quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Moçambique: GOVERNO E RENAMO DIVERGEM SOBRE ASSINATURA DE CESSAR-FOGO




Tensão política: Em mais uma ronda de diálogo, o governo e da Renamo saíram ontem divididos sobre as modalidades de assinatura do acordo de cessar-fogo

Depois da aprovação da Lei de Amnistia, as delegações do governo e da Renamo voltaram, ontem, à mesa do diálogo para a 71ª ronda, que tinha como principal ponto de agenda acertar aspectos ligados à assinatura do acordo definitivo para a cessação das hostilidades militares.

No final do encontro, as duas partes mostravam desentendimentos sobre as modalidades da assinatura do documento final que vai garantir a cessação das hostilidades militares em Moçambique.

Segundo informações prestadas no final do encontro, a principal divergência pretende-se com o facto de o governo entender que o documento deve ser assinado pelo Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, enquanto a Renamo alega que o mesmo não será assinado pelo seu líder, uma vez que à delegação no diálogo foi dada autoridade para o efeito.

Com as divergências a meio, as duas delegações concluíram ontem o documento, cuja assinatura deverá garantir o cessar-fogo definitivo.

O chefe da delegação do governo, José Pacheco, reiterou que este documento deverá ser assinado no tão aguardado encontro de alto nível, entre Guebuza e Dhlakama. “Vamos identificar as melhores formas para as partes se encontrarem na cidade de Maputo, para rubricarem este documento. Sentimos um desconforto sob o ponto de vista militar. Por isso, as partes trabalharão para também garantir conforto que a Renamo quer para o seu líder”, disse.

Para Pacheco, a questão agora é “trazer à capital do país o senhor Dhlakama para rubricar o documento com o Presidente Armando Guebuza. Compete ao Chefe de Estado, na sua qualidade de Comandante-em-Chefe, emanar ordens às Forças de Defesa e Segurança (FDS)”, frisou Pacheco.

Por seu turno, o chefe da delegação da Renamo reconheceu existência de divergências, mas manifestou confiança de que tudo será ultrapassado oportunamente. Segundo Saimone Macuiana, mais importante é que o documento seja homologado.

Apesar das divergências, as duas delegações dizem que o caminho  percorrido já deu todas as garantias de que já não há mais volta, se não concluir os detalhes que ainda se prendem à assinatura do acordo. A Renamo salienta que o que restou são apenas detalhes que, em devido momento, serão ultrapassados, pelo bem da paz, segurança e estabilidade nacional.

As duas delegações comprometeram-se a voltar a reunir, nos próximos dias, de forma a finalizar os detalhes em falta, para que os documentos de cessar-fogo sejam assinados e o encontro entre Armando Guebuza e Afonso Dhlakama seja realizado.

O País (mz)

Sem comentários:

Mais lidas da semana