sexta-feira, 28 de março de 2014

Empresas lusas apelam ao investimento chinês em feira ambiental em Macau




Macau, China, 28 mar (Lusa) - Portugal participa até sábado no Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa) com o maior número de empresas de sempre, entre as quais a Empresa Geral de Fomento, em privatização.

"O objetivo era um pouco divulgar [o processo], no sentido de haver a possibilidade ou o interesse, já que há um concurso internacional", afirmou Artur Cabeças, da Empresa Geral de Fomento (EGF), unidade de negócios da Águas de Portugal, que se estreia no MIECF.

A EGF é uma das 24 empresas lusas de um universo superior a 400, de mais 20 países e territórios, que participam no fórum.

"Há duas empresas chinesas interessadas - a Beijing [Enterprises] Water e a Sound Global -, mas tínhamos a manifestação de que haveria outras. Enfim, [viemos] avaliar a possibilidade de entrarem na privatização - é um pouco essa a expectativa", disse Artur Cabeças, enfatizando que a 'missão' passa também por mostrar o trabalho da EGF, como a recolha seletiva de lixo em 178 municípios.

Para partilhar a experiência adquirida também ao longo de cerca de 20 anos está a Sociedade Ponto Verde, a qual acompanha, de igual modo, a comitiva chefiada pelo secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, estando em Macau pela primeira vez.

"A Sociedade Ponto Verde teve um papel extremamente importante na área de fluxo de resíduos de embalagem, por isso, é esse o grande objetivo: demonstrar juntamente com o Governo português aquilo que foi feito", disse o diretor-geral Luís Veiga Martins.

Mostrar e, quem sabe, "ajudar a montar algo semelhante", afirmou, ressalvando que "tudo depende da iniciativa a nível do Governo" de Macau, onde a reciclagem não está atualmente muito desenvolvida, mas poderá vir a estar "se todos os atores estiverem juntos no mesmo objetivo de maximizar os materiais de embalagem - o vidro ou mesmo o plástico".

A Formato Verde - focalizada na comunicação e educação para o desenvolvimento sustentável - também se estreia no MIECF, mas no quadro do seu processo de internacionalização.

"Pareceu-nos que [Macau] seria interessante não só para reforçar essas relações mas também porque nestes projetos internacionais muitas vezes procuramos parceiros e temos muita dificuldade em encontrá-los na Ásia. Entendemos que Macau pode ser uma boa porta de entrada" para isso, disse Miguel Laranjo, o diretor da Formato Verde, a qual implementa "projetos de cooperação internacional, que têm financiamento quer da Europa ou do Banco Mundial" e presença em Moçambique, Angola e Cabo Verde.

No MIECF estão também guitarras portuguesas, da Artimúsica, empresa de Braga dedicada ao fabrico de instrumentos de corda tradicionais, a qual participa por via da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC).

"Os instrumentos são fabricados já tendo em consideração todos os fatores ambientais aplicados à indústria no que respeita à eficiência energética, ambiental, gestão de recursos de materiais", pelo que são "amigos do ambiente", explicou o consultor José Peixoto.

"No fundo [viemos] para apalpar, ver como funciona o mercado (?) e, por incrível que pareça, já se estabeleceram alguns contactos", realçou, defendendo que só por essas "manifestações de interesse" já serviu o propósito da deslocação.

Tentar arranjar fornecedor para um componente específico da guitarra (alguns são maquinados), bem como vendê-las designadamente através de um representante figuram como outro dos objetivos da ?missão', sintetizou.

No MIECF estão expostas três guitarras portuguesas - com desenhos pintados à mão -, com um preço na ordem dos 2.500 euros, das quais uma já foi vendida.

DM // APN - Lusa

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