Ana
Alexandra Gonçalves – Triunfo da Razão
Se
os protagonistas políticos são medíocres, o que esperar dos meses que antecedem
uma eleição? Nada. O vazio. A mais inexorável inanidade. Se dúvidas ainda
persistem, atente-se às intervenções sobretudo dos membros da coligação.
Mediocridade não chega para descrever essas intervenções. Aparentemente a
repetição incessante das mesmas vacuidades pode chegar para colher votos. Entre
alguns indicadores forçadamente positivos e as provocações e acusações
dirigidas ao Partido Socialista, sendo Sócrates amiúde chamado à colação, mais
nada se vislumbra pelos lados da coligação.
Paradoxalmente,
o passado que Passos Coelho, Paulo Portas e companhia tanto gostam de evocar,
contempla também as mentiras que sempre fizeram parte do cardápio do que agora
se designa por PaF - mentiras em relação a promessas eleitorais, mentiras sobre
a conduta de membros da coligação, mentiras que esbarram invariavelmente numa
inacreditável falta de competência transversal aos dois partidos.
No
que diz respeito ao Partido Socialista e, contrariamente a algumas
expectativas, não se verificam melhorias significativas, a mediocridade também
faz questão de aparecer, embora em doses consideravelmente menores.
Não
será por acaso que a palavra "mediocridade" é recorrente neste
blogue. Com efeito, é difícil encontrar melhor termo para descrever os últimos
quatro anos e, ainda, o tempo presente.
Espera-se
que as eleições que se avizinham contribuíam para mitigar a já referida
mediocridade e espera-se também que no pós-eleições não sejamos confrontados
com mediocridade em doses cavalares: um bloco central - numa espécie de
reedição do que se passou em 1983, mas com contornos de um verdadeiro pesadelo.
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