JORNAL DE NOTÍCIAS - Ontem
Uma manifestação de solidariedade ao director do semanário Folha Oito, William Tonet, acontece este sábado, organizada por um núcleo de estudantes universitários, membros da sociedade civil e jornalistas angolanos.
O acto tem como objectivo, segundo uma nota de imprensa distribuída hoje em Luanda, "manifestar à comunidade nacional e internacional o repúdio face à injusta pena aplicada ao diretor do semanário Folha Oito, William Tonet".
William Tonet foi julgado esta semana em Luanda e condenado pelo tribunal a um ano de prisão por calúnia e difamação a altas figuras do Estado angolano, convertida numa indemnização de cem mil dólares, que deverá ser paga até esta sexta-feira, além de outras multas de taxas de justiça.
O jornalista manifestou-se já sem condições de pagar aquele valor, pelo que, na impossibilidade de o fazer, irá cumprir a pena na cadeia.
Face à impossibilidade manifestada por William Tonet, regista-se em Luanda uma onda de solidariedade para com o jornalista, liderada por organizações da sociedade civil, nomeadamente a Associação, Justiça, Paz e Democracia (AJPD) e a Associação Mãos Livres.
O apelo para o apoio a William Tonet feito via rádio e internet é no sentido de se reunir até sexta-feira, os cem mil dólares da referida multa, tendo sido para o efeito aberta uma conta bancária.
A acusação contra William Tonet surge na sequência da publicação nesse semanário de um conjunto de matérias, em 2008, contra autoridades governamentais angolanas, duas das quais da Presidência, sobre generais angolanos alegadamente donos de minas de diamantes e casos de nepotismo.
Na acusação, estavam o chefe da Casa Militar da Presidência de Angola, general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", o chefe dos serviços de informação da Presidência, general José Maria, o antigo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas general Francisco Pereira Furtado e o diretor da Alfândega de Angola, Sílvio Burity.
Entretanto, a decisão do tribunal foi já objecto de recurso pela defesa.
William Tonet, que respondeu em tribunal como diretor do Folha Oito, não foi o autor dessas notícias, e, apesar de ter acusado o juiz de ser "parcial", não estabelece relação entre a sentença e o facto de ser um dos advogados de defesa do grupo de jovens angolanos detidos no decurso de manifestações anti-governamentais.
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