPONSABILIDADE CRIMINOSA DE PAULO GUEDES


Na contramão de outros países, ministro propõe mais “austeridade” para enfrentar pandemia. Privilegia empresários e oferece migalhas aos 30 milhões de informais. Revogar a EC 95, que congela gastos públicos por 20 anos, é crucial

Paulo Kliass | Outras Palavras

A obsessão do superministro da economia com a manutenção da opção austericida é algo que impressiona até mesmo setores que estavam com ele até anteontem, um pouco antes da eclosão da crise do coronavírus. Os analistas não sabem se a explicação para esse comportamento caminha mais pelo lado da psiquiatria ou se esse distúrbio tem origem em sua formação ortodoxa e na desastrosa vivência no meio do financismo impiedoso.

Enfim, para o que interessa no artigo de hoje, pouco importa as causas que levam Guedes a externar posições que só poderiam mesmo emanar de indivíduos propensos a cometer maldades sem o menor ressentimento. Porém, o que torna o quadro ainda mais grave é que ele não apenas emite opiniões destrambelhadas e equivocadas. Ele convence o Presidente da República a torná-las realidade, por meio de atos oficiais. Ou então, ele mesmo, Paulo Guedes, implementa as diretrizes de aprofundamento do austericídio radical.

Até poucas semanas atrás, o arsenal de maldades guedesianas se apresentava sob o rótulo das “reformas estruturais” e sob o comando aos integrantes de sua equipe para arrocharem cada vez mais os parafusos perversos da austeridade. O nome sofisticado para tanto era “austeridade fiscal”, embalado em torno das mentiras a respeito da suposta falta de recursos do Estado. Já vimos que essa narrativa nada mais fazia senão oferecer tudo o que o sistema financeiro e as elites dominantes precisavam. Trata-se de direcionamento de recursos para seus cofres por meio da garantia do pagamento das despesas financeiras associadas aos juros da dívida pública e a implementação das políticas de destruição do Estado e de desmonte das políticas públicas.

Essa era a desculpa, inclusive, a que recorriam os mais “famosos” especialistas em economia ligados ao sistema financeiro para manter seu apoio envergonhado ao governo Bolsonaro. O discurso incluía uma espécie de desconforto com as políticas todas do entorno do ex-capitão, mas sempre uma defesa ardorosa do Paulo Guedes, pelos bons serviços no campo da economia. Afinal, na visão desse povo da finança ele seria um técnico competente, estava privatizando tudo o que podia e não escondia de ninguém seu desejo obstinado de acabar com os últimos resquícios de algum sonho de bem-estar social ainda incluído em nossa Constituição.

Israel | Pandemia como pretexto para autoritarismo


Prestes a ser julgado por corrupção, primeiro-ministro Benjamin Netanyahu usa telemóveis para monitorizar população e fecha tribunais e Parlamento. População nas ruas, em protesto. Leia também: telemedicina autorizada no Brasil

Maíra Mathias e Raquel Torres | Outras Palavras

USO POLÍTICO DA PANDEMIA

Israel está enfrentando uma crise política sem precedentes – e, não por acaso, ela se soma à crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. A escalada começou na madrugada de domingo, quando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu editar um decreto fechando quase todos os tribunais do país. A justificativa foi a covid-19. Mas o fato é que ‘Bibi’ deveria começar a ser julgado nesta semana. Ele é acusado de suborno, fraude e quebra de confiança. O passo seguinte foi dado novamente de madrugada, na terça (17), quando Netanyahu decretou que a Agência de Segurança Interna (conhecida como Shin Bet) passe a usar um banco secreto de dados captados dos celulares dos cidadãos. A justificativa foi, de novo, o coronavírus: o político argumenta que a medida permitirá o rastreamento de quem deveria estar em quarentena ou de gente que possa ter entrado em contato com pessoas infectadas.

Essas decisões foram tomadas de forma unilateral pelo primeiro-ministro, sem consulta ou supervisão legislativa. Pois bem: na quarta-feira, o líder do partido de Netanyahu no Parlamento, Yuli Edelstein, anunciou o fechamento da Casa legislativa. Foi, para muitos, a gota d’água.

Ontem em Jerusalém, centenas de israelenses saíram em comboio, com bandeiras pretas em seus carros, para protestar contra as medidas antidemocráticas de Netanyahu e seus aliados. O governo reprimiu a manifestação, fechando as vias em torno do Parlamento e da Suprema Corte, e prendeu cidadãos que estavam a pé. O temor é de que o país – que se orgulha de ser “a única democracia do Oriente Médio” – esteja sendo levado para o caminho da ditadura.

Para entender a crise, é preciso voltar a 2 de março, quando Netanyahu foi derrotado nas eleições. Desde então, ele atua na condição de interino. Até que, na segunda-feira (16), seu adversário político – Benny Gantz, ex-chefe do Exército e líder do partido Azul e Branco – foi encarregado de formar um novo governo. “Porém, Netanyahu, que lidera o governo interino enquanto o novo não é formado, está fazendo o possível para impedir que isso aconteça”, relatam o editor do New York Times em Israel, David M. Halbfinger, e a correspondente Isabel Kershner. “Nós estamos indo em direção à uma crise constitucional”, disse a eles Shlomo Avineri, professor emérito de Ciência Política na Universidade Hebraica.

A questão é que diante do pânico causado pelo novo coronavírus, parte da população apoia as ações de Netanyahu que, aproveita o momento para fazer pronunciamentos diários na televisão distribuindo conselhos de saúde. Ele desempenha o papel de “pai da nação”, caracteriza Avineri. “A crise derruba os governantes, ou os fortalece”. O saldo para Bibi, segundo o professor, tem sido positivo: “Isso fortaleceu Netanyahu, porque a agenda é sobre o coronavírus, e não seu julgamento por corrupção”.

Covid-19 | NENHUMA QUARENTENA SUPEROU A DOENÇA


Thierry Meyssan*

O leitor não é um perito em Covid-19, mas ninguém é. Os cientistas não sabem tudo e neste caso, estão apenas a começar as suas pesquisas. Na ausência de dados precisos, não devemos considerar as hipóteses senão como simples hipóteses. A História ensina-nos que, até ao dia de hoje, nenhuma doença foi vencida por medidas de quarentena. Elas podem ajudar a ganhar tempo, não a vencer.

A epidemia de Covid-19 desperta angústias ancestrais. Alguns de nós percebem, de repente, os vizinhos, os amigos e as famílias como sendo ameaças. Existe um verdadeiro risco de assistir, num futuro próximo, a violência.

Perante um perigo, seja ele qual for, devemos primeiro permanecer sensatos e não racionais. São duas maneiras de pensar muito diferentes. Não podemos pensar logicamente a partir de dados incompletos.

O Covid-19 é uma doença desconhecida até agora, que parece poder matar até 1% da população mundial, mas, até agora, só matou alguns milhares de pessoas. Os pesquisadores estão a começar a estudá-la cientificamente. Sabemos que é provocada por um vírus que se transmite pelas membranas mucosas do rosto. Ninguém sabe como impedir a propagação, mas todos têm o seu conhecimento a priori sobre este assunto.

Coronavírus: Número de mortes na Espanha passa de 1.000. E o resto do mundo?


Só nas últimas 24 horas foram registadas mais 235 mortes. País tem 19.980 casos confirmados da covid-19. Mundo tem mais de 10 mil mortes, 244 mil casos e mais de 86 mil recuperados.

Mortes pelo coronavírus no mundo passam de 10 mil; casos somam mais de 250 mil; mais de 87 mil recuperaram

Brasil tem 651 casos e sete mortes confirmadas pelas autoridades de saúde – cinco em SP e duas no Rio

China não regista novos casos pelo segundo dia seguido

Brasil restringirá entrada via aérea de estrangeiros da Europa e da Ásia

Califórnia ordena que seus 40 milhões de residentes fiquem em casa

Baviera restringe circulação de pessoas

Espanha regista 1.000 mortes

Interferón, o medicamento que Cuba desenvolveu com êxito para o coronavírus


– O ocidente silencia o Interferón

Ainda que não exista uma cura eficaz contra a pneumonia viral COVID-19, causada pelo novo coronavírus, as autoridades sanitárias chinesas estão a desenvolver tratamentos eficazes que reduzem tanto quanto possível o número de mortes.

Um dos medicamentos utilizados para tratar os pacientes é o interferón alfa-2b humano recombinante, que é produzido desde o ano 2007 na empresa mista sino-cubana Changchun Heber Biological Technology (ChangHeber), localizada na província nordestina de Jilin.

Li Wenlan, directora executiva da companhia, informou que a Comissão Nacional de Saúde da China incluiu o interferón alfa-2b no seu plano de diagnóstico e tratamento para a pneumonia COVID-19, pelo que aumentou a procura do medicamento.

COVID-19 | Vírus pode permanecer até quatro horas numa moeda


Cientistas norte-americanos concluíram que o novo coronavírus pode permanecer entre dois a três dias nas superfícies de plástico ou de aço inoxidável e 24 horas em superfícies de cartão.

Uma equipa de cientistas norte-americanos divulgou um estudo que revela que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode permanecer activo durante até quatro horas nas superfícies de cobre das moedas, 24 horas em superfícies de cartão e entre dois a três dias nas superfícies de plástico ou de aço inoxidável como as torneiras.

Os resultados preliminares do estudo, realizado por investigadores do Instituto Nacional para Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, da Universidade de Princeton, da Universidade da Califórnia e dos Centros para Controlo e Prevenção de Doenças de Atlanta foram publicados, esta terça-feira, na revista científica The New England Journal of Medicine.

Os especialistas analisaram as vias de transmissão tanto do SARS-CoV-2, surgido em Dezembro, em Wuhan, na China, como do vírus responsável pelo surto da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-1), de 2003. A investigação incidiu sobre a transmissão destes vírus de pessoa para pessoa, por via aérea através de gotículas ou eventuais aerossóis (pequenas partículas que permanecem suspensas no ar e que se podem dispersar por longas distâncias), tendo-se analisado ainda o tempo que ambos permanecem em diferentes tipos de superfícies (de plástico, aço inoxidável, cobre e cartão).

Portugal | Números de casos de covid-19 em Portugal sobe para 1020. Há 6 mortes


Foram notificados mais 235 infetados, nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, desta sexta-feira.

Portugal já tem 1020 casos de infeção pelo novo coronavírus. 235 deles foram confirmados nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta sexta-feira (20 de março). Há cinco pessoas recuperadas e 6 mortes.

Estão internadas em hospitais 126 doentes, sendo que destes 26 encontram-se nos cuidados intensivos (mais seis do que na quinta-feira). A maioria dos doentes apresentam sintomas ligeiros, por isso, estão a ser acompanhados a partir de casa pelo seu médico de família ou por equipas de hospitalização domiciliária.

Há ainda 850 pessoas a aguardar o resultado das análises laboratoriais e 9008 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde. Estão ativas 24 cadeias de transmissão no país, tal como ontem, a maioria com ligações ao estrangeiro.

Todos os dias o número de infetados com o novo coronavírus em Portugal tem desenhado uma curva de subida exponencial. Mas esta quinta-feira - se analisarmos a última semana - o crescimento percentual foi mais baixo: 22%, quando tem andado na ordem dos 40% nos restantes dias.

De acordo com o que epidemiologista Henrique Barros explicou ao DN ainda é cedo para tirar conclusões. Podem ser todos estes fatores em conjunto ou apenas circunstancial. Certo para este especialista, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, é que só um crescimento menor de infetados durante três, quatro ou cinco dias, permitirá chegar a uma conclusão. Também o matemático Jorge Buescu, que tem estudado o alastrar da pandemia do novo coronavírus, aponta nesse sentido: "Um ponto não serve para marcar uma tendência. Para se avaliar de uma forma consistente tem que se registar durante três, quatro dias."

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira até às 23:59 de 2 de abril, segundo o decreto publicado na quarta-feira em Diário da República, que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que tenham justificação.

Polícias nas ruas com altifalantes e drones

A partir da entrada em vigor do estado de emergência de combate ao coronavírus - com todas as medidas restritivas de circulação e reunião - são as polícias que vão estar nas ruas a controlar o seu cumprimento. Na PSP, força de segurança presente nas grandes cidades do país, o plano operacional já tinha começado a ser preparado antes mesmo da decisão do Presidente da República, pois está em causa uma mobilização sem precedentes de milhares de agentes com uma missão nunca feita em democracia: obrigar as pessoas a ir para suas casas e impedir que se juntem nas ruas.

Mais de 10 mil mortos em todo o mundo

A pandemia de covid-19 já fez mais de 10 mil mortos em todo o mundo, uma marca alcançada esta sexta-feira. Segundo os dados oficiais, Itália é o país mais afetado, com 3 405 mortes (em 41 035 casos), tendo ultrapassado esta quinta-feira a China, que regista 3 248 óbitos (em 80 967 casos).

Neste ranking, os países que se seguem são o Irão (1 284 mortes em 18 407 casos), Espanha (831 mortes em 18 077 casos), França (372 mortes em 10 995 casos), Estados Unidos (217 mortes em 14 366 casos) e Reino Unido (144 mortes em 3 269 casos), os únicos que registam mais de 100 mortes até ao início da manhã desta sexta-feira. A Alemanha, que tem 15 320 casos, não foi ainda além das 44 mortes.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos).

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).

David Pereira, Rita Rato Nunes | Diário de Notícias

Com Graça Henriques, Valentina Marcelino

NADA FICARÁ COMO ANTES…


DEPOIS DO COVID - 19

António Jorge* | opinião

Por isso mesmo... é uma fração... de tempo único, que deveriamos aproveitar para fazer a critica e auto-critica.

Tudo será reconfigurado à sua dimensão e grandeza.

- Não ficará pedra sobre pedra.

Quando digo nada ficará igual... é geral, para nós, as organizações, as sociedades e o Mundo.

E uma primeira questão a considerar-me deverá ser a natureza da própria qualidade da democracia.

E se considerar-mos que a democracia tem tudo a ver com a natureza económica e o modo de produção... considerando a correlação de forças no contexto actual político Europeu e Ocidental, desde há algumas décadas - Nada de bom nos espera.

O actual contexto internacional ocidental, vai de encontro às piores teorias sobre o peso da velhice... dos grisalhos e dos velhos que vivem tempos demais... segundo as teorias da ex-directora geral do FMI e actual líder do BCE - Banco Central Europeu, a francesa, Christine Lagard.

Como se poderá constatar, a razia sobre os mais velhos é geral, arrasadora e assustadora.

- E não terão acontecido por mero acaso... Não são coisas do feitiço... de rezas e de forças do além.

Não... o que se passa é concreto e tem autores morais... e executores genocidas.

Dúvidas sobre como vai evoluir este processo... evidentemente.

Entre os objectivos da alta finança sediada na Wall Street, ligadas a organizações do tipo político esotérico, desde há duzentos anos, e as suas ramificações organizadas no presente em torno do Clube de Bilderberg... o Forum dos ricos, muito ricos... e dos politicos de natureza conservadora da direita dita... civilizada e ou fascista.

Existe um novo confronto inultrapassável, e que estará na base desta ofensiva, a da guerra biológica e a realização dos maiores exercícios militares da NATO/OTAN na Europa, por imposição dos Estados Unidos.

(Como nos comandos superiores da NATO, só podem existir originários dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia)

É possível por isso mesmo, existir algum comando militar inglês no topo do comando da NATO, em exercícios militares... na Europa... pós Brexit... a saída do Reino Unido da União Europeia não lhe tirou poder sobre a Europa.. pelo menos no plano militar).

- Digo inultrapassável, porque depois do golpe financiado pelo Soros USA e UE, na Ucrânia em 2014, destinado a realizarem o assalto final e definitivo à Rússia... metade do Mundo se esfumou para os objectivos do império do mal.

E assim em vez de uma globalização unipolar como queriam os Estados Unidos e seus aliados vassalos, para reforçarem ainda mais a acumulação e interesses da alta finança internacional... o tiro saiu-lhes pela culatra... agora tem de contentar-se com metade do planeta.

É daí que vem a pressão e os golpes sobre determinadas partes do Mundo a Ocidente, como a imposição da Lei Monroe... a América para os americanos... e que explica os golpes do tipo fascista como no Brasil e a pressão sobre Cuba e a Venezuela, nomeadamente... e sobre o que resta da Europa... porque metade a Rússia... já levou para a Euroásia e faz parte da nova Rota da Seda.

A outra globalização, de carácter multipolar, ficou perdida do lado de lá... dirigida pela Rússia, China e outras grandes potências económicas e militares nucleares.

E o que está acontecer e estará agora em curso, poderá ser a reconfiguração do Mundo, em torno de dois grandes blocos de natureza geopolítica, repartindo em dois grandes blocos hegemónicos de carácter político, económico, militar e civilizacional.

É em face desta realidade que os Estados Unidos, tentam sem qualquer receio ou limites, utilizar todos os meios de chantagem e de guerra, para abocanharem o que puderem... a tempo.

*António Jorge, em Facebook

Onde se esvai parte do caos e do terrorismo imposto pela IIIª guerra mundial


 Martinho Júnior, Luanda

…”As Administrações Bush e Obama seguiram esta estratégia: destruir as estruturas estatais de regiões inteiras do mundo. A guerra dos EUA já não tem como objectivo vencer, mas durar (a «guerra sem fim»).

O Presidente Donald Trump e o seu primeiro Conselheiro de Segurança Nacional, o General Michael Flynn, puseram em causa esta evolução sem conseguir alterá-la. Hoje em dia, os defensores da teoria Rumsfeld/Cebrowski prosseguem os seus objectivos não tanto através do Secretariado da Defesa mas mais através da OTAN”… (https://www.voltairenet.org/article209454.html).

01- Mais um ciclo de operações militares se fechou agora sobre a bolsa de caos, terrorismo e desagregação de Idlib, no noroeste da Síria (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/02/a-siria-uma-ampulheta-viva-na-mudanca.html) e com ele, há factos que são incontornáveis: (https://actualidad.rt.com/opinion/alberto-rodriguez-garcia/343713-idlib-ultimo-bastion-yihadismo-siria).

. As Forças Árabes Sírias libertaram a autoestrada M-5 que liga Damasco a Alepo, limpando além do mais suas imediações no sentido oeste;

. As Forças Árabes Sírias avançaram de sul para norte na bolsa de Idlib, aproximando-se da autoestrada M-4, que liga Alepo a Latakia;

. As principais ligações que percorrem o país e possibilitam o movimento e as comunicações entre as principais cidades, estão em vias de ser, sem remissão, libertas pelo governo sírio;

. As Forças Árabes Sírias fizeram-no enfrentando coligações não declaradas dos agrupamentos terroristas que tutelam a região sob a égide das Forças Armadas Turcas (a Turquia possui a 2º maior força militar da NATO), às quais foram sendo infligidas baixas significativas, reduzindo à impotência os esforços da Operação Escudo da Primavera (o Presidente Erdogan confirma a morte de 59 efectivos turcos)… (https://southfront.org/59-turkish-soldiers-were-killed-in-idlib-during-last-month-erdogan/).

. As Forças Armadas Russas podem garantir a qualquer momento um conjunto integrado de dispositivos que neutralizam as capacidades electrónicas do inimigo, reduzindo-o à completa inoperância… (https://www.voltairenet.org/article209438.htmlhttps://www.voltairenet.org/article206197.html);

. Continua a deliberada propaganda, a múltiplos níveis, por parte do império da hegemonia unipolar contra o resistente estado sírio, no sentido de enganar a opinião pública internacional sobre o carácter desse estado, sobre o seu comportamento face aos desafios artificiosos que lhe firam impostos e sobre tudo o que se passa na Síria. (https://www.fort-russ.com/2020/03/major-syrian-army-uncovers-terrorist-chemical-weapons-workshop-in-western-aleppo-video/?utm_medium=ppc&utm_source=wp&utm_campaign=push&utm_content=new-articlehttps://www.globalresearch.ca/douma-whistleblowers-respond-opcw-attacks/5706111).

A corrente pausa da confrontação foi obtida com mais um Acordo que se juntou a outros anteriores, desta feita celebrado em Moscovo (https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/03/05/russia-anuncia-cessar-fogo-com-a-turquia-no-norte-da-siria.ghtml): dum lado há a coerência (e o avanço) da aliança síria-russa-iraniana e do outro, de ilusão em ilusão, de manipulação em manipulação, de propaganda em propaganda, de cosmética em cosmética, o caos e o terrorismo com arquitectura e engenharia agora da Turquia, que continua a esvair-se, corroendo o carácter da própria NATO!... (https://www.resistir.info/asia/escobar_22jan20.html).

Covid-19: Há mais de 800 casos em 36 países de África


O continente registou ao menos 147 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia. O Egito é o país mais afetado, com cerca de 250 doentes.

De acordo com o site "Worldometer", que compila quase em tempo real a informação da Organização Mundial de Saúde (OMS), de fontes oficiais dos países e de órgão de informação, na quinta-feira (19.03) foram registados ao menos 147 novos casos da infeção e quatro mortos em 36 países africanos, que agora somam 801 doentes.

O Egito continua a ser o país africano mais afetado, com os 46 novos casos a elevarem para 256 o número de infeções registadas no país, tendo sete destes acabado na morte dos infetados - um deles na quinta-feira.

A Argélia, onde ocorreram duas mortes, registou 15 novos casos, com o país a somar agora 90 doentes infetados e nove mortes. A Tunísia registou 10 novos casos e conta agora 39, tendo hoje registado também a primeira morte no seu país.

Números

Fora ainda registadas novas infeções na África do Sul (34) - país mais afetado na África Subsaariana, com 150 casos -, Marrocos (08), República Democrática do Congo (07), Burkina Faso (06), Nigéria (04), Gana (04), Maurícias (04), Tanzânia (03), República do Congo (02), Etiópia (01) e Namíbia (01). Chade e Níger, por sua vez, registaram os seus primeiros casos de infeção, ambos com um.

Globalmente este site de estatísticas contabiliza 801 casos acumulados de infeções com o novo coronavírus e 21 mortes em 36 países do continente africano.

Além dos países já referidos, há casos registados também no Senegal (36), Camarões (13), Ruanda (11), Costa do Marfim (09), Quénia (07), Ilhas Seicheles (06), Guiné Equatorial (04), Gabão (03), Sudão (02), Benim (02), Libéria (02), Mauritânia (02), Zâmbia (02), República Centro-Africana (01), Djibouti (01), Gâmbia (01), Guiné-Conacri (01), Somália  (01), Essuatíni (01) e Togo (01), não tendo estes países anunciado qualquer caso durante o dia de hoje.

Entre os países africanos lusófonos, Cabo Verde registou o seu primeiro caso na noite desta quinta-feira. Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, até a manhã desta sexta-feira (20.03), não reportaram nenhum casos confirmado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Agência Lusa, tms | Deutsche Welle

Covid-19: Cabo Verde confirma primeiro caso


Trata-se de um turista inglês, de 62 anos, que chegou ao país em 9 de março e apresentou sintomas dias depois, testando positivo para a Covid-19. Entretanto, as autoridades cabo-verdianas dizem ter tudo sob controlo.

"Infelizmente, recebemos hoje, pelas 22:30 (locais), o resultado do primeiro caso positivo do teste de Covid-19", refere o comunicado, assinado pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, divulgado na nadrugada desta sexta-feira (20.03).

O documento acrescenta que o cidadão inglês chegou à ilha da Boa Vista no dia 09 de março e ao fim de sete dias "iniciou um quadro respiratório, com tosse e febre".

"O paciente encontra-se, à hora deste comunicado, clinicamente estável e a receber todos os cuidados necessários, para evitar novos contágios e promover a sua total recuperação", lê-se. Outros cinco casos suspeitos, nas ilhas de Santiago, do Sal e de Santo Antão "deram resultado negativo", segundo o Ministério da Saúde.

Covid-19: UNITA pede união em nome da saúde pública em Angola


Maior partido da oposição pede às autoridades rigor na observância das medidas decretadas, justificando que as mais altas entidades do país devem servir de exemplo.

Angola ainda não registou nenhum caso de coronavírus, segundo o Governo. Apesar disso, intensificam-se em todo o país as campanhas de prevenção da doença que está a causar milhares de mortes em todo o mundo.

É por isso que a direção da UNITA entende que o combate ao surto já não deve ser exclusividade do Ministério da Saúde. Para a segunda maior força política do país, é o momento do país estar unido para a defesa da saúde pública.

O deputado Maurílio Luiele, da UNITA, alerta que as autoridades devem prestar atenção aos locais de maior concentração de pessoas, como é o caso dos mercados, igreja e escolas.

"Somos de opinião que os estabelecimentos escolares deviam ser encerrados num período de 15 dias prorrogáveis, em função dos desenvolvimentos futuros e imediato do Covid-19", disse o parlamentar.

A UNITA apela, por outro lado, aos cidadãos a colaborarem com as autoridades, observando as orientações afim de evitar lutos nas famílias angolanas. O partido recomenda às autoridades sanitarias a intensificarem a capacidade de realizar testes a todos que apresentem sintomas suspeitos.

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