terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Portugal | TAMBÉM NA HABITAÇÃO, NÃO PINGA E NÃO É DOCE

A vulnerabilidade dos inquilinos, devido a sucessivas rondas de liberalização, é cada vez maior. Solução da fundação pingo doce? Mais liberalização, claro. 

O dinheiro concentrado em poucas mãos paga estudos que escapam à ética da responsabilidade, contra toda a evidência, mobilizada, por exemplo por Nuno Serra ou por Ana Cordeiro Santos. O importante é manter a utopia liberal viva, ou seja, transferir cada vez mais direitos sociais para a propriedade, reduzindo as suas obrigações sociais. 

O estudo da fundação pingo doce é de resto da irresponsabilidade de um antigo Presidente do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, ao tempo em que o governo da troika fazia definhar o IHRU, degradando os serviços e o seu escasso parque público. O mesmo círculo vicioso de sempre.

Agora, vem dizer, qual fanático da IL, que os custos sociais do que é na prática uma distopia se devem à intervenção do Estado, de resto sempre necessária para que exista o tão propalado mercado. O truque é simples e está testado há décadas. Só é preciso dinheiro para o repetir as vezes que forem necessárias, até para bloquear reversões e avanços regulatórios que reconheçam a realidade da sociedade, superando esta rematada distopia neoliberal.

João Rodrigues | Ladrões de Bicicletas

Ler em Ladrões de Bicicletas:

Crise de habitação e o mito do excesso de Estado e de regulação

O Expresso publicou, recentemente, uma sondagem com resultados interessantes, que demonstram haver hoje, na opinião pública, uma muito escassa adesão à tese de que existe um excesso de Estado e de regulação do mercado habitacional em Portugal. Uma tese, velha e relha, segundo a qual são esses excessos de intervenção pública no setor que impedem que o mercado funcione, gerando crises de habitação.

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