"Hoje, Moçambique entra para os anais da história", anunciou o chefe de Estado, numa declaração à nação. Saída do primeiro cargueiro com gás da bacia do Rovuma é "reconhecimento do ambiente estável" no país, disse Nyusi.
A exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da bacia do Rovuma, no Projeto Coral Sul, em Moçambique, arrancou este domingo (13.11), anunciou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
"Hoje, Moçambique entra para os anais da história mundial como um dos países exportadores de gás natural liquefeito, que além de representar uma fonte alternativa de fornecimento, contribui em larga medida para a segurança energética nos países de maior consumo", declarou Filipe Nyusi, numa declaração à nação.
Dos três projetos de gás natural
liquefeito aprovados para a região norte de Moçambique, coube à plataforma
Coral Sul, em mar alto, afastada da violência armada
O primeiro projeto da Área 4
O projeto Coral Sul consiste na construção de uma unidade flutuante para a liquefação de gás natural (FLNG), tratando-se do primeiro projeto de desenvolvimento relacionado com as descobertas realizadas na Área 4 na bacia do Rovuma, em Moçambique.
A Galp detém uma participação de
10% no consórcio para o desenvolvimento da Área
A Kogas e a ENH detêm uma participação de 10% cada no projeto, enquanto a China National Petroleum Corporation (CNPC) detém uma participação indireta de 20% através da Eni East Africa.
Reconhecimento do "ambiente estável"
Para o chefe de Estado moçambicano, a saída do primeiro navio cargueiro com gás da bacia do Rovuma é um sinal de "reconhecimento do ambiente estável, transparente e previsível para a realização de investimentos multibilionários" que Moçambique procura ter, embora a violência armada prevaleça entre as principais ameaças à exploração das reservas que se encontram catalogadas entre as maiores do mundo.
O projeto da TotalEnergies, que
está entre os três de maior dimensão, já estava em andamento, mas foi suspenso
em março de 2021 devido aos ataques armados
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada promovida por rebeldes, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Deutsche Welle | Lusa
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