MARCHA DO MFA - Som que em 25 de Abril de 1974 antecedia os comunicados emanados do Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas com inicio na madrugada desse dia, transmitido inicialmente através do Rádio Clube Português, primeira estação emissora a ser ocupada pelo referido movimento, só horas depois a Emissora Nacional - atual Antena 1 - e a RTP seriam ocupadas, assim como muitos outros órgãos de comunicação social da época, já lá vão 48 anos.
Diz-se que desde há dias atrás, em Portugal, os tempos de democracia ultrapassaram a vivência dos quase 48 anos de ditadura. Registe-se exatamente isso e tome-se como exata afirmação matemática, mas também com a certeza de que cada vez mais Portugal vive numa democraciazinha de radicalismo neoliberal que branqueia o quase meio século de ditadura de direita, fascista, salazarista e marcelista. Registe-se que os ideais de Abril, motores da revolução e objetivo da libertação do país e do povo português, dos militares na guerra colonial e respetivos novos países e povos gerados com a descolonização, estão por cumprir e que não é o povo quem mais ordena. Em Portugal, como no ocidente neoliberal, o povo é visto como eleitor a quem as falsidades, as promessas mentirosas dos políticos servem para iludir. Portugal sobrevive numa democracia minimalista falsa e ilusória. Abunda a pobreza, a muita miséria, a enorme desigualdade, a justiça dos ricos (alguns desses ricos por gigantescas corrupções e conluios). A segurança social é mínima e cada dia que passa demonstra ser muito mais mínima. Há portugueses que morrem por falta do tratamento atempado, adequado e isso acontece a muitos jovens como aos de muito mais idade. Jovens que morrem por falta de tratamento atempado a cancros, por exemplo, (porque não fazem quimioterapia em tempo útil, não há vagas). Portugal não é o que dizem certos e incertos políticos e gente dos 'poleiros'. A maioria dos que detêm os poderes (eleitos ou nomeados) mentem com todos os dentes que têm. O que viola descaradamente o espírito de Abril que eles próprios falsamente apregoam. Os Capitães de Abril, as Forças Armadas, o povo português, não participaram naquela revolução para este estado de injustiças a quase todos os níveis.
Há momentos, poucos minutos atrás, terminou a chamada sessão solene e comemorativa da Revolução de Abril na Assembleia da República... Os portugueses já só olham para aquilo como um grande teatro. Uma cegada das antigas na atualidade. Ouvimos os sinceros e os vigaristas, infelizmente que aqueles últimos em grande número. Políticos do piorio que por assim agirem abrem as portas à extrema direita já representada naquela Assembleia Parlamentar. Eleitos por via do seu uso do populismo. Ainda mais vigaristas que os outros agora nos poderes, mais mentirosos, que não revelam com honestidade ao que vêm, procurando agradar e caçarem incautos eleitores. Tal como Hitler até conseguir o poder. Depois vimos quão nazi-fascista foi. Quão assassino da humanidade foi. Temos aí o Chega (p.ex.), e outros que estão por se revelar radicais do neoliberalismo que é antecâmara do nazi-fascismo.
25 de Abril Sempre. Sim, mas não assim. Sem Justiça nunca existe democracia. Por isso sobrevivemos miseravelmente na atual democraciazinha. A exploração é facto. Muito mais factos demonstram que o 25 de Abril está inquinado. Prova-o a realidade.
Que em alguns aspetos estamos melhor que antes. Sim, é verdade. Podemos falar, podemos escrever... Atenção porque cada vez mais não é tão verdade tudo isso. A censura existe e é evidente. A exclusão devido à liberdade de expressão que usarmos já é evidente... E mais, muito mais. Já temos de refrear as nossas opiniões aqui e ali ou habilitamos a sofrer as consequências agravantes. Democracia? Acrescentemos-lhe o "zinha". E assim vamos na marcha "levados, levados sim" (enganados sim) - como era cantado no hino da mocidade portuguesa nazi-fascista do salazarismo.
Na prática, na realidade, é urgente novo 25 de Abril para derrubar este estado de ladrões, de corruptos, de oportunistas, de vigaristas que se aproveitam a eito da vigente e crescente "zinha" da real democracia. Os portugueses estão fartos, saturados, de tantas décadas de abusos dos poderosos em que não votaram mas também naqueles em que votaram e votam e que se revelam uns falsários.
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