Os oficiais do exército que tomaram o poder no Burkina Faso afirmaram, em comentários televisivos, que o líder da junta Paul-Henri Damiba estava a planear uma contraofensiva a partir de uma "base francesa".
Acredita-se que o líder deposto, Paul-Henri Damiba, "refugiou-se na base francesa em Kamboinsin, a fim de planear uma contraofensiva para criar problemas nas nossas forças de defesa e segurança", disseram os militares numa declaração lida na televisão nacional e assinada pelo Capitão Ibrahim Traore, o novo homem forte do país.
A França, antiga potência colonial no Burkina Faso, negou qualquer envolvimento.
Uma hora antes dos comentários televisivos das figuras militares, que derrubaram Damiba na sexta-feira (30.09), a embaixada francesa emitiu uma declaração "negando firmemente qualquer envolvimento do exército francês nos acontecimentos das últimas horas".
A embaixada também negou "os rumores de que as autoridades burquinenses foram acolhidas ou estão sob a proteção dos militares franceses".
A França tem uma presença militar
no Burkina Faso com um contingente de forças especiais baseado em Kamboinsin
que fica a cerca de
Situação tensa em Ouagadougou
A situação em Ouagadougou foi tensa este sábado, com tiros e o destacamento de soldados para as ruas, suscitando receios de confrontos entre os apoiantes de Damiba e os novos homens fortes do país.
Helicópteros pairaram sobre a cidade e lojas que tinham aberto de manhã fecharam as suas portas. Também algumas das principais ruas e estradas da capital de voltaram a ser bloqueadas por soldados.
Várias testemunhas relataram ter ouvido uma rajada de tiros perto da rotunda das Nações Unidas, no centro da cidade, no final da manhã.
O presidente da Comissão da União Africana (UA) condenou hoje "de forma inequívoca" o golpe de Estado no Burkina Faso.
Em comunicado emitido da sede da UA na capital etíope de Adis Abeba, o presidente da Comissão, Moussa Faki Mahamat, expressou "profunda preocupação com o ressurgimento de mudanças inconstitucionais de Governo no Burkina Faso e noutros lugares do continente africano”.
Mahamat pediu às Forças Armadas do Burkina Faso que se abstenham "imediata e completamente de qualquer ato de violência ou ameaça” à população, às liberdades civis e aos direitos humanos.
Deutsche Welle | AFP
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