As
escolas públicas iniciaram aulas oficialmente a 19 de Outubro, mas nota-se uma
ausência quase total dos alunos nas turmas. Uma equipa de repórteres do
semanário “O Democrata” deslocou-se a algumas das principais escolas públicas
em Bissau, para inteirar-se do arranque efectivo das aulas na data fixada pelas
autoridades.
Os
repórteres percorreram quatro grandes liceus da nossa capital nomeadamente,
Liceu Nacional Kwame Nkrumah, Liceu Dr. Agostinho Neto, Liceu Dr. Rui Barcelos
da Cunha e Liceu Samora Moisés Machel, onde registaram uma fraca adesão dos
alunos e professores.
As
aulas estão a funcionar a meio gás devido à greve de um mês anunciada pelo
Sindicato Nacional Democrático dos Professores (SINDEPROF).
DIRECTOR
DO LICEU KWAME NKRUMAH APELA A PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS
Após
ter percorrido todas as turmas do Liceu Nacional Kwame Nkrumah, a nossa
reportagem interpelou a directora daquele estabelecimento escolar. Alanam
Francisco Pereira afirmou que as aulas começaram normalmente, mas reconheceu
que a greve do SINDEPROF contribuiu na pouca adesão às aulas, sobretudo dos
alunos. “Os alunos só basta ouvirem falar da greve muitos pensam logo que não
haverá aula”, lançou.
A
directora explicou que a sua escola abriu as suas portas às 07 horas de manhã
conforme às orientações aos professores que devem leccionar no cumprimento das
suas obrigações.
Alanam
Francisco Pereira advertiu aos pais e encarregados de educação dos alunos a
mandarem os seus educandos para a escola e apelou a comparência dos professores
nas salas de aulas.
DIRECTOR
DO LICEU RUI BARCELOS DA CUNHA AMEAÇA INICIAR COM AVALIAÇÃO
Para
o director do liceu Rui Barcelos da Cunha, Vençã Mendes a direcção da sua
escola cumpriu com as orientações do Ministério em começar as aulas no dia 19,
ao abrigo do cumprimento do calendário escolar do Ministério da tutela.
Para
o director daquele estabelecimento escolar, a fraca presença dos alunos deve-se
ao facto de os mesmos terem habituado faltar quase toda a primeira semana do
início das aulas.
Vença
Mendes informou ainda que registou-se grande presença dos professores na sua
escola e que estes são autorizados a leccionar mesmo com a presença de dois ou
três alunos na sala.
“Já
orientámos aos nossos professores a darem aulas mesmo com pouco número de
alunos presentes. Portanto se os alunos continuarem a se ausentar, vamos mesmo
iniciar com as avaliações sobre matérias ministradas aos alunos presentes”,
assegurou.
Instado
a pronunciar-se se a greve terá influenciado a fraca presença dos alunos,
Mendes disse que não quis comentar sobre a greve. Porém, esclareceu que vão
marcar as faltas de presença como rege a regra na função pública guineense.
REGISTA-SE
AFLUÊNCIA DE ALUNOS NO LICEU DR. AGOSTINHO NETO
No
liceu Dr. Agostinho Neto, a realidade é outra. A nossa reportagem constatou a
presença mais significante de alunos e professores. Em declaração a nossa
reportagem, o director do “Dr. Agostinho Neto”, Samuel Fernando Mango disse que
a adesão dos alunos e professores na escola que administra é de 70 por cento.
Samuel Fernando Mango reconhece contudo que a greve teve uma certa influência tendo em conta o facto de alguns professores serem membros do sindicato em greve.
Nos
corredores da escola, os alunos queixam-se da ausência dos seus colegas bem
como dos próprios professores. Os entrevistados foram unânimes em afirmar que
as aulas, no primeiro dia, não tiveram participação massiva.
Don
Pinto Sanhá, aluno de 12° ano do liceu Rui Barcelos da Cunha, disse que entrou
apenas um tempo, porque os outros professores não compareceram.
Sobre
a greve decretada pelo SINDEPROG, Don Pinto Sanhá pediu o diálogo entre o
sindicato e o patronato para encontrar uma “solução que salvaguarde os
interesses dos alunos e como também dos próprios professores que estão a exigir
melhores condições de trabalho”.
Alcene
Sidibé – O Democrata
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