sexta-feira, 11 de março de 2022

ARMAS BIOLÓGICAS NAS MÃO DE NAZIS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No dia 16 de Fevereiro de 2022, uns dias antes da operação militar da Federação Russa na Ucrânia para desnazificar o país, o Tribunal de Justiça da União Europeia aprovou a decisão da Comissão em cortar fundos europeus aos países membros “onde sejam constactadas violações do Estado de Direito”. Os estados violadores são Hungria e Polónia. Contestaram a decisão mas perderam. São oficialmente contra os princípios e valores da democracia e por isso caem sob o peso do “mecanismo de condicionalidade”. Enquanto não respeitarem o regime democrático, recebem zero de fundos.

"O Tribunal rejeita integralmente as ações movidas pela Hungria e pela Polônia", disse em comunicado, oito dias antes da operação especial militar na Ucrânia, o Supremo Tribunal da UE. As decisões da União Europeia “respeitam os limites das competências atribuídas à UE e o princípio da segurança jurídica". O mecanismo de condicionalidade permite privar de fundos europeus países em que sejam constatadas violações do Estado de Direito.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no dia 16 de Fevereiro de 2022, oito dias antes da operação especial militar na Ucrânia saudou a decisão dizendo: “As decisões de hoje confirmam que estamos no caminho certo. A Comissão Europeia agora analisará cuidadosamente o argumento das sentenças e seu possível impacto nas próximas etapas. Atuaremos com determinação contra Polónia e Hungria”.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que “o Estado de Direito como pedra fundamental da União Europeia precisa de proteção. As violações pela Hungria e a Polónia custam a nossa credibilidade e a nossa coesão. O veredicto de hoje do Tribunal de Justiça confirma outra ferramenta importante para a UE proteger e fortalecer a nossa comunidade de valores."

A Comissão Europeia enviou em Novembro de 2021 cartas formais a Varsóvia e Budapeste em novembro descrevendo “muitas deficiências democráticas” naqueles países. O governo nazi da Polónia recusa aceitar a primazia da legislação da União Europeia sobre as leis polacas. No caso da Hungria (com um governo de extrema-direita belicista) há “graves ilegalidades nos contratos públicos, conflitos de interesses e corrupção nos gastos de fundos europeus”. Durante meses, o Parlamento Europeu, que aprova os orçamentos plurianuais da União Europeia, exigiu à Comissão que cortasse os fundos aos dois países, imediatamente.

Hoje, Ucrânia (governo de nazis apoiado por milícias genocidas), Polónia e Hungria são apontados pelos Media ocidentais, pela União Europeia e pelo estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) como defensores da “democracia liberal” e paladinos do “mundo livre”. Em 16 de Fevereiro de 2022, Hungria e Polónia eram antidemocráticos. A partir de 24 de Fevereiro, apenas oito dias depois, passaram a ser os guardiães da liberdade.

Hoje, o Governo da República Popular da China divulgou uma declaração que devia pôr o mundo em alerta máximo. Mas os Media esconderam a posição de Pequim. Eu vou resumir: Os EUA têm na Ucrânia uma rede de laboratórios onde são fabricadas temíveis armas químicas. 

O governo chinês já antes tinha dito que Washington tem de informar o mundo sobre número e local dos laboratórios que instalou fora das suas fronteiras. Em que países estão? Quantos são? Sabemos que no Cazaquistão existia o maior de todos os laboratórios norte-americanos. Na recente intervenção militar da Federação Russa naquele país, a fábrica de armas biológicas foi destruída. Na Ucrânia já foram destruídos alguns. Mas há outros ainda operacionais. Destruí-los faz parte da desnazificação do país. O mundo corre sérios riscos de enfrentar outra COVID19, provavelmente ainda mais grave.

O racismo anda à solta na Ucrânia. Negros residentes são agredidos, perseguidos e segregados. Ucranianas casadas com negros ou indianos, são tratadas como lixo. Os nazis do governo de Kiev criaram espaços nos transportes públicos só para negros (chorniy) e não brancos (korichnyeviy). Os refugiados negros ou casais inter-raciais são retirados à força para darem lugar aos brancos. As mulheres ucranianas são insultadas por terem filhos mestiços e maridos negros. Assim se defende a democracia liberal e o mundo livre.

O embaixador da Federação Russa no Conselho de Segurança informou há alguns dias que as milícias do Batalhão de Azov, que dominam Mariupol, tinham evacuado uma maternidade e a ala pediátrica e criaram lá uma base para defesa da cidade. Servem-se de escudos humanos. O senhor Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia ignorou a informação do diplomata russo no Conselho de Segurança da ONU e hoje disse que bombardear uma maternidade é um genocídio! É este o nível dos dirigentes da União Europeia. 

As e os “enviados especiais”, empregadas e empregados dos camais de televisão nos estúdios espalham propaganda enganosa sem o menor pudor, sem respeito pelo jornalismo, sem respeito pelos consumidores. Recebem uns trocos, às vezes são pagos com um almoço, uma viagem, umas miudezas. Pobres diabos sem honra bem dignidade. Mas o senhor Borrell é pago principescamente pelos contribuintes da União Europeia, não tem necessidade de se comportar como uma ratazana de esgoto. Essa é a sua natureza, mesmo com os bolsos cheios de dinheiro das vítimas da guerra.

A Portugal chegou um avião com os primeiros 260 refugiados da Ucrânia. Aquilo parecia o desfile das primeiras tropas na Marginal de Luanda (Avenida 4 de Fevereiro) enviadas por Salazar para Angola, depressa e em força. Naquele longínquo ano de 1961 os atarantados colonos cantavam o hino Angola É Nossa e vitoriavam os “polacos” (eram muito branquinhos...) que marchavam assustadíssimos e transpirando em bica. E todos cantavam: Angola é nossa/Gritarei/É carne é sangue/Da nossa grei/Sem hesitar/P´rá defender/É pelejar/Até vencer. Hoje é diferente: Ucrânia é nossa/Gritarei/É carne é sangue/Da nossa grei.

O Tio Célito entrou no desfile. Ao lado dele, uma ministra de estado pronta a dar carne e sangue na guerra, mais Francisca Van-Dúnem, ao mesmo tempo ministra da polícia e da justiça. Os organizadores do envio de ucranianos para Portugal depressa e em força, também lá estavam, com olhinhos de cifrões. Mais a embaixadora da Ucrânia em Lisboa, dizendo entre dentes à ministra Francisca: És uma chorniy!

A Ucrânia é nossa gritarei! É carne é sangue da grei deles. Os portugueses passam a vida sendo usados como carne para canhão. É o destino de um povo malfadado. Merecia melhor sorte.

* Jornalista

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