Tensão
política: Em mais uma ronda de diálogo, o governo e da Renamo saíram ontem
divididos sobre as modalidades de assinatura do acordo de cessar-fogo
Depois
da aprovação da Lei de Amnistia, as delegações do governo e da Renamo voltaram,
ontem, à mesa do diálogo para a 71ª ronda, que tinha como principal ponto de
agenda acertar aspectos ligados à assinatura do acordo definitivo para a
cessação das hostilidades militares.
No
final do encontro, as duas partes mostravam desentendimentos sobre as
modalidades da assinatura do documento final que vai garantir a cessação das
hostilidades militares em Moçambique.
Segundo
informações prestadas no final do encontro, a principal divergência pretende-se
com o facto de o governo entender que o documento deve ser assinado pelo
Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, enquanto a Renamo alega que o mesmo não será assinado pelo seu líder,
uma vez que à delegação no diálogo foi dada autoridade para o efeito.
Com
as divergências a meio, as duas delegações concluíram ontem o documento, cuja
assinatura deverá garantir o cessar-fogo definitivo.
O
chefe da delegação do governo, José Pacheco, reiterou que este documento deverá
ser assinado no tão aguardado encontro de alto nível, entre Guebuza e Dhlakama.
“Vamos identificar as melhores formas para as partes se encontrarem na cidade
de Maputo, para rubricarem este documento. Sentimos um desconforto sob o ponto
de vista militar. Por isso, as partes trabalharão para também garantir conforto
que a Renamo quer para o seu líder”, disse.
Para
Pacheco, a questão agora é “trazer à capital do país o senhor Dhlakama para
rubricar o documento com o Presidente Armando Guebuza. Compete ao Chefe de
Estado, na sua qualidade de Comandante-em-Chefe, emanar ordens às Forças de
Defesa e Segurança (FDS)”, frisou Pacheco.
Por
seu turno, o chefe da delegação da Renamo reconheceu existência de
divergências, mas manifestou confiança de que tudo será ultrapassado
oportunamente. Segundo Saimone Macuiana, mais importante é que o documento seja
homologado.
Apesar
das divergências, as duas delegações dizem que o caminho percorrido
já deu todas as garantias de que já não há mais volta, se não concluir os
detalhes que ainda se prendem à assinatura do acordo. A Renamo salienta que o
que restou são apenas detalhes que, em devido momento, serão ultrapassados,
pelo bem da paz, segurança e estabilidade nacional.
As
duas delegações comprometeram-se a voltar a reunir, nos próximos dias, de forma
a finalizar os detalhes em falta, para que os documentos de cessar-fogo sejam
assinados e o encontro entre Armando Guebuza e Afonso Dhlakama seja realizado.
O
País (mz)
Sem comentários:
Enviar um comentário