MISA Moçambique acusa as
autoridades policiais da detenção de um jornalista em exercício de funções a 25
de outubro
O jornalista do portal online
"Pinnacle News", Arlindo Chissale, encontra-se desde terça-feira da
semana passada (25.10) detido e incomunicável, num acto alegadamente
protagonizado pelas autoridades governamentais do distrito de Balama,
Fontes próximas do jornalista relatam que o facto ocorreu quando o profissional de comunicação captava imagens de instituições públicas daquele distrito. Contactado pelos familiares do jornalista, o Administrador daquele distrito, Edson Lino, confirmou a detenção de Arlindo Chissale.
Em declarações à DW, o presidente do MISA Moçambique, Jeremias Langa, diz que o caso faz lembrar o desaparecimento do jornalista Ibraimo Mbaruco, em abril de 2020.
DW África: O que é que o MISA Angola fez até ao momento para saber do paradeiro de Arlindo Chissale?
Jeremias Langa (JL): O que nós fizemos foi constituir um advogado para acompanhar o caso junto das autoridades. O advogado já entrou em contacto com a polícia, que remeteu [o assunto] para um advogado da Procuradoria-Geral da República ao nível do distrital. Só que a Procuradoria disse-nos que não tinha conhecimento do caso e que não houve nenhuma detenção de um jornalista.
DW África: Existe a preocupação de que estejamos na presença de um caso semelhante ao do jornalista Ibraimo Mbaruco, que supostamente foi detido pela polícia, mas a própria polícia diz desconhecer o seu paradeiro?
JL: Na verdade, a primeira ideia que tivemos foi essa. É uma preocupação, para ser mais preciso. Há características comuns. Ele foi detido quando estava em serviço, num distrito onde a situação em termos militares não é muito boa. E o facto de que, tal como aconteceu com Ibraimo Mbaruco, as autoridades não assumirem até agora esta detenção.
DW África: E o jornalista está localizado? Há provas de que ele está numa esquadra nesta localidade e que goza de integridade física?
JL: Não temos ainda essas evidências. Temos estado em contacto com a família dele, que também está preocupada e não sabemos qual é o estado dele, nem onde é que ele se encontra exatamente.
DW África: Que ações paralelas estão a ser tomadas para garantir a soltura ou eventual aparecimento do jornalista do portal "Pinnacle News”?
JL: Neste momento, a nossa prioridade é garantir que o Estado tenha uma ação concreta e que desenvolva esta ação dentro dos mecanismos formais existentes e legais.
DW África: Mas já passou o prazo legal para Arlindo Chissale ser presente ao Ministério Público, certo?
JL: Já, são 72 horas.
Neusa e Silva | Deutsche Welle
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