terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MNE da Guiné Equatorial não compreende críticas sobre adesão do seu país à CPLP



RTP - Lusa

O ministro dos negócios estrangeiros da Guiné Equatorial afirmou hoje não perceber as críticas dos que se opõem à adesão do país à CPLP, porque a candidatura tem motivações culturais e históricas e "não tem que ver com questões políticas".

Pastro Micha Ondo Bile falava à Lusa em Lisboa, à margem do colóquio "CPLP - Uma Oportunidade Histórica", e antes de assinar um protocolo com o Instituto Internacional da Língua Portuguesa para promover a aprendizagem do português no país, uma das exigências para a adesão à CPLP.

Confrontado com as críticas dos que apontam violações dos direitos humanos no país para defender que a adesão da Guiné Equatorial não deve ser aceite, Pastro Micha Ondo Bile afirmou que a candidatura surge "por razões históricas e razões de aproximação" a uma comunidade que considerou "irmã".

"Estamos a reclamar as nossas origens para aderir", sublinhou, recordando que a Guiné Equatorial foi em tempos um país de origem portuguesa.

Pastro Micha Ondo Bile considerou que "há países que têm as suas deficiências, de qualquer tipo", mas considerou que as críticas apontadas à Guiné Equatorial "não são fundadas e não têm razão de ser".

Questionado sobre o processo de adesão, o ministro mostrou-se confiante, afirmando que entre 10 e 11 de janeiro uma missão de peritos esteve no país para avaliar as ações tomadas pelo governo de Malabo "e informou que são positivas para a adesão".

"Com os passos que demos, acreditamos que a Guiné Equatorial deve aderir na próxima cimeira [em julho em Maputo]", disse.

A Guiné Equatorial mantém na CPLP o estatuto de observador mas o país ambiciona tornar-se membro de pleno direito, pretensão que foi negada na última cimeira dos "Oito" em 2010, em Luanda, onde ficou determinado que o secretariado da organização e a presidência rotativa angolana acompanhariam as autoridades de Malabo com vista a reformas estruturais a analisar na próxima reunião de chefes de estado e de governo, prevista para julho em Maputo.

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