sexta-feira, 27 de março de 2020

A LÓGICA COM SENTIDO DA VIDA – I


Martinho Júnior, Luanda 

O MAIOR “SEGREDO” DA REVOLUÇÃO CUBANA

A situação global contemporânea remete-nos para a necessidade de tomada de consciência urgente sobre os destinos da humanidade e do planeta, nossa “casa comum” e isso é tanto mais crítico quanto o capitalismo que nos conduziu à globalização neo liberal apanágio do império, na sua lógica que inclui o lucro, a especulação, os mais inverosímeis tráficos e o domínio avassalador sobre os “mercados”, nos ter feito chegar a um ponto de rotura que, elevando o exponencial dos riscos a um nível nunca antes experimentado, põe em causa a essência da vida na Terra, tal como neste momento a conhecemos.

Hoje não se presencia só aos desequilíbrios e assimetrias humanas e ambientais: refinaram-se os processos de domínio de um punhado de interesses poderosos sobre o resto, estimulando o que é virtual sobre o que é real, na maior parte dos casos por via dum consumo cada vez mais abrangente, entorpecendo as sociedades, formatando até a inteligência humana pela redução da consciência dos próprios riscos até ao limite do suportável.

A lógica com sentido de vida, novo paradigma do processo dialéctico, surge a partir da crítica filosófica e ideológica à lógica capitalista que está-nos a conduzir até à exaustão, com todo o seu cortejo de sofrimento humano e de problemas ambientais de carácter geo-estratégico, tudo isso agravado pela contradição entre os cada vez menos recursos existentes, para fazer face a uma população cada vez maior e cada vez mais ávida de consumo, aproveitando os conhecimentos adquiridos por via da ampla socialização e do respeito para com a Mãe Terra para projectar alternativas saudáveis por que efectivamente sustentáveis, para o homem e para o planeta.

Essa síntese dá-nos a ideia da dimensão exponencial inspiradora da revolução cubana, que mesmo sujeita a todo o tipo de medidas de ingerência, de pressão e de bloqueio possível, teve a inteligência de, resistindo, ser a vanguarda da lógica alternativa que se impõe, pelo respeito com que aborda as questões que se prendem à essência da vida, à humanidade e ao planeta.

Ela contrasta sobretudo com o que há de medieval e feudal nas ideologias de que se serve a aristocracia financeira mundial e seu séquito de servidores!

OS PROFETAS DO VÍRUS


As pandemias têm as suas oportunidades de negócio. As entidades que montaram o Event 201 com um coronavírus inventado são as mesmas que se preparam para extrair avultados dividendos com o coronavírus verdadeiro.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

No dia 18 de Outubro de 2019, dezena e meia de tecnocratas de luxo ao serviço das mais altas esferas do regime neoliberal globalista reuniram-se num hotel de Nova York para realizar «um exercício pandémico de alto nível» designado Event 201; consistiu na «simulação de um surto de um novo coronavírus» de âmbito mundial no qual, «à medida que os casos e mortes se avolumam, as consequências tornam-se cada vez mais graves» devido «ao crescimento exponencial semana a semana». Ninguém ouvira falar ainda de qualquer caso de infecção: estávamos a 20 dias de o jornal britânico Guardian noticiar o aparecimento na China de uma nova doença respiratória provocada – soube-se só algumas semanas depois – por um novo coronavírus. Os dons proféticos dos expoentes do neoliberalismo são, sem dúvida, admiráveis.

Segundo os meios oficiais de divulgação do Event 201, partindo da constatação de que existem cerca de 200 situações de índole viral por ano bastaram apenas três horas e meia aos especialistas «para concordarem que é apenas uma questão de tempo até que uma dessas epidemias se torne global – uma pandemia com consequências potencialmente catastróficas». Na situação por eles idealizada à volta de uma mesa apuraram que a crise se prolongaria por 18 meses e provocaria «65 milhões de mortos» porque «embora no início alguns países possam conter o vírus ele continua a espalhar-se e a ser reintroduzido, pelo que eventualmente nenhum consegue manter o controlo».

Montou-se o exercício, explicam os responsáveis, para avaliar «áreas em que as parcerias público-privadas serão necessárias durante a resposta a uma pandemia severa para diminuir as consequências económicas e sociais em grande escala». Por exemplo, como pode ler-se nas sete medidas recomendadas ao cabo da simulação, «uma pandemia grave interferiria muito na saúde da força de trabalho, nas operações comerciais e no movimento de bens e serviços». Em pessoas raramente se fala, ao longo das explicações relacionadas com o exercício, mas também não foi disso que trataram os 15 participantes, «associados a negócios à escala global, governos e saúde pública». Como disse um deles, Ryan Morhard, entrevistado pela agência financeira Bloomberg a propósito da montagem da simulação, «foi mais de um ano de investigação, um investimento de centenas de milhares de dólares, mas os ensinamentos extraídos são incalculáveis».

REPUGNANTE… - e desassombrado grito de revolta!

António Jorge* | opinião

Finalmente... Portugal mostra coragem e dignidade; portuguesa, ibérica e latina e de todos, os do sul da Europa, contra a discriminação na União Europeia.

E dá o murro na mesa... e alerta contra.

- Os que nos discriminam e apoucam, por razões de cultura e de riqueza, em resultado do processo histórico.

Daqui para a frente a UE, não será mais a mesma... é preciso uma Europa diferente... mais social, humana e unida por valores de civilização, de políticas de paz, independência e de novas sinergias para o bem... e o desenvolvimento de todos os povos e Nações que compõe a UE.

É nos momentos de crise, como aqueles em que agora vivemos provocado pelo vírus da morte, que nos devia unir a todos... em defesa da vida... e se faz avançar a história... e também... projectar os grandes homens ou mulheres que marcam as diferenças pelo carácter e atitude, na sua época para o bem comum!

António Costa, merece o respeito e admiração de todos nós... portugueses, ibéricos e latinos.

António Jorge também no Facebook

Na imagem: escultura de Leonardo da Vinci, sobre a batalha de Anghiari, que retrata a vitória dos florentinos sobre os milaneses em 29 de junho de 1440.

Covid-19: África com 85 mortes e mais de 3.200 casos


O número de mortes causadas pela covid-19 em África subiu hoje para 85 com os casos acumulados a ultrapassarem os 3.200 em 46 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia.

De acordo com Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) da União Africana, que reporta dados registados até 9h30 de Adis Abeba (6h30 horas de Lisboa), estão contabilizados 3.243 casos de infeção e 83 morte em 46 países do continente.

A estas somam-se as duas primeiras mortes de doentes de covid-19 registadas na África do Sul, país que ultrapassou hoje a barreira dos 1.000 casos confirmados da doença.

O África CDC regista mortes pela covid-19 em 17 países africanos: Argélia, Burkina Faso, Camarões, República Democrática do Congo, Egito, Gabão, Gâmbia, Gana, Maurícias, Marrocos, Nigéria, Sudão, Tunísia, Zimbabué, Cabo Verde, Níger, Quénia.

De acordo com a mesma fonte, o continente conta ainda com 254 doentes recuperados, números que baixam o total de infeções ativas para 2.989.

O norte de África é a região com registo de mais casos e mortes associadas à doença, contabilizando 1.249 infeções, 60 mortes e 216 doentes recuperados.

Nesta região, Egito (495 casos confirmados) e Argélia (302 casos confirmados) contabilizam 24 e 21 mortes, respetivamente, concentrando os maiores números de casos fatais em todo o continente.

Custos de confinamento para os pobres serão elevados


Muitos países africanos decretaram o confinamento das populações para travar a Covid-19. As medidas são justificadas, mas péssima notícia para os mais pobres e desprotegidos, na opinião de Isaac Mugabi, jornalista da DW.

Depois de Ruanda e Tunísia, foi a vez da África do Sul decretar um confinamento obrigatório de três semanas que entrou em vigor à meia-noite de 26 de março. Todas as pessoas têm de ficar em casa, a não ser que precisem de ir comprar alimentos, consultar um médico ou receber prestações sociais. Estão isentas apenas as pessoas que trabalham em serviços essenciais. O encerramento aplica-se também a todo o comércio considerado não-essencial. Já dois dias antes do anúncio havia mais de 700 casos confirmados na África do Sul, apesar de uma falta aguda de testes.

O Presidente Cyril Ramaphosa devia ter agido muito mais cedo para proteger os cidadãos. Muitos sul-africanos vivem na pobreza e na miséria em cidades e assentamentos informais, muitas vezes sem acesso à água limpa de que necessitam para ajudar a impedir a disseminação da COVID-19. Em lugares como Diepsloot, às portas de Joanesburgo, ou Delft, nos arredores da Cidade do Cabo, são sinónimo de pobreza, superlotação, falta de saneamento, desemprego e altas taxas de HIV/SIDA, tuberculose e diabetes.

Os que são pobres demais para adquirir até os bens mais básicos para a sobrevivência são obrigados a ver a classe média e os ricos, muitos deles ligados à classe política, correr para os supermercados para armazenar em casa tudo o que acreditam precisar para não lhes faltar nada durante o confinamento.

A globalização sem limites que nos confinou em casa


Após quatro décadas de desinvestimentos estatais, privatizações e competição sem fim, sociedade “sem fronteiras” está confinada, com medo da morte transmitida pelo próximo. Reversão da náusea, apenas com a luta política

Gilberto Maringoni, no Blog da Boitempo | em Outras Palavras

Toda a lógica societária à qual nos acostumamos desde os anos 1980 se desmanchou no ar nas últimas semanas. Para nós brasileiros, mais exatamente desde o último fim de semana (14/15 de março), quando os números da disseminação do coronavírus mostraram expansão geométrica.

A percepção dessa mudança de lógica é tão abrupta, tão repentina e violenta que afeta nossos sentidos. É como se estivéssemos num voo acrobático, após dois loopings, um parafuso e um tunô de barril. Com a cabeça meio girada, você leva alguns segundos para perceber onde está o horizonte, de que lado estão o céu e a terra e em que direção ficou a pista para a qual você deve voltar. Isso sem contar, para os novatos, aquela horripilante sensação do cérebro ter trocado de lugar com o estômago.

Ao longo de quatro décadas digerimos a ideia de que a felicidade chegara para todos e haveria um pote de ouro no fim de um ajuste fiscal. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu, em 1995, que assistíamos à chegada de um “Novo Renascimento”.

Deputado alemão chama 'ocupação' às armas nucleares dos EUA na Alemanha


Um membro do Comitê de Relações Exteriores do Bundestag, parlamento alemão, nomeou o motivo da presença das armas nucleares norte-americanas na Alemanha.

"As armas não foram retiradas porque a Alemanha ainda é, de fato, um país ocupado. Os americanos usam a sua posição como acham melhor", declarou Waldemar Gerdt, deputado do Comité de Relações Exteriores, em entrevista ao canal 360.

Segundo o deputado, Berlim tentou remover os soldados dos Estados Unidos, mas em troca recebeu a resposta de que a presença de forças americanas no território alemão deve ser vista como um ato de confiança e cooperação amigável.

"Ninguém vai tirar as tropas do nada. O mundo está à beira de redefinir as suas esferas de influência. É irrealista abandonar voluntariamente a influência na Alemanha. É necessário rezar para que as forças [armas nucleares] pelo menos fiquem onde estão - em armazéns", afirmou Gerdt.

Para o deputado, a Europa simplesmente não quer desistir por nada, por isso todos tentam proteger seus interesses políticos, mesmo no contexto da nova pandemia de coronavírus.

No final de 2019, o presidente da delegação do Partido de Esquerda no Bundestag, Dietmar Barch, afirmou que os EUA deveriam retirar as armas nucleares do território da Alemanha.

De acordo com dados disponibilizados pela mídia, cerca de 150 armas nucleares táticas dos EUA estão armazenadas na Europa.

O jornal belga De Morgen escreveu que as bombas estão armazenadas em seis bases americanas e europeias: na Bélgica, Alemanha, Itália, Países Baixos e Turquia.

Sputnik | Imagem: © flickr.com / Herman

O Dr. Strangelove cuida da nossa saúde


Manlio Dinucci [*]

Perante o Coronavírus – declara o US European Command (Comando Europeu dos Estados Unidos) – "a nossa primeira preocupação é proteger a saúde das nossas forças e a das forças dos nossos Aliados. Portanto, anuncia que reduziu o número de soldados do exercício Defender Europe 20 (Defensor da Europa 20). Mas esse mesmo exercício continua.

Em 16 de Março, o Comando afirma que "desde Janeiro o US Army enviou 6.000 soldados dos Estados Unidos para a Europa", com 12.000 peças de equipamento (desde armamentos pessoais a tanques) e que foi "completado o movimento de soldados e equipamentos, de vários portos para áreas de treino na Alemanha e na Polónia". Além de que, "9.000 soldados dos EUA estacionados na Europa", também participam no exercício.

Ø O objectivo declarado pelos EUA é "instalar uma força de combate credível na Europa, de apoio à NATO", evidentemente contra a "agressão russa".

Ø O objectivo verdadeiro – escrevemos há dois meses e meio , em il manifesto (o único jornal que então dava notícias do Defender Europe 20 ) – é semear tensão e alimentar a ideia do inimigo.

O cenário declarado do exercício nunca poderia verificar-se, também porque um confronto armado entre a NATO e a Rússia seria, inevitavelmente, nuclear. Esse é o cenário real para o qual se treinam as forças americanas, na Europa. Confirma-o o General Tod D. Wolters, Chefe do Comando Europeu dos Estados Unidos e, como tal, Comandante Supremo Aliado na Europa.

Portugal | 76 mortos e 4268 casos de covid-19 em Portugal. 724 nas últimas 24 horas


Os dados atualizados no boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde desta sexta-feira revelam um aumento de 20% dos infetados em relação ao dia de ontem. Estão internadas 354 pessoas, 71 nos cuidados intensivos.

Travar o contágio não será possível para já, por isso a prioridade continua a ser conter e achatar a curva epidemiológica do novo coronavírus. "É crucial que as pessoas não adoeçam todas ao mesmo tempo", dizia, esta quinta-feira, o secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales. O mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta sexta-feira (27 de março), que inclui os dados recolhidos até às 24:00 do dia anterior, aponta para 4268 infetados (um aumento de 20% em relação a ontem), 76 mortos e 43 recuperados da infeção causada pela covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 724 casos e registadas mais 16 mortes em Portugal.

Estão internadas 354 pessoas, 71 nos cuidados intensivos. Aguardam resultados laboratoriais 3995 cidadãos e 19816 estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

A região mais afetada do país continua a ser o norte (2443 casos, 33 mortes), depois Lisboa e Vale do Tejo (1110, 24 mortes). Seguem-se o centro (520, 18 mortes), o Algarve (99, uma morte), o Alentejo (30), os Açores (24 casos) e a Madeira (21).

Mais de 4500 médicos vão reforçar o SNS

O bastonário da Ordem dos Médicos apelou a todos os inscritos no organismo que se mobilizassem na luta contra a covid-19: "Ser médico é estar na linha da frente nos momentos difíceis e tentar influenciar favoravelmente o rumo dos graves problemas que assolam a nossa população, com espírito de solidariedade e grande sentido humanista para com a nossa sociedade e, acima de tudo e sempre, para com os nossos doentes", escreveu Miguel Guimarães. E estes profissionais de saúde não ficaram indiferentes. Num comunicado, divulgado esta sexta-feira, pela Ordem é anunciado que mais de 4500 médicos responderam ao pedido para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A listagem tem vindo a ser partilhada com o ministério da Saúde para que se proceda à reorganização dos serviços, permitido até um maior equilíbrio entre os períodos de trabalho e de descanso dos profissionais de saúde. À semelhança do que tem acontecido também na Ordem dos Enfermeiros, que já indicou a disponibilidade de mais de mil enfermeiros para aumentar a capacidade do SNS.

"É urgente que estes médicos, que prontamente responderam a este apelo humanista e solidário, tenham uma resposta e que se organizem os serviços a contar também com o seu apoio, permitindo um melhor equilíbrio entre períodos de trabalho e descanso", sublinha o bastonário dos médicos.

Mais de meio milhão de infetados no mundo

549 147 pessoas foram infetadas com covid-19 no mundo inteiro (até às 11:30 desta sexta-feira). Entre estas, morreram 24 863 e recuperam 128 623, segundo fontes oficiais. Os Estados Unidos da América são agora o pais com mais casos confirmados - 85 749 - ultrapassando a China (81 340), onde o surto começou no final do ano passado. Segue-se a Itália com 80 589, o país com o maior número de mortes registadas no mundo: 8 215, e depois a Espanha, que atualizou há pouco os dados.

As autoridade de saúde espanholas confirmaram, esta sexta-feira, mais 769 novas mortes causadas pelo novo coronavírus, elevando o número de óbitos a 4 858. O total de casos confirmados subiu no último dia para 64 059, com mais 7871 novas infeções registadas. Estão internados nos cuidados intensivos mais de quatro mil cidadãos.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos).

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).

Rita Rato Nunes | Diário de Notícias

Imagem: Boletim epidemiológico do dia 27 de março. © DGS

HOLANDESES, MALTESES E FASCISTAS MUITAS VEZES

Hopke Hoeksetra
Bom dia. Sem preâmbulos trazemos ao PG o Expresso Curto pela pena (teclado?) de Filipe Garcia. Permitam que façamos um reparo acerca das declarações do ministro das finanças holandês… É a tal coisa que vai batendo certa ou que deu sempre certa: “holandeses, malteses e fascistas muitas vezes”. Evidentemente que esse é o dito, o que nem sempre é certo. Há exceções sobre esses cidadãos europeus a viverem abaixo da linha de água, mas que não são peixinhos.

Salvé, bons holandeses e antifascistas!

Agora por isso: quase na hora do almoço vamos lá a uma boa pescadinha de rabo na boca. Só depois virá à mesa (de casa) um expresso curto para ajudar a travar a sesta. Grandes vidas é essa coisa de ficarmos em casa. Será que nos estamos a aburguesar? Não, vamos pagar mais duro que ferraduras esta pausa proporcionada pelo covid-19. Os gajos da “massa” vão vingar-se em grande. “Miséria e fome não vos faltará”, diz o deus deles, o cifrão.

Bom dia para todos, sem covid nem números.

Sigam para o Curto. Está a valer.

PG

Eles andam aí, e na UE não faltam
Bom dia, este é o seu Expresso Curto

A “repugnante” desunião europeia

Filipe Garcia | Expresso

Em tempo de guerra não se mudam generais, dizia há dias o primeiro-ministro. Ontem foi dia de lamentar que não se mudem ministros. Holandeses neste caso. Em tempo de crise global, em vésperas de uma recessão económica a que ainda ninguém adivinha a dimensão e em plena pandemia em Portugal, “repugnante” não é palavra que se queira ouvir a um primeiro-ministro. Mas assim foi no final da reunião de ontem do Conselho Europeu.

Wopke Hoekstra, ministro das finanças holandês, terá dito esta semana que “a comissão europeia devia investigar países como Espanha, que afirmam não ter margem orçamental para lidar com os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, apesar de a zona euro estar a crescer há sete anos consecutivos”. E António Costa não gostou de ser confrontado com as declarações. "Esse discurso é repugnante. Ninguém está disponível para ouvir o ministro das Finanças holandês a dizer o que disseram em 2009, 2010, 2011. Não foi a Espanha que importou o vírus. O vírus atinge a todos por igual. Se algum país da UE acha que resolve o problema deixando o vírus à solta nos outros países, não percebeu bem o que é a UE", disse. Também não terá percebido bem o coronavírus.

E o que saiu da reunião entre chefes de governo? Pouco ou nada de conclusivo. Apenas a noção de que quatro países resistem às 'coronabonds' - Holanda, Alemanha, Finlândia e Áustria – e que, eventualmente, mais do que nunca, a desunião entre países europeus pode resultar num desfecho, tragicamente “repugnante”.

Por cá, em novo Conselho de Ministros, o Governo aprovou mais medidas de apoio a empresas e famílias afetadas pela pandemia. Vão de novas regras para o lay off por parte de empresas em dificuldades, à suspensão de créditos à habitação para famílias que tenham sofrido abruptas quebras no rendimento mensal, até ao alargamento da justificação das faltas ao trabalho. Ao detalhe, pode conhecer as medidas AQUI.

Portugal | O desespero dos mais frágeis


Manuel Molinos* | Jornal de Notícias | opinião

O desespero vivido nos últimos dias nos lares de idosos, e também entre os familiares dos utentes, revela que todos os estados falharam nas políticas diferenciadas para este setor social.

É certo que ninguém, sem exceção, estaria preparado para esta pandemia. Nem governantes, nem empresas, nem organismos públicos, sociais ou particulares. O Mundo não estava preparado. Mas, perante a evidente reorganização das famílias e do aumento de equipamentos e serviços destinados aos mais velhos, não fomos capazes de, enquanto sociedade global, responder às dificuldades de quem passou uma vida inteira a trabalhar.

Não bastou, como se vê, proibir a entrada de familiares nestas instituições. Era preciso mais para, pelo menos, tentar fechar a porta à morte. Na verdade, sempre convivemos egoisticamente com espaços sobrelotados e onde nos habituamos a ver velhinhos sentados à volta de um televisor. E, apesar de toda a dedicação, empenho e profissionalismo dos trabalhadores, todos dariam tudo para estar em casa, na sua casa, e não podem.

Falhamos também a quem hoje está em casa sozinho, sem e-mail, sem Facebook, sem WhatsApp, sem videochamadas por Skype ou séries da Netflix. Sem posts e partilhas para ajudar a passar o tempo com a boa disposição possível. E nós sem nos importarmos com a iliteracia digital de quem nos deu as competências para vivermos em rede.

Hoje estão aborrecidos porque os lugares do costume, os sítios do costume e os amigos do costume não estão nos lugares do costume. Agora, o que lhes podemos pedir é que fiquem em casa e garantir-lhes que neste país não há nenhum cowboy que sugira o seu sacrifício para manter a economia funcional, nem ninguém que vá decidir entre quem salvar e quem deixar morrer.

*Diretor-adjunto

Costa considera anti-UE e "repugnante" declaração de ministro holandês


O primeiro-ministro, António Costa, qualificou, esta sexta-feira, de "repugnante" e contrária ao espírito da União Europeia (UE) uma declaração do ministro das Finanças holandês pedindo que Espanha seja investigada por não ter capacidade orçamental para fazer face à pandemia.

"Esse discurso é repugnante no quadro de uma União Europeia. E a expressão é mesmo essa. Repugnante", disse António Costa quando questionado sobre a declaração do ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho Europeu extraordinário de hoje.

Hoekstra afirmou, numa videoconferência com homólogos dos 27, que a Comissão Europeia devia investigar países, como Espanha, que afirmam não ter margem orçamental para lidar com os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, apesar de a zona euro estar a crescer há sete anos consecutivos, segundo fontes europeias citadas na imprensa europeia.

Para o primeiro-ministro, a afirmação do ministro holandês "é uma absoluta inconsciência" e uma "mesquinhez recorrente" que "mina completamente aquilo que é o espírito da UE e que é uma ameaça ao futuro da UE".

"Se a União Europeia [UE] quer sobreviver é inaceitável que qualquer responsável político, seja de que país for, possa dar um resposta dessa natureza perante uma pandemia como aquela que estamos a viver", indignou-se António Costa.

"Se não nos respeitamos uns aos outros e se não compreendemos que, perante um desafio comum, temos de ter capacidade de responder em comum, então ninguém percebeu nada do que é a União Europeia", frisou.

O primeiro-ministro considerou ser "boa altura" de todos na União "compreenderem que não foi a Espanha que criou o vírus" ou "que importou o vírus", salientando que "se algum país da UE pensa que resolve o problema do vírus deixando o vírus à solta noutro país, está muito enganado".

"Porque numa União Europeia que assenta na liberdade de circulação, de pessoas e bens, em fronteiras abertas, o vírus não conhece fronteiras", afirmou.

Jornal de Notícias com agências

Na imagem: Costa considera "repugnante" e anti-UE declaração de ministro holandês / ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Boris Johnson infetado com Covid-19


O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está infetado com o novo coronavírus

"Durante as últimas 24 horas, desenvolvi sintomas ligeiros e acusei positivo para coronavírus. Estou agora em isolamento, mas continuarei a liderar a resposta do Governo [à pandemia] via videoconferência enquanto combatermos este vírus", escreveu o chefe de Governo no Twitter, na legenda de um vídeo em que detalhou ter sentido "alguma temperatura e tosse persistente" e agradeceu a todos os profissionais do serviço nacional de saúde britânico (NHS).

Jornal de Notícias


Na imagem: Boris Johnson sentiu sintomas "ligeiros" Foto: AFP

Presidente timorense decreta estado de emergência e pede tranquilidade


Díli, 27 mar 2020 (Lusa) -- O Presidente de Timor-Leste decretou hoje o estado de emergência, entre sábado e 26 de abril, para responder à pandemia da covid-19, e pediu à população tranquilidade e respeito.

"Decreto o estado de emergência para evitar uma calamidade pública devido à covid-19. Faço-o com toda a responsabilidade, na qualidade de Presidente da República, para proteger os nossos cidadãos e impedir que a covid-19 destrua um de nós, o nosso povo e o nosso país", disse Francisco Guterres Lu-Olo, numa mensagem ao país.

"A partir de 28 de março, às 00:00 [15:00 de sexta-feira em Lisboa] e até 26 de abril de 2020, às 23:59, Timor-Leste vai estar em estado de emergência para permitir ao governo tomar e pôr em prática medidas específicas", afirmou.

Numa declaração no palácio presidencial, Lu-Olo disse que a declaração implica "limitar ou suspender alguns dos nossos direitos, liberdades e garantias previstas na Constituição" para "defender um interesse maior", a vida de todos em Timor-Leste.

"Peço ao povo que aceite estas medidas com tranquilidade e respeito e que apoiem as equipas que trabalham arduamente no terreno", afirmou, e adiantou que o executivo vai anunciar as medidas concretas no sábado.

O chefe de Estado timorense indicou que o Governo "pode proibir reuniões e manifestações ou eventos sociais, limitar a circulação de pessoas ou outras atividades que impliquem aglomerados de pessoas devido ao elevado risco de contágio".

Lu-Olo considerou esta "uma luta de todos" e lembrou o passado de combate à ocupação indonésia.

Num momento de impasse político, Lu-Olo apelou ainda aos líderes políticos e partidários e aos militantes para que "ponham de lado as diferenças políticas, para dar as mãos num combate único contra esta doença maligna".

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