domingo, 15 de agosto de 2021

Mentiroso: Biden quebra promessa climática

Biden quebra promessa climática e acelera licenças para exploração de combustível fóssil

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Nos primeiros seis meses de governo, seu governo entregou ao menos 2,1 mil autorizações, e poderia chegar a 6 mil até o final do ano, ritmo equiparável ao da gestão de George W. Bush. Ambientalistas como Greta Thunberg e outros criticam seu suposto compromisso de campanha

Victor Farinelli | Carta Maior

Durante sua campanha presidencial, o presidente estadunidense Joe Biden assegurou que seu governo teria entre suas prioridades a busca por uma política de diminuição das emissões de gases e a promoção do uso de energia limpa, abandonando os chamados “combustíveis fósseis”, para tentar reverter as consequências da crise climática no planeta.

No entanto, os primeiros seis meses de sua administração mostram outra realidade: Entre janeiro e julho de 2021, os Estados Unidos entregaram cerca de 2,5 mil licenças para a perfuração e extração de combustíveis fósseis, das quais pouco mais de 2,1 mil foram autorizadas já durante a administração do político do Partido Democrata – que tomou posse no dia 20 de janeiro.

Os números são de um levantamento realizado pela agência Associated Press, baseados em números oficiais da Secretaria do Interior estadunidense. O mesmo informe afirma que, considerando as solicitações pendentes e o ritmo de aprovação das autoridades nos últimos meses, o ano de 2021 poderia terminar com 6 mil novas perfurações autorizadas. Para encontrar cifras parecidas a essas no Estados Unidos, seria preciso regressar ao governo de George W. Bush, há 14 anos atrás.

Peru não quer mais apenas ''abanar o rabo'' no quintal dos EUA

# Publicado em português do Brasil

Geraldina Colotti | Carta Maior

Como parte da segunda onda progressista deste século na América Latina, o Peru governado pelo professor rural Pedro Castillo, que assumiu a presidência no bicentenário da independência do país, promete desempenhar seu papel. A longa e complicada espera pela ratificação do resultado eleitoral e a agressividade das forças conservadoras que apoiam o fujimorismo demonstram, entretanto, que seu projeto não terá vida fácil.

A oligarquia e os grandes interesses multinacionais, refletidos nas elites urbanas, formaram uma aliança em torno do partido Fuerza Popular, um baluarte da direita radical sul-americana, representado por Keiko Fujimori, filha do ex-ditador peruano, que obteve 49,87% dos votos no segundo turno das eleições presidenciais.

O professor do ensino básico Pedro Castillo, sindicalista, à frente do partido Peru Libre, que tem sua principal base eleitoral nas zonas rurais, habitadas no geral por camponeses pobres, mestiços e indígenas, obteve 50,2% das preferências. No Congresso, eleito para os próximos cinco anos, seu partido tem apenas 37 das 130 cadeiras, além das cinco de Veronika Mendoza, no Juntos por el Peru.

Portanto, ele não conta com uma maioria que permita implementar com facilidade seu programa de governo, resumido na promessa «nunca mais pobres em um país rico», e a de uma Assembleia Nacional Constituinte que possa enterrar a Constituição fujimorista de 1993, redigindo uma Carta Magna “que tenha a cor, o cheiro e o sabor do povo”.

A ONG Human Rights Watch favorece Israel

Maureen Clare Murphy* | Rebelion

Israel usou armamento fabricado pela Boeing com sede em Chicago para destruir torres residenciais em Gaza em maio passado, massacrando famílias em suas casas, confirma um novo relatório do Observatório de Direitos Humanos, Human Rights Watch (HRW). A documentação incluída na referida investigação do HRW é valiosa e necessária e servirá àqueles que desejam perfurar a bolha de impunidade de Israel e evitar o próximo banho de sangue em Gaza.

Mas a comparação feita pelo grupo de supostos crimes de guerra cometidos por Israel e pelos grupos armados palestinos em Gaza perpetua o mito da paridade entre um estado colonizador e o povo subjugado.

O grupo baseado em Nova York declarou "ter investigado três ataques israelenses que mataram 62 civis palestinos, embora não houvesse evidências de alvos militares nas proximidades". O testemunho dos sobreviventes e testemunhas desses ataques israelenses é de partir o coração.

Alguns pais descrevem como recuperaram os corpos mutilados de seus filhos. O único sobrevivente de um ataque conta como sua família inteira foi exterminada sem aviso em questão de segundos. As pessoas entrevistadas pela Human Rights Watch negam as alegações de Israel de qualquer atividade militante nas proximidades dos alvos na época dos três ataques investigados pelo grupo.

Entre esses ataques está o bombardeio da rua al-Wihda, no centro da cidade de Gaza, em 16 de maio, que matou 44 civis, incluindo 18 crianças. Entre as vítimas estavam 22 membros da família al-Qawlaq, o mais novo com 6 meses e o mais velho com 90 anos. Israel afirmou que seu alvo era um centro de comando subterrâneo, mas admitiu "não saber seu tamanho ou sua localização exata quando o ataque foi realizado", de acordo com a HRW.

O grupo acrescenta que Israel não demonstrou “a existência de túneis ou um centro de comando subterrâneo neste bairro”. Nem explicou por que não alertou os residentes para evacuarem suas casas antes de lançar o ataque mortal. "A Human Rights Watch não encontrou nenhuma evidência de alvos militares no local ou próximo ao local dos ataques aéreos, ou quaisquer túneis ou centro de comando subterrâneo sob a rua al-Widha ou edifícios próximos", disse o grupo.

Israel usou bombas da série GBU-31 de 1.000 kg equipadas com o kit de munição de ataque direto conjunto nos bombardeios de rua de al-Widha. De acordo com a HRW, Israel também usou armas construídas pela Boeing e exportadas pelos EUA no ataque aéreo de 15 de maio no campo de refugiados da cidade de Gaza, que matou duas mulheres e oito de seus filhos.

A Amnistia Internacional apelou a um "embargo total às vendas de armas a Israel" e instou os Estados a suspenderem imediatamente todas as transferências de armas e equipamento militar. Também pediu que as mesmas medidas sejam impostas aos grupos armados palestinos, embora nem os Estados Unidos nem nenhum dos Estados europeus que armam Israel forneçam armas às organizações de resistência palestinas.

A Human Rights Watch, por sua vez, assumiu uma postura mais tímida.

"Os parceiros de Israel", incluindo os Estados Unidos, devem "condicionar a futura assistência militar a Israel" para que Israel melhore "seu cumprimento das leis de guerra e de direitos humanos e investigue os abusos do passado", diz o grupo. Considerando a escala dos crimes documentados pelo grupo, é intrigante que a Human Rights Watch não exija um embargo total de armas a Israel, como fez com outros países como Etiópia, Mianmar, Arábia Saudita, Sudão do Sul, Síria e os Emirados Árabes Unidos.

EUA contrabandeiam dezenas de petroleiros para fora da Síria

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Fontes confirmaram à agência síria "SANA" que as forças dos EUA contrabandearam um comboio de 30 camiões petroleiros cheios de petróleo roubado, acompanhados por vários veículos blindados dos EUA, para o Iraque.

A Syrian Arab News Agency (SANA) informou quinta-feira que 55 veículos, incluindo petroleiros e comboio de escolta militar dos EUA, saíram da Síria em direção ao Iraque através da passagem de fronteira de Al-Waleed.

De acordo com fontes locais nos arredores de Al-Yarubiyah, dois comboios consistindo de tanques, caminhões cobertos, caminhões refrigerados e veículos blindados americanos foram vistos deixando o país.

No início da semana, as forças dos EUA foram vistas contrabandeando 80 petroleiros cheios de petróleo sírio para fora do país.

É digno de nota que as forças dos EUA controlam cerca de 90% do território produtor de petróleo da Síria, privando o governo de sua fonte mais significativa de combustível e renda.

Alguns relatórios locais afirmam que as forças dos EUA não apenas contrabandeiam petróleo para fora do país, mas também suprimentos de alimentos indispensáveis. Dito isso, o governo sírio foi forçado a depender da ajuda do Irã e da Rússia nos últimos anos.

Em julho passado, os estados fiadores Turquia, Rússia e Irã reiteraram seu forte compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Síria, alertando contra a apropriação das receitas do petróleo sírio.

É importante notar que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou em um comunicado ontem, sexta-feira, que "os Estados Unidos impuseram sanções a membros de uma rede de contrabando de petróleo que apóia a Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC-QF) . "

Al Mayadeen

Raisi, o “Guardião dos Valores da Revolução”, revela seu roteiro

# Publicado em português do Brasil

Elijah J. Magnier* | Al Mayadeen

Os EUA estão descobrindo os limites de seu poder: se deparam com um Irã determinado e seus aliados que estão unificando suas forças em todas as frentes, desafiando e rejeitando a hegemonia norte-americana.

O discurso inaugural de Sayyed Ibrahim Raisi, que foi empossado como o oitavo presidente iraniano na presença de 115 diplomatas, funcionários e presidentes que representam 73 países árabes e ocidentais, incluindo Coreia do Norte e Venezuela, traça um roteiro de sua política interna e externa . A presença, na plataforma VIP do Conselho de Al-Shura (Parlamento) durante a inauguração, do IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana) - unidade Quds General Ismail Qaani- e líderes do Iêmen (Ansar Allah), o Hezbollah libanês, o A Jihad Islâmica Palestina e o Hamas (junto com o representante da Comunidade Européia e outros líderes mundiais) são significativos e reveladores. 

A crise interna e as reformas são uma prioridade para o presidente Raisi, mas o valor da Revolução - que, em sua constituição, o artigo 3 , está comprometido com todos os oprimidos em todo o mundo - é primordial. E o mais significativo, como uma indicação de suas prioridades, o presidente iraniano optou por se referir apenas na parte final de seu discurso ao acordo nuclear que está em um impasse em Viena - e onde os representantes da Rússia, China, Reino Unido, França e A Alemanha está esperando que o novo presidente iraniano decida quando voltar a participar das negociações.

Sayyed Raisi, de 60 anos, nascido em Mashhad, com seu turbante preto - indicando que ele é descendente do Profeta Maomé - entregou sua primeira mensagem ao Irã e ao mundo quando chegou ao Parlamento em seu velho Peugeot Pars Iranian de classe média -fabricado carro. O presidente iraniano encorajou assim a produção local e manifestou humildade nos primeiros passos antes de entrar no Parlamento.

DEBANDADA DOS EUA DO AFEGANISTÃO, CABUL RENDE-SE

Talibãs apertam o cerco em Cabul

Os radicais islamistas receberam ordens para ficarem à entrada da cidade. Cabul é a única grande cidade do Afeganistão que ainda está nas mãos do Governo, mas os talibãs já começaram a chegar à capital afegã, vindos "de todos os lados". A informação é confirmada este domingo pelo Ministério do Interior afegão.

De acordo com a AFP, os talibãs receberam ordens para ficarem à entrada da cidade e não entrarem na capital afegã.

"O Emirado Islâmico ordena a todas as suas forças que esperem às portas de Cabul, que não tentem entrar na cidade", disse no Twitter Zabihullah Mujahid, um porta-voz dos talibãs.

"Há combatentes talibãs armados na nossa vizinhança, mas não há combates", disse à AFP um residente de um subúrbio oriental da capital.

O gabinete do Palácio Presidencial afegão confirmou, através do Twitter, que "em várias áreas remotas de Cabul foram ouvidos disparos".

"As forças de segurança do país, em coordenação com os parceiros internacionais, controlam a situação de segurança em Cabul", referiu a Presidência afegã.

TSF | Lusa

Governo do Afeganistão quer transição pacífica do poder

Os Estados Unidos já deslocaram o pessoal diplomático para o aeroporto e é de lá que vão continuar a trabalhar.

ministro afegão do Interior sublinha que haverá uma transição pacífica de poder para o governo de transição. Garante o governante que não vai haver nenhum ataque à capital. Num discurso gravado e divulgado há minutos, o ministro sustenta por isso que sustenta que povo não tem motivos para ficar preocupado com a chegada dos talibãs.

A agência Reuters já tinha revelado que o governo de Ghani tentou negociar com os Talibãs "uma rendição pacífica" de Cabul. Agora um membro do gabinete do presidente afegão confirma à Reuters que Ashraf Ghani está em conversações com o Representante Especial dos EUA para o país.

No Twitter, um porta-voz dos talibãs assegura que os combatentes têm instruções para ficarem às portas da cidade para não entrarem. acrescenta ainda que até à transição de poder o Governo Afegão é responsável pela segurança de Cabul. Mas nas redes sociais já é visível a corrida dos afegãos aos bancos, e são também muitos os que procuram as embaixadas e outros serviços para a emissão de vistos.

A antiga embaixadora das Nações Unidas para a juventude Aisha Kurram conta que na universidade de Cabul os professores despediram-se esta manhã dos alunos. Aisha afirma que os talibãs já estão espalhados por toda a cidade à espera do momento certo.

Já um deputado afegão contou à BBC, a partir de Cabul, que as pessoas tentam desesperadamente fugir da capital. Uma tarefa que neste momento só é possível por via aérea, mas, garante o deputado, os voos já estão todos cheios.

Os Estados Unidos já deslocaram o pessoal diplomático para o aeroporto e é de lá que vão continuar a trabalhar. Não sem antes terem destruído vários documentos sensíveis.

Quanto à equipa da União Europeia, um funcionário da NATO contou à agência Reuters que foi transferida para um local seguro na capital afegã.

Por seu lado, a Rússia já fez saber que não tem planos para retirar o pessoal da embaixada em Cabul. Até porque, de acordo com o porta-voz do Kremlin, está já a ser preparada uma reunião de emergência das Nações Unidas.

Rui Polónio | TSF

China | Estúdio de Xangai ilustra erradicação da pobreza

Artes gráficas

Com inspirações milenares e bênção política, o estúdio Fusion Era, sediado em Xangai, apresenta um projecto de dimensões continentais. “Out of Poverty: Not One Less” é um conjunto de vibrantes de ilustrações que retrata paisagens das várias províncias chinesas e grupos étnicos. A vasta colecção de trabalhos tem sido promovida extensivamente na internet como uma pérola patriótica e um exemplo da vivacidade artística da Geração Z

Do velho se faz o novo, a fórmula que não tem prazo de caducidade transmite a ideia por detrás de uma onda artística que bebe inspiração no passado pictórico e no presente político. Com raízes plantadas na clássica pintura chinesa do século XII da Dinastia Song, o colectivo de Xangai Fusion Era lançou-se numa odisseia gráfica: retratar os 56 grupos étnicos chineses e 34 províncias.

Pegando na subtil evocação do clássico “Ao longo do rio durante o Festival Qingming”, as animações digitais do estúdio Fusion Era atribuem uma forma moderna à representação dos povos e paisagens chinesas, enaltecendo a erradicação da pobreza no país e os magníficos feitos do Partido Comunista da China (PCC).

Aliando a linguagem digital das novas gerações à mensagem oficial e à promoção do patriotismo, as animações digitais têm sido amplamente partilhadas na internet desde o início das celebrações do centenário do PCC.

Os novos meios de expressão artística, com prevalência para formatos digitais, deram voz a uma geração de novos criadores chineses, que não precisam de incentivo extra para integrar mensagens patrióticas nas suas obras. Um bom exemplo disso é Li Tianzhi, um dos ilustradores que criou a série “Out of Poverty: Not One Less”. Um dos pontos fulcrais do portfolio do ilustrador de 26 anos até este projecto era trabalhos focados na estética e preservação de monumentos e edifícios antigos chineses.

Neoliberalismo prejudica capacidade de responder à covid

COVID está expondo o sistema de saúde neoliberalizado da Austrália

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Max Chandler-Mather* | Jacobin

Na Austrália, décadas de políticas neoliberais prejudicaram nossa capacidade de responder a crises de saúde pública como a COVID.

À medida que a Austrália entra em outra rodada de bloqueios tristemente necessários, muitos de nós estamos começando a perder a paciência - e com bons motivos. Os impactos sociais de repetidos bloqueios e fechamentos de fronteiras são devastadores. Embora esteja claro que precisamos de bloqueios agora, houve pouca discussão sensata sobre suas consequências ou como podemos evitá-los no futuro.

É verdade que o governo de Scott Morrison estragou o lançamento da vacina. Junto com o governo de Queensland, Morrison também deu conselhos prejudiciais e inconsistentes sobre a vacina AstraZeneca. No entanto, o fracasso da resposta à pandemia da Austrália é muito mais profundo do que isso.

Décadas de privatizações e cortes são, em última análise, os culpados pela resposta falha da Austrália à pandemia. Quando o primeiro-ministro trabalhista Bob Hawke introduziu a versão australiana do neoliberalismo no início dos anos 1980, ele deu início a uma longa transformação social que esvaziou a capacidade do estado de garantir nosso bem-estar. O sucessor de Hawke, Paul Keating, deu continuidade a essa agenda voltada para o mercado ao mesmo tempo em que desencadeava uma onda de privatizações . O neoliberalismo permaneceu um consenso bipartidário desde então.

Cortes, mercantilização e privatização reduziram drasticamente a capacidade do estado de organizar os enormes recursos da Austrália e da sociedade civil para fins positivos. Um abismo crescente surgiu entre as instituições políticas e a sociedade, tornando impossível mobilizar uma resposta social à pandemia. Os bloqueios e o fechamento das fronteiras têm sido as únicas respostas primárias eficazes à pandemia disponíveis.

Em vez de mobilizar a sociedade civil, os governos desmobilizaram a população ordenando que fiquemos isolados em casa. Os políticos e a mídia culpam cada vez mais os indivíduos por novos surtos, às vezes envergonhando-os impiedosamente. O gerenciamento bem-sucedido da pandemia se tornou sinônimo de bloqueios e restrições.

Widodo condecorou assassino de centenas de timorenses


O atual presidente da Indonésia, Joko Widodo, condecorou recentemente o assassino de centenas de timorenses Eurico Guterres, chefe da milícia Aitarak, que em 1999, depois de conhecido o resultado maioritário do referendo que expressou a preferência dos timorenses pela independência do país, invadido e ocupado violentamente pela Indonésia desde 7 de dezembro de 1975. 

A incrível atitude homenageante do PR da Indonésia, Joko Widodo, para com um assassino de tão avultado número de timorenses  está a dar origem a vozes discordantes que se manifestam, quer na Indonésia, quer em Timor-Leste, conforme relata em despachos a Agência Lusa, de acordo com o que a seguir revelamos na integra no PG.

Também Cris Carrascalão, vítima da sanha criminosa de Eurico Guterres, como tantos outros timorenses que infelizmente não escaparam com vida, manifestou a sua indignação pelo facto de o PR indonésio ter condecorado o chefe da milícia assassina. Também disso damos relevo integral no PG conforme o despacho da Agência Lusa. ( MM/PG)


Organizações indonésias condenam condecoração de ex-líder das milícias em Timor-Leste

Uma aliança de organizações da sociedade civil indonésia condenou hoje a atribuição uma das principais condecorações do país a Eurico Guterres, líder de uma das milícias responsáveis pela onda de terror em Timor-Leste em 1999.

"Apelamos ao Presidente, Joko Widodo, para revogar a atribuição da Bintang Jasa Utama que foi atribuída ao timorense pró-indonésia Eurico Guterres", refere-se numa declaração da aliança, assinada por Fatia Maulidiyanti.

Os comentários surgem depois do Palácio Presidencial anunciar a atribuição da Bintang Jasa Utama, a Medalha de Serviço e uma das principais honras conferidas pelo Estado indonésio a Eurico Guterres, ex-comandante da milícia Aitarak, uma das responsáveis por mortes e violência nos meses antes do referendo da independência de Timor-Leste.

A medalha foi conferida a Eurico Guterres numa cerimónia no Palácio Presidencial, que pretende "reconhecer e homenagear" o líder mais conhecido das milícias pró-indonésias em Timor-Leste.

A aliança considera que a atribuição do título serve apenas para aumentar as feridas e dor das vítimas de abusos de direitos humanos cometidos pela Indonésia e pelas milícias em Timor-Leste, confirmando a impunidade destes atos.

"O Presidente, Joko Widodo, ao dar a medalha a Eurico Guterres é como meter vinagre nas feridas das vítimas. Os esforços de lidar com as violações sérias de direitos humanos, continua a enfrentar pressão e negação", referiu.

Recorde-se que em 2002 Eurico Guterres foi condenado a 10 anos de prisão por um tribunal ad-hoc por abusos em Timor-Leste, com a decisão a ser confirmada pelo Supremo Tribunal.

Porém Guterres acabou por ser absolvido numa Revisão Judicial em 2008.

População ainda não pode regressar a Mocímboa da Praia

MOÇAMBIQUE

Governador de Cabo Delgado, norte de Moçambique, afirma que ainda não há condições para o retorno da população que fugiu dos ataques armados em Mocímboa da Praia, considerando que as operações de limpeza continuam.

"A vila de Mocímboa da Praia está livre dos terroristas, entretanto, as duas forças [de Moçambique e Ruanda] estão de acordo com o que nós emitimos: nas condições em que a vila está, nós não podemos aconselhar as nossas populações a voltarem", disse Valige Tauabo, que visitou esta quinta-feira (12.08) a vila sede de Mocímboa da Praia.

Em causa está o anúncio, no domingo, da reconquista da vila de Mocímboa da Praia, considerada por muitos a "base" dos grupos insurgentes que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado desde 2017. A operação foi conduzida por uma força conjunta que integra militares de Moçambique e do Ruanda, país africano que tem, desde o início de julho, cerca de mil militares e polícias em Cabo Delgado para apoiar Moçambique na luta contra os grupos armados.

Porque se demitiu o presidente do Constitucional angolano?

Angola | Demissão do presidente do Constitucional faz soar alarmes

A demissão do presidente do Tribunal Constitucional de Angola, Manuel Aragão, traz à tona receios de um "regresso à ditadura". O juiz colocou em causa a revisão constitucional proposta pelo Presidente João Lourenço.

A Presidência da República não adiantou pormenores sobre as razões que estiveram na base da demissão de Manuel Aragão. Mas analistas e políticos não têm dúvidas de que ela resulta de um clima de crispação e até de interferências do poder político na Justiça.

juiz demissionário manifestou-se contra a "maioria das decisões" no acórdão que aprovou a Lei de Revisão Constitucional, proposta pelo Presidente João Lourenço. Na sua declaração de voto, Aragão alertou para o "suicídio do Estado democrático e de Direito", considerando mesmo que a revisão constitucional, ora aprovada, põe em causa a "separação de poderes".

STP: "tentativa de subversão da ordem constitucional"

Governo investiga "tentativa de subversão da ordem constitucional" em São Tomé e Príncipe

A situação de São Tomé e Príncipe é "deveras delicada". É o que diz primeiro-ministro Jorge Bom Jesus, que vai assumir interinamente a Defesa e a Ordem Interna, após "alegada tentativa de subversão da ordem".

Numa comunicação ao país na noite de sexta-feira (13.08), Bom Jesus anunciou que vai assumir "interinamente e cumulativamente, as funções do Ministro da Defesa e Ordem Interna", considerando que o atual titular da pasta, Óscar Sousa, tem revelado "nos últimos dias, alguma incapacidade para o exercício pleno das suas funções", pelo que pediu ao Presidente a exoneração do ministro.

O primeiro-ministro considerou que "a conjuntura atual do país é deveras delicada, marcada pelo contexto eleitoral de grande tensão e pelo impacto da crise do processo eleitoral em curso" e revelou que "nos últimos dias, os Serviços de Informação e Segurança do Estado têm acompanhado de perto algumas estranhas movimentações de certas pessoas e investigando os rumores sobre uma alegada tentativa de subversão da ordem constitucional".

Na quinta-feira, o partido Ação Democrática Independente (ADI), na oposição, denunciou uma "intentona golpista" no país, sob orientação do ministro da Defesa e Ordem Interna, com intenção de deter o Presidente e o primeiro-ministro.

Carlos Correia: Morreu o ex-PM guineense e dirigente do PAIGC

O antigo primeiro-ministro guineense e dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Carlos Correia morreu este sábado (14.08) vítima de doença, anunciou, em comunicado, o partido.

 Carlos Correia, com 87 anos, foi dos primeiros dirigentes do PAIGC a receber formação superior ainda durante a luta pela independência.

O engenheiro agrónomo foi primeiro-ministro da Guiné-Bissau entre 1991 e 1994, entre 1997 e 1998, em 2008 e entre 2015 e 2016.

"O nosso partido viu sucumbir aquele que ficará na memória dos militantes e coletiva dos guineenses como uma das maiores referências e reserva moral", salienta o PAIGC.

Mais desigualdades em África devido a mudanças climáticas

Mudanças climáticas estão a exacerbar as desigualdades em África, diz analista

Climatologista moçambicano e um dos autores do relatório da ONU sobre as mudanças climáticas, Isidine Pinto alerta que as alterações no clima estão a exacerbar as "grandes desigualdades" em África.

Izidine Pinto é climatologista e um dos autores do relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado na última segunda-feira (09.08), e que é "uma espécie de último aviso para a humanidade", uma vez que concluiu que "é indiscutível que as atividades humanas estão a causar mudanças climáticas, tornando eventos climáticos extremos mais frequentes e mais severos".

Em entrevista à agência Lusa, o investigador na Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, reconheceu este sábado (14.08) que, apesar das evidências científicas explanadas no documento, "existirá sempre alguém que vai dizer que o clima não está a mudar, como atualmente existem indivíduos que não acreditam em vacinas". 

"Perante as evidências científicas e o mais recente relatório do IPCC, não há como negar a participação humana no processo de aquecimento global", referiu.    

E explicou: "A mudança climática já esta a afetar quase todas as regiões do mundo, contribuindo para muitas das mudanças observadas nos eventos extremos do tempo e clima. Alguns destes eventos extremos incluem ondas de calor ou frio, cheias, secas, ciclones tropicais que poderão ser mais frequentes e intensos no futuro, de acordo com o último relatório do IPCC. A mitigação e adaptação a essas mudanças é um grande desafio". 

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