A secretária do Interior do Reino Unido, Priti Patel, aprovou o pedido do governo dos EUA para extraditar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
O Ministério do Interior disse que o ministro do Interior "deve assinar uma ordem de extradição se não houver motivos para proibir que a ordem (de extradição) seja feita" e os tribunais não encontraram nenhuma. Assange tem 14 dias para recorrer.
O WikiLeaks criticou a decisão do governo do Reino Unido e prometeu recorrer da decisão. "Este é um dia sombrio para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica", disse o grupo em comunicado, insistindo que Assange "não fez nada de errado" e está "a ser punido por fazer o seu trabalho".
A Justiça britânica deu a sua aprovação em abril para extraditar o ativista para os Estados Unidos, cuja Justiça o acusa por 18 alegados crimes de espionagem e invasão de computadores para as revelações do seu portal WikiLeaks.
O antigo 'hacker' enfrenta uma pena de 175 anos de prisão por revelar abusos dos Estados Unidos na sua base militar em Guantánamo (Cuba) e nas guerras no Iraque e no Afeganistão.
Julian Assange, preso em 2010 por alegados crimes sexuais hoje arquivados, passou mais de uma década no Reino Unido, primeiro em prisão domiciliária, depois, entre 2012 e 2019, como refugiado na embaixada equatoriana em Londres, e agora na prisão de Belmarsh, perto da capital britânica.
Amnistia Internacional diz que extradição põe "em risco" Julian Assange
A Amnistia Internacional considera que a autorização do Executivo britânico à extradição para os Estados Unidos do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, "põe em grande risco" o jornalista australiano.
A secretária geral da Amnistia Internacional (AI), Agnès Callamard, lamentou em comunicado a decisão adotada pela ministra do Interior do Reino Unido, que assinou a ordem de "entregar o jornalista australiano" Julian Assange à Justiça dos Estados Unidos, onde é acusado de espionagem.
"Permitir que Julian Assange seja extraditado para os Estados Unidos pode colocá-lo perante um grande risco e envia um 'recado arrepiante' aos jornalistas de todo o mundo", disse a responsável pela AI.
"Se a extradição se verificar (...) Assange pode enfrentar o risco de uma detenção prolongada", frisou Callamard.
"As garantias diplomáticas dos Estados Unidos de que Assange não vai ser submetido ao confinamento solitário não podem ser levadas a sério, dado o historial" no país, acrescentou.
"Pedimos ao Reino Unido que se abstenha de extraditar Julian Assange, que os Estados Unidos deixem cair as queixas e que Assange seja libertado", apelou a secretária-geral da organização não-governamental com sede em Londres.
Diário de Notícias | AFP | Lusa | Imagem: © EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA
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