Artur Queiroz*, Luanda
Mercenários, quase todos
britânicos ou norte-americanos, assassinaram idosos, mulheres e crianças nas
aldeias entre Kimbata e a Damba, em 1975 e início de
Tropas sul-africanas e zairenses
invadiram Angola em
A Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial, travada contra o regime racista de Pretória, durou desde a Grande Batalha do Ebo, em Dezembro de 1975, e 22 de Fevereiro de 2002. Milhares de mortos civis, prejuízos incalculáveis, unidades económicas destruídas ou paralisadas, equipamentos sociais destroçados, caminhos de ferro, pontes, aeroportos, portos, barragens, escolas ou hospitais. O Ocidente não viu, não ouviu os lamentos das vítimas angolanas, nada disse. A ONU até castigou a embaixadora Margaret Anstee por falar demasiado a favor do Povo Angolano. Depois de milhares de mortos e milhões de refugiados ou deslocados, impuseram sanções às forças especiais de Pretória, a UNITA. Para inglês ver.
Tropas da OTAN (ou NATO) mataram milhões de civis no Iraque. Provocaram milhões de refugiados e deslocados. A quitanda dos direitos humanos da ONU fechou para obras e nunca tocou no assunto. A Assembleia-Geral meteu a viola no saco e cuspiu para o lado, mostrando o seu desprezo pelos iraquianos. O Conselho de Segurança, com a Federação Russa domesticada, deu luz verde à destruição do Iraque. Ninguém, até hoje, pagou pelo genocídio do povo iraquiano e a destruição do país mais desenvolvido e progressista do Médio Oriente. Roubaram os multimilionários fundos soberanos do Iraque.
O secretário-geral da ONU, na época Perez de Cuellar, quando lhe perguntei, em Bagdade, se havia autorização da instituição para a “coligação internacional” atacar o Iraque , disse-me que isso estava fora de causa. Ontem o senhor Arafat disse-me que já soam os tambores da guerra. E o simpático diplomata mexicano respondeu: A ONU não pode aceitar a guerra! Nos dias seguintes os mísseis do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) começaram a cair em Bagdade e eu tive de me esconder num bunker para estar aqui a escrever. Não perdoarei a dívida.
As forças israelitas assassinam quotidianamente civis palestinos. Ocupam a Palestina militarmente e com colonatos ilegais. Usurpam Jerusalém, cidade santa para Cristãos, Islâmicos e Judeus. Que se lixe. Bombardeiam prédios e matam famílias inteiras. Não faz mal. Têm as cadeias cheias de palestinos contestatários. Não têm nada que contestar. Todas as quitandas da ONU, inclusive a secretaria geral e o rato de sacristia António Guterres, ignoram o genocídio. Há palestinos que nasceram, cresceram, casaram, tiveram filhos e netos nos campos de refugiados. O que interessa isso? Não são europeus nem gringos, que morram!
A Líbia foi destruída pelas bombas da OTAN (ou NATO) para as potências ocidentais roubarem o petróleo. Também roubaram avidamente os fundos soberanos líbios. Muitos triliões de euros! Continuar a roubar o petróleo o Estado esfumou-se com as bombas da aviação dos agressores. O Chefe de Estado, presidente Kadhafi, foi assassinado. A quitanda dos direitos humanos da ONU ficou a contar o dinheiro roubado.
A Síria foi destruída pelas potências ocidentais sob o mando e comando do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). As agressões continuam. Tropas estrangeiras hostis mantêm-se dentro das fronteiras sírias. Ainda há alguns dias tropas especiais de Washington foram matar em território sírio uma família inteira. A quitanda dos direitos humanos da ONU ainda está a contar o dinheiro saqueado com as invasões.
O Afeganistão resistiu à ocupação estrangeira. Durante a longa guerra, as tropas invasoras e ocupantes mataram mais de um milhão de civis indefesos. Na retirada dos derrotados, atiraram uma bomba para uma zona de casas humildes e mataram dezenas de pessoas. Porquê? Uma ameaça terrorista! O próprio Pentágono reconheceu que não havia ameaça nenhuma. A soldadesca dos gringos matou aqueles civis indefesos por vingança. A quitanda dos direitos humanos da ONU continua a contar o dinheiro dos subornos para o seu silêncio cúmplice. O rato de sacristia António Guterres pede de joelhos a Nossa Senhora de Fátima que acabe com os russos.
O estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) despejou bombas atómicas sobre as cidades de Nagasaki e Hiroshima. Na época, a intelectualidade europeia e norte-americana condenou esse genocídio, comparando-o ao dos nazis sobre judeus e outras minorias. Entre 1950 e 1953 bombardeou a Coreia e a China. Milhões de vítimas civis. Em 1954, os terroristas da Casa Branca mandaram bombardear a Guatemala. Mais mortes de civis. Em 1958, bombardearam a Indonésia. Muitos mais civis assassinados.
Eis a lista dos horrores na década de 60, Guatemala foi novamente bombardeada em 1960. Cuba foi bombardeada pelos EUA em 1961. O nosso vizinho Congo foi bombardeado em 1964. O Laos foi bombardeado entre 1964 e 1973. Depois veio o Vietnam. Bombas dos EUA mataram milhões de seres humanos entre 1961 e 1973. Mais um holocausto que a quitanda da ONU dos direitos humanos ignorou. Tal como todas as instituições da organização das nações submetidas ou unidas pela força.
O Camboja foi bombardeado pelos EUA entre 1969 e 1970. Mais de 100 mil mortos. Novos bombardeamentos à Guatemala entre 1967 e 1969. Estava difícil submeter aquele povo. Mais dezenas de milhares de mortos, não contando com os presos e torturados.
Na década de 80 o cortejo fúnebre
mundial continuou. El Salvador e Nicarágua foram bombardeados pelos EUA em1980.
A Ilha de Granada foi bombardeada e submetida em 1983. O Líbano foi bombardeado
entre 1983 e 1984. As bombas dos EUA também atingiram a Síria. Em 1986, foi
bombardeada a Líbia. O Irão em
Na década de 90 foi a vez da destruição e ocupação militar do Iraque. Os bombardeamentos começaram em 2 de agosto de 1990 e só acabaram em 2015. Em 1993 milhares de mortos civis nos bombardeamentos à Somália. Depois a Bósnia (1994 e 1995). A seguir o Sudão (1998), o Afeganistão (de 1998 até 2021), a destruição da Jugoslávia, directamente pela OTAN (ou NATO), em 1999.
Vamos para o século XXI. Iraque e
Afeganistão foram os mais castigados. Depois o Paquistão. Foi bombardeado entre
2007 e 2015 sob o falso pretexto de matar o agente da CIA Bin Laden. Novamente
a Somália, bombardeada entre 2007 e
A operação militar especial da Federação Russa na Ucrânia foi provocada pelo estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). As reacções da União Europeia e outros estados submetidos a Washington são espantosas porque os políticos de turno já não escondem a sua propensão para o nazismo.
A Ucrânia é dominada por forças políticas e grupos armadas nazis, desde o golpe de estado de 2014. O nazismo está no poder em países como a Hungria, Polónia, Letónia, Estónia e Lituânia. A política nos EUA está perigosamente nazificada. O Parlamento Europeu é dominado há muitos anos pelo Grupo do Partido Popular, uma mescla de nazis e fascistas, com uma amostra de democracia cristã fascizante.
O Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas tem dias. Quase sempre vai de braço dado com os nazis e fascistas do PPE. O Renew Euope Group (renovar a Europa juntos) tem o rabo do liberalismo preso aos nazis. O Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia muita conversa e vénias aos nazis do PPE. Grupo Identidade e Democracia, pouca conversa e muito gás aos nazis que comandam a política do cartel europeu. Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus é afilhado dos nazis do PPE. Grupo da Esquerda (GUENGL) é a esquerda de verdade mas sem votos. Uma minoria preocupante. A presidenta do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, está situada entre a democracia cristã envergonhada e o nazismo com gravata e falas mansas. Um cartel que está empenhado em transformar os fantasmas do passado em realidade.
A operação militar especial da Federação Russa na Ucrânia é uma espécie do romper do cerco nazi para libertar a Humanidade. Tenho pena que só os nacionalistas tradicionais tenham coragem para isso. A tal democracia representativa está ainda mais gripada do que o motor da economia alemã. E sendo assim, tempos sombrios nos esperam.
Uma coisa é certa: Contra os nazis, sempre! E nesse grupo que devemos enfrentar sem hesitações incluo a UNITA e os desavergonhados do Bloco Democrático. Quando eram Comité Amílcar Cabral (CAC) nós éramos todos burgueses e traidores da classe operária. Quando eram Frente para a Democracia já eram maoistas engravatados. Agora que fazem esquina com o engenheiro à civil Adalberto, transformaram-se em milho-miúdo para o Galo Negro. Não hesitam em empurrar os angolanos para uma tragédia sem nome, ao apoiarem eleitoralmente os criminosos de guerra da UNITA. O mundo está cada vez mais perigoso. Os angolanos não sabem a sorte que têm, por existir o MPLA. Angola nunca será país amigo de nazis. Isso é com a União Europeia e os EUA.
* Jornalista
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