quinta-feira, 11 de março de 2021

Só 11,5% dos militantes do Chega votaram na reeleição de Ventura


Somente 11,5% do total de 27.926 militantes ativos do Chega foram às urnas nas eleições diretas do fim de semana para escolher o presidente demissionário e recandidato único, uma segunda vez em menos de três anos.

Fonte oficial do partido da extrema-direita parlamentar, liderado pelo deputado André Ventura, divulgou esta quarta-feira os dados concretos e solidificados das "diretas" de há quatro dias (6 de março), os quais ficaram a cargo de uma "empresa de assessoria tecnológica e informática", cujo nome não foi divulgado "por uma questão de proteção dos dados" da força política.

Assim, do universo total de militantes do partido populista, apenas 14.979 se colocaram em condições de votar (quotas pagas até 48 horas antes do sufrágio) e só 3.317 exerceram o direito nas 20 mesas espalhadas por todo o país e ilhas, num sufrágio que incluiu a escolha de 400 delegados à III Convenção Nacional do partido, agendada provisoriamente para maio, em local a designar.

Registaram-se 3.226 votos a favor (11,5% do universo total), 73 brancos e 18 nulos. O presidente da Mesa da Convenção Nacional do Chega, Luís Graça, já tinha anunciado o triunfo de Ventura no sábado, com 97,3% dos votos.

Desde a primeira eleição (30 de junho de 2019), Ventura, fundador e militante "n.º 1" do partido, candidatou-se agora pela terceira vez, na sequência das eleições presidenciais de 24 de janeiro, nas quais ficou na terceira posição.

O jurista e antigo conselheiro nacional do PSD, de 38 anos, demitiu-se por ter falhado os objetivos de ficar à frente da ex-eurodeputada socialista Ana Gomes e de forçar o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a uma segunda volta. O líder do Chega já se tinha demitido em abril de 2020, justificando-o com a contestação interna devido à sua abstenção no parlamento sobre a renovação do estado de emergência em virtude da pandemia de covid-19.

Diário de Notícias | Lusa

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