segunda-feira, 25 de abril de 2022

25 de Abril | REVOLUÇÃO É BEM VISTA, ESTADO DO PAÍS NÃO TANTO

25 de abril é relevante ou muito relevante para 83% dos portugueses. Satisfação com democracia atual fica-se pelos 57%. Maioria pede mais igualdade salarial.

Os portugueses mantêm uma perceção muito positiva do 25 de Abril, 48 anos após a Revolução: segundo uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, 83% consideram que esse acontecimento foi importante ou muito importante para o país, contra 5% que o veem como irrelevante. Há ainda 78% de inquiridos que o consideram importante ou muito importante para a democracia atual. Já a situação do país oferece mais reservas: a percentagem de satisfeitos não passa dos 57% e há 21% de descontentes.

Metade dos portugueses que responderam à sondagem refere que reduzir o fosso salarial seria a melhor forma de reforçar a democracia, com apenas 2% a apontarem que a prioridade deveria ser o combate à corrupção. Há mais mulheres do que homens a dar prioridade à igualdade salarial (60% contra 40%), sendo que, no que toca a classes sociais, a mais alta (A/B) é a única em que o maior equilíbrio dos vencimentos é defendido por menos de metade das pessoas (33%).

No que toca à importância do 25 de Abril para o país, os mais novos (18-34 anos) são os que atribuem maior relevância a esse acontecimento. Só 6% afirmam que ele tem importância neutra, baixa ou muito baixa, ao passo que, nas restantes faixas etárias, esses valores sobem para entre 18% e 19%. A classe social D (a mais baixa) é a mais indiferente à Revolução: 19% veem-na como "nem muito nem pouco importante", com a classe A/B no extremo oposto (só 6% têm essa opinião).

Jovens mais otimistas

Dos 57% de inquiridos que aprovam o estado atual da democracia, só 10% se assumem "muito satisfeitos". Mas, ainda que a maioria esteja globalmente contente, 42% das pessoas não enaltecem a situação do país: estes subdividem-se entre os que não estão "nem muito nem pouco satisfeitos" (21%), os insatisfeitos (11%) e os muito insatisfeitos (10%).

A classe D é a mais feliz com o regime atual (64%), com a classe mais alta a registar o menor grau de satisfação (48%). As duas faixas etárias mais jovens (18-34 e 35-49) são as únicas em que o contentamento está acima da média (61% e 59%, respetivamente).

A nível regional, é no Centro que se encontra a maior percentagem de satisfeitos com o regime (60%), com o Sul e Ilhas no extremo oposto (52%). Quanto à importância do 25 de Abril, no Norte (não inclui o Grande Porto) é onde ela é mais reconhecida (95%); no Sul e Ilhas é onde essa percentagem é menor (75%).

Militares, presidente e polícia no topo

As Forças Armadas (FA), a Presidência da República (PR) e as Forças Policiais (FP) são as instituições em quem os portugueses mais confiam, de entre as nove consideradas na sondagem da Aximage. Do total de inquiridos, 50% disseram ter uma confiança grande ou muito grande nos militares, 49% em Marcelo Rebelo de Sousa e 42% na polícia. No polo oposto estão os tribunais e juizes (46% de desconfiança), os sindicatos (43%) e os média (38%).

No que toca às FA, estas são sobretudo populares entre os homens (53% têm confiança grande ou muito grande nelas), na faixa etária de maiores de 65 anos (53%), na segunda classe social mais baixa (57%) e em habitantes do Grande Porto (52%).

Ao contrário, o perfil social em que as FA captam, ainda assim, menores graus de confiança são as mulheres (46%), o escalão entre os 35 e os 49 anos (46%), os indivíduos da classe mais alta (34%) e o Centro do país ou a Grande Lisboa (ambas com 49%).

Quanto aos tribunais e juízes - a instituição menos confiável segundo a sondagem -, as reservas manifestam-se com maior força entre os homens (49% têm desconfiança ou muita desconfiança), nos maiores de 65 anos (57%), na classe mais elevada (53%) e entre os habitantes do Sul e Ilhas (48%).

A desconfiança é mais esbatida nas mulheres (43%), na faixa etária dos 35 aos 49 anos (37%), na segunda classe social mais alta (42%) e nos habitantes do Centro (45%).

A instituição em que os homens mais confiam são as FA (53%); a das mulheres é a PR (51%).

João Vasconcelos e Sousa | Diário de Notícias

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