Sydney,
04 ago (Lusa) -- As autoridades australianas ofereceram embarcações a um grupo
de requerentes de asilo para que estes regressem à Índia, denunciou hoje um dos
advogados.
As
embarcações foram oferecidas a um grupo de 157 requerentes, cristãos tâmil que
estavam a fugir de perseguições no Sri Lanka através de um barco que partiu da
Índia, disse Hugh de Kretser, advogado e diretor executivo do Centro de Leis e
Direitos Humanos.
"Eles
estavam aterrorizados com a ideia de serem postos no mar alto em botes
salva-vidas, sem terem experiencia em navegação ou em operar um barco, e ainda
terem que tomar responsabilidade pelas famílias que se encontram na
embarcação", disse o advogado.
O
grupo, que inclui 50 crianças, foi recolhido por autoridades australianas no
fim de junho, e passaram semanas num barco alfandegário.
Já
o ministro da imigração australiano, Scott Morrison, afirmou que grande parte
do grupo são emigrantes económicos, informou que eles podiam ser devolvidos à
Índia, mesmo não sendo cidadãos daquele país, sobre um acordo com Nova Deli.
No
entanto, todos os requerentes de asilo recusaram entrevistas com oficiais
consulares indianos em território australiano, tendo sido transferidos para um
campo de detenção na ilha de Nauru, a nordeste da Papua Nova Guiné.
Morrison
já tinha recusado anteriormente oferecer detalhes sobre operações marítimas da
Operação "Fronteiras Soberanas", uma política do governo com o
objetivo de terminar o tráfico humano e parar barcos de asilo.
Segundo
o advogado, as autoridades propuseram dividir o grupo por vários barcos para
que pudessem regressar ao porto de onde partiram, atravessando o Oceano Índico.
"Quando
recusaram, afirmando não ter experiência em usar e navegar um barco, e que não
podiam tomar responsabilidade pela vida dos outros, os oficiais disseram-lhes
que se tratava de uma decisão do governo australiano e que teriam de
obedecer", informou de Kretser.
HZL/PJA
// PJA - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário