domingo, 16 de janeiro de 2022

Portugal | PASSAPORTE E UM CORTA UNHAS

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

E se Abramovich se candidatasse nestas eleições legislativas e quisesse ser primeiro-ministro de Portugal? Ou se quisesse financiar um partido do seu agrado, encharcando a respectiva campanha em milhões? A verdade é que pode.

"Ele, finalmente, conseguiu encontrar um país onde pode pagar alguns subornos e fazer alguns pagamentos semi-oficiais e oficiais para entrar na UE e na NATO. As autoridades portuguesas carregam malas com dinheiro (...) Um ciclo perfeito de hipocrisia e corrupção."

As palavras são de Navalny, o maior opositor de Putin, e cobrem Portugal de vergonha. Em questão o facto de Abramovich ser agora cidadão português. Com uma fortuna avaliada em cerca de 12,9 mil milhões de euros, o multimilionário russo naturalizou-se português.

Embora ande há anos a tentar autorizações de permanência ou outras no estrangeiro, o magnata não tem tido sucesso. O Reino Unido não lhe renovou o visto de investidor-residência. A Suíça, conhecida por acolher milionários sem perguntas, também lhe fechou a porta devido a suspeitas de branqueamento de capitais e envolvimento com organizações criminosas, alegando a origem ilegal da sua fortuna. Mas Portugal não se inquieta com minudências e resolveu-lhe o problema.

Portugal | CAMPANHA ELEITORAL ABRE COM PS A RECUPERAR


PSD em perda e sem maioria absoluta à vista

A sondagem da Aximage para TSF-JN-DN mostra um deslize do PSD e o PS a subir 2 pp. Na luta pelo terceiro lugar, o Chega ganha vantagem sobre o Bloco. Esquerda vale mais do que direita, mas PS e PSD são eleitos parceiros preferenciais.

Depois dos dez pontos ganhos na última sondagem, o PSD parece, este mês, ter perdido algum embalo que resultava da vitória de Rui Rio nas diretas e do congresso social-democrata.

Na semana em que começaram os debates, o PSD desce quase 5pp e está com 28,5% de intenções de voto (mas legislativas de 2019, teve 27,7%). Aumenta, por isso, para quase 10pp., a distância em relação ao PS que recupera quase 3pp e está com 38,1%.

Em terceiro, a luta está renhida: este mês, é o Chega quem segue à frente com 9% de intenções de voto, seguido pelo Bloco de Esquerda com 7,4%.

Praticamente estabilizados, estão a CDU que regista 4,8% e a Iniciativa Liberal com 3,7%.

Portugal regista 32.271 novos casos de Covid-19 e mais 33 mortes

Estão internados mais 80 doentes em enfermaria e mais cinco em unidades de cuidados intensivos.

Estão confirmadas mais 33 mortes devido à Covid-19 em Portugal, num total de 19.303, de acordo com o último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geralda Saúde (DGS). Nas últimas 24 horas, foram contabilizadas 32.271 novas infeções, e há registo de 1.884.974 casos desde o início da pandemia em Portugal.

Estão agora interadas 1.813 pessoas infetadas com o vírus SARS-CoV-2 (mais 80 do que no sábado), sendo que 168 delas estão em unidades de cuidados intensivos (mais cinco), segundo os dados do relatório deste domingo da DGS.>>Os 33 novos óbitos associados à Covid-19 (o mesmo número registado no sábado) ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo (14), na região Norte (oito), no Centro (quatro), no Alentejo (dois) e na Madeira (dois).

O maior número de novas infeções registou-se na região Norte (13.166) e em Lisboa e Vale do Tejo (11.501).

TSF | Lusa

LEIA AQUI TUDO SOBREA PANDEMIA DE COVID-19 – em TSF

Angola | DERROTADOS ONTEM DESESPERADOS HOJE

Artur Queiroz*, Luanda

Angola Junho de 1992. O Papa João Paulo II visitou o país. Agentes da UNITA, armados até aos dentes, andavam pelas ruas de Luanda montados em carrinhas militares GMC fornecidas pelos EUA, intimidando as populações. Angola, Janeiro de 2022. O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves fez uma visita oficial a Angola. Agentes da UNITA disfarçados de taxistas lançaram o caos em Luanda. Como não podem exibir armas (por enquanto) incendeiam, agridem, destroem. 

Angola 1992. A comunicação social portuguesa garantia que a UNITA ia ganhar eleições porque todos os partidos que estiveram no poder e foram a votos, saíram estrondosamente derrotados. Hoje estão mais comedidos porque não recebem o dinheiro dos diamantes de sangue. Mas tal como o jornal Público e a SIC se destacavam naquele tempo de mudança do regime angolano, hoje destacam-se os Media privados angolanos e alguns agentes avençados.

José Gama, servente da Irmandade Africâner, dono do Clube Kwacha (Club K) e instrutor de Adalberto da Costa Júnior diz que ataques às instalações de um partido político em Luanda, barricadas com pneus a arder nas ruas, agressões, intimidações e a destruição de um autocarro do Ministério da Saúde que transportava doentes e técnicos, foram encenações para acusar a UNITA. 

Eugénio Costa Almeida comentou a declaração do Presidente João Lourenço sobre os acontecimentos em termos iguais aos da UNITA, desde que se tornou uma unidade especial das forças de defesa e segurança do regime de apartheid da África do Sul. Tudo o que é acção do Galo Negro, está bem. Qualquer resposta, nem que seja uma declaração conciliadora do Chefe de Estado, é um perigo, estão a fazer mal à UNITA. Se o grande intelectual Eugénio da Costa Almeida precisa de fazer este papel asqueroso para ter uns cobres na conta bancária, mais vale fazerem assaltos aos velhos, quando vão buscar as suas reformas aos correios.

ONU anuncia ajuda de cinco milhões de euros para combate à seca no sul de Angola

O montante tem como destino as populações das províncias angolanas do Namibe, Huíla e Cunene, nas quais, estima a ONU, a seca extrema estará a afetar gravemente cerca de 1,32 milhões de pessoas.

As Nações Unidas anunciaram, esta sexta-feira (14.01), que Angola vai receber 5,2 milhões de euros para enfrentar os efeitos da seca extrema, que já provocou milhares de vítimas, nas províncias de Namibe, Huíla e Cunene.

A região sul da Angola "enfrenta seca extrema com milhares de vítimas" e, segundo o subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, a verba "visa impulsionar a resposta a crises subfinanciadas", segundo uma nota da organização.

Um relatório do Governo angolano, de 16 de dezembro, sobre a situação da insegurança alimentar e nutricional aguda naquelas três províncias do sul do país salienta que 1,32 milhões de pessoas estão bastante afetadas, e até março de 2022 pode chegar aos 1,58 milhões.

Os dados constam do relatório, a que a Lusa teve acesso, realizado pelo Departamento Nacional de Segurança Alimentar, da Direção Nacional de Agricultura e Pecuária (DNAP), do Ministério da Agricultura e Pescas nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, entre março e maio de 2021, com inquérito em 17 municípios.

A CARTA DE SAVIMBI A PEDIR AJUDA AO EXÉRCITO COLONIAL PORTUGUÊS

ANGOLA

Jonas Savimbi, em Outubro de 1973, enviou esta carta ao capitão Benjamim Almeida, que comandava uma companhia de artilharia da tropa portuguesa, aquartelada em Cangumbe e o protegia de possíveis ataques da guerrilha do MPLA:

Senhor capitão Almeida:

“Fiquei contente em receber a sua carta de 5.10.73. Que tenha feito uma boa viagem e pela sua carta depreendo que tudo tenha corrido o melhor possível, é o que mais me alegra, pois associo aos seus sucessos pessoais a possibilidade de se falar no assunto. (Integração da tropa da UNITA nas Forças Armadas Portuguesas). Quanto à minha saúde vou muito melhor do que dantes, o que me cria condições de pensar e analisar para penetrar os labirintos complexos da política Angolana que está sendo fortemente influenciada pela opinião mundial. É este factor que tem também de pesar nas nossas decisões pois embora Portugal sempre resolveu os seus problemas com a capacidade de uma nação independente, nem sempre os outros quiseram deixar os outros em Paz. A correlação e a interdependência das políticas internas com as políticas exteriores têm hoje a sua maior expressão no desenvolvimento dos meios de comunicação, na unidade económica que só projectam com maior facilidade as ambições dos países mais fortes e as tendências ao imperialismo. Angola fica precisamente situada nessa encruzilhada. Só os homens de uma vasta visão política, podem evitar para Angola o que a História dolorosamente escreveu na alma e nos corpos de outros países que muitas vezes foram projectados para o desconhecido com as nefastas consequências que se conhecem por aí fora.

MOSCOVO LANÇA ULTIMATO E EXIGE RESPOSTA AO OCIDENTE

A Rússia alertou, esta sexta-feira (14), os Estados Unidos e a OTAN de que não irá aguardar indefinidamente por uma resposta às suas exigências de garantias de que a Aliança Atlântica não se expandirá na Europa do Leste.

"Estamos a aguardar uma resposta por escrito dos nossos colegas. Acreditamos que entendem a necessidade de fazê-lo imediatamente e por escrito. Não vamos esperar para sempre”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov.

O chefe da diplomacia russa disse acreditar que há, do Ocidente, um plano para atrasar a resolução da situação.

Lavrov argumentou que, quando o Conselho OTAN-Rússia foi criado, negociaram-se acordos políticos sobre códigos de conduta e comportamento no contexto das Forças Armadas e de sistemas de armas, mas "ninguém falou em consultas com a OSCE ou com a União Europeia (UE)”.

"Queremos ver a sua resposta por escrito, ponto por ponto, disposição por disposição. Queremos que nos convençam que isso nos convém. Tudo por escrito, por favor”, esclareceu Lavrov.

SERÁ O FIM DE BORIS JOHNSON?

# Publicado em português do Brasil

Elmo de Toby | The Guardian | opinião

O ridículo da semana passada não é o pior sinal da queda do primeiro-ministro. A raiva das famílias que sofreram na pandemia não passará. Agora é apenas uma questão de quanto tempo ele sobrevive

Depois de outra semana terrível para Boris Johnson , dominada por notícias de mais festas que quebram as regras no número 10, o comediante Andy Zaltzman abriu o News Quiz da BBC Radio 4 às 18h30 de sexta-feira, anunciando suas duas equipes. Um ele chamou de “equipe de desculpas” e o outro “time pack de mentiras”.

Zaltzman acrescentou: “Este programa é melhor ouvido quando não está no trabalho. Se você não tiver certeza se está no trabalho ou não, verifique se alguém com quem você normalmente trabalha apareceu com uma garrafa de vinho e está sendo martelado.”

O que se seguiu foram 20 minutos de ridicularização implacável do primeiro-ministro por tentar passar uma reunião para dezenas de pessoas no jardim do nº 10 em maio de 2020 (que ele participou com sua esposa) , como um evento de trabalho.

Meia hora depois, no programa Friday Night Football da Sky Sports , os especialistas Gary Neville e Jamie Carragher também entraram em cena.

Questionado sobre a rivalidade entre Brighton e Hove Albion e Crystal Palace, que estavam prestes a se enfrentar em campo, Neville respondeu com uma cara séria que esses jogos de derby muitas vezes pareciam uma “festa enorme”.

Sua alusão um tanto desajeitada – embora claramente preparada – a eventos políticos em resposta a uma pergunta sobre futebol permitiu que Carragher continuasse a piada. “Esta não é uma festa esta noite. Isso é trabalho”, disse. “Eles precisam saber a diferença entre trabalho e festa”, disse ele.

Em toda a mídia, Johnson, o político que costumava fazer piadas em programas como Have I Got News for You , tornou-se motivo de chacota nacional, e todo mundo está nisso.

A descida de Johnson é uma história com apelo de massa. O popular programa da ITV This Morning , que normalmente fica bem longe da política, foi direto às perguntas do primeiro-ministro ao vivo na quarta-feira para ouvir o pedido de desculpas de Johnson por participar da festa de maio de 2020, tal era o nível de interesse.

A velocidade vertiginosa das revelações, negações, admissões e desculpas deixou os parlamentares conservadores lutando para acompanhar. Na noite de quinta-feira, muitos já temiam retornar aos seus distritos eleitorais.

Eles sabiam que “partygate” era prejudicial porque Johnson havia perdido o respeito. Mas eles também estavam cientes de que era muito mais sério do que isso para todos os conservadores: as histórias sobre encontros que quebravam as regras causavam profunda raiva e – para milhares que perderam parentes ou amigos para o Covid-19 – intensa angústia e dor . A mistura foi, potencialmente, politicamente letal para todo o partido conservador.

Para seu horror, no entanto, havia ainda pior para vir naquela noite. Um relatório viria à tona no Daily Telegraph dizendo que a equipe do número 10 também realizou duas festas em Downing Street, que duraram até as primeiras horas, na noite anterior ao funeral do príncipe Philip em abril passado.

“Quando ouvi isso, pensei quando isso acaba? Será que nunca?” disse um ex-ministro conservador. “Quando você pensou que o último episódio terrível poderia ter ficado para trás, voltamos à mesma rotina de tentar esconder a verdade.”

Quando tiveram que confrontar seus eleitores e suas caixas de entrada na sexta-feira, os parlamentares conservadores ficaram abalados com a reação. “O fato de eles terem festas antes do funeral real foi o que realmente despertou muita gente”, disse um parlamentar conservador do sul.

“Foi quando meus e-mails realmente chegaram. Muitos eram de pessoas que eu normalmente não ouço. Um dos meus colegas disse que recebeu 500 e-mails durante a noite e a maioria era de eleitores dos quais ele não tinha ouvido falar até agora.”

Outro conservador, de uma cadeira do norte, disse que seus conselheiros locais, que eram apoiadores de Johnson, o convocaram para uma reunião na sexta-feira para expressar seu desgosto. Os conselheiros conservadores votaram em Johnson para ser líder e votaram no Brexit. Mas eles se voltaram contra ele. “Posso dizer com precisão que meus conselheiros estão muito chateados”, disse ele. “Eles estavam confiantes antes de tudo isso que realizaríamos nossos conselhos locais nas eleições locais de maio. Agora eles acham que vamos perder por causa do comportamento dele. Eles querem Boris fora. Eles estão furiosos.”

BIDEN DENUNCIA "ANTISEMITISMO E ASCENSÃO DO EXTREMISMO" NOS EUA

O Presidente dos EUA saudou a libertação dos reféns da sinagoga do Texas e, enquanto se aguardam detalhes sobre a motivação do sequestrador, disse ser necessário denunciar "o antissemitismo e ascensão do extremismo" no país.

"Estou grato face ao trabalho incansável das forças de segurança, a todos os níveis, que agiu de forma cooperativa e corajosa para resgatar os reféns. Estamos a enviar amor e força aos membros da Congregação Beth Israel, Colleyville, e à comunidade judaica", afirmou Joe Biden no sábado à noite.

Biden quis "ser claro" para qualquer um que queira espalhar o ódio no país: "Vamos opor-nos ao antissemitismo e ao aumento do extremismo".

Pouco antes, o chefe da polícia local indicou que os investigadores acreditam que o suspeito se centrou "numa questão que não ameaçava especificamente a comunidade judaica".

ONDE TERMINA A EXPANSÃO DA OTAN?

# Publicado em português do Brasil

Patrick Buchanan* | Katehon

Acreditamos que Putin suportará interminavelmente o cerco e a contenção de seu país por uma aliança criada para manter a Rússia em um bloqueio?

Após a queda do Muro de Berlim em 1989 e o colapso do Pacto de Varsóvia, começou a desintegração da URSS. Mas o colapso não parou depois que as 14 "repúblicas" soviéticas declararam sua independência de Moscou: apenas começou.

A Transnístria separou-se da Moldávia. A Ossétia do Sul e a Abkhazia se retiraram da Geórgia. A Chechênia tentou se separar da Rússia, mas depois de duas guerras brutais, ficou novamente sob o controle de Moscou. Crimeia e Donbass foram separados da Ucrânia.

O que a Ucrânia, a Moldávia e a Geórgia têm em comum, além dessas “amputações” pós-Guerra Fria realizadas com a ajuda da Rússia? Todos querem aderir à OTAN e, com ela, exigir as garantias militares do Artigo 5, que obrigam os Estados Unidos a fazer guerra contra a Rússia para restaurar sua soberania e integridade territorial em caso de ataque.

É fácil ver por que esses países gostariam que os EUA fossem obrigados a lutar ao seu lado. Mas não está claro por que os Estados Unidos deram tais garantias militares. Por que arriscar uma guerra com uma Rússia com armas nucleares em nome de nações que ninguém jamais considerou vitais para os interesses dos Estados Unidos da América?

O PARTIDO DA GUERRA VENCE

– A Rússia agora está livre para agir unilateralmente

The Saker [*]

Primeiro, uma rápida actualização sobre o Cazaquistão: a CSTO começa a sua retirada e essa operação estará concluída no dia 19 de Janeiro (não sei se alguém informará Blinken sobre a rapidez com que os russos partem). Esta operação foi verdadeiramente um triunfo para a Rússia e seus aliados.

Diz-se que a esperança morre por último, e hoje parece que morreu qualquer esperança que possamos ter tido. Uma série de negociações que durou uma semana parece não ter produzido absolutamente nada. Havia algumas vozes sãs a defender uma solução negociada, mas estas vozes foram agora afogadas pelo enorme coro de políticos histericamente russofóbicos que, sentindo segurança por serem em maior número, disseram ao urso russo para se dar como perdido.

Isto é um triunfo para os Neocons norte-americanos e para os seus protegidos na UE.

Então, para onde vamos a partir daqui?

CRIMES DE ISRAEL CONTRA A PALESTINA CONTINUAM IMPUNES

Beduínos resistem há 4 dias contra tentativas de expulsão por parte de Israel

Recorrendo a granadas atordoantes, gás lacrimogéneo, balas de borracha e canhões de água, as forças israelitas têm reprimido com grande violência [vídeo] os protestos dos manifestantes palestinianos que se opõem à expulsão das comunidades beduínas das suas terras.

Registaram-se fortes confrontos ao longo de todo o dia de ontem em várias aldeias beduínas, depois dos que já tinham ocorrido na quarta-feira. O canal libanês Al Maydeen dá conta de espancamentos de manifestantes, de dezenas de detenções e de feridos.

De acordo com a fonte, os palestinianos resistem aos planos de expulsão das suas terras, que têm estado a ser arrasadas com bulldozers, e de realojamento noutras áreas. Israel alega que quer «plantar árvores» no local, algo a que as comunidades beduínas se referem como «eco-lavagem» dos «crimes de Israel».

As «aldeias não reconhecidas» por Israel

A maioria das comunidades beduínas no deserto do Neguev (al-Naqab, em árabe), no Sul da Palestina histórica, tem o estatuto de «não reconhecidas» e tem enfrentado uma política de demolições sucessivas e confisco de terras, por parte do Estado de Israel, que visam forçar a população a mudar-se para zonas designadas pelo governo israelita.

As aldeias com esse estatuto «desaparecem» dos mapas oficiais. As autoridades israelitas, que não lhes reconhecem os seus direitos sobre a terra e os consideram «ocupantes» em «terras estatais», não lhes fornecem serviços básicos como água e electricidade, e excluem-nos do acesso a serviços de saúde e educação.

Portugal | MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO

Cândida Almeida* | Jornal de Notícias | opinião

Da análise perfunctória do diploma em causa, poderá concluir-se pela assertividade, coerência e equilíbrio das alterações e aditamentos introduzidos aos vários normativos ali elencados.

No entanto, em linhas gerais, o plano de combate à corrupção procede ao agravamento das molduras penais previstas para os crimes cometidos pelos titulares de cargos políticos, de altos cargos públicos e de funcionários.

Abarca no conceito sociológico de corrupção os crimes de fraude, peculato, participação económica em negócio e de tráfico de influência, aproximando-os do tratamento jurídico da corrupção. As alterações àqueles normativos procuram responder e garantir a constitucionalidade dos interesses dicotómicos que ao Estado de direito democrático importa prosseguir, a efectividade da paz jurídica, do "ius imperii", e, em simultâneo, os direitos fundamentais do arguido. Inovadores são os normativos atinentes à isenção e à atenuação especial da pena.

Talvez com estes instrumentos jurídicos se venham a obter mais denúncias sustentáveis e sustentadas. Se assim for, importa ter presente que, em reforço de uma eventual denúncia séria e indiciada, o denunciante pode ainda contar com uma garantia de protecção física e psicológica, prevista na lei da protecção das testemunhas.

Portugal | Há pessoas de 80 anos a reportar abusos sexuais na Igreja Católica

102 testemunhos em menos de uma semana

A comissão independente aos abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa validou, em menos de uma semana, 102 testemunhos, que contêm "momentos de profunda dor e sofrimento", revelou o coordenador, Pedro Strecht.

Em nota divulgada à agência Lusa, o coordenador da comissão, o pedopsiquiatra Pedro Strecht, revelou que desde o dia 11 foram validados 102 testemunhos, recebidos por preenchimento de inquérito 'online' ou por chamada telefónica.

A Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa iniciou na terça-feira um período de recolha de denúncias de vítimas de casos ocorridos desde 1950, suscetíveis de serem remetidos às autoridades e serem investigados.

Segundo o coordenador, existem depoimentos de pessoas entre os 30 e os 80 anos, "todas abusadas enquanto crianças", e a comissão já tem "situações agendadas para contacto pessoal".

Comissão independente recolhe denúncias através de darvozaosilencio.org, do número de telemóvel +351917110000 e de geral@darvozaosilencio.org.

A SAGA DE RENDEIRO FUGITIVO “ARRECADADO” EM PRISÃO SUL AFRICANA

João Rendeiro foi visto por médico da prisão devido a problema cardíaco

Advogada diz que ex-banqueiro teve problema cardíaco provocado por febre reumática e que foi visto por médico da prisão de Westville, que teme que condições do local agravem problema de saúde.

A advogada de João Rendeiro, June Marks, garante que o ex-banqueiro português sobre de um problema cardíaco e que foi observado pelo médico da prisão de Westville, na África do Sul, onde está detido.

Em declarações à CNN Portugal, Marks disse estar preocupada com as condições de saúde do seu cliente e adiantou já ter pedido que seja visto por um cardiologista.

“Ele teve um problema cardíaco devido a febre reumática”, afirmou a advogada. “O médico está preocupado que as condições na prisão e a tuberculose prevalente nas cadeias de África do Sul possam piorá-lo”.

June Marks diz ter receio de que essas condições agravem a situação de saúde do arguido. “Infelizmente, as condições na prisão são limitadas. Esta é a nossa maior preocupação, temos dificuldade em obter tratamento”, referiu.

Cátia Bruno | Observador | Imagem: João Porfírio

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