Sérgio
Aníbal - Público
Chineses
avançam com a criação de banco de desenvolvimento.
Contra
a maioria das expectativas, o projecto da China de criar um banco de
desenvolvimento internacional que seja uma alternativa ao Banco Mundial,
conseguiu obter o apoio de um grande número de países, incluindo diversos dos
mais importantes aliados dos Estados Unidos, que se opõem à ideia.
Na
última semana, sucederam-se as inscrições. Depois de, no início do mês, o Reino
Unido ter-se afastado dos Estados Unidos nesta matéria e ter sido o primeiro a
fazer a sua inscrição no Banco Asiático de Infraestruturas e Investimento (AIIB
na sigla em inglês), vários outros países da UE aceitaram o desafio chinês:
França, Alemanha e Itália inscreveram-se. Portugal fez o mesmo na passada terça-feira,
apesar de o Governo não ter feito na altura qualquer anúncio público.
Esta
onda de inscrições representa uma clara vitória da diplomacia chinesa face à
norte-americana. Os EUA – com o apoio do Japão – têm estado numa batalha
permanente com a China pela influência militar e económica no continente
asiático.
A
criação do banco de desenvolvimento pela China foi vista como um desafio ao
papel desempenhado por instituições como o FMI e o Banco Mundial, que continuam
a ser em larga medida controladas pelos Estados Unidos.
A
China, por seu lado, tenta com a criação deste novo banco mostrar que não se
conforma com a relutância dos EUA em cederem parte do poder que têm no FMI e no
Banco Mundial às economias emergentes e que, se for preciso, pode avançar para
outras alternativas, com o apoio, não só dos seus colegas do Mundo emergente,
mas também com várias potências avançadas.
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