terça-feira, 12 de março de 2024

ELITES PORTUGUESAS EM FORMA DE SACO DE GATOS ASSANHADOS

Bom dia. O Curto do Expresso versa temas pendurados nos resultados eleitorais do passado domingo em Portugal. Marcelo vai receber os partidos com expressão eleitoral, o dele incluído (PSD/AD), cujo líder, Monteverde, aliás, Montenegro, será o último a ser recebido em Belém. Só no próximo dia 20. Decerto que no final será anunciada a indigitação de Montetutifruti, menos vermelho e rosa, para primeiro-ministro de Portugal. Ele diz que venceu, os apaniguados também, mas os plebeus lusos não se esquecem que aquela vitória de Pirro representa menos que a totalidade dos eleitores, e muito menos que a totalidade dos portugueses. Vai ser um governo de cerca de seis meses de duração. Depois lá iremos de novo para eleições e a desbaratar verbas nacionais aos milhões. Quem devia pagar a “brincadeira recreativa” era a dona Lucília Gago e em maior percentagem o Beijocas Marcelo, os do Ministério Público deviam também ser cotizados por meio ano em dois terços dos ordenados. Quem quer festa paga-a. Pois então. Aió… e tirem os cavalinhos da chuva. Pois. A festa é deles mas... Como de costume, quem vai pagar tudo no duro como ferraduras são os plebeus, o Zé Povinho. São sempre os mesmos a pagar e a serem enganados com as manobras palacianas, interesses partidários, trafulhices ‘dótorais’ e outras definições que tais. A técnica e tática deve ser aprendida nos denominados cursos e educações superiores. Daquelas em que se oferecem e talvez se comprem canudos (antes já foi assim, agora talvez ainda seja). Parece, parece. Por isso, esses, são ‘dótores’ e os plebeus limitam-se a aguentarem com as cangas que lhes arreiam nos ombros, nos lombos e nas limpezas aos ordenados de miséria. Boas aprendizagens se propagam por aqueles lados universitários. O meu avô Costa, comandante dos Sapadores Bombeiros (com uns bigodes à Estaline e sem papas na língua) dizia muito que “quanto mais ‘dótores’ mais vigaristas”. Pois. De pequenino aprender, aprender, sempre!

Isto está a ficar muito pessoal, apesar de sermos milhões a topar e a amochar. Basta! Diz-se mas não se faz. Adulterando Sérgio: que força é essa que te falta nos braços, amigo e camarada...

Do atrás referido vamos fazer de conta que nem sabemos ler, nem sabemos pensar. Somos plebeus e parvoides de entendimentos vãos. Assim é que é. Uf! Melhor assim, não venha a Nova Pide apertar-nos os calos e os gargalos. Adiante.

Adiante e basta. Porque a prosa além de estar a virar para pesadelo nem vai ser digna de haver ‘dótores’ a vê-la. A cegueira da sapiência pedante nem tal lhes permite. Eles dizem uns aos outros “somos todos bons rapazes e com canudos”. Pois. Um adágio antigo afirmava: “gaba-te cesto que assim vais à vindima”. E pronto, cá está porque andamos a ser vindimados, prejudicados e mal pagos.

Chega de paleio. Chega de Chega nazi-fascista, racista e xenófobo… Tudo do piorio que havia de sair na porca da rifa a Portugal e aos plebeus portugueses.

Até amanhã e vão ler o Curto. Por vezes merece umas olhadas mais atentas. Experimentem. Aprender, aprender, sempre. Até nas entrelinhas e no que não dizem nem ensinam com honestidade. Obrigadinho, mas de sacanagem estamos muito fartos.

A seguir vai um saco de gatos para ilustrar. Homenagem às elites portuguesas e estrangeiras que nos empurram para abismos incomensuráveis. Azar, enquanto não há força. Pois.

O Curto, do Expresso, a seguir.

MM | Redação PG


O chá das cinco

Vítor Andrade, coordenador de economia | Expresso (curto)

Bom dia

Começo por lhe fazer um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa" com David Dinis e Vítor Matos para falar sobre "A política depois do furacão Ventura". Inscreva-se aqui.

Será pelas cinco da tarde desta terça-feira, às cinco da tarde em ponto - como diria o poeta andaluz García Lorca -, que as portas do Palácio de Belém se vão abrir ao partido Pessoas Animais Natureza (PAN), a primeira das oito forças políticas com representação parlamentar saídas das eleições legislativas do passado domingo.

Até ao próximo dia 20 de março, o Presidente da República vai ouvir todos os partidos políticos, por ordem crescente de representação parlamentar, para, depois, indigitar o primeiro-ministro. Contudo, só o fará após a divulgação dos votos dos círculos da emigração, dentro e fora da Europa.

Marcelo Rebelo de Sousa irá ouvir apenas um partido por dia, algo inédito neste tipo de audiências – pois por norma eram ouvidos dois, ou até mais -, sempre às cinco da tarde. Aquela que, para os ingleses é conhecida como ‘hora do chá’, foi precisamente a escolhida por Belém, com interrupção apenas no domingo, dia 17. Na segunda-feira seguinte Marcelo retoma os encontros, desta vez com o Chega, ao que segue o PS, no dia 19, e a AD no dia 20.

Porque é que Marcelo irá receber apenas um partido por dia? Provavelmente para ganhar algum tempo até ter de tomar uma decisão final, que não será fácil, sobre o que será o novo governo de Portugal.

Iremos assistir a uma coreografia com mais ou menos chá, mas com muita expectativa à mistura. Esta é a hora de Marcelo, num país que agora fica ‘partido’ em três. E agora, como vai ser? Assista, aqui, a um debate, ao vivo na redação, em que João Vieira Pereira e Ricardo Costa, diretores do Expresso e da SIC, analisam os resultados eleitorais, que deixam a governação do país presa por arames.

Entretanto, a AD já prepara terreno para governar em minoria. A coligação espera negociar “voto a voto”, medida a medida tudo o que tenha de passar pelo Parlamento.

Fixe este número: 33,8%

Este é, claramente, um dos números do momento e traduz a taxa de abstenção, que tem sido um dos grandes pontos fracos de sucessivos atos eleitorais. Mas, desta vez, a taxa de abstenção de 33,8% é a mais baixa dos últimos 30 anos, ou seja desde as eleições de 1995 que não havia tanta mobilização popular em dia de eleições. De tal forma que no passado domingo foi contabilizado um número recorde de 6,1 milhões de votantes: dois terços dos eleitores inscritos deslocaram-se para votar nestas legislativas. O concelho do Sardoal, em Santarém, foi o que teve maior participação eleitoral: 76% dos eleitores foram votar. E, desta vez, só há uma pequena minoria de municípios onde a abstenção superou os 50%, quase todos nos Açores.

Mas, atenção porque mais de 10% dos votos válidos não foram convertidos em mandatos nesta eleições — e o Bloco de Esquerda foi o partido mais castigado com quase 127 mil votos que foram “para o lixo”. Pela terceira vez consecutiva, o círculo eleitoral mais prejudicado foi o de Portalegre, onde quase 40% dos votos não contaram para eleger ninguém. São os males do nosso sistema eleitoral.

Saiba ainda que o Chega foi o partido que mais cresceu em todos os concelhos do Continente.

O ‘furacão’ Ventura

Primeiro estranha-se, depois estranha-se e, mais tarde, continua a ser difícil de entender. Na verdade, e com a força de mais de um milhão de votos no bolso e um resultado histórico para capitalizar, André Ventura antecipou-se na tentativa de condicionar a curta vitória da Aliança Democrática e responsabiliza Luís Montenegro pela instabilidade se não houver acordos com o Chega. “Se não houver negociação, voto contra o orçamento”, assumiu esta segunda-feira, numa entrevista TVI/CNN.

Ainda no rescaldo das eleições legislativas, a Comissão Política do Expresso debate esta semana o crescimento do Chega e o que isso implica na política portuguesa. Em análise o ‘furacão’ Ventura e o desaparecimento dos comunistas no Alentejo.

O que é que se passa com os comunistas?

A quem viu, como eu ainda vi nos anos que se seguiram à revolução de abril de 1974, as mobilizações de rua gigantescas, promovidas pelo PCP, nas ruas do Seixal, de Almada ou do Barreiro, onde o partido então liderado por Álvaro Cunhal estava profundamente enraizado, não deixa de causar estranheza esta espécie de definhamento doloroso, penoso e prolongado de um dos bastiões da defesa dos direitos dos operários, que então eram às dezenas de milhares, desde a Siderurgia Nacional aos estaleiros da Lisnave, em Cacilhas.

Afinal, como é que se explica que um dos partidos mais emblemáticos e mais carismáticos da democracia portuguesa esteja em passo acelerado para a sua extinção?Este artigo de opinião de Clara Ferreira Alves, a que chama ‘A morte do comunismo’, pode ajudar a compreender com mais nitidez que se está a passar. Apenas um pequeno extrato para aguçar o apetite: “No século XXI, o coletivismo comunista, num mundo onde o comunismo se converteu ao capitalismo selvagem, não faz sentido”. (…) “O PCP ficou, na sua irremediável solidão”.

Entretanto, o Comité Central do PCP reúne-se esta terça-feira, dia 12, para analisar os resultados eleitorais das legislativas de domingo, nas quais o partido voltou a perder terreno ou, dito de outra forma, mais 36 mil votos face às últimas eleições, passando de seis para quatro deputados, agravando ainda mais o desaire eleitoral que já tinha sido sentido em 2022.

OUTRAS NOTÍCIAS

As eleições e os patrões. José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da Associação Empresarial de Portugal (AEP), antecipa que depois do próximo Orçamento do Estado, "será o cruzamento de interesses do PSD e do Chega que vai potenciar a estabilidade”. Será para “avançar passo a passo”.

Aeroporto em Santarém. A Comissão Técnica Independente reavaliou a polémica localização de Santarém e considerou-a uma localização viável, revendo a decisão do relatório preliminar apresentado a 5 de dezembro. "É um reconhecimento da qualidade do projeto", afirma Carlos Brazão, rosto do consórcio Maggalean 500.

A reação das bolsas. Na primeira sessão depois das eleições legislativas antecipadas de domingo apontarem para uma derrota à tangente do partido do governo, o índice PSI da bolsa de Lisboa encerrou em terreno positivo, com uma ligeira subida de 0,05%, face a uma onda vermelha nas principais praças da União Europeia.

Febre da Bitcoin. A Bitcoin renovou máximos na sexta-feira. Analistas preveem que possa chegar aos 200 mil dólares no final de 2025. Outros alertam para a enorme volatilidade deste ativo.

Financiamento à Ucrânia. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, garante que se Donald Trump for eleito Presidente dos Estados Unidos “não vai dar um cêntimo na guerra entre a Ucrânia e a Rússia”.

FRASES

“O Presidente da República só tem um caminho que é indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro”.

Eduardo Ferro Rodrigues, ex-Presidente da Assembleia da República e ex-líder do PS, em entrevista à TSF.

“O Chega é uma espécie de Maria da Fonte eleitoral. Não, não é só voto zangado e de protesto”.

Henrique Raposo, no Expresso

PODCASTS A NÃO PERDER

Expresso da Manhã, de Paulo Baldaia

Próxima Vaga, de Francisco Pinto Balsemão

Mundo a Seus Pés, de Pedro Cordeiro

Noite da Má Língua, da SIC

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