quarta-feira, 25 de março de 2020

Brasil tem 57 mortes e 2.433 casos confirmados de coronavírus


São Paulo segue com a maior parte das vítimas fatais da doença no país

O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira 25, 2.433 casos de coronavírus no Brasil e 57 mortes. São 232 casos e 11 óbitos a mais em relação ao dia anterior, quando a pasta informou 2.201 pacientes e 46 falecimentos. Os números foram confirmados em coletiva de imprensa.

São 1.404 casos na região Sudeste, 390 no Nordeste, 313 no Sul, 221 no Centro-Oeste e 105 no Norte. Há casos confirmados em todos os estados e no Distrito Federal. Foram identificadas pessoas infectadas, principalmente, em São Paulo (862), no Rio de Janeiro (370), no Ceará (200) e no Distrito Federal (160).

São Paulo concentra 48 mortes do total, oito óbitos a mais do que o último balanço. As novas vítimas são seis homens (75, 82, 72, 98, 80 e 70 anos) e duas mulheres, de 87 e 52 anos; esta última tinha comorbidades, grupo de pessoas que, assim como os idosos, configuram grupo de risco. Só na capital, há 722 casos de coronavírus confirmados.

Também foram registrados falecimentos no Rio de Janeiro (6), no Rio Grande do Sul (1), em Pernambuco (1) e no Amazonas (1).

Dois primeiros casos de coronavírus na Guiné-Bissau


Em plena crise política, a Guiné-Bissau registou os primeiros dois casos da doença Covid-19. Anúncio foi feito esta quarta-feira por Umaro Sissoco Embaló, na sua conta no Facebook.

"Recebi com muita consternação a confirmação dos dois primeiros casos de coronavírus na Guiné", escreve Umaro Sissoco Embaló, declarado vencedor das presidenciais na Guiné-Bissau pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Na mensagem, Embaló salienta que é preciso a ação conjunta de todos para combater a Covid-19, alertando que os números podem aumentar de forma preocupante.

A Guiné-Bissau vai atravessar esta pandemia no meio de uma crise política, após Sissoco Embaló ter tomado posse como Presidente enquanto ainda decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso do candidato Domingos Simões Pereira, que alega irregularidades nas eleições de 29 de dezembro.

Depois de ter tomado posse, Embaló nomeou um Governo, liderado por Nuno Nabian, que ocupou os ministérios com apoio de militares, mas recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.

Coronavírus: situação mundial

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

O continente africano registou 58 mortes devido ao novo coronavírus, aproximando-se dos 2.000 casos em 45 países e territórios, segundo as estatísticas mais recentes.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena, estado de emergência e o encerramento de fronteiras, como é o caso da Guiné-Bissau.

Deutsche Welle | Agência Lusa, ms

Angola | Na saúde, um primeiro mérito para a administração do PR João Lourenço!


Martinho Júnior, Luanda 

O estado angolano não está preparado para enfrentar muitas ameaças e entre elas as do tipo do COVID-19, mas parece que temos uma equipa ministerial que está a começar a assumir uma responsabilidade que histórica e antropologicamente a transcende, por que toda a sociedade angolana está de há décadas afectada e infectada pelo VÍRUS NEOLIBERAL!

Devemos incentivar e reforçar as equipas que em torno da saúde estão a ser criadas no sentido do caminho apto a enfrentar a ameaça (ainda em balanço), por que não devemos esquecer que ao longo do século XXI, outras mais ameaças, em função das profundas alterações climático-ambientais globais, continentais e regionais, irão surgir a curto, médio e longo prazos!

Por outro lado, os espectros neoliberais que advêm dum passado de mais de trinta anos (não só na saúde), os dum costume bárbaro, acintoso e antipatriótico dentro do país, reflectem-se em hospitais, em farmácias e drogarias, em relação a cujo nascimento e gestão muito há por descobrir!...

ONU oferece apoio para criar Centro de Operações de Emergência em Angola


A oferta foi expressa pelo coordenador do sistema das Nações Unidas em Angola, que se mostrou também disponível para avaliar as instalações sanitárias nas unidades de saúde do país.

As Nações Unidas em Angola ofereceram apoio para criar um Centro de Operações de Emergência e gerir comunicação de risco, além de reiterarem a necessidade de se priorizar na resposta à pandemia de Covid-19 o setor social e económico.

A posição foi expressa pelo coordenador do sistema das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladelli, após um encontro realizado terça-feira com a ministra de Estado para a Ação Social, Carolina Cerqueira.

Paolo Balladelli manifestou igualmente disponibilidade das Nações Unidas para avaliar as instalações sanitárias nas unidades de saúde, na aquisição de equipamento de proteção para profissionais de saúde, bem como na ativação de estratégias sólidas para a proteção social, para mitigar as consequências económicas e sociais para a população mais vulnerável.

Covid-19: Angola prepara declaração do estado de emergência


O ministro de Estado e coordenador da Comissão da Covid-19 em Angola, general Pedro Sebastião, convocou para hoje uma reunião interministerial para abordar a declaração do estado de emergência e procedimentos seguintes.

Segundo a convocatória, foram chamados para a reunião os ministros de Estado e da Casa Civil do Presidente da República, da Administração do Território e Reforma do Estado, da Ação Social, da Defesa, Interior, Relações Exteriores, Finanças, Recursos Minerais e Petróleo, Saúde, Transportes, Comércio e Comunicação Social e entidades como os Serviços de Inteligência Externa, o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado e Governo Provincial de Luanda.

Deverão ser abordados temas como a declaração do estado de emergência e procedimentos subsequentes, situação internacional da propagação da Covid-19, situação sanitária de Angola a nível da prevenção da Covid-19, reserva alimentar e plano de distribuição e abastecimento das populações a curto e médio prazo.

Serão dadas ainda informações sobre as verbas financeiras adicionais para os programas setoriais do combate à doença.

Três casos de infeção em Angola

Angola regista atualmente três casos de infeção pelo novo coronavírus. O Presidente da República de Angola, João Lourenço, convocou para esta manhã o Conselho da República para auscultar os conselheiros no âmbito do reforço das medidas de prevenção e combate à pandemia.

 O Conselho da República é um órgão consultivo que integra o vice-presidente da República, o presidente da Assembleia Nacional, o presidente do Tribunal Constitucional, o procurador-geral da República, líderes de partidos políticos com assento parlamentar e entidades convidadas.

João Lourenço decidiu também ouvir a Assembleia Nacional, enviando uma delegação governamental chefiada pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança e coordenador da Comissão Interministerial criada para combater a propagação da pandemia do coronavírus, general Pedro Sebastião.

Deutsche Welle | Agência Lusa

Moçambique registou mais dois infectados pelo covid-19


Um é transmissão local na Cidade de Maputo e Eneas Comiche é o paciente zero

As autoridades de saúde identificaram mais dois novos infectados pelo covid-19 na Cidade de Maputo. O segundo doente é uma mulher de 77 anos de idade, a mulher do paciente zero, que foi identificado como sendo o Edil da Cidade de Maputo, Eneas Comiche. “O outro caso registou-se num indivíduo do sexo feminino com mais de 30 anos de idade, de nacionalidade sul-africana, residente na cidade de Maputo, que retornou de uma viagem à Joanesburgo”, anunciou nesta terça-feira (24) a Directora Nacional de Saúde Pública. O @Verdade apurou que a África do Sul, onde os infectados ultrapassam os 550, deverá ser a fonte do aumento exponencial de doentes em Moçambique nas próximas semanas.

“Em Moçambique, ao nível do Instituto Nacional de Saúde, até à data de hoje, foram testados 67 casos suspeitos, dos quais 12 foram testados nas últimas 24 horas. Dos novos casos suspeitos testados, 10 revelaram-se negativos e 2 confirmaram-se como positivos para o coronavírus. Portanto, hoje, registamos o segundo e terceiro casos positivos com o coronavírus em Moçambique”, anunciou em conferência de imprensa a Directora Nacional de Saúde Pública.

A Dra. Rosa Marlene esclareceu que: “Um dos novos casos é de um indivíduo do sexo feminino com mais de 70 anos de idade, de nacionalidade moçambicana, que é contacto próximo do primeiro caso anunciado no domingo passado”.

“O outro caso registou-se num indivíduo do sexo feminino com mais de 30 anos de idade, de nacionalidade sul-africana, residente na cidade de Maputo, que retornou de uma viagem à Joanesburgo, África do Sul, em meados de Março corrente. Portanto, actualmente, o nosso país tem o registo de 3 casos positivos dos quais 2 importados e 1 de transmissão local”, precisou.

O @Verdade apurou que dos casos suspeitos testados nas últimas 24 horas um é adolescente, nove são cidadãos adultos e dois idosos. Dentre eles três estiveram em contacto com pessoa com doença respiratória grave e três tiveram contacto com infectado.

De acordo com a Directora Nacional de Saúde Pública os dois infectados “tem sintomas leves que não justificam neste momento o internamento” e estão em quarentena domiciliária na Cidade de Maputo.

Moçambique | Estado Islâmico reivindica ataques em Cabo Delgado


Os ataques que ocorreram na segunda-feira na vila de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, a 60 km da zona onde decorrem projectos de exploração de gás já têm autores.

Trata-se do grupo terrorista Estado Islâmico que se servindo da sua agência de notícias Amaq, citada pela agência britânica de notícias Reuters, disse esta quarta-feira que os seus militantes atacaram cinco quartéis do exército e da polícia naquela cidade.

Segundo este grupo, os ataques resultaram na morte e ferimento de dezenas de polícias e soldados moçambicanos e houve retenção do equipamento militar.

Tanto o Estado Islâmico como as autoridades moçambicanas ainda não especificaram o número de vítimas mortais ou feridos.

Há mais de três anos que Cabo Delgado vive ataques terroristas, tendo já morrido centenas de pessoas naquela província.

Hélder Augusto | O País

Timor-Leste | Movimento em Díli começa a baixar como reação à pandemia


Díli, 25 mar 2020 (Lusa) - Lojas e restaurantes fechados, postos de lavagem de mãos nas entradas nos supermercados e um menor movimento do que o normal são os primeiros sinais do impacto na vida de Díli que a pandemia de Covid-19 está a ter em Timor-Leste.

Jardins e ruas outrora com grande movimento estão hoje ou desertas ou com muito menos trânsito, consequência de várias medidas já implementadas pelo Governo e de decisões de muitos, estrangeiros e timorenses, ficarem em maior isolamento.

Desde o fim de semana que as saídas da cidade para os vários municípios registam maior movimento, o mesmo que ocorre nos grandes armazéns onde se vende arroz, o bem alimentar que domina a dieta das famílias timorenses.

Jardins, estradas e ruas estão hoje com muitos menos movimento do que o normal, com se nota na zona de Lahane, na parte oeste da cidade, onde outrora se concentravam grupos de jovens e muitos vendedores ambulantes.

Várias zonas comerciais, como Audian e Colmera, no centro da cidade, mostram hoje muitas lojas fechadas, em particular comércios e retalho da comunidade chinesa.

Ainda que a afluência aos principais supermercados da cidade tenha sido ligeiramente maior no passado fim de semana -- depois da confirmação do primeiro caso no país -- a situação normalizou-se.

Parlamento timorense debate pela segunda vez na história estado de exceção


Díli, 25 mar 2020 (Lusa) - O parlamento timorense vota na quinta-feira pela segunda vez desde a restauração da independência a aplicação do estado de exceção, deliberando sobre a declaração de estado de emergência pedida pelo Presidente da República para responder à Covid-19.

"Pretendo declarar o estado de emergência (...) por um período de 30 dias com início às 00:00 do dia 26 de março e término às 24:00 do dia 24 de abril, em todo o território nacional", escreveu o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, no pedido enviado ao parlamento.

"Este vírus não escolhe cor, raça, género, idade, nacionalidade, posição social ou situação económica. Este é um momento de unidade nacional", acrescentou.

A última vez que um pedido de exceção foi debatido foi em 2008 quando Timor-Leste vivia uma das suas maiores crises, marcada a 11 de fevereiro pelo atentado que quase custou a vida ao então Presidente, José Ramos-Horta e pelo ataque ao então primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

A guiar os procedimentos na quinta-feira estão, além do pedido do chefe de Estado, dois diplomas: o regimento parlamentar e a lei de 22 fevereiro de 2008 sobre o "regime do estado de sítio e do estado de emergência", aprovada antes da declaração de estado de sítio naquele período.

"O estado de sítio e o estado de emergência são as modalidades mais intensas do estado de necessidade em direito constitucional e o respetivo regime integra-se na reserva absoluta de competência legislativa do Parlamento Nacional", nota essa lei.

Portugal | 43 mortos e 2995 casos. Entramos na fase de mitigação. Saiba o que muda


Nas últimas 24 horas foram confirmados mais 630 casos de infeção pelo novo coronavírus, em Portugal, de acordo com o boletim diário da Direção-Geral da Saúde. É um aumento de 27% face ao dia anterior.

Portugal tem 2995 infetados, 43 mortos e 22 recuperados da infeção causada pelo novo coronavirus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira (25 de março), que inclui os dados recolhidos até às 24:00 do dia anterior. Nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 630 casos - um aumento 27% face ao dia de ontem - e registadas mais 10 mortes. E é com estes dados que o país entrará na terceira fase da pandemia, a de mitigação, que já prevê o contágio comunitário.

"Portugal está prestes a entrar na terceira fase da pandemia - a de mitigação - o que envolve mais esforços", disse o Secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa diária no ministério da Saúde, esta quarta-feira. "Quer isto dizer que temos transmissão comunitária, não exuberante, mas temos. É por isso que à meia-noite vai entrar um novo plano. A fase transição pode ter alguma turbulência, mas estamos aqui para resolver os obstáculos e contamos com todos", clarificou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Plano Nacional de Preparação e Resposta ao novo coronavírus estabelece três níveis e seis subníveis, de acordo com a avaliação de risco para a covid-19 e o seu impacto para Portugal. Segundo o documento da DGS, a fase de mitigação, nível vermelho de alerta e de resposta três (a mais elevada de uma escala de três), corresponde à presença de casos de covid-19 em território nacional e divide-se entre os subníveis de "cadeias de transmissão em ambientes fechados "e "cadeias de transmissão em ambientes abertos".

E na prática o que muda? Segundo a diretora-geral da Saúde se nas primeira fases os doentes eram encaminhados para instituições hospitalares de referência, agora as respostas serão mais alargadas. "Abrimos o processo", diz Graça Freitas. Ou seja, os infetados passam a poder ser acompanhados em casa (cerca de 80%), no centros de saúde mais próximos da sua residência, no caso de "um grupo de doentes com sintomas um bocadinho mais graves" e só os casos críticos (aproximadamente 5%) serão internados na rede alargada de hospitais. Ao dia de hoje, estão hospitalizadas 276 doentes, destes 61 encontram-se em alas de cuidados intensivos.

A resposta é dada de acordo com a proximidade do local onde se encontra o doente, sem olhar à dicotomia público/privado e tentando sempre que possível isolar os infetados com covid-19 dos restantes doentes. A pensar nisso, os três institutos portugueses de oncologia (IPO de Lisboa, Porto e de Coimbra) não deverão receber nenhuma pessoa suspeita de infeção, como medida de proteção dos seus doentes imunodeprimidos.

Lisboa e Porto lideram concelhos com mais casos

A região mais afetada do país continua a ser o norte (1517 casos, 20 mortes), depois Lisboa e Vale do Tejo (992, 12 mortes). Seguem-se o centro (365, 10 mortes), o Algarve (62, uma morte), a Madeira (16 casos), os Açores (17) e o Alentejo (12).

Numa análise mais fina da caracterização demográfica, Lisboa (187 casos), Porto (137), Maia (119), Vila Nova de Gaia (83) e Valongo (71) são os concelhos onde existem o maior número de infetados com o novo coronavírus. Quatro destes cinco pertencem à Administração Regional de Saúde do Norte, onde o vírus está mais ativo. Pelo contrário, Silves, Pombal, Ourém, Mirandela, Lagoa (Faro) são os concelhos com menos casos (três cada um).

É preciso, no entanto, ter em conta que estes últimos dados, relativo à distribuição de casos por concelhos foram preenchidos apenas por 54% dos concelhos, como informa o boletim. Segundo Graça Freitas isto acontece porque ao contrário dos óbitos - que são de registo obrigatório - este género de informação pode não ter sido preenchida e, por isso, ainda não se encontra disponível. Dependem do fator humano, ou seja, se os técnicos tiveram ou não disponibilidade de registar na plataforma oficial.


Idosos são os mais afetados

Apesar da faixa etária que revela o maior números de infetados em Portugal ser a dos 50-59 anos (535 casos) e de existirem muitas confirmações entre os mais novos, a maioria dos doentes tem mais de 70 anos.

"Quase 80% dos casos de covid-19 até à data são entre pessoas com mais de 70 anos", afirmou António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa. Também a "letalidade desta doença é de facto muito maior entre os idosos", assumiu o Secretário de Estado da Saúde, alertando para a preocupação cresce com os lares. A ministra da Saúde anunciou no sábado a preparação de medidas mais robustas de apoio a estas instituições, sem especificar ainda quais.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico desta quarta-feira, aguardam resultados laboratoriais 1591 cidadãos e 13 624 estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

Quanto aos sintomas, mais de metade das pessoas (62%) revelam tosse, 51% febre, 36% dores musculares, 28% cefaleia, 23% fraqueza generalizada e 19% dificuldades respiratórias.

Testes. Cadeia de prioridades entra em vigor amanhã

A Direção-Geral da Saúde estabeleceu uma cadeia de prioridades para um cenário em que "não seja possível testar todos" os suspeitos. Doentes para internar, recém-nascidos, grávidas e profissionais de saúde sintomáticos são as prioridades para a realização de análise biológicas ao novo coronavírus, no caso de não ser possível avaliar todos, estabelece a DGS na Norma 004/2020, que entra em vigor à meia-noite do dia 26 de março.

Nesse caso, a DGS determina a seguinte prioridade: primeiro, os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; e terceiro, os profissionais de saúde sintomáticos.

Na cadeia de prioridades seguem-se doentes com comorbilidades (como asma, insuficiência cardíaca ou diabetes), doentes em situações de maior vulnerabilidade, como residência em lares e unidades de convalescença, e, finalmente, doentes com contacto próximo com as pessoas anteriormente referidas.

Neste momento, segundo o Secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales estão a ser realizados seis mil testes diários para despistar a covid-19 no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e cerca de dois mil no setor privado e social. Para os próximos dias estão disponíveis 24 mil kits para efetuar as análises biológicas, informa a tutela, acrescentando que esta tarde ocorrerá uma reunião no Instituto Português Ricardo Jorge para reavaliar a capacidade de testes no país.

Espanha ultrapassa a China em número de mortos

Nas últimas 24 horas morreram 738 pessoas em Espanha por causa do coronavírus, elevando para 3434 o número total de vítimas no país vizinho. Um número que já supera o da China, onde foram declarados até ao momento 3287 óbitos, ficavam apenas aquém dos mais de 6800 em Itália.

Espanha tem agora 47 610 infetados e 26 960 pessoas internadas. Há 5367 recuperados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 434 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 19 604 morreram. Recuperaram 111 854 pessoas. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos).

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).

Rita Rato Nunes | Diário de Notícias

Imagem e quadro estatísticos: Boletim Epidemiológico de dia 25 de março. © DGS

Portugal | Esfriar, liderar e disparatar


Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

Esfriar. Não é fácil manter a cabeça fria quando somos salpicados a toda a hora pelas vagas de um mar em chamas. Não é fácil convocar a razão quando a guerra que travamos não está nos manuais de boa governança. Mas é isso que esperamos dos líderes. Mesmo que não enverguem capa nem tenham poderes sobrenaturais.

É fundamental que a gestão desta pandemia seja feita de uma forma transparente, mas sobretudo recorrendo a uma linguagem clara, sem equívocos e sentidos contraditórios. As várias versões sobre o número de testes de despistagem de que o país dispõe e/ou precisa e as diferentes interpretações sobre os ventiladores que tem e vai adquirir não contribuem para a serenidade necessária. Já para não falar na contabilidade desencontrada sobre o número de mortos e os dados concelhios. Nesta fase, exigimos apenas o óbvio: quando não há certezas, mais vale estarem calados.

Liderar. Atacar uma epidemia global de forma isolada é como querer segurar o vento com as mãos. Neste particular, a Europa está novamente à deriva, permitindo não apenas que impere a lei do mais forte no ataque à doença - florescem histórias de estados-rapina que tentam resgatar máscaras e ventiladores a países "concorrentes" - , como condenando à morte, pela inércia, qualquer tentativa de resposta concertada à violenta crise económica que se espera. A paralisia europeia só não é amadorismo porque, quando se trata de agitar a batuta da austeridade para fazer cumprir os pactos orçamentais, Bruxelas encontra sempre forma de convocar o espírito da União.

Disparatar. O país parou. Vivemos em estado de emergência. Há doentes infetados todos os dias. Há doentes que morrem todos os dias. Milhões de portugueses estão confinados em casa, tudo em nós está do avesso. Ainda assim, o presidente do Parlamento (segunda figura do Estado) e um deputado do PSD enredaram-se num debate quixotesco sobre se deviam estar no hemiciclo a discutir o que fazer no momento mais dramático da história recente do país ou se deviam tê-lo feito noutro lugar, para evitar contágios. Folhetim que acabou com Rui Rio a abandonar a bancada do PSD, à qual passou um tremendo raspanete por ter gente a mais nas cadeiras. Quando não há adultos na sala, o problema não é a sala.

*Diretor-adjunto

Profissionais imprescindíveis sem proteção, carenciados à míngua


Costa fala de barriga cheia com fartura de presunção e água benta

Já ontem dizíamos: “Estamos cansados deste covid-19”. Quem não está? Pois, mas lá vamos nós novamente lauda adiante. Paula Santos é a autora do Curto de hoje, escreve em referência sobre a confiança no sistema perante esta crise. Confiança? Sim, ‘ma non tropo’. De dia para dia são detetadas falhas relevantes, às vezes muito escandalosas. Fruto do desconhecimento sobre a ação do vírus, mas também por políticas erradas de pendor economicista. Irem aos dinheiros e bens de banqueiros e outros vigaristas é que não. Aí falam em justiça (deles) democracia (deles) e liberdade (deles). Aos povos, esses tais (eles) têm todo o direito de roubar, de vigarizar.

Disse ontem António Costa que "nada falta no SNS… nem vai faltar". Mentira. De barriga cheia com presunção e água benta é o que ele deve tomar todas as manhãs ao pequeno-almoço. Sorte, porque há portugueses que já nem o pequeno-almoço tomam porque não têm como. A dita Segurança Social tem travado o pagamento de baixas médicas, de subsídios de toda a espécie. Travado porquê? Por falta de pessoal? Essa é uma boa desculpa, mas não serve. Os testes não são para todos os que estão mais expostos e de quem muito deles dependem, pessoal médico, de enfermagem, auxiliares de saúde… Polícias e outros infetados por falta de proteção adequada para exercerem as profissões indispensáveis ao apoio e proteção dos portugueses. Afinal falta tanto, senhor Costa. O que comem e como se protegem os portugueses dependentes de baixas médicas se não lhes pagam a tempo e horas? E os que beneficiam de subsídios para lhes permitirem umas côdeas e umas latas de conservas? E como se protegem os profissionais a quem o material adequado falta? Ena, tanta coisa que falta… No SNS e nos cuidados que o Estado deve aos cidadãos, incluindo os mais carenciados. Não seja tão presunçoso, senhor Costa, e ponha o funcionamento de proteção devida aos que padecem das desigualdades que luzem em Portugal como milhentas árvores de desespero. Aqui, além, aqui, ali, ali, eu, nós, além aquela família, aqueles velhos, aqueles doentes oncológicos... etc. etc.

Descarado, foi o senhor Costa, naquele pronunciamento de tanta presunção e barriga cheia. Claro que os portugueses não opinam desfavoravelmente porque estão contidos pela esperança de que os “arquitetos” para a contenção do covid-19 em Portugal corrijam os erros que estão a cometer e os desleixos e desorganização que prolifera.

Eis a razão, eis o cristão pensamento, podia ser pior. Claro, partir uma perna é sempre melhor que partir as duas. Mas se não partir nenhuma é muito melhor. O que temos de fazer, de procurar a todo o transe, é mesmo não partir nenhuma.

Sejam mais comedidos, senhor primeiro-ministro e associados. O óptimo é inimigo do bom, diz-se e é verdade. A confiança dos portugueses, mostrada na sondagem que o Expresso divulga, refere-se a uma classificação sofrível, minimamente suficiente, e não a uma nota boa. Há muito a corrigir e a proceder aos conceitos e práticas eleiçoeiras, assim como ao abandono das práticas neoliberais do economicismo velhaco, pseudodemocrata e adversário dos povos que precisam de usufruir de justiça social e não de migalhas de justiça que chegam quase sempre tarde ou que nem chegam, apesar de estarem escritas ou ditas pelas bocas dos políticos, dos governantes.

Sobrevivemos a momentos difíceis, todos nós. Os políticos, os poderes de decisão também, mas se não protegermos os profissionais de saúde instala-se o caos e milhares de mortes. Se não protegermos os profissionais de segurança é igualmente o caos… E assim sucessivamente. Mas as vítimas das desigualdades também devem ser protegidas. Ao menos a fornecer-lhes uma bóia de salvação a tempo e horas. A todos esses que este neoliberalismo “centenado” hostiliza e distribui (quando distribui) migalhas. Tardias e insuficientes, como as realidades demonstram.

O Curto a seguir. Leia atento e perceba que estamos num período de elevado grau de ação psicossocial do sistema de manipulação. De mentiras. Sabemos que não é por dizerem muitas vezes as mentiras que elas se tornam verdades…

O melhor dia possível para todos nós, habitantes deste planeta tão ameaçado.

MM | PG 

Portugal | Estado de excepção destapa desigualdades


As escolas encerraram mas há muitos alunos sem Internet ou computador em casa para realizar os trabalhos pedidos pelos professores, durante a suspensão das aulas.

AbrilAbril | editorial

A Escola Pública é um dos instrumentos fundamentais para atenuar desigualdades: seja pela formação, que permite aos alunos de classes sociais mais desfavorecidas adquirir conhecimentos que antes lhes eram negados, seja pela universalidade daquilo que oferece. Da aprendizagem às refeições, no espaço da escola todas as crianças são iguais. Apenas as características de cada aluno fazem a diferença.

Se a escola fecha, as crianças regressam à sua dimensão e aí a sorte de cada um varia substancialmente. Com o fecho inédito dos estabelecimentos escolares, os alunos são confrontados com trabalhos enviados pelos seus professores via Internet.

Acontece, porém, que muitas crianças não têm Internet em casa, muito menos computador ou telemóvel. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que um em cada cinco alunos não tem computador em casa e 5% das famílias com crianças até aos 15 anos não tem Internet. Mas há também professores nesta situação.

Outro aspecto a imprimir desigualdade nas crianças passa pela formação dos pais, a quem, além do trabalho à distância, cabe agora a tarefa de educar os filhos em casa, algo que nem todos estarão capazes de fazer.

Na última semana, o Governo sugeriu às escolas que recorressem aos Correios para enviar os trabalhos de casa aos alunos sem acesso às aulas à distância. A medida pode ser um paliativo, mas está longe de responder às questões de fundo que pautam a desigualdade no nosso país.

“É assustador”: enfrentar a pandemia sem seguro médico nos EUA


Mais de 27 milhões de pessoas não têm seguro nos EUA. Algumas optam por não ir ao hospital para não ter de pagar facturas de milhares. Se não aumentarem os apoios, aumentam os riscos de propagação da pandemia.

À Rádio Canadá, um habitante do estado norte-americano do Minnesota afirma que nem sequer coloca a questão: mesmo no caso de ter Covid-19, sem seguro, prefere correr o risco e ficar em casa a ter de ir a um hospital.

Ray Al Zubaydi, na casa dos vintes, estará sem cobertura até ao princípio de Abril. Para ajudar pessoas como ele a enfrentar a crise do coronavírus, o governo do estado do Minnesota criou um plano temporário acessível a todos durante um mês.

À Radio Canada, Ray mostra-se prudente e diz que precisa de conhecer os detalhes, lembrando que, depois de se passar por um hospital nos EUA, as despesas «se podem acumular rapidamente». «Só ficamos a saber o valor da factura depois de sair», precisa.

Recentemente, uma reportagem publicada na revista Time destacava que uma paciente sem seguro médico, infectada com Covid-19, foi confrontada com uma factura de quase 35 mil dólares, no estado de Massachusetts, depois de ter sido testada e tratada num hospital.

É este tipo de cenário que assustou um trabalhador independente do Texas. À reportagem, disse estar seguro de ter tido a doença (febre, fadiga e grande dificuldade em respirar durante 20 dias). Contudo, sem seguro de saúde, nunca lhe passou pela cabeça fazer um teste – algo que, revela a fonte, é comum a outros norte-americanos com os quais entrou em contacto.

Mesmo que Washington garanta a gratuitidade do teste, todos temem o valor das despesas médicas acessórias. «Isso assusta-nos, porque é uma dívida da qual a maior parte de nós não se conseguiria livrar», sublinhou uma residente na Califórnia, também sem seguro.

Ausência de seguro de saúde é obstáculo à despistagem da doença

«A menos que um médico o prescreva, não se pode fazer o teste à Covid-19», explica a californiana, acrescentando que «muita gente sem cobertura não pode pagar o acesso a uma médico».

Esta realidade constitui um risco para o conjunto da população num contexto de pandemia, disse Stan Dorn, do Families USA, organismo que defende cuidados de saúde de qualidade com maior cobertura e mais acessíveis.

O responsável alertou que os impactos económicos desta crise de saúde pública podem agravar os problemas associadas ao seguro médico, uma vez que, nos EUA, «quando as pessoas perdem o emprego, muitas vezes perdem o seguro» que lhe estava ligado.

Em seu entender, as medidas da administração norte-americana não são suficientes, porque a multiplicação de despedimentos e a consequente perda do seguro de saúde podem contribuir para a propagação do vírus. «As doenças não são detectadas e espalham-se mais facilmente. A recessão agrava-se, aumenta a perda de postos de trabalho e a epidemia alastra», disse Stan Dorn à Radio Canada.

Afirmou ainda que vai analisar o projecto de ajuda negociado pelo Congresso e que espera que os estados aumentem o acesso ao Medicaid, um seguro acessível a pessoas com menos recursos. «A história não é totalmente sombria; há uma parte do problema que nós podemos controlar», disse.

AbrilAbril

Na imagem: As despesas de saúde nos EUA são muito elevadas, proibitivas para quem não tem seguro, o que faz aumentar os receios de maior propagação da pandemia Créditos/ NPR

Coronavírus | Wuhan tem zero casos, EUA teve mais de 160 mortes num dia


A cidade chinesa de Wuhan, epicentro do coronavírus, está voltando à rotina sem novos casos da COVID-19, enquanto os EUA registaram 163 mortes em um dia.

Pela primeira vez desde que a epidemia de coronavírus saiu de controle na metrópole de 11 milhões de habitantes, Wuhan reportou zero novas infecções na terça-feira (24), informa o jornal estatal China Daily.

As autoridades chinesas reduziram o isolamento da província de Hubei (da qual Wuhan é a capital), permitindo que cerca de 60 milhões de cidadãos retomem suas rotinas.

Já os Estados Unidos tiveram o dia mais mortífero do país até agora na terça-feira (24), com 163 novas fatalidades enquanto o vírus varre todos os 50 estados norte-americanos, provocando uma crise nacional.

Forte aceleração nos casos de coronavírus

Segundo o último balanço, o país norte-americano contabiliza um total de 54.588 casos com quase 10.000 deles confirmados apenas na terça-feira. Os EUA rapidamente se tornaram um dos lugares mais afetados por coronavírus na América, com possibilidade de em breve ultrapassarem tanto a Itália como a China como o país mais atingido.

O estado de Nova York continua a ser o maior epicentro dos EUA, relatando mais de 26.000 infectados e quase 200 mortes, compondo um número desproporcional das 783 fatalidades americanas confirmadas até agora.

Recentemente, a porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS) Margaret Harris afirmou que, considerando "uma forte aceleração" nos novos números de casos, os EUA têm o potencial de se tornarem o epicentro da pandemia da COVID-19.

Sputnik | Imagem: © Reuters / Eduardo Munoz

O Covid-19 expôs como a economia e a sociedade americanas estão quebradas


- um pacote de US $ 2 triliões por si só não o consertará

Scott Ritter

O ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA serviu na União Soviética como inspetor que implementava o Tratado INF, na equipa do general Schwarzkopf durante a Guerra do Golfo e de 1991 a 1998 como inspetor de armas da ONU. Siga-o no Twitter  @RealScottRitter

Enquanto o Congresso e o presidente discutem sobre um enorme pacote de estímulo financeiro projetado para manter a economia americana, eles precisam enfrentar as reais questões existenciais que o país enfrenta.

Apesar de toda a disputa, haverá um pacote nacional de estímulo económico aprovado pelo Congresso e assinado pelo presidente. O imperativo político doméstico garante o mesmo. A economia americana fechou em grande parte devido ao bloqueio social exigido pela pandemia de coronavírus, e sem um pacote de estímulos, todo o sistema entraria em colapso com pouca esperança de recuperação total.

O custo do pacote será de aproximadamente US $ 2 triliões, mais ou menos algumas centenas de biliões. Não importa qual seja o valor final, ele excederá de longe os quase US $ 1,5 triliões de pacotes combinados de resgate / estímulo aprovados pelos presidentes George W. Bush e Barack Obama para se recuperar da crise económica de 2008. O pacote de 2008, no entanto, foi um contrato único; o estímulo ao coronavírus cobre um período de aproximadamente um mês, após o qual a economia é reiniciada, ou o Congresso e o presidente analisarão a necessidade de um pacote de estímulo subsequente de tamanho e escopo semelhantes.

A pandemia de coronavírus expôs algumas verdades desconfortáveis ​​sobre o estado da América hoje. Primeiro e acima de tudo, é a fragilidade da economia americana. Depois de anos terceirizando a fabricação, os Estados Unidos construíram uma economia em que as indústrias de serviços representam cerca de 55% da atividade económica geral. Na era da globalização, com a interconectividade funcionando perfeitamente, esse modelo conseguiu gerar a aparência de prosperidade, com um mercado de ações em expansão e aumento do PIB.

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