terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

ANGOLA NA FROTA DOS GENOCIDAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Um portal apátrida especializado na falsificação de notícias garante que Angola está “na rota dos gigantes” porque depois de Joe Biden garantir o investimento de empresas norte-americanas no nosso país, Luanda recebeu a visita do rei de Espanha e em Março vem Emmanuel Macron, presidente francês. O António Costa vem aí! Só falta o rei Carlos e o seu escudeiro Rishi Sunak para ficar completo o naipe dos colonialistas, esclavagistas e genocidas. 

Angola entrou na frota do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e dos mais sanguinários esclavagistas e genocidas da História da Humanidade: Espanha, Inglaterra e França. Como António Costa, primeiro-ministro de Portugal também anunciou uma vista oficial a Angola, fica o quadro completo. Pior é impossível. Macron vem a Luanda “numa altura em que Paris tenta conter a crescente influência chinesa e russa em África”. Bem me parece. Menos de 50 anos depois da Independência Nacional o Povo Angolano está outra vez sob ameaça dos escravocratas e genocidas. 

Este desastre está acontecendo num momento em que a África do Sul e o Mali levantaram as catanas do seu 4 de Fevereiro contra os neocolonialistas com o auxílio da República Popular da China e da Federação Russa. Angola devia estar na vanguarda desta luta pela liberdade e a dignidade dos africanos, porque tem passado e experiência na área, acumulada entre 4 de Fevereiro de 1961 e 22 de Fevereiro de 2002 (são mais de 60 anos). Pelo contrário, um fraco rei colocou a forte gente na frota dos esclavagistas, genocidas e colonialistas. E o papel dos angolanos na quadrilha é de servente. Muleke ua diala. Merecíamos melhor sorte.

A Imprensa de hoje decidiu assustar-me. Logo a mim que nasci medroso e qualquer ameaça me deixa em pânico. Borrado de medo. O Jornal de Angola deu esta notícia: “Os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) ocuparam sábado a localidade de Mushaki, no Leste da República Democrática do Congo (RDC), controlando agora a maioria dos acessos a uma das principais cidades do país, Goma, a populosa capital de Kivu do Norte”. Mais uma vez o nosso único jornal diário generalista mostrou a sua vocação de padrão do Jornalismo Angolano e guardião dos valores éticos e deontológicos. Afinal João Lourenço, o campeão da paz, só conseguiu mais guerra.

O Jornal de Angola informa com verdade, isenção e sem medo de ordens superiores contrárias: “Os rebeldes ocuparam Mushaki, a cerca de 40 quilómetros de Goma, após dois dias de intensos combates contra o Exército da RDC, o que causou a fuga de milhares de civis. As novas ofensivas do M23 obrigaram mais de meio milhão de pessoas a abandonar as suas casas, segundo dados da ONU, e desencadearam uma escalada de tensão entre a RDC e o Ruanda, devido à alegada cooperação de Kigali com os rebeldes. O Ruanda sempre negou a acusação, apesar de pelo menos dois relatórios da ONU terem confirmado tal cooperação”.

Sahara Ocidental | Brahim Ghali: a República Saarauí é uma realidade "irreversível"

«A República Saarauí é uma realidade nacional, regional e internacional tangível que Marrocos já não pode negar», afirmou o presidente Brahim Ghali a propósito do 47.º aniversário da proclamação da RASD.

Num discurso pronunciado na wilaya de Chahid el Hafed (Argélia), o secretário-geral da Frente Polisário afirmou que o povo saarauí comemora o 47.º aniversário da proclamação da República Árabe Democrática Saarauí (RASD) como um facto «irreversível» e que, «apesar das enormes dificuldades e dos graves desafios», prossegue «a sua batalha pela liberdade e a independência, com firme determinação e apego aos seus legítimos direitos».

Brahim Ghali reafirmou que a Frente Polisário, «única e legítima representante do povo saarauí», «não participará em nenhum processo que não respeite a vontade do povo nem a natureza jurídica da questão do Saara Ocidental», refere o Sahara Press Service (SPS).

Neste contexto, exortou a ONU a acelerar a habilitação da sua missão no Saara Ocidental, MINURSO, para o cumprimento da tarefa que lhe foi confiada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que é o referendo de autodeterminação, tal como estabelecido em 1991.

Instou ainda a União Africana a «impor o respeito pelos princípios e objectivos da sua Lei Constitutiva relativamente ao fim da ocupação militar marroquina de partes» do Saara Ocidental.

Sobre «a mudança e a atitude» do líder do governo espanhol, Pedro Sánchez, o chefe de Estado saarauí afirmou que «não favorecem a paz e a estabilidade na região», e que «encorajam Marrocos a aprofundar as políticas de expansão e agressão» para outros países, incluindo Espanha.

«Do ponto de vista do direito internacional, o Saara Ocidental continua a ser um território não autónomo e Marrocos exerce sobre ele jurisdição na condição de potência ocupante», destacou.

A 26 de Fevereiro de 1976, Espanha abandonou o Saara e, no dia seguinte, a Frente Polisário proclamou a República Árabe Saarauí Democrática, reconhecida em Novembro de 1984 pela maioria dos países da então Organização para a Unidade Africana (OUA), actualmente União Africana, de que é membro de pleno direito.

Portugal | PREMIAR ESPECULADORES, PENALIZAR QUEM NÃO O FOI

Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

Há coisas muito bem-vindas, e que chegam com imenso atraso, naquilo que o governo apresenta como "pacote" para a emergência na habitação. Mas não há um programa - no sentido em que um programa deve ser algo com coerência e clareza e não um conjunto de ideias desconexas, contraditórias e até propiciadoras de mais iniquidade.

AHabitação foi sempre uma prioridade para nós e hoje damos mais um passo importantíssimo na sua consolidação como pilar do Estado Social."

Estas palavras de António Costa são a conclusão de um artigo no Público a 16 de fevereiro, dia do Conselho de Ministros especial sobre habitação, no qual enumera o que os seus governos já tinham feito nesta área.

Sendo verdade que os seus executivos já tinham apresentado medidas para a habitação, é incontroverso que algumas das agora anunciadas denunciam a inconsistência das anteriores, constituindo uma alteração radical de rumo.

Ainda em março de 2018, quando entrevistei a então secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho - que entrara para a nova pasta em julho de 2017 -, a propósito do lançamento da "nova política" para o setor, questionei-a sobre a possibilidade de aplicação de controlos e estabilização de rendas. A resposta foi negativa: "Controlo ou regulação de rendas por via legislativa não. (...) Estamos com um problema de preço porque há pouca oferta e a habitação está em concorrência com outras atividades; se a nossa reação for restringir ainda mais a rendibilidade do setor, a oferta diminuirá mais porque os proprietários vão optar por outra função".

Quando lhe chamei a atenção para o facto de que criar nova habitação demora muito, e de as rendas e o preço das casas estarem - já em 2018 - a subir desenfreadamente, Ana Pinho qualificou essa subida de "insustentável", garantindo: "Nunca subidas destas foram sustentáveis". E, certificando que, ao invés do sentimento implícito nas perguntas do DN, "se não acreditasse que ia a tempo não estava cá a fazer nada", sublinhou a importância de construir indicadores que permitissem "antecipar", em vez de "andar atrás do prejuízo".

Cinco anos depois, um governo com o mesmo primeiro-ministro e, agora, uma ministra da Habitação - Marina Gonçalves - propõe controlo de rendas por via legislativa, limitando a 2% o aumento na renovação do contrato.

Portugal | OS BISPOS QUE NOS PRESTAM CONTAS

Depois do relatório da Comissão Independente, "que através de 512 depoimentos, chegou a cinco mil vítimas prováveis de abuso sexual na Igreja, com uma média de idades de 11 anos", Daniel Oliveira considera que os bispos transmitiram "tímidos e burocráticos pedidos de perdão".

Daniel Oliveira* | TSF | opinião

"Talvez esperem três ave-marias, cinco padres-nossos e seis salve-rainhas como penitência pelos seus pecados. Mas não funciona assim. Os crimes dos abusadores teriam de ser respondidos na justiça se a hierarquia não tivesse passado décadas a ocultá-los, fazendo cada um saltar de paróquia em paróquia, de seminário em seminário, de escola em escola, aumentando assim o número de vítimas", defende o jornalista no seu espaço habitual de Opinião na TSF.

Os cem padres denunciados e que ainda estão no ativo "não são obrigatoriamente culpados", diz Daniel Oliveira, porque "uma denúncia não chega para isso". "Cabe à Igreja avaliar o risco e, nos casos que não seguiram para o Ministério Público, porque prescreveram, afastá-los de menores até se perceber da solidez da acusação."

Segundo o cronista, "tudo isto é o que teria de ser feito em qualquer instituição onde houvesse abusadores de menores, que são muitas".

"O lugar mais perigoso até é - já se sabe - na própria família. Só que não é nada disso que a Conferência Episcopal Portuguesa, que reúne na próxima sexta-feira, tem de debater. E digo que tem de o fazer, apesar de não ser católico, porque isto não é um assunto interno na Igreja. Assunto interno da Igreja é se mantém o celibato e insiste numa moral sexual totalmente desfasada da vida dos seus próprios fiéis. As consequências destes abusos dizem-nos respeito a todos, católicos ou não", sublinha.

A FALTA DE HONESTIDADE DOS POLÍTICOS NOS PODERES EM PORTUGAL É COMUM...

Galamba tentou 'escapar' a imposto sobre mais-valia de casa que vendeu

O ministro tentou provar várias vezes à justiça que o segundo imóvel onde reinvestiu era a sua habitação permanente, mas sem sucesso.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, terá tentado evitar o pagamento do imposto sobre a mais-valia de uma casa, noticia a TVI/CNN esta segunda-feira, tendo vendido o imóvel pelo dobro do preço a que o comprou, meio ano depois.

Segundo a estação de televisão, que fala de um negócio de 2007 e que foi apenas conhecido em 2017 - após Galamba ter passado então a ser secretário de Estado da Energia -, o atual ministro declarou que reinvestiu a mais-valia noutro imóvel mas, quatro anos depois, as Finanças verificaram que não havia provas para considerar a segunda casa a sua habitação permanente, pedindo que o governante confirmasse dados que lhe concederiam os benefícios fiscais pretendidos.

João Galamba terá apresentado documentos, reclamou ao tribunal arbitral, chamou testemunhas para demonstrar que a habitação era, de facto, a sua casa permanente, mas as justificações não convenceram a justiça e o político teve mesmo de pagar cerca de 14.500 euros.

Entre os documentos apresentados estiveram também uma fatura de gás e uma declaração da junta de freguesia, mas, segundo a decisão citada pela TVI e pela CNN Portugal, a declaração de residência da junta foi "emitida decorridos alguns anos sobre os factos atestados".

A notícia dá ainda conta que João Galamba atualizou a morada fiscal durante o período em que garantiu ter habitado na casa em causa, mas acabou por declarar "um local diferente do prédio em causa", levando então o tribunal a recusar o reembolso fiscal ao agora ministro dos 14.500 euros.

O gabinete do ministro das Infraestruturas reagiu à TVI e apelidou o caso de "divergência" com as autoridades fiscais, defendendo a posição de Galamba.

Notícias ao Minuto | Imagem: Getty Images

Leia  em Notícias ao Minuto:

O documento que explica as medidas do Governo para a habitação. Leia aqui

CLARIFICAÇÃO DA AGÊNCIA ESPACIAL TURCA SOBRE O TREMOR DE TERRA

Durante uma antiga conferência, o Director da Agência Espacial turca, Serdar Hüseyin Yıldırım, descrevera uma arma que os Estados Unidos estavam a ultimar:

«Existem satélites militares que podem enviar bastões em liga de titânio de 10 metros a partir do espaço em direcção a qualquer alvo no mundo. Eles penetram 5 quilómetros de profundidade no solo, criando um tremor de terra com magnitude 7-8».

Ora, esse trecho do seu discurso ressurgiu no contexto do terremoto. Serdar Hüseyin Yıldırım veio então declarar agora :

«Este curto vídeo é um trecho de uma conferência que dei há muito tempo num instituto de estratégia [o Stratejik Düşünce Enstitüsü]. Eu expliquei o sistema de armas que pode apagar uma pequena cidade do mapa quando é colocado e utilizado em órbita terrestre. Não tem como função desencadear linhas de falha ou criar tremores de terra tectónicos. Por conseguinte, isso não tem nada a ver com a catástrofe de Maraş, que é um tremor de terra tectónico que ocorreu sobre uma linha de falha conhecida. Não quero que seja mal interpretado. O efeito desta arma é comparável ao impacto de um meteorito».

Escusado será dizer que se ele tivesse declarado outra coisa, a Turquia teria que se declarar em estado de guerra.

Voltairenet.org | Tradução Alva

VER VÍDEO DA CONFERÊNCIA - em Voltairenet.org

A OTAN TORNA-SE UMA COLIGAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS - na mira atacar Rússia e China

Os Ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) reuniram-se em Bruxelas para assinar uma Convenção que modifica os estatutos da Aliança.

A partir de agora, a OTAN poderá entrar em guerra fora do Artigo 5, quer dizer, sem que um de seus membros tenha sido atacado, e já não mais por unanimidade, mas por maioria. Trata-se de fazer da Organização uma « coligação (coalizão-br) de voluntários “à la carte” ». 

Na mira como alvo : a Rússia e a China.

Voltairenet.org | Tradução Alva

PROTESTOS CONTRA A GUERRA DA OTAN NA UCRÂNIA CRESCEM NA EUROPA

Protestos contra a guerra na Europa ganham força à medida que a guerra por procuração da OTAN na Ucrânia aumenta

Os europeus estão invadindo as ruas em números sem precedentes para protestar contra a guerra por procuração da OTAN na Ucrânia e contra o declínio de seus próprios padrões de vida. O Grayzone cobriu manifestações e entrevistou líderes de protesto em vários países desde o início da guerra.

Stavroula Pabst  e  Max Blumenthal* | # Traduzido em português do Brasil

Atenas, Grécia  –– Em 21 de fevereiro, vários milhares de gregos encheram as ruas de Atenas para denunciar a OTAN e os Estados Unidos após a visita de Antony Blinken à Grécia, onde o secretário de Estado dos EUA aplaudiu o país mediterrâneo por estar entre os primeiros países europeus a apoiar a Ucrânia, abrindo caminho para o “apoio à democracia”.

Foi apenas uma ação entre muitas ações de protesto em todo o continente quando o conflito por procuração da OTAN na Ucrânia se aproximava de seu primeiro aniversário. Os cidadãos europeus estão cada vez mais agitados quando seus líderes parecem decididos a estender a guerra por pelo menos mais um ano: eles aprovaram  várias rodadas de sanções  contra a Rússia,  forneceram bilhões de euros  em assistência à Ucrânia e concordaram em  treinar milhares de soldados ucranianos .

Essas ações prejudicaram os padrões de vida dos europeus médios. Embora o continente tenha evitado um colapso energético amplamente temido graças a esforços bem-sucedidos para garantir alternativas energéticas e clima excepcionalmente quente, os governos europeus já haviam se preparado para possíveis quedas de energia e apagões móveis no início deste inverno  devido  ao corte de energia russo.

À medida que a guerra aumenta, também aumentam as ações de protesto nos principais estados da OTAN, da Grécia à Grã-Bretanha, da República Tcheca à França e Espanha. A recente onda de manifestações se baseia em exibições consideráveis ​​de oposição à guerra durante o inverno em cidades de  Chișinău  a  Paris ,  de  Bruxelas  a  Tirana  e  Viena.

Na Alemanha, onde a ministra das Relações Exteriores Annalena Baerbock declarou que  “estamos em guerra com a Rússia”  em meio a relatos de que os militares dos EUA destruíram o oleoduto Nord Stream do país que o conectava ao fornecimento de gás da Rússia, também estão surgindo manifestações contra a guerra por procuração da OTAN.

A crescente onda de protestos em todo o continente parece ter  abalado os líderes europeus,  desencadeando repressão policial, denúncias demagógicas e até mesmo processos contra os líderes dos protestos por criticarem publicamente o apoio militar de seus governos à Ucrânia.

Ao contrário da grande mídia ocidental, que tratou os protestos com desprezo quando não os ignorou completamente, The Grayzone participou de vários protestos e entrevistou os ativistas trabalhistas e anti-guerra que mobilizaram seus concidadãos contra a guerra por procuração da OTAN.

Ucrânia | IDOSA VAI A JULGAMENTO POR EXPRESSAR OPINIÕES ANTI-PATRIÓTICAS

"O crime maior desta senhora terá sido afirmar publicamente que foi a Ucrânia que começou esta guerra, em 2014, contra o seu próprio povo"

Uma idosa de 65 anos, original de Energodar, região de Zaporizhzhia, e refugiada interna actualmente residente na região de Sumy, foi visitada no passado dia 7 de Fevereiro pelos serviços secretos ucranianos para ser notificada da abertura de um processo criminal por “negar a agressão da Federação Russa à Ucrânia”. O anúncio foi feito no site do procurador geral da região de Sumy.

Em causa está uma entrevista dada a uma jornalista dum canal de televisão da região de Sumy, em que a senhora expressou opiniões que não vão de encontro à narrativa oficial ucraniana – aparentemente, a única permitida hoje em dia. A entrevista não foi para o ar, mas foi depois publicada pela própria jornalista na sua conta de Instagram.

O crime maior desta senhora terá sido afirmar publicamente que foi a Ucrânia que começou esta guerra, em 2014, contra o seu próprio povo.

Na Ucrânia, mas também no Ocidente mergulhado na narrativa única que romantiza a Ucrânia como uma terra de liberdade e democracia, esta senhora será automaticamente acusada de ser uma traidora pró-russa. E isto mesmo depois de a senhora ter dito que “Eu não me interesso por política” e, ao lhe ser perguntado “a política de que país”, ter respondido: “Todas. Nem pela americana, nem pela ucraniana, nem pela russa.” 

Os comentários mais numerosos nas redes sociais são apelos à sua deportação. Uma cidadã ucraniana, civil e idosa, que cometeu o sacrilégio de expressar a opinião errada.

Aparentemente, a glória da Ucrânia tem de ser protegida de idosas reformadas.

Eis a Ucrânia da liberdade e da democracia, em que o ensino em línguas minoritárias é proibido, a classe trabalhadora é sujeita a uma nova lei laboral que a atira de volta ao século XIX, partidos que não se vergam à orientação europeísta são ilegalizados [1] e opiniões discordantes – mesmo as de idosas inofensivas – são censuradas.

Guilhotina.info

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A GUERRA NA UCRÂNIA UM ANO DEPOIS


Desde o início da operação militar especial na Ucrânia as suas forças armadas já perderam 387 aviões; 210 helicópteros; 3228 veículos aéreos não tripulados; 405 sistemas de mísseis anti-aéreos; 8011 tanques e veículos blindados; 1044 veículos de lançamento múltiplo de sistemas de foguetes; 4205 peças de artilharia + obuses + morteiros e 8518 veículos militares especiais.

As Forças Armadas da Rússia estão a lutar contra 26 países da NATO, os que alimentam esta guerra com armamento, financiamento e também com pessoal de combate (os operadores de HIMARS são não ucranianos e além disso há milhares de mercenários estrangeiros).  Esta guerra na Ucrânia (e não da Ucrânia) já se transformou numa guerra híbrida. O seu arrastamento está a atingir um dos grandes objetivos do império estado-unidense: colocar a Europa da UE em estado de vassalagem e destruir a sua economia.  

Quanto mais durar pior será para a UE e melhor será para os monopólios estado-unidenses do complexo militar-industrial.   Mas apesar de toda a desinformação dos media corporativos, o regime ukro-nazi não está a vencer. A vitória da Rússia é inevitável, por muito que o império – desesperado – tente retardá-la.

Resistir.info – 25 Fevereiro 2022

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

“PRODUTOS” TÓXICOS NAS CAPELAS DA ONU

CRÓNICA DESDE OS ANOS 90 – PRIMEIRO ACABARAM COM OS SOVIÉTICOS…

… Primeiro acabaram com os soviéticos,

Mas, como qualquer devotado cristão,

O pessoal da NATO

Fez tudo e de tudo

Por esse eclipsar!...

Acabaram com esses comunistas

Mas não conseguiram

Apesar de tudo, ganhar todo o bolo

Então lembraram-se

Que com a Rússia,

“Há velhas contas a ajustar”!...

Martinho Júnior, Luanda

A “implosão” provocada desde dentro da União Soviética, não teve apenas Gorbatchev e Ieltsin como actores venais, ou figurantes liberais, de maior responsabilidade…

Na plataforma da Ucrânia Soviética a cultura integracionista nacionalista foi cultivada desde as entranhas fascistas e nazis, pelo que as sementes da discórdia foram rebuscadas desde as profundidades da crise da IIª Guerra Mundial, para-o-que-desse-e-viesse, à inteira disponibilidade, engenho e arte dos “vencedores” anglo-saxónicos, de sua arrogância, do seu exclusivismo e de sua impunidade!

A Rússia nem se pode valer dos artigos 106 e 107 da Carta da ONU!

Fizeram um trabalho de sapa como quem faz arqueologia, inteligente e perverso trabalho próprio da preservação da barbárie, por via de todas as redes “stay behind” cultivadas e, em alguns casos, com um “produto” tóxico como o do actual regime de Marcelos em Portugal, onde conseguiram conservar a frio o fascismo capaz até do cinismo catedrático das “conversas em família” e do “ressuscitar” dum tão “democrático” Chega, a cheirar a retornados que tresanda! 

É desse cadinho aliás que foi formada a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a NATO e sua inspiração não pode enganar ninguém, porque na sua fundação até houve membros fundadores que eram fascistas entre “democratas”, basta olhar para o “excepcionalismo” de Portugal, além do mais ultra cristão e ultra colonial!

Assim Ronald Reagan e Margareth Thatcher tiveram a sua quota-parte de responsabilidade, que aliás foi transmitida, via CIA e MI6, a todas as administrações que se lhes seguiram desde então, ainda que houvesse “nuances” de sucessivas doutrinas, cada uma delas a procurar esmerar nas práticas de conspiração que atestam a sua própria essência bárbara e feudal!

Dos escombros da IIª Guerra Mundial e do império colonial britânico, a cultura de laboratório banderista foi pouco a pouco projectada para um dia ressurgir, crescer, empolar e começar a dar os seus frutos tóxicos, começando logo por se mexer em Agosto de 1991 nos subterrâneos do poder instalado em Kiev, quando a Ucrânia proclamou a sua independência!

Algo similar se passou em muitos estados de orientação marxista-leninista vocacionados para o socialismo, mesmo que fossem Não-Alinhados!

Os casos dos alvos da barbárie foram desfilando, desde a implosão da Jugoslávia, aos contenciosos críticos da Moldávia, ao caos do Cáucaso, à “revolução rosa” da Geórgia…

Esses podem ser citados como exemplos, exemplos que viriam a ser engrossados com as agressões ao Afeganistão, ao Iraque, à Síria, à Líbia, pois o Médio Oriente Alargado, com um terreno tão fértil de contradições manipuladas pelos interesses e conveniências de domínio, (que aliás são aliás aproveitadas ao milímetro pelo sionismo), transbordavam de petróleo, do gás e dos minérios do Sul Global, que faltam às metrópoles misto de instrumentos coloniais e neocoloniais!

Os Antigos Combatentes angolanos que contribuíram para projectar a proclamação da República Popular, passaram também pelas brasas dessa experiência ingerencista e manipuladora de controvérsias, grande parte delas transversais, outras subterrâneas, mas todas elas passando pelo colonial-fascismo português a coberto da NATO, uma controvérsia prenhe de traições e de traidores cheirando ao enxofre dum “excremento do diabo” tomado de assalto pelos traficantes de diamantes capazes do choque da “guerra dos diamantes de sangue”, como os outros afinal capazes da terapia neoliberal que se lhe tornou subjacente sob a formalidade do Acordo de Bicesse de 31 de Maio de 1991!

Disseminar o caos, o terrorismo e a desagregação desde então, desde o início da década de 90 do século XX, passou para uma primeira linha com a doutrina Rumsfeld/Dobrowski (parideira do Africom), pois quanto mais fragilizados passassem a ser os estados, as nações e os povos do Sul Global, mais facilmente o hegemon e seus vassalos poderiam realizar o saque privatizado das riquezas em época de cada vez mais escassez (a terapia neoliberal tem seus segredos de polichinelo nos negócios correntes)… e a Federação Russa enquanto alvo maior não podia ser excepção!

Toda a responsabilidade cabe aos que esgotam em meio ano o que a Mãe Terra só consegue refazer em um ano e numa altura em que a humanidade atingiu mais de 7.000 seres humanos vivos!

A guerra na Ucrânia expõe o imperialismo dos EUA como a principal ameaça global

Ano histórico...

A maioria das pessoas percebe que os Estados Unidos e seu sistema capitalista de empobrecimento de guerra devem ser derrotados se o mundo quiser viver em paz.

Strategic Culture Foundation | editorial | # Traduzido em português do Brasil

A guerra na Ucrânia está agora entrando em seu segundo ano, tendo completado seu primeiro aniversário esta semana. Em 24 de fevereiro do ano passado, as forças russas entraram no território ucraniano. O conflito deu muitas reviravoltas nos últimos 12 meses. Mas parece haver um desenvolvimento primordial e inevitável. Os contornos da hostilidade surgiram para identificar a principal ameaça global – os Estados Unidos e sua obsessão de soma zero com a hegemonia imperialista.

A rigor, a guerra na Ucrânia está entrando em seu décimo ano porque as origens do conflito remontam ao golpe de estado em Kiev em fevereiro de 2014 patrocinado pela CIA americana e outros agentes da OTAN. O regime neonazista que foi instalado então e que continua no poder (encabeçado por um presidente judeu, no entanto) foi armado e secretamente apoiado pelos Estados Unidos e seus parceiros da OTAN para agredir o povo de língua russa do antigo sudeste da Ucrânia. O objetivo maior do regime era atrair a Federação Russa para um confronto existencial que está em andamento.

Os governos ocidentais e seus meios de comunicação de propaganda afirmam a narrativa absurda de que o presidente russo, Vladimir Putin, lançou uma agressão não provocada contra a Ucrânia. O sistema de propaganda ocidental – cujos nomes incluem marcas domésticas como New York Times, Washington Post, Guardian, Financial Times, BBC, CNN, DW e France 24, e assim por diante – encobre completamente os oito anos anteriores ao início da guerra.

Putin reiterou a afirmação esta semana em um discurso anual do tipo estado da união, quando disse que “o Ocidente começou a guerra”. O líder russo foi previsivelmente difamado no Ocidente por dizer isso. Mas os fatos da história estão do lado de Putin.

O estudioso americano Professor John Mearsheimer é uma das várias vozes eminentes que confirmam que a guerra na Ucrânia foi pressagiada pela OTAN e pela expansão implacável da OTAN em direção à Rússia ao longo de muitos anos. A Ucrânia era apenas a ponta da lança apontada para a Rússia.

Outras fontes no terreno na região de Donbass – anteriormente da Ucrânia – também confirmam que o regime de Kiev apoiado pela OTAN estava aumentando sua agressão em fevereiro do ano passado antes da intervenção militar da Rússia. Isso explicaria por que o presidente americano Joe Biden previu com confiança no início do ano passado que as forças russas “invadiriam” a Ucrânia. Os tesoureiros americanos do regime de Kiev sabiam que a Rússia seria compelida a intervir para impedir um incipiente ataque mortal à população de língua russa dentro da então fronteira ucraniana.

Desde então, a região de Donbass se separou da Ucrânia em referendos realizados no ano passado e se juntou à Federação Russa seguindo os passos da Península da Crimeia. Os meios de comunicação/propaganda ocidentais falam sobre a Rússia “anexar” o Donbass e a Crimeia, ignorando os referendos verificados por observadores internacionais. Mas então a mesma mídia ocidental se recusa a relatar como os EUA em um ato de terrorismo internacional explodiram os oleodutos Nord Stream cinco meses atrás. Assim, não diga mais nada sobre sua credulidade covarde.

Nunca na história houve uma necessidade maior de um grande movimento anti-guerra

As coisas estão se agravando cada vez mais rapidamente entre a estrutura de poder centralizada nos EUA e as poucas nações restantes com a vontade e os meios de resistir às suas exigências de obediência total, ou seja, China, Rússia e Irã. O mundo está se tornando cada vez mais dividido entre dois grupos de governos que estão se tornando cada vez mais hostis um ao outro, e você não precisa ser um historiador para saber que provavelmente é um mau sinal quando isso acontece. Especialmente na era das armas nucleares.

Caitlin Johnstone* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

Victoria Nuland, do Departamento de Estado dos EUA, está agora dizendo que os EUA estão apoiando os ataques ucranianos na Crimeia, atraindo fortes repreensões de Moscou com um lembrete severo de que a península é uma "linha vermelha" para o Kremlin, que resultará em escaladas no conflito se ultrapassada. Na sexta-feira, o presidente da Ucrânia, Zelensky, disse à imprensa que Kiev está preparando uma grande ofensiva para a "desocupação" da Crimeia, que Moscou considera parte da Federação Russa desde sua anexação em 2014.

Como Anatol Lieven explicou para a Jacobin no início deste mês, esse cenário exato é atualmente o mais provável de levar a uma sequência de escaladas que terminam em guerra nuclear. À luz das revelações recentes acima mencionadas, o parágrafo de abertura do artigo de Lieven é ainda mais arrepiante de ler agora do que quando saiu, algumas semanas atrás:

A maior ameaça de catástrofe nuclear que a humanidade já enfrentou está agora centrada na península da Criméia. Nos últimos meses, o governo e o exército ucraniano prometeram repetidamente reconquistar este território, que a Rússia tomou e anexou em 2014. O establishment russo e a maioria dos russos comuns, por sua vez, acreditam que manter a Crimeia é vital para a identidade russa e a posição da Rússia como um grande poder. Como um conhecido liberal russo (e nenhum admirador de Putin) me disse: “Em último recurso, a América usaria armas nucleares para salvar o Havaí e Pearl Harbor e, se for necessário, devemos usá-las para salvar a Crimeia”.

E isso é apenas a Rússia. A guerra na Ucrânia está sendo usada para escalar contra todas as potências não alinhadas com a aliança centralizada pelos EUA, com desenvolvimentos recentes incluindo ataques de drones a uma fábrica de armas iraniana que supostamente arma soldados russos na Ucrânia e empresas chinesas sendo sancionadas por “atividades de reabastecimento em apoio ao setor de defesa da Rússia” após acusações dos EUA de que o governo chinês está se preparando para armar a Rússia na guerra.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, teria mantido várias reuniões com altos oficiais militares sobre possíveis ataques futuros ao Irã para neutralizar a suposta ameaça de o Irã desenvolver um arsenal nuclear, uma "ameaça" sobre a qual Netanyahu mentiu pessoalmente por anos.

UMA FANTASIA DE OMNIPOTÊNCIA ANGELICAL DOS EUA

Bruce Fein diz que Robert Kagan está convencido de que os EUA ainda não metamorfosearam o mundo em um paraíso por causa da apreciação insuficiente de sua onipotência, onisciência e benevolência, conforme descrito no livro neocon de Kagan de 2006, Dangerous Nation.

Bruce Fein* | especial para Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Se você ama contos de fadas com finais felizes, vai desmaiar com oretrato fictício de Dangerous Nation, de Robert Kagan, da política externa dos Estados Unidos desde seus primeiros dias até o início do século 20 como uma aspiração cavalheiresca ou busca para levar Camelot a todos os cantos do mundo. globo.

A narrativa se desvia da verdade como a teoria geocêntrica do universo se desvia do heliocêntrico.

De acordo com Kagan, a atração gravitacional da política externa dos Estados Unidos sempre foi uma doação altruísta e arriscar aquela última medida completa de devoção para trazer prosperidade e autogoverno esclarecidos aos estrangeiros. 

O autor postula que os americanos apreciam exclusivamente o DNA angelical. Eles choram como Niobe ao testemunhar estrangeiros gemendo sob a opressão e defendem avidamente a intervenção militar americana, ou seja, a legalização do assassinato em primeiro grau, para aliviar ou acabar com sua miséria.

O Dom Quixote de Cervantes é envergonhado. Os americanos, insinua Kagan, irão direto para o céu sem a necessidade de uma entrevista com Deus!

A natureza fabulista da história de Kagan é enfatizada pela crueldade que os americanos estavam exibindo em casa sobre linchamentos, supremacia masculina branca, subjugação de nativos americanos e racismo desenfreado enquanto supostamente agiam como fadas madrinhas no exterior até 1900. 

A história é tão implausível como se o anticristo da cabana do tio Tomás, Simon Legree, se oferecesse para lutar pela emancipação dos escravos em Cuba ou no Brasil.

Kagan está convencido de que os Estados Unidos ainda não metamorfosearam o mundo em paraíso por causa da apreciação insuficiente de sua onipotência, onisciência e benevolência em exibir todos os nobres instintos do coração humano. (Alguém estava dormindo na hora de compor o título do livro transmitindo a impressão oposta?)

Se Kagan soa como um megafone para o complexo militar-industrial de segurança de vários trilhões de dólares e a história alternativa da  América Uber Alles , é porque ele é. A verdade sobre os Estados Unidos e sua política externa é mais realista e mais promissora.

Ocidente diz ao Sul Global: “Você não pode ser neutro. Ou está connosco ou contra nós”

WEST DIZ AO SUL GLOBAL 'VOCÊ NÃO PODE SER NEUTRO' NA GUERRA DA UCRÂNIA: OU VOCÊ ESTÁ CONOSCO OU CONTRA NÓS

Os ministros das Relações Exteriores dos Estados Unidos, Alemanha e Ucrânia disseram ao mundo “você não pode ser neutro” na  guerra por procuração da OTAN com a Rússia , lembrando a infame declaração do presidente George W. Bush: “Ou você está conosco ou contra nós ”.

Ben Norton - Geopolitical Economy Report | em South Front | # Traduzido em português do Brasil

Ao fazer isso, essas autoridades ocidentais estão criticando implicitamente a grande maioria dos países da Terra, que estão no Sul Global e que mantiveram estrita neutralidade durante a guerra.

Em um  evento conjunto  na  Conferência de Segurança de Munique  em 18 de fevereiro, a  ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock  , declarou:

“A neutralidade não é uma opção, porque assim você fica do lado do agressor”.

Baerbock enfatizou que

“este é um apelo que também estamos fazendo na próxima semana para o mundo novamente: por favor, tome um lado, um lado pela paz, um lado pela Ucrânia, um lado pelo direito internacional humanitário, e agora isso significa também entregar munição para que a Ucrânia possa defender-se”.

Os comentários do ministro das Relações Exteriores da Alemanha foram repetidos pelo  secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken .

“Como disse a Annalena [Baerbock], não há posição neutra… Não há equilíbrio”, disse Blinken, sublinhando, “Não dá mesmo para ser neutro”.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia,  Dmytro Kuleba,  elogiou o Ocidente por “representar princípios e regras”, ao mesmo tempo em que insinuou que o Sul Global é bárbaro e sem lei.

“Vemos uma unidade sem precedentes de uma parte do mundo que defende os princípios e regras em que este mundo se baseia, mas também vemos outras partes do mundo, algumas são neutras, o que significa efetivamente o apoio da Rússia”, disse Kuleba com nojo.

Baerbock já havia deixado claro que o Ocidente está travando uma guerra contra a Rússia, declarando no Conselho da Europa em janeiro: “ Estamos travando uma guerra contra a Rússia ”.

O tom e o contexto dos comentários feitos por altos funcionários ocidentais na Conferência de Segurança de Munique em 18 de fevereiro deixaram claro que eles estão zangados com o Sul Global por se  recusar a participar de sua guerra por procuração .

A iminente distração transnístria de bandeira falsa de Kiev é extremamente perigosa

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

A razão pela qual a iminente conspiração de bandeira falsa de Kiev é tão perigosa é porque poderia facilmente envolver a Romênia, membro da OTAN, que alguns suspeitam de abrigar intenções de incorporar a Moldávia com base em reivindicações históricas sobre aquela terra. O presidente da Moldávia, Maia Sandu, foi acusado por alguns de colaborar secretamente com Bucareste na busca desse cenário, que poderia arriscar um confronto direto entre a OTAN e a Rússia naquela ex-república soviética, caso isso acontecesse.

O alto escalão da Rússia acusou Kiev de planejar uma invasão de bandeira falsa na região separatista da Transnístria, na Moldávia, que afirma ser realizada por neonazistas Azov vestindo uniformes de soldados russos. Essa suposta provocação servirá então de pretexto para a Ucrânia invadir aquela entidade separatista na qual Moscou teve um pequeno número de forças militares por acordos anteriores firmados com as partes que estiveram envolvidas anteriormente na breve guerra civil desse país sem litoral.

O modus operandi que Moscou alertou que Kiev está planejando empregar é exatamente o mesmo que Hitler fez no período imediatamente anterior à invasão nazista da Polônia. Nessa altura, as suas forças vestiam-se de soldados polacos enquanto realizavam um ataque com bandeira falsa contra uma estação de rádio alemã que posteriormente serviu de pretexto para atacar aquele país vizinho. Como Kiev dificilmente pode ser descrito como um ator independente, o Kremlin também dirigiu alertas de acompanhamento aos EUA e à OTAN.

Informou-os de que as Forças Armadas Russas “irão reagir adequadamente” a tais provocações, acrescentando que “quaisquer ações que representem uma ameaça à sua segurança serão vistas, de acordo com o direito internacional, como um ataque contra a Federação Russa”. A razão pela qual a iminente conspiração de bandeira falsa de Kiev é tão perigosa é porque poderia facilmente envolver a Romênia, membro da OTAN, que alguns suspeitam de abrigar intenções de incorporar a Moldávia com base em reivindicações históricas sobre aquela terra.

O presidente da Moldávia, Maia Sandu, foi acusado por alguns de colaborar secretamente com Bucareste na busca desse cenário, que poderia arriscar um confronto direto entre a OTAN e a Rússia naquela ex-república soviética, caso isso acontecesse. Sobre as chances de Kiev prosseguir com a invasão de bandeira falsa sobre a qual Moscou acabou de alertar, isso infelizmente não pode ser descartado, pois há uma certa lógica inerente à liderança daquele país em ruínas, considerando seriamente esse curso de ação.

Como a rede de propagandistas nazis ajudou a lançar os alicerces da guerra na Ucrânia

Evan Reif *

Os antecedentes da guerra na Ucrânia não vêm de há um ano, como pretende a propaganda EUA/NATO. Nem sequer vêm do golpe nazi-fascista de 2014. Remontam historicamente à ofensiva do 3º Reich em 1940-41, preservam a herança dos seus ideólogos e executantes. Herança que os principais instigadores deste conflito de perigosíssimas repercussões – os EUA – se encarregaram de preservar, acolhendo e protegendo algumas das mais destacadas figuras do nazismo alemão e ucraniano. E trabalharam até aos dias de hoje para reinstalar no terreno a acção criminosa, racista, fascista e genocida iniciada nos anos 40.

“A história não é o que aconteceu, mas as histórias do que aconteceu e as lições que estas histórias incluem. A própria selecção das histórias a ensinar numa sociedade molda a nossa visão de como o que existe surgiu e, por sua vez, o que compreendemos como possível. Esta escolha de que história ensinar nunca pode ser ‘neutra’ ou ‘objectiva’. Aqueles que escolhem, ou segundo uma agenda definida ou guiados por preconceitos ocultos, servem os seus interesses. Os seus interesses poderiam ser a continuação deste mundo tal como ele se apresenta actualmente ou a construção de um novo mundo”. - Howard Zinn

No rescaldo da Segunda Guerra Mundial, muitos dos arquitectos das piores atrocidades da história foram resgatados e protegidos pelos serviços secretos dos EUA. O evidente papel de cientistas nazis como Wernher von Braun (que supervisionou pessoalmente a tortura e assassinato de trabalhadores escravos) no programa espacial dos Estados Unidos e na indústria da Alemanha Ocidental é há décadas do conhecimento comum.

Nos últimos anos, o fim da Guerra Fria trouxe revelações sobre “gladiadores” da CIA, tais como Yaroslav Stetsko e Licio Gelli, influenciando o desenvolvimento político do mundo por quaisquer meios necessários. Da Alemanha e Itália ao Japão e Coreia do Sul, existe agora uma vasta recolha de evidência que comprova a existência de grandes redes de terroristas fascistas, bem financiadas, que não hesitaram em usar a violência para assegurar a conformidade por parte das pessoas “livres” do mundo.

No entanto, o que é menos bem conhecido é que milhares de académicos fascistas e anticomunistas foram também resgatados e alimentados pelos EUA para travar uma guerra ideológica contra o comunismo. Estes historiadores revisionistas passaram décadas a trabalhar nas sombras da imprensa académica até que a queda da União Soviética lhes permitiu regressar a casa e finalmente reescrever a história ao seu gosto. Após décadas de esforço, podemos agora ver os resultados do seu trabalho, as sementes plantadas há 70 anos estão finalmente a dar o seu envenenado fruto.

Portugal | A ALTERNATIVA


Henrique Monteiro | Hnricartoon

Portugal | DESESPERADOS QUE NOS DÃO ESPERANÇA -- Vida Justa

Paula Ferreira* | Jornal de Notícias | opinião

"Há pessoas que têm de contar quantas batatas vão comprar, quantos medicamentos compram ou não. Pessoas que não tomam o pequeno-almoço para dar aos filhos e que, se almoçam, não jantam". O relato foi feito ao JN, durante o protesto denominado Vida Justa, por um dos participantes. A pobreza, tradicionalmente escondida e envergonhada, começa a sair à rua. Estes cidadãos não reclamam mais salário, menos horas de trabalho ou a diminuição da idade da reforma. Pedem o elementar: salários mais justos. O básico, o que muitos portugueses, apesar de não serem ricos, não conseguem alcançar. Querem poder comer e alimentar os filhos. Um direito, dir-se-ia, anacrónico, na abastada sociedade de consumo do século XXI.

Um paradoxo, este, o do nosso tempo. Todos os dias somos inundados com as virtudes da inteligência artificial, uma enorme evolução que deveria conduzir à libertação do ser humano, proporcionando-lhe tempo e desamarrando-o do trabalho. Infelizmente, não é a isso que assistimos. Em paralelo à evolução tecnológica, cresce a precariedade e um exército de pessoas sem acesso aos bens básicos para sobreviver. É este o "caráter contraditório da sociedade moderna", de que falava Herbert Marcuse.

No sábado, Portugal pode ter vivido um momento inicial, de rutura. Os que menos podem, os invisíveis da sociedade, os que vivem nos bairros periféricos das grandes cidades, onde falta quase tudo, menos a violência, deram a cara ao sair à rua exigindo condições para uma vida mais justa - que salários de 700 euros não permitem de maneira alguma. Será "exigir o impossível"?

Vivemos numa sociedade contraditória, as grandes empresas apresentam obscenos lucros de milhões e, ainda assim, aumentam os preços sem clemência; tecnocratas, muito bem pagos, saem de empresas após terem endireitado as contas usando sempre a mesma fórmula: à custa de cortes nos salários dos outros e despedimentos. O vulcão aparentemente adormecido começa, enfim, a despertar nos desesperados que nos dão esperança.

*Editora-executiva-adjunta

UMA DESGRAÇA NUNCA VEM SÓ, POR CÁ E POR LÁ…

Uma desgraça nunca vem só. Bom dia (não sabemos como), este vai ser o Expresso Curto com algumas desgraças reportadas e comentadas por Pedro Candeias, do Expresso do tio Balsemão de Bilderberg e doutros sindicatos do grande capital. Fiquem aqui e façam cruzes porque são muito mais que muitos os azares do povoléu global. Morrem que nem tordos. É insofismável que o sol quando nasce não é para todos. Não se iludam.

Esta abertura para o Curto basta. Sem mais delongas passemos à prosa anunciada e tristemente malvada, recheada de cadáveres…

Bom dia e uma torrada. Avante. (PG)

MORRER NA PRAIA

Pedro Candeias, editor de sociedade | Expresso (curto)

Antes de começarmos, deixamos-lhe um convite para o Clube Expresso e para o webinar “Junte-se à Conversa” onde poderá argumentar sobre a habitação com o diretor João Vieira Pereira e o diretor-adjunto David Dinis. Começa às 14h.

Bom dia,

Steccato di Cutro é uma comprida língua de oito quilómetros com areia da cor do sol virada para a água cristalina do Mediterrâneo. Tem algumas ofertas turísticas - resorts, passeios turísticos, restaurantes e pelo menos uma igreja - e fica em Cruto que fica em Crotone que fica na região de Calábria, precisamente no lugar onde o peito do pé da bota se apoia no mar.

Era lá que 200 paquistaneses, afegãos, turcos e somalis gostariam de ter posto os seus pés em segurança depois de terem zarpado quatro dias antes de um porto em Izmir numa embarcação de madeira de vinte metros que, em condições normais, leva entre vinte a quarenta passageiros.

Não aconteceu assim.

Morreram sessenta pessoas, salvaram-se oitenta e várias dezenas continuam desaparecidas. Entre os mortos, contam-se 14 crianças, a mais nova com poucos meses e a mais velha com 13. Também há um detido: um dos traficantes responsáveis pelo barco que não aguentou o embate contra as rochas quando o mar revolto decidiu despedaçá-lo já com a praia à vista.

Ao areal chegaram a madeira, as malas, as mochilas, os sapatos, os cosméticos, os medicamentos, uma bolsa de água quente e brinquedos, e depois vieram os socorristas e os sacos brancos para cobrir os corpos.

Este é o acidente com migrantes mais grave de 2023 na zona do Mediterrâneo, um mar que já tolheu 26 mil vidas nos últimos dez anos, mais do dobro dos habitantes de Cutro onde se deu esta tragédia; os números pecam certamente por defeito, pois é impossível contabilizar quem se afoga e nunca mais é encontrado. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 15 mil migrantes chegaram à Europa por via marítima desde o início do ano e o ministério do Interior italiano garante que às suas costas vieram dar 14 mil em 2023.

A instabilidade política e social, as guerras, a pobreza e as alterações climáticas vão provocar mais fluxos migratórios para a Europa que anda há dois anos a tentar fechar um acordo entre os 27 sobre que políticas adotar perante o fenómeno.

Não será fácil.

De um lado, defende-se a criação de rotas seguras e legais para os migrantes que se arriscam pondo a suas vidas nas mãos de traficantes pouco escrupulosos, em embarcações frágeis ou furgões clandestinos. Do outro, pedem-se muros e mecanismos de pushback, inglês suave para “mandar as pessoas de volta”.

E entre os dois extremos, temos a política de Giorgia Meloni que os ativistas e a própria ONU classificam de ambígua. Desde que democraticamente eleita primeira-ministra de Itália, Meloni tem criado regras que, segundo as ONG, dificultam o socorro aos migrantes que chegam pelo Mediterrâneo.

São mais ou menos estas: de forma a descentralizar o problema, a PM decidiu que os barcos que recolhem as pessoas no mar têm de aportar longe do lugar onde o salvamento ocorreu, por exemplo, a mais de mil quilómetros de distância (já aconteceu); por outro lado, por cada exercício de salvamento, o barco deve imediatamente dirigir-se para terra, cessando então quaisquer outras buscas. Diz Meloni que as ONG são um incentivo à migração: havendo menos oportunidades de salvamento, menos pessoas se lançarão ao mar.

A Itália vai ter um museu dedicado ao fascismo em Salò, onde Benito Mussolini inventou um estado para ele próprio.

domingo, 26 de fevereiro de 2023

A GUERRA VISTA DO LADO DO ÂNUS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Presidente João Lourenço tem toda a razão. A guerra na Ucrânia fez um ano. Entre 2014 e 24 de Fevereiro de 2023 não existia uma guerra mas sim um massacre no Leste do país, região chamada Donbass. O massacre militar, segundo os relatórios oficiais do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, teve a forma de limpeza étnica. Milhares de civis assassinados por serem russos ou falarem a língua russa. Vista com o ânus a guerra só tem um ano.

Em Angola, entre 4 de Fevereiro de 1961 e 25 de Abril de 1974, também não havia guerra. As tropas de ocupação apenas massacravam os angolanos que lutavam pela Independência Nacional. Criaram campos de concentração chamados “sanzalas da paz”, onde aprisionavam as populações rurais que apoiavam a guerrilha. Prendiam nos campos de concentração do Missombo, Tarrafal e Bentiaba (São Nicolau) as elites angolanas que pertenciam ou apoiavam os movimentos de libertação. Isso de guerra colonial é conversa de comunistas como Agostinho Neto.  

Surpresa! Eu também acho que as tropas russas devem retirar da Ucrânia. E sem condições. O Presidente Putin está de acordo, tenho a certeza. O Presidente João Lourenço vai a Washington falar com Joe Biden, o chefe do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA), e diz-lhe que eu tracei este plano de paz, muito simples de executar.

Ponto um. Eslovénia, Croácia, Bósnia, Montenegro e Macedónia do Norte saem imediatamente da OTAN (ou NATO) e regressam à Jugoslávia, o país que foi destruído à bomba pelos EUA, União Europeia e o seu braço armado, a OTAN.

Ponto dois. O Acordo de Estabilização e associação entre a União Europeia e o Kosovo é imediatamente revogado. O território volta a fazer parte da Jugoslávia.

Abrir parêntesis. Para o caso do Presidente João Lourenço não estar informado, presto as seguintes informações. No Kosovo está situado o Camp Bondsteel, maior base militar dos EUA no estrangeiro. É também base da OTAN. Em junho de 1999, após a destruição da Jugoslávia, os EUA apreenderam 1.000 hectares em Uroševac, próximo da fronteira com a Macedónia.   A base tem no seu interior 25 quilómetros de estradas e 300 edifícios. É protegida por 14 quilómetros de barreiras de terra e cimento armado, 84 quilómetros de arame farpado e 11 torres de vigia. 

A base Bondsteel é uma peça vital na defesa dos interesses estratégicos de Washington nos Balcãs. Fica às portas do Médio Oriente, do Cáucaso e da Rússia. Permite controlar os oleodutos e corredores estratégicos vitais da Halliburton Oil, empresa dos EUA.

Na área dos direitos humanos a base Bondsteel teve um papel importantíssimo, em 2002. A CIA e o Pentágono criaram uma área de detenção secreta igual à de Guantánamo, para onde levaram milhares de civis “suspeitos”. Na época, o jornal suíço Weltwoche publicou uma notícia da qual transcrevo este excerto: “Um relatório do Instituto Alemão de Berlim para a Política Europeia, produzido em nome do exército alemão, é particularmente crítico do papel dos EUA, que obstruíram as investigações europeias sobre a existência de um centro de detenção secreto da CIA com base em Camp Bondsteel, no Kosovo”.

Angola | “GESTÃO DANOSA” NA TAAG GERA PROTESTO DE TRIPULANTES

Dezenas de tripulantes da companhia aérea angolana TAAG protestaram contra a "gestão danosa" da administração da transportadora e exigem que as suas reivindicações sejam atendidas.

Cerca de 70 tripulantes concentraram-se na manhã deste sábado (25.02) em frente ao Aeroporto Internacional 04 de fevereiro, em Luanda, gritando palavras de ordem e exibindo cartazes de protesto, entre os quais "devolvam a nossa TAAG", "abaixo a gestão danosa", "chega de aluguer as aeronaves estrangeiras, "devolvam os nossos direitos" ou "fora HiFly".

Para a secretária executiva do Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabine (SINPROPNC), que convocou a manifestação, está em causa o incumprimento da administração face às reivindicações dos trabalhadores.

"Estamos aqui hoje porque se esgotaram todas as possibilidades de conversarmos com a empresa", acusou Ondina Costa, dando exemplos como a falta de pagamento do valor diário para os tripulantes de voos internacionais.

Silêncio da TAAG

A sindicalista afirmou que foi enviado um 'email' ao conselho de administração a propósito de várias questões e queixou-se de o sindicato não ter sido ouvido até hoje.

"Esta administração ignora-nos", afirmou, lamentando que a empresa reaja apenas perante protestos públicos e usando comunicados que deveriam ser dirigidos aos trabalhadores e não à opinião publica, o que considerou uma forma de "escamotear tudo o que vêm fazendo".

Sublinhou ainda que os acordos assinados com a empresa apenas estão a ser parcialmente cumpridos.

Em relação às ajudas de custo, indicou que a situação se agravou, já que os tripulantes não estão a receber o pagamento adiantado. "Muitas vezes os tripulantes chegam ao destino e não têm o dinheiro depositado nos cartões", disse Ondina Costa.

Angola | ORDENS SUPERIORES CONDENAM À MORTE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O país está em choque ante a evidência da podridão da Justiça que levou à asfixia do primado da Lei. Valor mais alto se levantou: As ordens superiores! O Estado de Direito foi capturado pelos ordenantes. A magistratura judicial é abandalhada, desprestigiada e publicamente corrompida por um Decreto Presidencial impensável mas também inadmissível. É hora de mudar corrigindo o que está péssimo e apoiando quem no Poder Judicial quer fazer bem. 

Uma coisa é destruir a credibilidade dos Tribunais e dos agentes da Justiça. Outra é demolir o sistema e desonrar os seus servidores para não terem que dar ordens superiores. Esse caminho desagua na ditadura e reduz os Tribunais a instrumentos de agressão e repressão. A magistratura judicial fica reduzida ao papel de redigir sentenças encomendadas. 

Nada melhor do que ilustrar com um exemplo concreto o início da demolição do Poder Judicial por outros órgãos de soberania. O Dr. Carlos São Vicente foi preso em 22 de Setembro de 2020, sem provas. Ilegalmente. Ao abrigo do código das ordens superiores. O Procurador-Geral da República, Hélder Pita Grós, ainda se opôs. Porque pouco antes tinha assumido por escrito que o detido não tinha cometido qualquer crime. Imperou a ordem superior. Agora o Poder Judicial está a ser demolido para acabar com as ordens superiores. Passam a ser directas e, se for necessário, a chicote.

Na instrução contraditória, a Defesa do Dr. Carlos São Vicente demonstrou que a acusação era vazia e sem provas. Por isso pediu o arquivamento do processo. O juiz de instrução decidiu remeter o auto para Tribunal com base no código das ordens superiores. Antes do julgamento do Dr. Carlos São Vicente, os edifícios da AAA começaram a ser ocupados e em alguns casos vandalizados. Uma antecipação à decisão judicial que tem apenas como cobertura a lei das ordens superiores. Até hoje ainda não existe uma sentença transitada em julgado. Logo, não podiam existir as ocupações. 

O ministro da Justiça na época, Francisco Queiroz, deu um exemplo de amor acrisolado à lei das ordens superiores e mandou ocupar o edifício sede da AAA com um Cartório e um Guiché Único. Os funcionários da empresa foram escorraçados como se estivessem na zunga de rua. O assaltante é jurista de formação. Justificou o assalto dizendo envergonhadamente que recebeu ordens superiores. Pode dar essa cadeira na Faculdade de Direito como professor convidado.

Após a prisão do Dr. Carlos São Vicente, em 22 de Setembro de 2020, as suas contas bancárias, as da sua família e das sociedades AAA foram bloqueadas. Com base na lei das ordens superiores. Todo o seu património foi apreendido com base no artigo único da lei ordens superiores. A família que estava ocasionalmente no estrangeiro não pôde regressar a Luanda porque ficou sem dinheiro para a viagem. E se tivesse, não tinha casa porque a morada de família foi apreendida por força da lei ordens superiores. Resultado: A família de Agostinho Neto ficou sem tecto e foi impedida de regressar à Pátria que ele ajudou a libertar!

Tempestade Freddy deixa 3.300 sem energia em Moçambique

Mais de 3.000 pessoas estão sem energia elétrica no sul de Moçambique após a passagem da tempestade tropical Freddy. Equipas da companhia de eletricidade trabalham para restabelecer o serviço.

tempestade tropical Freddy deixou cerca de 3.300 clientes da Eletricidade de Moçambique (EDM) sem energia na província de Inhambane, sul do país, anunciou este sábado (25.02) a empresa pública em comunicado.

A tempestade derrubou 21 postes de média tensão e destruiu um posto de transformação, afetando os distritos de Vilanculo, Inhassouro, Mabote, Massinga e Funhalouro.

"Equipas técnicas da EDM estão no terreno, a intervir na rede para reposição gradual" da energia, mas as condições atmosféricas adversas e a inacessibilidade de alguns locais "têm sido os maiores obstáculos", anuncia a empresa.

"O custo total para a reposição dos danos causados em Inhambane é de 6,6 milhões de meticais (cerca de 100 mil euros)", concluiu.

A tempestade tropical Freddy provocou na sexta-feira estragos em dois centros de saúde e 24 salas de aula, segundo um balanço preliminar das autoridades, sem registo de vítimas.

Segundo os serviços meteorológicos, a tempestade perdeu força e dirige-se para o interior do país e depois para o Zimbabué, mantendo, no entanto, potencial para provocar chuva intensa nos próximos dias.

A previsão mantém em alerta o sul do país, onde os caudais dos rios estão elevados e os solos encontram-se saturados com as cheias registadas desde o início do mês, especialmente em Maputo e arredores.

A depressão que na sexta-feira chegou a Moçambique atravessou esta semana a ilha de Madagáscar no estado de ciclone tropical, provocando sete mortes e afetando 78.000 pessoas.

Deutsche Welle | Lusa

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