Devido à tenacidade e participação activa nos movimentos estudantis, foi preso diversas vezes pela PIDE (Polícia Política portuguesa), dando origem a campanhas internacionais de solidariedade para a sua libertação.
O primeiro Presidente angolano,
António Agostinho Neto, proclamador da Independência Nacional, a 11 de Novembro
de 1975, faleceu num dia como hoje, 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, na
então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), após ter sido
submetido a uma cirurgia.
Devido à tenacidade e participação activa nos movimentos estudantis, foi preso
diversas vezes pela PIDE (Polícia Política portuguesa), dando origem a
campanhas internacionais de solidariedade para a sua libertação. A influência a
nível internacional cresce na década de 60 e participa em diferentes
conferências.
Nasceu, às cinco horas de 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Kaxicane,
freguesia de S. José, concelho de Icolo e Bengo, no distrito de Luanda, sendo
filho do pastor evangelista Agostinho Pedro Neto e da professora primária Maria
da Silva Neto. Em 1930, acompanha os pais na mudança de residência para
Luanda e em 1933 termina a instrução primária, que lhe foi ministrada pelos
pais, tendo sido aprovado com distinção. E em 1934, matricula-se, em 14 de
Fevereiro, no Liceu Salvador Correia (hoje denominado Magistério Mutu ya
Kevela).
Em 1936, faz a primeira oração pública, durante uma cerimónia fúnebre em honra
do missionário metodista Robert Shields, organizada pelos evangelistas na Liga
Nacional Africana. E em 1938, é-lhe atribuído o 1º prémio num concurso de
poesia promovido pela Igreja Lusitana Portuguesa. No jornal O Estudante, órgão
dos alunos do Liceu Salvador Correia, publica um artigo intitulado «Heróis», em
que refere os heróis do bem e do mal e critica os déspotas, exortando os
colegas à solidariedade.
Inicia, em
Algumas curiosidades
1974 Em Fevereiro, publica-se em Dar-es-Salam, na Tanzânia, a versão inglesa do
seu livro de poesia A Sagrada Esperança, com tradução de Marga Holness. Na
sequência do golpe revolucionário de 25 de Abril em Portugal e do
reconhecimento, pelo novo regime português, do direito das colónias à
independência, assina em Outubro o cessar-fogo nas chanas do Lunhameje, Moxico.
1975 Em 5 de Janeiro, assina em Nakuru, no Quénia, um acordo de princípios entre
o MPLA, a FNLA e a UNITA, para o estabelecimento de conversações conjuntas com
o Governo português. Desloca-se a Portugal, onde assina, em 15 de Janeiro, os
Acordos de Alvor, subscritos pelo MPLA, FNLA e UNITA, bem como pelos
representantes do Governo provisório português. Em 4 de Fevereiro, regressa a
Luanda, onde é alvo de um acolhimento popular triunfal, sem precedentes na
história de Angola. Em Agosto, o Governo de transição desfaz-se e os três
movimentos acantonam-se nas suas áreas de influência, MPLA em Luanda, FNLA ao
Norte, com o apoio de forças zairenses, e UNITA ao Sul, apoiada pelos
sul-africanos, pelo que lança a palavra de ordem «Resistência Popular
Generalizada». Em 11 de Novembro, com o poder do MPLA praticamente confinado em
Luanda, onde a
1976 Graças ao apoio que solicitou e recebeu dos países socialistas, em especial
dos combatentes cubanos e dos conselheiros e material soviéticos, as forças do
MPLA atingem o rio Zaire em Fevereiro e o rio Cunene em Março, derrotando os
exércitos da FNLA e da UNITA e expulsando os invasores zairenses e
sul-africanos, pelo que manda celebrar o «Carnaval da Vitória». Participa na
Conferência de Chefes de Estado e de Governo do Movimento dos Países
Não-Alinhados, no Sri Lanka, e na Cimeira dos Países da Linha da Frente, em
Dar-es-Salam, na Tanzânia. Toma posse do cargo de presidente da Assembleia
Geral da União dos Escritores Angolanos (UEA). Preside à VI Conferência dos
Escritores Afro-Asiáticos,
1977 Em 27 de Maio, enfrenta a maior crise da história de Angola independente, com o golpe de Estado desencadeado por uma facção do MPLA liderada por Nito Alves, situação que gera um banho de sangue de fundas repercussões em todos os sectores da sociedade angolana. Agraciado, em Dezembro, com o título de Herói Nacional pelo 1.º Congresso do MPLA, em que é criado o Partido do Trabalho.
1978 Proclama o «Ano da Agricultura». Em 19 de Janeiro, é distinguido com o
título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lagos, Nigéria. Recebe, em
Luanda, o secretário-geral das Nações Unidas, Kurt Waldheim, além de vários
líderes de partidos e presidentes de países africanos. Recebe, em Luanda, o
Presidente cubano, Fidel Castro. Em 25 e 26 de Junho, encontra-se em Bissau com
o Presidente da República Portuguesa, general Ramalho Eanes, com o objectivo de
regularizar as relações entre Angola e Portugal. Participa, em Cartum, na 15.ª
Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Organização de Unidade Africana
(OUA),
1979 Proclama o «Ano da Formação de Quadros». Preside, em 8 de Janeiro, ao acto de posse dos dirigentes da União de Escritores Angolanos. É-lhe atribuída, em 4 de Fevereiro, a Medalha «17 de Novembro» pela União Internacional de Estudantes. Preside ao encerramento da VI Conferência de Escritores Afro-Asiáticos, realizada de 26 de Junho a 3 de Julho. Profere no Uíge, em 22 de Agosto, o seu último discurso, em que lamenta «não poder ser mais longo por causa da minha voz não estar clara, não estar muito boa». Transferido de emergência para Moscovo, a fim de ser submetido a uma intervenção cirúrgica, morre em 10 de Setembro.
Jornal de Angola
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