quarta-feira, 20 de abril de 2022

ASSIM VAI A GUERRA DA UCRÂNIA, SEGUNDO JORNALISMO DO OCIDENTE

Mariupol com novo ultimato e acordo para retirar seis mil civis

Sandra Alves | Jornal de Notícias

O dia 56 da guerra na Ucrânia começa com o novo ultimato da Rússia para a rendição dos combatentes que resistem em Mariupol e o acordo de um corredor humanitário para retirar seis mil mulheres, crianças e idosos. Da noite, ficou a garantia do oligarca russo Oleg Tinkov, de que "90% dos russos são contra a guerra". Volodymyr Zelensky considera o exército de Moscovo como "o mais bárbaro e desumano do mundo."

Charles Michel está em Kiev, "no coração da Europa livre e democrática"

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, instância que representa os Estados membros da União Europeia, chegou esta quarta-feira a Kiev, numa altura em que a Rússia lança uma nova ofensiva no leste do país.

Charles Michel anunciou a deslocação à capital ucraniana através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter.

"Em Kiev, hoje, no coração da Europa livre e democrática" escreveu Charles Michel na mensagem que acompanha uma fotografia captada numa estação ferroviária da capital ucraniana

Noruega enviou uma centena de mísseis antiaéreos para as forças de Kiev

O governo da Noruega anunciou o envio de mais de uma centena de mísseis antiaéreos para a Ucrânia, como parte da ajuda militar a Kiev que enfrenta a invasão das forças de Moscovo.

Anteriormente, as autoridades norueguesas autorizaram várias doações de armas às forças ucranianas, entre as quais "quatro mil baterias antiaéreas".

"O conflito na Ucrânia pode vir a ser prolongado e o país depende do apoio internacional contra a agressão russa. Por isso, o governo [de Oslo] decidiu doar mísseis antiaéreos à Ucrânia", refere o ministro da Defesa Bjorn Arild Gram em comunicado.

Kiev acorda com Moscovo corredor humanitário em Mariupol

"Conseguimos chegar a um acordo preliminar [com os russos] sobre um corredor humanitário para mulheres, crianças e idosos", escreveu, esta quarta-feira, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk, na plataforma de mensagens Telegram.

Segundo o autarca da cidade, Vadym Boichenko, serão enviados 90 autocarros para a cidade para resgatar cerca de seis mil mulheres, crianças e idosos.

Estima-se que ainda estejam cem mil civis em Mariupol, cidade cercada pelas tropas russas e sob intensos bombardeamentos desde o início da invasão, a 24 de fevereiro.

ONU irá debater poder de veto do Conselho de Segurança

"O Liechtenstein apresentou agora (...) uma resolução que exige uma reunião da Assembleia Geral da ONU sempre que um veto for lançado no Conselho de Segurança. A resolução é um passo significativo para capacitar a Assembleia-Geral e fortalecer o multilateralismo", indicou a delegação do Liechtenstein na rede social Twitter, acrescentando que o projeto conta já com 57 copatrocinadores.

"Os copatrocinadores apresentarão formalmente o projeto de resolução aos Estados Membros na próxima semana - o próximo passo no processo. Incentivamos todos os Estados a copatrocinar e apoiar e esperamos uma adoção antecipada", acrescentou a delegação.

O projeto conseguiu uma forte adesão até ao momento, incluindo dos Estados Unidos. Os outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança são a Rússia, China, França e Reino Unido.

Graças ao seu direito de veto, a Rússia tem paralisado qualquer ação que não seja do seu interesse no Conselho de Segurança.

Força Aérea ucraniana reforçada com caças e peças de reposição

A Ucrânia recebeu aviões de combate e peças de reposição que permitem reforçar a Força Aérea, adiantou esta terça-feira o porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, sem especificar a quantidade ou quais os países que forneceram as aeronaves.

"Atualmente eles têm mais caças à sua disposição do que há duas semanas", assegurou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em conferência de imprensa.

Rússia faz novo ultimato à defesa de Mariupol para se render

A Rússia fez outro ultimato às forças ucranianas estacionadas na fábrica Azovstal, em Mariupol, para largarem as armas, esta quarta-feira, depois de nenhum dos elementos se ter rendido nas duas horas estabelecidas por Moscovo na terça-feira.

"Apesar da total irresponsabilidade dos oficiais do regime de Kiev, para salvar os seus militares, as forças armadas russas, guiadas por princípios puramente humanos, voltam a oferecer combatentes dos batalhões nacionalistas e mercenários para cessarem os combates e pousarem as armas às 14 horas locais [12 horas em Portugal continental]", disse o responsável pelo Centro Nacional de Controlo da Defesa, o coronel-general Mikhail Mizintsev.

Moscovo vai garantir a segurança e a proteção daqueles que se renderem hoje, garantiu.

Na terça-feira, "às 22 horas locais [20 horas em Portugal continental], ninguém tinha chegado ao corredor [humanitário] indicado", assinalou o coronel-general russo.

Jornal de Notícias | Imagem: Epa/mariupol

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