Artur Queiroz*, Luanda
O programa político da Oposição é
excepcional e tem apenas um ponto: Fraude Eleitoral. O programa de governo da
Oposição é inigualável e nunca visto: A Fraude Eleitoral Está
A UNITA está indignada porque o chefe Adalberto vai a Menongue e o governador provincial não tem agenda para recebê-lo no sábado. Então o engenheiro mais engenhoso do mundo vai à capital provincial e o senhor governador não o recebe? Que crime! Na Jamba, quando Savimbi chegava, as mulheres preparavam-se para ser violadas, e queimadas vivas, os homens arrojavam-se aos pés do criminoso de guerra e as crianças fugiam para não serem queimadas com as mamãs. O sucessor de Savimbi vai a Menongue e nada. Nem o governador se curva ante tão distinta personalidade.
O pessoal da UNITA é como os golpistas do 27 de Maio de 1977, nunca trabalharam na vida, não têm outra actividade que não seja viverem à custa do partido, dos cofres públicos e de negócios mafiosos como os diamantes de sangue, o marfim, a droga e a madeira de girrassonde. O MPLA, pelo menos, tem profissionais de muitas artes e ofícios. Gente que sabe o quer é a vida. Trabalha. Labuta. Luta. Come o pão que o Savimbi amassou.
Naquele tempo maldito da Revolução, da República Popular de Angola, saíamos do trabalho e íamos juntar-nos aos camaradas para, de armas na mão, defendermos o povo dos musseques. Saíamos do trabalho e íamos dar aulas de alfabetização. Saímos do trabalho e íamos participar nas campanhas de limpeza.
Os golpistas quiseram acabar connosco no 27 de Maio porque não éramos bons exemplos para ninguém. Um dia fui visitar camaradas a um prédio da Samba, o maior do bairro. Levava um garrafão de vinho para a festa. Lixei-me porque todos os moradores estavam a limpar o edifício de alto abaixo e toda a zona envolvente. Ia comemorar e trabalhei que nem um cão. Os golpistas nunca trabalharam. Vadiagem com o brasão da política!
Adalberto acha que o governador do Cuando Cubnango tem a vida dele. Fica a saber que os nossos esforçados governadores e governadoras marcam para sábados e domingos os contactos com as populações mais distantes do município sede. Não podem receber um turista da política e abandonar o povo.
O Presidente João Lourenço convocou as eleições para o dia 24 de Agosto. Reuniu os membros do Executivo e apresentou-lhes a proposta. Houve consenso. Depois reuniu os seus colabores da Presidência da República, secretários, titulares da Casa Civil e da Casa Militar. Reforçou o consenso. Com a proposta consolidada, convocou o Conselho de Estado e disse aos excelentíssimos conselheiros que tinha a data das eleições gerais,24 de Agosto!
Que horror! Então não íamos nós,
grandiosos conselheiros, escolher a data? Afinal o que estamos aqui a fazer? Eu
respondo: A tratar da vidinha. As eleições tinham de ser marcadas em Agosto, Há
cinco anos decorreram no dia
O Fernando Pacheco ficou com insónias. O Ismael Mateus ficou mais calmo porque ainda não atirou ao lixo o fato e a gravata para o dia que for ministro. Eles falam, falam, falam mas andam pendurados aos tachos quase desde que nasceram!
A Oposição já fala em fraude eleitoral. Tenho muita pena mas vou revelar que eles, sim, são uma fraude que nos fica caríssima. Nas eleições de 2017, o Estado pagou aos concorrentes (MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN (Aliança Patriótica Nacional) três biliões de kwanzas. Alguns nem indicaram, delegados às mesas de voto. Não fizeram campanha. Os tempos de antena eram artesanais, baratuchos. Meteram o dinheiro ao bolso. A UNITA está na lista! Apesar da farra, as eleições decorreram de uma forma ordeira, cívica e madura. Os fraudulentos que gastaram o dinheiro para satisfazer os interesses pessoais, perderam em toda a linha. O MPLA teve quase três vezes mais mandatos do que o Galo Negro. Os fraudulentos perdem, irremediavelmente!
Ainda faltam mais de dois meses para as eleições e os suspeitos do costume já estão a estender-se ao comprido. Em vez de formarem o seu pessoal eleitoral, espalham calúnias e suspeitas. Habituados a nada fazer, não fazem nada. Vamos ver o filme do costume. Metem os biliões ao bolso e que se lixem as eleições. Depois a culpa é do MPLA.
A forma que têm de fazer política é sempre a mesma. Calúnias, suspeições, mentiras, manipulações, falta de respeito pelos adversários e pelos eleitores que ainda acreditam neles. Todos os dias apresentam um caso, uma anomalia inventada, uma suspeita esfarrapada. Além de maus políticos, são ruins da cabeça e doentes dos pés. Por isso ninguém dança com elas e com eles. Não passam de lesmas pegajosas grudadas aos cofres do Estado. Mas ficam caríssimos. É o preço a pagar pela democracia. As ditaduras é que ficam baratinhas. Vejam como lhes corria bem a vida na Jamba!
*Jornalista
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