sexta-feira, 25 de novembro de 2022

PATRIMONIO DAS EX-COLÓNIAS, O MUNDIAL E O SORRISO DO RONALDO DECADENTE

O património das ex-colónias, a morte antecipada e o Presidente cansado

David Dinis, director-adjunto | Expresso (curto)

Bom dia,

O ministro da Cultura promete “reflexão, discrição e alguma reserva”, mas numa entrevista ao Expresso admite “envolver os museus e a academia” numa “inventariação mais fina” do património com origem nas ex-colónias. A notícia faz a manchete do Expresso, reabrindo um debate que há muito se faz lá fora.

Na mesma entrevista, Pedro Adão e Silva (que faz parte do núcleo duro do Governo) deixa outros considerandos políticos, mas talvez este seja o mais sonoro: “Não vou ao Catar mesmo que a Seleção chegue à final”. E deixa uma crítica à FIFA, não ouvida de Costa nem de Marcelo, representantes de um país que quer organizar um dos próximos mundiais de futebol.

A propósito de mundial, um breve parênteses para celebrar consigo a vitória à portuguesa de ontem. E para lhe deixar a interessante análise de Bruno Vieira do Amaral após o jogo de ontem - eu não concordo com tudo, mas gostei muito de ler.

A propósito de Marcelo - e aproveitando para sair da Tribuna - deixo-lhe o link para este texto na edição de política desta sexta-feira: “Dez anos é demais.” O cansaço de Marcelo. E quanto ao primeiro-ministro? Bem, Costa faz sete anos de primeiro-ministro. Agora é que é?

No primeiro caderno desta edição passamos por outros temas. Por exemplo, contamos como Gouveia e Melo foi ameaçado “por grupo perigoso e violento” da Margem Sul. Como João e Joana pensam na eutanásia como recurso de fim de vida, um texto sensível e cuidadosamente escrito sobre a eutanásia. Como também o texto sobre os migrantes hospitalizados por “cansaço extremo”, não no Catar, mas aqui mesmo em Beja, para onde devemos olhar primeiro quando queremos falar de direitos humanos. Não esqueçamos isso.

No caderno de Economia algo mais para não esquecermos: a Roménia vai ultrapassar Portugal no PIB per capita já em 2024. Portugal vai convergir apenas um ponto percentual com a média europeia. Os quadros e gráficos na página são reveladores.

Contamos-lhe também sobre dois processos, um negativo para o Novo Banco, outro difícil para a EDP e Fisco, por causa das barragens.

Adicionalmente, debruçamo-nos em pormenor sobre alguns temas sensíveis dos dias de hoje. Um bom exemplo é este: Mais de metade dos trabalhadores diz já ter sido discriminado. Mas também um outro, a que chamámos ADSE, gigante com pés de barro. E este, sobre revolucionar a moda com “alto nível de risco”.

Também há espaço para notícias mais otimistas - e talvez seja seja o caso mais destacado: Lisboa sobe cinco lugares no ranking das melhores cidades para investir.

Na Revista, o tema de capa é sobre as linhas cruzadas do 25 de Novembro, o dia em que a revolução acabou. É onde Vasco Lourenço revela o nome de quem deu a ordem de avanço e, depois, recuo para as forças comunistas, onde se mostra um documento até aqui desconhecido e onde, sobretudo isso, se remonta com novas peças os dias em que Portugal era visto como um “manicómio em autogestão”.

Nesta edição descreve-se A eterna sombra russa, desta vez não sobre a Ucrânia, mas sobre a Finlândia, que também tem uma longa fronteira com a Rússia, que também fez parte do império russo, mas que — diferença significativa — não integrou a União Soviética. Mas a proximidade geográfica com a Rússia condicionou sempre os seus passos.

Mas queria chamar-lhe ainda a atemção para a entrevista a Pedro Penim, o novo Rei do D. Maria II: “As pessoas LGBTQ politizadas sabem que a sexualidade delas ainda importa”.

E, quase a fechar, para este Ronaldo, o 11 inicial, aquele dos tempos do Andorinha. E como voa ainda, esta andorinha.

Resta-me apenas deixar-lhe algumas recomendações de podcasts para hoje e o fim de semana, começando pelo Deixar o Mundo Melhor de Francisco Pinto Balsemão, hoje com Henrique Gouveia e Melo: “Nunca desejei ter um cargo político ." Passando pela guitarra do cristão que tocava a música do diabo no PBX desta semana, ao som de Inês Meneses e Pedro Mexia. E passando pelo Justiça Sem Códigos, onde se discutem os limites (legais) da exposição das crianças na internet.

Deixo-lhe assim um abraço, o desejo de uma boa sexta-feira e de um excelente fim de semana.
Até já

LER O EXPRESSO

Imagem: Equipa de Portugal no primeiro encontro neste 2022 do Mundial no Catar contra a seleção do Gana. Foto Marvin Ibo Guengder – Ges Sport

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