domingo, 19 de janeiro de 2025

MENTIRA COMPARADA | Deputado com Crista É Candongueiro -- J. Bazeza

J. Bazeza, Luanda

Preocupado com a situação da Sanzala, Mafioso ligou ao amigão Boca Azul para dar um rala e falar sobre a situação política e social. Começou a zuelar que a organização feminina do partido no poder tomou boa nota dos desgraçados de um dos bairros. Estão a baixar de diarrumbas e vómitos. Muita baixas mesmo. Até a senhora ministra da Saúde poder ser baixa definitiva ou meter baixa e bazar para Washington Dici. Vão os anéis fica a peruca.

No Mueque começaram as berridas. O funcionalismo condenado à paralisia salarial anda nas praças e mete conversa com as vendedoras. Lavem as mãos a seco e limpem bem os locais onde vendem! Misturem lixívia na água. Se não há água (nunca!) nem lixívia lavam com ar e vento.

Mafioso, sem deixar Boca terminar, disse que é um bom princípio. E uma boa iniciativa da organização das mamãs. Mas também é bom que esse mambo chegue ao chefe delas. E vá até onde há crianças no lixo, manas pobrezinhas e os ngavives mesmo muito velhos, que estão sempre a falar com o cebola como se relógio seja capaz de contar mais do que horas.

Aí o Mafioso abriu as portas do armazém do pão, água, carvão e petróleo iluminante. Tudo por conta da casa. Mandou distribuir toneladas de dinheiro para as vítimas sobreviventes das diarrumbas comprarem conduto. Ele é mais do que um empresário de sucesso. Está a caminho de ser sócio da família Biden.  Perguntou ao Boca se na Sanzala há deputados de malas feitas para bazarem por causa das diarrumbas.

Boca não sabe se no parlamento da Sanzala há mulheres a representar o povo, principalmente os pobres desgraçados. A rádio pública mujimbou que um deputado, da oposição, ao ver que o kumbu que ganha para meter a mão ao ar, não chega, pôs o carro caulado com o kumbu do povo heroico e generoso, a fazer candonga num rente a carro.

Mafioso disse que isso é grave. Mancha qualquer país. Se acontecesse no Muceque o assunto era manchete e as diarrumbas saíam da primeira página. Boca não gosta de confusões e mal entendidos. Por isso esclareceu que na Sanzala o destaque é sempre as bumbas do chefe.

O Boca disse mais. Um chefe do diário da Sanzala, vaidoso e arrogante, sem educação e sem princípios chamou nomes feios à filha de um velho colega. Assim falou o Boca Azul:

- O Zenu também era soberano e ficou sem fundos!

O velhote jornalista, a um palmo da reforma, nem pensou em represálias. Mas tem pouca sorte com estes muadiês. A verdade, disse Mafioso, é que no Muceque os quadros são respeitados. Recebem carinho e apoio das administrações, principalmente quando está em causa, um veterano da casa.

Ouvidas essas malambas do Mafioso, Boca inquiriu:

- O que se espera de um administrador jornalmente gestor, que veio de uma empresa de águas?

Mafioso, com a voz seca, respondeu:

- Mete água. Só pode.

Um deputado do galo meteu a sua viatura no rente a carro como o branco está a chamar. Um administrador faz jornais sem ovos, sem omeletes, sem jornalistas e sem papel.

Mentira comparada? Será! Mas não confirmo nem desminto.

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