Unita
é alternativa à cultura do passado do MPLA
Voz
da América, em Angola Fala Só
O
convidado do Angola Fala Só desta sexta-feira, 15 de Outubro, foi Liberty
Chiyaca, deputado e secretário provincial da UNITA no Huambo.
Depois
de ter saudado a atribuição do prémio Nobel da Paz aos dois defensores
dos direitos das crianças, A paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, e o
indiano activista de direitos humanos Kailash Satyarthi, de 60 anos, o
convidado do Angola Fala Só, Liberty Chiyaca, disse que sobretudo a luta
corajosa da jovem Malala deveria servir de exemplo para todos os jovens,
activistas –para os jovens africanos, e “em particular para os líderes
africanos que deviam dar exemplo de integridade, defesa dos direitos humanos
deveriam sentir-se orgulhosos e até certo ponto envergonhados, porque África e,
em particular, Angola vivem problemas graves de violações dos direitos
humanos.”
Estamos
a viver numa democracia? Perguntou o ouvinte Nelson Euclides. “Numa
democracia a competição política entre partidos não pode significar uma
competição pela sobrevivência, mas uma competição para servir o povo. Propósito
central da governação é servir não servir-se. Em democracia, ao
contrário das ditaduras, o governo democrático existe para servir. Mas os
cidadãos também tem responsabilidades. É importante que nós cidadãos, nos
demitamos das nossas responsabilidades.”
A
intolerância política e a questão do funcionamento de uma democracia foram
temas de destaque no Angola Fala Só em intervenções dos ouvintes João Sawimbu,
Jorge Gomes e Simão Temba.
Liberty
Chiyaca disse que existiam várias causas para intolerância política: “a falta
de condições democráticas como o fundamentalismo politico ideológico,
mentalidade monolítica dos nossos governantes ou dirigentes, falta de cultura
ética, integridade e autoridade moral". "Os dirigentes tem que ter
autoridade moral, integridade, consciência do serviço publico mas é preciso
limite de governação,” acrescentado que “infelizmente há uma eternização do
poder mas cabe aos angolanos consciencializar-se que aquele que fica muito
tempo no poder perde a consciência do serviço público.” Por isso frisou a
necessidade de mudar a cultura de governação.
Frisou
que a UNITA é alternativa ao MPLA a sua “cultura do passado” e que seria bom
para Angola e para o próprio MPLA estar na oposição uns anos, e ver como outros
governam, porque quando se está muito tempo no poder, quando alguém se eterniza
no poder perde o contacto com a realidade.
Sobre
as afirmações feitas pelo governador do Bié, Boavida Neto, citado em
vários média sobre Angola, em que teria assumido o envolvimento dos
militantes do MPLA e actos de intolerância política que ocorrem na região sob
sua jurisdição, Liberty Chiyaca afirmou peremptório que exige a “demissão
do governador do Bié.” E pediu ao presidente que se pronuncie sobre este
assunto.
Sobre
a existência das “Forças Especiais de Apoio ao Comandante-em-Chefe” o
ouvinte Jorge Gomes do Uíge quis saber qual a necessidade da existência
desse serviço, Liberty afirmou que em democracia não é necessária a existência
de forças militares especiais.
Sobre
as eleições autárquicas, pergunta de Isaac Pataca e Fanni Kanasi, o
dirigente da UNITA disse que a sua realização apenas depende do partido no
poder, do presidente José Eduardo dos Santos e que a UNITA vai voltar ao
assunto quando começar nova sessão da Assembleia Nacional. Mas frisou que” é preciso
institucionalizar o poder local.”
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