A polícia guineense dispersou uma manifestação de professores junto à sede do Governo, numa ação considerada de "violência desnecessária e excessiva" pelo porta-voz da Frente Comum dos Sindicatos dos Docentes.
A polícia guineense dispersou esta segunda-feira (13.06) uma manifestação de um grupo de professores junto à sede do Governo, em Bissau.
Os professores recentemente admitidos no sistema do ensino público estavam a manifestar o seu desagrado por terem nove meses de salários por receber, observou o sindicalista.
Sene Djassi adiantou aos jornalistas que a carga policial resultou no "ferimento grave" de dois professores e na detenção de um docente levado para o Ministério do Interior.
"Com este tipo de atuação da polícia estão a afugentar os investidores no nosso país", disse o porta-voz dos sindicatos dos professores, que responsabiliza o ministro do Interior pelo sucedido.
"A responsabilidade é inteiramente do ministro do Interior, Botche Candé, que é curiosamente presidente do Partido dos Trabalhadores que hoje saíram à rua e foram barbaramente agredidos", notou Sene Djassi.
"Degradação" do Estado
O sindicalista afirmou ainda que a violência utilizada pela polícia, que se defende dizendo que a manifestação não tinha sido autorizada, demonstra o "nível de degradação" do Estado em que se encontra a Guiné-Bissau.
Sene Djassi prometeu para quarta-feira o anúncio público de novas formas de luta, que disse, não passarão pelas manifestações de rua, mas, por exemplo, reter as fichas de avaliação dos alunos ou uma greve geral dos professores.
"Estamos num Estado de direito, não estamos num Estado selvagem”, notou Djassi, para frisar que a manifestação dos trabalhadores ou de cidadãos não carece de qualquer autorização prévia por parte da polícia "ou de quem quer que seja”, disse.
O sindicalista observou que os professores saíram à rua hoje devido ao "incumprimento de promessas” de pagamento dos salários, alegadamente feitos pelo Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
"Prometeram que iam pagar até dia 10 do mês maio dois meses de salário em atraso e agora em junho outros dois meses”, sublinhou Sene Djassi.
Deutsche Welle | Lusa
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