Quinze
deputados do PAIGC, partido no poder da Guiné-Bissau, anunciaram esta
quarta-feira (13.01) que vão votar contra o programa do Governo no próximo dia 18
"se não houver diálogo sério" com a direção do partido.
Em
conferência de imprensa realizada em Bissau, o grupo de 15 deputados do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que se absteve durante
a votação do programa de Governo e que fez com que o documento não alcançasse
votos suficientes para ser aprovado, deixou entender que não vai aprovar, na
próxima segunda-feira (18.01) o programa do Executivo, em votação pela segunda
vez, pelo facto de este não ter sido apresentado pelo Comité Central do PAIGC,
órgão máximo entre dois congressos.
O
deputado Soares Sambu e atualmente conselheiro do Presidente da República,
disse que não está em causa o conteúdo do programa, mas sim as leis que foram
tidas em conta.
“Que fique claro: o órgão que aprova o programa do Governo é o Comité Central do partido. Neste caso, é verdade que se apresentou um programa da legislatura pelo presidente do PAIGC e chefe do então Governo. Mas houve uma rutura na governação e havendo esta rutura há um novo figurino. Face a este novo quadro, todo o procedimento deve ser retomado”.
“Que fique claro: o órgão que aprova o programa do Governo é o Comité Central do partido. Neste caso, é verdade que se apresentou um programa da legislatura pelo presidente do PAIGC e chefe do então Governo. Mas houve uma rutura na governação e havendo esta rutura há um novo figurino. Face a este novo quadro, todo o procedimento deve ser retomado”.
Soares
Sambu afirmou que "naturalmente" os 15 deputados não poderiam
caucionar o documento, o que, disse, não colocará em causa os projetos de
desenvolvimento do país ou as relações com a comunidade internacional.
Diálogo
sem pré-condições
O grupo diz-se aberto ao "diálogo sério, sem pré-condições", mas avisa que não claudicará perante o que classifica como atitudes sectárias, divisionistas e de perseguições no seio do PAIGC.
De acordo com Soares Sambu, o grupo está aberto para encontrar "soluções globais" dentro do partido e que possam viabilizar a governabilidade da Guiné-Bissau.
Ameaças e intimidações contra os 15
O grupo diz-se aberto ao "diálogo sério, sem pré-condições", mas avisa que não claudicará perante o que classifica como atitudes sectárias, divisionistas e de perseguições no seio do PAIGC.
De acordo com Soares Sambu, o grupo está aberto para encontrar "soluções globais" dentro do partido e que possam viabilizar a governabilidade da Guiné-Bissau.
Ameaças e intimidações contra os 15
Os
15 deputados foram unânimes ao afirmar que têm estado a receber ameaças e
intimidações vindas da própria cúpula do PAIGC, para que viabilizem o programa
de Governo.
Segundo
Soares Sambú são “correspondências panfletárias e anónimas entregues nas nossas
casas dizendo que as nossas residências vão ser incendiadas, que vão amedrontar
os nossos familiares, vão espancar os 15 deputados, etc., etc.”.
Soares Sambu citou ainda na conferência de imprensa a ameaça de agressão feita por alguns dirigentes, nomeadamente pelo primeiro-ministro, Carlos Correia, no caso de os 15 deputados votarem novamente contra o programa do Executivo. “O primeiro vice-presidente do partido e primeiro-ministro disse que não resta mais nada senão dar umas pauladas na cabeça dos 15 deputados”.
PRS e 15 deputados do PAIGC travaram aprovação do programa do Governo
Soares Sambu citou ainda na conferência de imprensa a ameaça de agressão feita por alguns dirigentes, nomeadamente pelo primeiro-ministro, Carlos Correia, no caso de os 15 deputados votarem novamente contra o programa do Executivo. “O primeiro vice-presidente do partido e primeiro-ministro disse que não resta mais nada senão dar umas pauladas na cabeça dos 15 deputados”.
PRS e 15 deputados do PAIGC travaram aprovação do programa do Governo
Recorde-se
que, a 23 de dezembro, um grupo formado por 15 deputados do PAIGC se absteve
durante a votação do programa de Governo , uma medida que permitiu travar a
aprovação do documento apresentado pelo primeiro-ministro Carlos Correia.
Apesar
de o PAIGC ser maioritário, o programa de Governo não obteve votos suficientes
para ser aprovado uma vez que à abstenção do grupo dos 15 juntaram-se os 41
eleitos pelo Partido da Renovação Social (PRS), na oposição.
Na votação, apenas 45 dos 101 deputados votaram a favor, aquém da maioria necessária (52 votos).
Na votação, apenas 45 dos 101 deputados votaram a favor, aquém da maioria necessária (52 votos).
Sanções
contra os 15 deputados
Domingos
Simões Pereira disse ter sido "surpreendido" com o posicionamento dos
15 deputados, que, afirmou, “terão agora que se sujeitar à disciplina
partidária, enfrentando sanções à luz dos estatutos.
“Ficamos
surpresos, entre aspas, com o posicionamento desses deputados porque de facto,
apesar de alguma contestação nunca imaginei que levassem essa posição ao
Parlamento e decidirem votar contra a indicação do partido”.
Domingos
Simões Pereira receia que as querelas políticas no país possam bloquear as
instituições do Estado. O repto do líder do PAIGC é dirigido, entre outros, ao
Presidente da República, José Mário Vaz - com quem mantem desavenças pessoais
-, no sentido de este deixar o Governo executar as suas tarefas, "a bem do
país".
O
governo de Carlos Correia deverá voltar a apresentar o seu Programa de Governo
na próxima segunda-feira (18.01) e em caso seja chumbado, o executivo cai
automaticamente.
Braima
Darame – Deutsche Welle
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