sexta-feira, 30 de junho de 2017

O PERIGO DOS CRITÉRIOS DE JOSÉ MÁRIO VAZ MANIFESTAM-SE DESCARADAMENTE



Chamam-lhe JOMAV para simplificar, talvez para poupar a saliva naquele país quente onde a água potável vale ouro, mas ele chama-se José Mário Vaz (na foto) e é presidente da República da Guiné-Bissau. Um alegado republicano que comporta a censura na comunicação social em altar. Isso mesmo demonstrou à boca cheia em pedido verbal aos jornalistas, efetuado na passada segunda-feira:  "Aos jornalistas vou pedir só uma coisa. Vamos fazer como faz Cabo Verde. Se eu falar coisas que coloquem a Guiné-Bissau mal lá fora, cortem", afirmou José Mário Vaz, segundo a Lusa, no DN.

Para já ignorávamos que Cabo Verde, alegado país mais democrático de África, segundo os “sábios” internacionais, tem jornalistas que também são censores e assim adulteram a profissão… Mas o que está agora em causa é a Guiné-Bissau e o tal JOMAV pseudo democrata e, por isso, concordante da censura.

Ora os critérios deste afamado presidente guineense que tem levado avante um mandato de tropelias antidemocráticas e esquizóides demonstram a sua falta de respeito pelos acordos internacionais e, principalmente, pela constituição da República a que ele preside, porque ali nada consta relativamente à legalização de qualquer espécie de censura. Antes pelo contrário, legitima a liberdade de informação e de expressão, entre outras.

A seguir as declarações do bastonário da Ordem dos Jornalistas, talvez um sindicato com um nome pomposo, onde se revela, nas declarações, contra os “cortes” sugeridos pelo PR defensor de inconstitucionalidades. As declarações são de afirmação contra a censura, contudo, na frase pronunciada, usa uma palavra em que lamenta não poder seguir a sugestão de JOMAV, ele diz que “infelizmente” os jornalistas não podem satisfazer o presidente no seu pedido de assumirem a tarefa de censores. Mas qual “infelizmente”? Felizmente, deveria dizer aquele sindicalista, perdão, bastonário, para que sem dúvidas se concluísse que estava do lado das regras democráticas e do que é expresso na constituição do seu país, a Guiné-Bissau. Com aquele "infelizmente" não colhe os 100%.

Ao que parece o assunto vai ter pano para mangas ou badana para toda a semana, o que na Guiné-Bissau pode significar meses ou até anos. Pior é que nestas andanças as grandes vítimas são as populações guineenses, isto porque uns quantos pseudo-iluminados, provavelmente com licenciamentos universitários saídos nas tampas premiadas de um qualquer detergente ou caixa de preservativos, se constituíram da elite e massacram permanentemente a sobrevivência e o quotidiano do povo guineense. Amílcar Cabral se visse o que ali acontece teria muito nojo de tais sebosos elitistas da política e de outros misteres do sistema putrefacto e a modos que ganzado que vigora na Guiné-Bissau.

Nem de propósito, num despacho da Lusa, ficamos a saber do recuo dos todos poderosos do regime guineense relativamente àquela agência de notícias. Para saber mais pode ler “Atividade da agência Lusa "não está suspensa" - Governo guineense" . 

E desenvolve:

"O ministro da Comunicação Social da Guiné-Bissau, Vítor Pereira, anunciou hoje, em declarações à agência Lusa, que o Governo guineense recuou na decisão de suspender a atividade da agência de notícias portuguesa naquele país.” A notícia completa-se no link acima, em Sapo 24.

A seguir as declarações do bastonário da Ordem dos Jornalistas e restante desenvolvimento, se continuar a ler.

MM | PG

Governo da Guiné-Bissau anuncia suspensão das atividades da Agência Lusa, RTP e RDP



O ministro da Comunicação Social guineense anunciou hoje a suspensão das atividades da RTP, da RDP e da Agência Lusa na Guiné-Bissau, alegando a caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau.

Segundo o ministro Vítor Pereira, as atividades vão ser suspensas à meia-noite de hoje (01:00 em Lisboa).

MSE // PJA // LUSA

Argumento da suspensão de RTP/RDP/Lusa é pretexto para silenciar vozes eventualmente críticas -- analista

O argumento apresentado pelas autoridades da Guiné-Bissau para suspender as atividades da RTP, RDP e Lusa a partir de sábado é "apenas um pretexto" para "silenciar vozes eventualmente críticas" ao regime "ilegal" do Presidente, disse hoje um analista guineense.

Em declarações à agência Lusa, o comentador político, poeta, jornalista, escritor e ainda vice-presidente da Associação de Escritores da Guiné-Bissau (AEGB), considera quem, independentemente de uma alegada caducidade do contrato, "não há razões válidas" para que o assunto não seja devidamente tratado no quadro de uma cooperação bilateral "que é histórica".

"O que está a acontecer com a RTP, RDP e Lusa enquadra-se num processo de subversão da ordem estabelecida. O Governo constitucional e eleito de Carlos Gomes Júnior foi derrubado com a fora das armas, com a participação de muitos civis que, hoje, aparecem novamente ou no poder ou na periferia desse poder", argumentou, referindo-se ao golpe de Estado de Abril de 2012.

"Há uma tentativa de silenciamento dos 'media' guineenses, há uma ordem praticamente dada pelo chefe de Estado (José Mário Vaz) para que os jornalistas guineenses enveredem pela autocensura e o que está a acontecer com a RTP, RDP e Lusa é exatamente a outra face da mesma moeda, que visa silenciar vozes contrárias e críticas e, sobretudo, não permitir que a verdade seja tratada com idoneidade, ética e deontologia", acrescentou.

No dia 26, José Mário Vaz pediu hoje aos jornalistas para contribuírem para a construção do país, evitando passar mensagens que ponham em causa a Guiné-Bissau: "A partir de agora peço aos jornalistas para passarmos só boas mensagens da Guiné-Bissau. Ajudarmos a Guiné-Bissau".

Hoje, em declarações à Lusa, Tony Tcheka lembra o "grande apoio ao serviço público" prestado por Portugal e pelos três órgãos de comunicação social portugueses presentes na Guiné-Bissau praticamente desde a independência na cobertura de conflitos, golpes de Estado e outros episódios do país, considerando que RTP, RDP e Lusa constituem um "exemplo inigualável e imbatível" da história guineense.

"Não há clareza por trás da decisão de usar este pretexto (de caducidade do acordo) para silenciar órgãos de comunicação social", frisou.

"Estamos perante uma situação, sobretudo até porque o próprio Presidente já admite convocar eleições antecipadas, para criar condições para que tudo seja feito, não pela força das armas, mas através de ações palacianas, que visam não só enfraquecer a oposição como a própria comunicação social. É um plano maquiavélico", afirmou.

Para o autor do livro de poesia "Noites de Insónia em terra Adormecida", a Guiné-Bissau tem um governo criado "à margem da lei, dos acordos internos (Constituição) e internacionais (Acordo de Conacri)".

"É uma atitude de desespero, mais uma jogada a ver se consegue passar impune pelo temporal que está a assolar a Guiné-Bissau, em que (o Presidente) está a passar pela chuva sem se molhar, apontando sempre o dedo aos outros", sustentou.

"Há um plano maquiavélico que prejudica o país e que tem estado a adiar o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Todas as vozes, independentemente da cor política, devem-se levantar e opor-se a esta tentativa que configura, em última análise, um golpe de Estado palaciano", concluiu.

O ministro da Comunicação Social guineense anunciou hoje a suspensão das atividades da RTP, da RDP e da Agência Lusa na Guiné-Bissau, alegando a caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau.

Em conferência de imprensa, Vítor Pereira informou que a partir da meia-noite de hoje em Bissau (01:00 em Lisboa) ficam suspensas todas as atividades naquele país dos três órgãos portugueses até que o governo de Lisboa abra negociações para a assinatura de um novo acordo.

A Guiné-Bissau tem vivido uma situação de crise institucional desde as últimas eleições, com um afastamento entre o partido vencedor das legislativas e o Presidente da República, também eleito.

O atual Governo não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e este impasse político tem levado vários países, entre os quais Portugal, e instituições internacionais a apelarem a um consenso.

PJA/JSD // VM // LUSA

Suspensão da RTP, RDP e Lusa constitui "uma limitação da liberdade de imprensa"- UE em Bissau

O representante da União Europeia em Bissau, Victor Madeira dos Santos, considerou hoje "uma limitação da liberdade de imprensa" a decisão do Governo guineense de suspender a atividade da RTP, da RDP e da Agência Lusa.

"Nós estamos atentos, em contacto uns com os outros [Bissau e Bruxelas] para decidir qual é a atitude a tomar, mas é evidente que isto é para nós uma limitação da liberdade de imprensa e que terá de ser tratada da maneira que merece", lamentou o representante da União Europeia (UE), em declarações à agência Lusa.

O ministro da Comunicação Social guineense anunciou hoje a suspensão das atividades da RTP, da RDP e da Agência Lusa na Guiné-Bissau, alegando a caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau.

Em conferência de imprensa, Vítor Pereira informou que a partir da meia-noite de hoje em Bissau (01:00 em Lisboa) ficam suspensas todas as atividades naquele país dos três órgãos portugueses até que o governo de Lisboa abra negociações para a assinatura de um novo acordo.

Victor Madeira do Santos acrescentou que a UE "está atenta" ao desenrolar da situação, estando aquela instituição em "contacto estreito" com o Governo de Portugal, ao nível das duas embaixadas, como ao nível da representação permanente e da sede da União Europeia em Bruxelas.

"Estão a decidir qual será a melhor atitude a tomar relativamente àquilo que aconteceu", disse.

Víctor Madeira dos Santos acrescentou ainda que a UE está "à espera" da primeira reação do Governo português para depois decidir-se se vai ser criada uma ação conjunta ao nível da UE ou se o Governo português vai continuar em ações bilaterais neste processo.

O governante adiantou ainda na conferência de imprensa que caberá aos responsáveis dos três órgãos de comunicação social portugueses a gestão concreta dos recursos no terreno, mas deixou claro que "a decisão de suspensão das atividades é explícita".

A suspensão das atividades, acrescentou o ministro, não tem qualquer relação com os conteúdos que os três órgãos difundem, mas salientou que Bissau considera que é necessário "revisitar e renegociar" as condições do acordo de cooperação, celebrado há 20 anos.

Desde a assinatura do acordo no domínio da comunicação social entre os governos de Bissau e Lisboa, ocorreram mudanças na sociedade e no panorama da própria comunicação social, explicou Vítor Pereira.

O governante explicou que, desde há 14 anos, Bissau tem tentado sentar-se à mesa das negociações com o Governo português, mas "sem sucesso".

O ministro guineense disse que não teve qualquer resposta da parte portuguesa à carta, pelo que manteve a decisão de suspender a atividade das empresas portuguesas, alegando que a parte guineense "fez todos os esforços" para evitar esta situação.

"Infelizmente todos os nossos esforços tiveram como resposta um preocupante e injustificável silêncio da parte portuguesa", referiu Vítor Pereira.

A Guiné-Bissau tem vivido uma situação de crise institucional desde as últimas eleições, com um afastamento entre o partido vencedor das legislativas e o Presidente da República, também eleito.

O atual governo não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e este impasse político tem levado vários países, entre os quais Portugal, e instituições internacionais a apelarem a um consenso.

HYT (ALU/MB/MSE) // VM // LUSA

PR E GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU IMPÕEM LEI DA ROLHA PARA SILENCIAR COMUNICAÇÃO SOCIAL



Governo português diz que suspensão da Lusa, RTP e RDP em Bissau é atentado à liberdade de imprensa


O Governo português classificou hoje como "um atentado à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa" a intenção do executivo guineense de proceder à suspensão das atividades da RTP, da RDP e da Agência Lusa na Guiné-Bissau.

Em comunicado enviado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), o Governo português "lamenta profundamente a ameaça de suspensão das atividades da RTP, da RDP e da Agência Lusa em Bissau" e considera que "este tipo de ultimatos é inaceitável, especialmente quando se trata de dois países ligados por laços tão estreitos, como Portugal e a Guiné-Bissau".

"Tal intenção constitui igualmente um atentado à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa, princípios expressamente consagrados na Constituição da República da Guiné-Bissau e igualmente garantidos através dos compromissos internacionais que a Guiné-Bissau assumiu no plano multilateral, incluindo no âmbito das Nações Unidas e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", sublinha a nota do Governo português.

NVI // VM // LUSA

MATERIAL DE GUERRA DE TANCOS PARA O ESTADO ISLÂMICO? NUNCA SE SABE…




Este devia ser o Expresso Curto matinal no formato rigoroso do habitual, mas não. Já não são horas disso. Estamos quase na hora do lanche. Se bem que para muitos parasitas seja agora hora do pequeno-almoço. Isso é outro assunto, contudo não será agora que pegamos no spray antiparasitas. Adiante. Pois.

Ricardo Marques, do burgo do tio Balsemão Bilderberg, conhecido por Expresso e sei lá que mais, foi quem serviu o Curto que nos dá a possibilidade de estar para aqui a teclar. Boa tarde.

Ricardo traz novamente os fogos à baila, depois de uma citação em inglês para quem perceba. Pois. Até dá ganas de também preencher esta prosa com uma citação em tétum… Só para Ricardo ficar às aranhas, como tantos e imensos portugueses ficarão com o inglês ricardoide. Adiante, come back son, you're forgiven. Pois.

Por aqui, no PG, não estamos nessa de dar mais relevo a políticos badalhocos. Daqueles que fazem política sobre os cadáveres de 64 vítimas dos fogos e que até inventam suicídios. Passos Coelho é mesmo um grande porcalhão mental e político, um manipulador dotado de uma deslealdade e falta de respeito e decência para com todos que não são ele e talvez mais uns quantos amigalhaços. Adiante.

E então não é que agora (ou já há tempos?) se instalou em Portugal um circo a que vulgarmente chamam tropa e que é uma bandalheira? Bonito serviço… As chefias militares endoidaram e rasgaram o RDM? E também todos os preceitos escarrapachados para cumprir à risca a doutrina nem que lhe passe um mangalho pela boca? Desculpem este palavreado caserneiro mas é para ver se os tropas entendem alguma coisa do que aqui é escrito. É em português, não é noutras línguas. Certo?

Todo este minidesaforo porque ontem diziam que tinham roubado de uma unidade em Tancos cerca de 100 granadas e algumas munições de 9 milímetros (de guerra buracona). Afinal tudo foi atualizado. Para pior.

Citação (dos jornais em português): “Quarenta e quatro lança-granadas e quatro engenhos explosivos "prontos a detonar" foram roubados das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos na quarta-feira, foram ainda roubadas 120 granadas ofensivas e 1500 munições de calibre 9mm (apenas autorizado a forças de segurança e militares) e 20 granadas de gás lacrimogéneo.”

Carago, é obra!

Foi declarado que as câmaras da segurança de videovigilância estão avariadas há um ano. Não há verba para as reparar ou a todo o sistema (não sabemos realmente qual a abrangência da avaria). Bandalheira. Chefias da treta. Generais pum-pum. E outros que tais.

Até apetece perguntar: se assim é porque não existe guarda permanente aos paióis? Agora já não se usa devido às novas tecnologias? E também não existem rondas in loco porque fazem as rondas por vídeo? Ai tão finos que os Maria Alice estão!

Claro que houve fugas da unidade sobre o estado da falta de vigilância, de controle, dos paióis. E claro que o material de guerra roubado só serve a grandes organizações do crime organizado e a terroristas, o que é praticamente a mesma coisa.

Claro que as chefias militares têm toda a responsabilidade pelo que aconteceu, começando pelas altas patentes e terminando nas intermédias-baixas. Uma bandalheira!

Não é a desculpa da falta de verbas para reparar o sistema de videovigilância que serve de justificação porque, assim sendo, existem militares, soldados, que podem fazer os turnos de guarda aos paióis em permanência, além das rondas que garantam a operacionalidade. Ou será que já não existem militares, soldados, cabos e sargentos, pelo menos, nas unidades militares?

Sabem que mais? O RDM e afins (Regulamento de Disciplina Militar), é impossível de cumprir. A essa conclusão chegou o tipinho que o escreveu… Que depois se suicidou porque afinal não tinha pedido autorização ao seu superior hierárquico para o escrever – é o que dizem. Mesmo sendo impossível de cumprir na totalidade existem procedimentos militares que praticamente nem precisariam de regulamentação porque qualquer pessoa sabe que material de guerra deve ser permanentemente guardado. Até um miúdo sabe que tem de tomar cuidadosamente conta da sua fisga, quanto mais militares profissionais!

Desculpem lá… Aqui há gato. Pois.

Sigam para o Expresso Curto. À vontade, porque esta tropa demonstra que está toda uma grande bandalheira… Até é provável que ande a fornecer material de guerra ao dito Estado Islâmico. Não? Ora, desde que se viu porcos a andar de bicicleta e homens com a cabeça na lua, mesmo lá na lua, juntamente com o resto do corpo, tudo é possível.

Mancebos, do general ao básico, mostrem que sabem andar na tropa.

Depois de escrito, soma e segue:

A lista negra do material de guerra “roubado” aumenta a conta-gotas… Ainda há mais? E porque não referem exatamente as quantidades, senhores generais pum-pum?

O Exército revelou que foi roubado mais material de guerra do que inicialmente se supunha. Entre o material roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogénio e explosivos, mas não divulgou quantidades.



MM | PG

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A LONGA BATALHA PELA EUROÁSIA



Martinho Júnior | Luanda
  
1 A Organização de Cooperação de Xangai (OCX), teve sua reunião anual em Astana, capital do Cazaquistão, dando seguimento aos projectos anteriores, que visam a integração económica de todos os seus componentes, privilegiando as possibilidades de “ganha-ganha” e colocando num“puzzle” só possível no século XXI, o cimento indispensável com vista à consolidação.

De entre os projectos, realça-se a admissão formal da Índia e do Paquistão, assim como a evolução no sentido da admissão do Irão (que é com a Mongólia e o Afeganistão, um estado observador), uma das peças-chave para a consolidação do conjunto de geoestratégias no âmbito daquela organização, que têm tido até agora a China e a Rússia como seus principais impulsionadores.

Neste momento a OCX integra 8 estados que possuem a maior área e a maior quantidade de população entre as organizações existentes à escala global, sendo 4 dos seus membros potências nucleares (China, Rússia, Índia e Paquistão).

A entrada da Índia e do Paquistão reforçam o flanco sul da OCX, mas também contribuem para isolar cada vez mais os focos de desestabilização disseminados por todo o Médio Oriente, do Iémen à Síria, do Iraque ao Afeganistão e Paquistão.

2  As políticas de caos, terrorismo e desagregação, de que a coligação de interesses avassalados aos Estados Unidos se tem empenhado de modo a que seja Israel a tirar o melhor proveito na região, sendo políticas de geometria variável e alimentando no seu interior uma multiplicidade de contradições, possuem cada vez mais fragilidades internas e nem o poderio militar está a demonstrar estar à altura das iniciativas da OCX, que além do mais fazem fluir projectos como o das rotas da estrada da seda, ou o da utilização da moeda chinesa para os negócios energéticos, ou ainda a concentração das potencialidades de investimento em Bancos como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, (BAII), o Novo Banco de Desenvolvimento, (NBD) e o Fundo Chinês da Rota da Seda.

O fim do Estados Islâmico e dos grupos ligados à Al Qaeda na Síria e no Iraque avizinha-se, mas os investimentos que os suportam e suportam as suas conexões de inteligência, estão apostados em fazer revitalizar seus projectos de caos, terrorismo e desagregação utilizando a plataforma do Afeganistão, para onde começam a trasladar parte dos seus efectivos e meios.

ALIANÇA NATURAL DO NEOLIBERALISMO COM O NEOFASCISMO | A Otan e o neonazismo na Europa



Manlio Dinucci*

A Ucrânia, de fato já na Otan, quer agora entrar oficialmente na organização. O parlamento de Kíev, votou no dia 8 de junho por maioria (276 contra 25) uma emenda legislativa que torna prioritário esse objetivo.

A sua admissão na Otan não seria um ato formal. A Rússia é acusada pela Otan de ter anexado ilegalmente a Crimeia e de conduzir ações militares contra a Ucrânia. Em consequência, se a Ucrânia entrasse oficialmente na Otan, os demais 29 membros da Aliança, com base no Artigo 5, deveriam “ajudar a parte atacada empreendendo ações julgadas necessárias, inclusive o uso da força armada”. Em outras palavras, deveriam declarar guerra à Rússia.

O mérito de ter introduzido na legislação ucraniana o objetivo de entrar na Otan é do presidente do parlamento Andriy Parubiy. Cofundador em 1991 do Partido nacional-social ucraniano, segundo o modelo do Partido nacional-socialista de Adolf Hitler; chefe das formações paramilitares neonazistas, usadas em 2014 no golpe da Praça Maidan, sob a direção dos EUA e da Otan, e no massacre de Odessa; chefe do Conselho de Defesa e Segurança Nacional que, com o Batalhão Azov e outras unidades neonazistas ataca os civis ucranianos de nacionalidade russa na parte oriental do país e efetua com esquadrões especiais espancamentos de militantes do Partido Comunista, devastando as suas sedes e queimando livros no perfeito estilo nazista, enquanto o mesmo Partido está para ser posto oficialmente na ilegalidade.

MOHAMMAD BIN SALMAN | Arábia Saudita: um homem-bomba no comando



Mohammad bin Salman torna-se herdeiro do trono. Despreparado e belicoso, apoiador de terroristas e desprezado pela própria CIA, ele pode desestabilizar o reino e incendiar uma das regiões mais conflagradas do mundo

Pepe Escobar | Outras Palavras

Bem quando comentaristas de geopolítica faziam apostas para uma mudança de regime no Qatar – orquestrada por uma Casa de Saud [da Arábia Saudita] desesperada –, a mudança de regime acabou por acontecer em Riad, orquestrada pelo Príncipe Guerreiro, Destruidor do Iêmen e Bloqueador do Qatar, Mohammad bin Salman (MBS).

Considerando a impenetrabilidade daquela oligarquia familiar do petrodólar do deserto travestida de nação, dar conta desse mais recente Game of Thrones árabe é tarefa de uns poucos estrangeiros com acesso garantido. E também não ajuda que o abundante dinheiro dos lobbiessauditas – e dos Emirados – em Washington reduza virtualmente todos os think-tanks e jornalistas venais à mais abjeta máquina de calúnia e difamação.

Alta fonte no Oriente Médio, próxima da House of Saud, e dissidente de fato do consenso construído em Washington, não poupa palavras: “A CIA está muito insatisfeita com a demissão do [ex-príncipe coroado] Mohammad bin Nayef. Mohammad bin Salman é visto como patrocinador de terroristas. Em abril de 2014, as as famílias reais dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita estiveram à beira de ser derrubadas pelos EUA, por causa do terrorismo. Fez-se então um acordo, pelo qual Nayef assumiria o reino, para pôr fim ao terrorismo.”

ABRIGUEM-SE! | Mais de cem granadas e munições roubadas dos Paióis de Tancos



O Estado-Maior do Exército anunciou, esta quinta-feira, em comunicado, o furto de "granadas de mão ofensivas" e munições de calibre 9 milímetros nos Paióis Nacionais de Tancos.

O porta-voz do Estado-Maior do Exército, General Rovisco Duarte, explicou que o desaparecimento daquele material militar foi detetado esta quarta-feira ao final do dia, quando os militares da base de Tancos verificaram que dois paiolins tinham sido arrombados.

Fonte do ramo contactada pela agência Lusa adiantou que, até ao momento, foi detetada a falta de "cerca de uma centena" de granadas de mão ofensivas.

"Os incidentes foram detetados por uma ronda móvel, elemento do sistema de segurança dos Paióis", explica o comunicado.

A Polícia Judiciária Militar foi chamada ao local, tomou conta da ocorrência e iniciou averiguações, tendo já sido informado o Ministério Público, a Polícia Judiciária e o ministro da Defesa, Azeredo Lopes.

Jornal de Notícias com Lusa | Foto: Arquivo/Global Imagens

Portugal | PREDADORES



Alfredo Maia*, jornalista | opinião

Tenho conhecimento de vítimas indirectas deste processo, de pessoas que puseram termo à vida, em desespero». Não sabemos por quanto tempo a afirmação, peremptória, do presidente do PSD ficará na história do Jornalismo e da Política, nem se algum dia será caso de estudo por algum praticante de ciências da comunicação e/ou de ciência política.

Pronunciada após uma visita aos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera, a afirmação de Pedro Passos Coelho ficará seguramente na memória de muitos como uma chocante expressão do cinismo predador de sentimentos e da mais descarada mentira, explorando a dor alheia para exclusivo proveito mediático.

Estiveram bem os jornalistas que lhe pediram que fosse mais específico em tão graves declarações – quantos?, onde? – e cumpriram o seu dever de cotejar a afirmação e buscaram informações junto de outras fontes, incluindo autarquias e Segurança Social.

Mas o gravíssimo incidente, que não teve de Passos Coelho a exigível retractação, antes um soberbo pedido de desculpas «por ter utilizado uma informação que não estava confirmada», segundo se explicou muitas horas depois de desmascarado o embuste, deve fazer-nos reflectir sobre os elevadíssimos riscos da roleta-russa na qual alguns dirigentes partidários e o sistema mediático jogam a credibilidade da política e do Jornalismo.

Talvez a manifesta insensibilidade e a grosseira tentativa de Passos Coelho de manipular as emoções do público, usando a tragédia do incêndio de Pedrógão Grande, pudessem ter sido contidas se a comunicação política não dependesse tanto do circo mediático e se o líder do PSD e outras figuras fossem capazes de reprimir a pulsão do soundbite.

Ganhar-se-ia mais, sobretudo, se os media não cultivassem uma doentia atracção por frases de forte impacto, cumpliciando-se com os respectivos autores, e, especialmente, se resistissem ao modelo da comunicação instantânea e os jornalistas tivessem mais vontade – e também condições! – de privilegiar estratégias de recuo, ponderação, verificação e contrastação de informações antes de as servir ao público.

ABUTRE CONSTANTE | Passos Coelho igual a si próprio




Ana Alexandra Gonçalves*

Aparentemente revoltado com o que se passou no país, o ex-primeiro-ministro enfatizou o falhanço do Estado, um falhanço que persiste, tanto mais que ele próprio teria conhecimento de suicídios "por falta de apoio psicológico em Pedrógão". É certo que imediatamente tanto o Presidente da Câmara de Pedrógão Grande como o Presidente da Administração Regional de Saúde vieram a público negar qualquer suicídio, mas isso não afectará quem, num desespero indisfarçável, procura retirar dividendos da desgraça

No entanto e como choveram críticas à precipitação de Passos Coelho, veio o Provedor da Santa Casa da Misericórdia dar o corpo ao manifesto, pedindo desculpas por ter induzido Passos em erro. E assim se esperaria que o infeliz assunto ficasse por aí: uma também infeliz sucessão de equívocos. Não ficou e Passos Coelho viu-se obrigado a pedir desculpa. A desculpa prende-se com a não confirmação da informação e não pelo abjecto aproveitamento político de uma desgraça sem precedentes. 

O recurso aos instrumentos mais vis não podem propriamente surpreender, este foi afinal de contas o primeiro-ministro que não pestanejou quando infligiu doses cavalares de austeridade nos cidadãos, não deixando de fora as camadas mais frágeis da sociedade. Este foi o primeiro-ministro que fez a defesa dessa dor até há bem pouco tempo, contendo-se mais nos últimos meses, confrontado com o falhanço daquilo que tanto apregoou. 

Agora, órfão de Diabo e despido de argumentação que valide qualquer espécie de oposição, Passos Coelho deixa-se mergulhar no vale tudo. E vale mesmo tudo quando se inventa ou se espalha boatos com a gravidade daquela em apreço - a que postula casos de suicídio, por falta de apoio psicológico. Mesmo tendo em conta que se trata de Passos Coelho, não deixa de haver alguma inquietação por estas palavras terem saído de alguém que foi primeiro-ministro e que ainda se propõe chegar ao cargo.

Para aqueles que tinham dúvidas quanto ao carácter de Passos Coelho, estas terão, seguramente, ficado desfeitas depois de um exercício ignóbil de aproveitamento político, com recurso ao desprezo pela dor alheia, espalhando informações sem qualquer fundamento.

Se dúvidas existem sobre as qualidades de Passos Coelho para desempenhar as mais altas funções de representação política, elas ficaram desfeitas perante o vale tudo para atingir os seus intentos - para garantir uma sobrevivência política em que só ele próprio e meia-dúzia de apaniguados acreditam.

* Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão | Título com alteração parcial no PG

PORTUGAL DOS PEQUENINOS | A desresponsabilização do Estado nas creches



Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

As instituições particulares de solidariedade social (IPSS) têm certamente um lugar na sociedade, e muitas têm um trabalho meritório, chegando a lugares que o Estado não alcança. No entanto, nos últimos anos, talvez décadas, este papel de complementaridade das IPSS face ao Estado social tem vindo a ser pervertido. A tendência notou-se especialmente durante o Governo de Passos e Portas, mas é anterior. A Segurança Social demitiu-se de parte das suas funções, que entregou às IPSS, através de acordos de cooperação, que cobrem áreas diversificadas: creches, lares, apoio na pobreza ou na infância.

Esta transferência de poderes e responsabilidades tem vários problemas. Em primeiro lugar não é clara ou transparente. As IPSS não têm o mesmo grau de escrutínio ou obrigação de prestar contas que a Segurança Social. Em segundo lugar, tem muitas vezes subjacente a transformação da ideia de solidariedade e emancipação por uma visão caritativa e assistencialista. Esta transformação ficou clara quando o anterior Governo escolheu cortar no Rendimento Social de Inserção (RSI) para criar um programa de cantinas sociais. Em terceiro lugar, nem sempre é mais barata para o Estado. No caso das cantinas sociais, provou-se que o Estado gastava mais a pagar às IPSS pelo serviço do que se atribuísse o RSI diretamente a essas famílias.

Uma das áreas onde estes problemas são mais flagrantes é nas creches. Até hoje nenhum Governo foi capaz de garantir a construção de uma rede abrangente de creches públicas, apesar da sua absoluta necessidade no país. Em vez disso, o Estado contratualiza com as IPSS a prestação do serviço, pensando que estas deveriam priorizar o acesso das famílias mais carenciadas. Acontece que, apesar do Estado pagar 259euro por criança por mês (1200 milhões ao todo), as creches podem cobrar o preço que entenderem aos pais. Uma vez que não estão obrigadas a quotas quanto aos rendimentos das famílias, pode até acontecer que só aceitem crianças de famílias mais abastadas, cobrando-lhes todo o valor que já recebem do Estado, duplicando assim a receita. Para além de ser um mau uso de recursos públicos, é também um mau serviço público.

O problema não se resolve obrigando estas creches a acolherem apenas as crianças mais pobres. Isso geraria guetos. Mas também não é justo que as IPSS possam lucrar com um serviço que é, em última instância, pago pelo Estado, cobrando valores diferenciados aos pais. A resposta só pode mesmo ser, neste caso, a construção de uma rede pública de creches, gerida diretamente pelo Estado.

Mais uma vez, há um lugar para o terceiro setor, em particular as IPSS, nas respostas que a sociedades deve encontrar para diferentes necessidades sociais. Mas esse lugar não deve, em caso algum, ser o da substituição do Estado, ou da sua desresponsabilização na prestação de serviços públicos universais e igualmente acessíveis a todos. Ainda para mais quando, tanto a transferência de responsabilidades como a sua gestão pelas IPSS se faz sem clareza ou escrutínio.

* Deputada do BE

AINDA A TEMPO | Fundação Saramago comemora 10 anos | Concerto de Jorge Palma e entrada livre



Na tarde de 29 de Junho 2007, uma casa na Praça de Londres foi testemunha da assinatura da acta de constituição da Fundação José Saramago.

A partir desse dia “ ganhava estatuto legal a aventura iniciada uns meses antes, de pôr de pé uma casa aberta, múltipla, interveniente, combativa, com objectivos definidos pelas palavras plasmadas na Declaração de Princípios que nos orienta.”

No final desse documento, José Saramago afirmava: “Como se vê, não vos peço muito, peço-vos tudo”.

Hoje, passados dez anos, o tudo que se conseguiu, deixa-nos com a certeza de para isso termos trabalhado.

Com a mágoa diária de não o termos connosco, levamos o seu legado em cada acção que realizamos, seja na Casa dos Bicos, que desde 2012 nos acolhe, noutros locais espalhados pelo mundo, ou na “infinita página da Internet”.

Para trás, ficam algumas centenas de iniciativas realizadas, organizadas a sós ou em parceria com outras entidades, fica o trabalho de acolhimento a quem nos visita diariamente a partir dos quatro cantos do mundo, fazendo muitas vezes desta Casa o primeiro espaço a visitar em Lisboa, fica a emoção que observamos nos olhos dos leitores de Saramago.

Fica também o justo agradecimento a todos os que, directa ou indirectamente, contribuem para que a Fundação seja uma realidade sólida no espaço cultural português e internacional. E, por fim, fica a certeza de que a estes dez anos muitos mais se somarão. Porque enquanto não se cumprir o «tudo» a que as palavras de José Saramago nos obrigam, o «muito» que se faça será sempre pouco. A todos os que nos visitam, virtual ou fisicamente, o nosso obrigado., lê-se na nota de imprensa

Programa 29 de Junho

- Ao longo de todo o dia, entrada livre na Fundação José Saramago - Casa dos Bicos, com oferta de um fac-símile da primeira versão dactilografada do romance Claraboia, de José Saramago ;

- Publicação do livro (ebook) À mesa com a ficção de José Saramago: casa onde não há pão todos ralham (quase) sempre com razão, de Ana Paula Arnaut;

- Concerto de Jorge Palma, pelas 18:30, no Auditório da FJS (bilhetes esgotados).

Zita Ferreira Braga | Hardmusica

quarta-feira, 28 de junho de 2017

SÉCULOS DE SOLIDÃO – I



Martinho Júnior | Luanda 

Aproxima-se a data do lançamento do terceiro livro em que comparticipo, desta feita com Leopoldo Baio, que foi o Director do desaparecido semanário “ACTUAL”.

O livro “Angola – Séculos de solidão – do colonialismo à democracia – cronologia histórica baseada numa pesquisa analítica” vai ser lançado em Angola pela Editora LeArtes, com uma tiragem de 1000 exemplares, com produção duma gráfica de Luanda e em resultado de alguns financiamentos locais.

Foi graças ao esforço e à tenacidade de Leopoldo Baio que o livro dá à estampa.

O livro enquadra-se, em época eleitoral, na necessidade de reforçar as linhas progressistas do MPLA, tendo em conta muitas lições que nos acodem não só do seu passado de luta, mas também e inclusive da contemporaneidade.

Das mais terríveis experiências vividas, no presente cabe aos patriotas progressistas angolanos recolher as lições, de modo a que a independência, a soberania, a paz e a democracia tão duramente alcançadas sejam não só defendidas, mas também que com inteligência se vão abrindo os caminhos de futuro com a dignidade que o povo angolano, todos s povos africanos e a humanidade merecem.

Mantenho a necessidade de se seguir a trilha que advém do Movimento de Libertação em África, integrando uma lógica com sentido de vida capaz de lutar contra o subdesenvolvimento crónico que é um dos resultados antropológicos e históricos da longa treva colonial e isso só será possível em paz e mobilizando a inteligência, a juventude, as universidades e todos aqueles patriotas que podem dar suas contribuições nos termos duma geoestratégia de desenvolvimento sustentável que poderá ser um caminho para os próximos séculos, revertendo duma vez por todas os “séculos de solidão”.

Assim vou destacar, antes de sua apresentação, alguns dos trechos que compõem o livro!

COM O DIABO NO CORPO | Salve-se o homem



Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Fui sabendo da desgraça à distância de um oceano inteiro. A catástrofe de Pedrógão Grande rebentara de mãos dadas com a primeira hora da minha primeira manhã em Havana. Escrevi a crónica da passada semana no hall do hotel, sobre o fogo, com o coração na manhã que despontava e embriagado pelo gelo de um ar condicionado frigo-guerrilha de Caribe.

Lá fora chovia copiosamente, como ainda não havia chovido este ano, asseguravam-me. Saí da cidade, procurei o mar e desejei desligar da síndrome-galo-de-Barcelos-tic-tac, bomba-relógio, quando senti que alguns procuraram encontrar culpados mal acabassem de contar as vítimas. Passaram alguns dias e Cuba, afinal, não conseguiu a minha vitória final para sempre. Regresso a Portugal e a primeira notícia-manchete é a de Passos Coelho e os seus suicídios-fantasma. Não sobre o seu suicídio político, já requentado: era mesmo sobre os seus particulares suicídios anónimos por confirmar. Fazemos todos um esforço enorme por esquecer Passos mas ele não permite.

O líder da Oposição resvalou para um sítio sem pé, amarrou-se nas palavras, afundou a pés juntos e nem no momento em que, pedindo desculpa, procurava respirar na linha de água percebeu a gravidade do que fizera. Não só do que disse, mas sobretudo do que pretendia dizer e ligar. Politicamente, revela um homem em desespero e em fuga para a frente, à solta porque se sente sozinho. Não alinho no assassinato de carácter, não acredito que seja um homem obstinado a ganhar votos à custa da ignomínia. Passos Coelho, por enorme infelicidade, teve só um comportamento de abutre.

Passos pediu desculpa por um equívoco, mas a gravidade não reside no engano. A gravidade sente-se na intenção. É totalmente absurdo que alguém, no rescaldo duma tragédia desta dimensão, noticie um suicídio para no segundo seguinte ter necessidade de o confirmar, olhando para trás a procurar companhia: está confirmado, não está? Mas totalmente inaceitável, o que não está ao alcance da desculpa, é que alguém fale em suicídio naquelas circunstâncias, como um portador-aprendiz de notícias fresquinhas mas tristes. Passos parece um homem que necessita desesperadamente de apoio político para evitar pedir apoio psicológico. E apesar de ninguém no partido querer avançar antes das Autárquicas, alguém o deveria intimar a desistir do país quando o partido já desistiu dele há muito, poupando-nos - a nós e a mais um dos seus casacos - à torpe visão da sua bandeirinha do tempo da PàF. É um apelo. Passos perdidos. Salve-se o homem agora que morreu o político.

O autor escreve segundo a antiga ortografia

Músico e advogado

Com acréscimo parcial do título no PG

Governo timorense aprova apoio de 1,5 milhões de dólares para vítimas de fogos em Portugal





Díli, 27 jun (Lusa) - O Governo timorense aprovou hoje um pacote de assistência de 1,5 milhões de dólares (1,33 milhões de euros) em ajuda humanitária para apoio às vítimas dos incêndios florestais deste mês.

Avelino Coelho, secretário de Estado do Conselho de Ministros, disse aos jornalistas que a decisão foi aprovada na reunião de hoje do Governo que renovou os votos de pesar para os familiares das vítimas dos fogos.

Os fundos serão contabilizados no componente de apoio humanitário do Orçamento do Estado de 2017.

Pelo menos 64 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas em resultado do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, chegando depois aos distritos de Castelo Branco e Coimbra.

O incêndio consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, destruindo várias casas e outros bens privados.

A RAPAZIADA SERVIL DO PASSOS | Comunicação social



Ana Alexandra Gonçalves *

A desgraça que se abateu sobre o país serviu para mostrar a debilidade das florestas portuguesas, mas teve também o mérito de mostrar a verdadeira face da comunicação social. Em bom rigor não há novidade quer no que diz respeito ao primeiro assunto como ao segundo. 

Depois de dias de exploração do assunto, não raras vezes recorrendo a formas pouco dignas de tratamento das notícias, é agora tempo dos fazedores de opinião afectos ao anterior governo fazerem das suas.

Assim, aponta-se o dedo ao Executivo de António Costa, clamando-se pela demissão da ministra da Administração Interna. Assim, aproveita-se a tragédia para atacar o Governo: má preparação, incúria, opções políticas erradas - tudo terá começado e terminado com António Costa. Mesmo questões difíceis de abordar como o SIRESP - resultado da promiscuidade entre PSD e o famigerado BPN - são responsabilidade do actual governo.

Ou seja esqueçamos, convenientemente, os bons resultados económicos, que tantas dores de cabeça têm dado a uma certa direita e que tanto espaço de manobra lhes tem retirado, e centremo-nos na forçada incúria e responsabilidade deste Governo relativamente aos incêndios que devastaram o centro do país.

JUNTOS POR TODOS | Meo Arena foi pequeno para o muito afecto que o encheu



O Meo Arena foi palco na noite de 27 de Junho de uma demonstração de solidariedade como há muito não havia em Portugal: rádios, televisões, artistas, produtores, técnicos e pessoas, muitas pessoas, encheram o pavilhão num gesto de solidariedade.

Há uma semana Portugal viveu uma das maiores tragédias dos últimos anos. O centro do país incendiou devido a uma trovoada seca, facto que ainda está para apurar e por obra de ventos e marés três concelhos arderam: casas, pessoas, animais, cultivos, árvores, enfim, tudo ou quase tudo.

Uma semana depois um produtor decide organizar um concerto, Juntos por Todos" e todos se juntaram. 25 artistas, as rádios, as televisões, os políticos e o povo juntaram-se no Meo Arena num espectáculo de solidariedade e de afecto espantosos.

Desta reunião de afectos sem grandes lamentações saíu uma bonita soma, 1 milhão e 153 mil euros.

Salvador Sobral protagonizou um dos momentos mais emocionantes. Foi o último a subir ao palco do espectáculo Juntos por Todos, cantando "A Case of You", de Joni Mitchell, e "Amar pelos Dois", a canção com que venceu o Festival da Eurovisão. Com o público a cantar boa parte da letra da canção.

Zita Ferreira Braga | Hardmusic

PORTUGUESES NÃO MERECEM ESTAS ELITES FEIAS, PORCAS E MÁS. TÃO INCOMPETENTES




Depois de mais uns dias de silêncio no Página Global regressamos. Cá estamos, prontos para mais umas laudas de nossa autoria ou escritas e publicadas por outros a que decidimos dar relevância. Só por isso “roubamos” notícias e prosas, entrevistas e etc. Acreditem que tem utilidade, porque há sempre alguém que não leu na origem mas que acaba por ler aqui no PG. Quanto ao que é de autores e amigos do PG… Fica à vossa consideração classificar do interesse. Fazemo-lo por bem, sem olhar a quem, exceto aos superiores interesses dos povos, dos que são roubados e vilipendiados por uns quantos que se consideram excecionalmente eleitos e autorizados para agirem com toda a ganância, desonestidade, desumanidade e injustiça contra todos os outros milhões que habitam o planeta, incluindo fauna e flora, a natureza, para além dos humanos e seu parceiros a que chamam animais domésticos ou selvagens.

Esta prosa pode ir além de ser longa se não for cuidada. E vai ser. Esta é a abertura anterior à apresentação do Expresso Curto, que sempre nos ajuda a fazer o ponto da situação em várias modalidades e temas. Hoje a servidora do Expresso é Cristina Peres. Vem ela referir os “ajustes” dos fogos na zona centro de Portugal. Os políticos, os partidos, alguns de fraca honestidade, mais de forte desonestidade, já andam na caça aos votos, às popularidades, às vantagens se conseguirem enganar os eleitores, os trouxas dos portugueses. Sobressai nestas tristes e desavergonhadas “touradas” o mesmo de sempre: o grande intrujão Passos Coelho, que usa “armas” emporcalhadas para tirar vantagens e cativar via engano os portugueses. O método político do sujeito é sempre o mesmo: indigno. Como vimos ao longo destes últimos anos.

Esse mesmo, o tal Passos, mais conhecido por intrujão, anda a cavalgar na onda dos fogos e das vítimas mortais, assim como das vítimas feridas e que ficaram sem nada por via do fogo devorador. Cavalga sobre algo que não devia, enquanto político e enquanto pessoa digna (se fosse). Sobre ele, sobre isto, mais palavras para quê? Depois do surgimento do triste figurão e das suas práticas os portugueses estão mais que avisados de quem ele é. E atualmente até podem apreciar o repugnante espetáculo que ele representa. Se acaso lhe derem crédito, senhores e senhoras, amigos e amigas, é porque são totós, parvalhões, otários, terrificamente ingénuos, e até acreditam que os porcos andam de bicicleta. Mas não, não andam. Têm as pernas curtas para isso… e um corpo desmesurado, desequilibrado – para além de se movimentarem de modo próprio sobre as suas curtas pernas e patas. Existem contudo porcos na política. Não é por acaso que muitas vezes a política é um grande chiqueiro. Passos assim o prova. Outros há.

Sobre isto, moita-carrasco. Mais nada.

Todos Juntos, foi ontem. Uma prova de que os portugueses sabem ser solidários e competentes para produzirem, realizarem e participarem na grande manifestação de solidariedade a favor das vítimas dos incêndios e tragédia na Região Centro, com Pedrógão Grande na primeira fila. Aconteceu na Meo Arena, no Parque das Nações. Que espetáculo da grandeza humana que os portugueses demonstraram! Foi tudo muito intenso e arrepiante, comovedor. A grande dignidade de Portugal e dos portugueses estava ali representada. A provar que os portugueses não merecem políticos tão incompetentes, feios, porcos e maus. Nem gentalha das elites como a que atualmente detém os poderes e nos ludibria e nos rouba descaradamente. São só uns quantos milhares, contra tantos milhões… Adiante.

Sem mais delongas, saiba mais no Curto… Se continuar a ler.

MM | PG

domingo, 25 de junho de 2017

Portugal | PASSOS É CADÁVER POLÍTICO, MORREU, E NEM SEQUER DÁ POR ISSO




Mário Motta, Lisboa

A Agência Lusa traz-nos o Coelho em notícias, via SAPO, com fotos (apesar de estarmos refartos de ver o salafrário). Ele não foi só o Coelho da Páscoa. Este Coelho perdurou por quatro anos nas várias Páscoas, Natais e todas as efemérides possíveis e imaginárias. Ele foi o descalabro de Portugal que usou à farta o conhecido slogan roubar aos pobres para dar aos muito ricos. Sim, é esse. Esse mesmo, esse tal Coelho que é Passos.

Figura tétrica que se mantém em maioral do PSD, Passos Coelho, dito líder da oposição ao governo de Costa, anda por aí em bicos de pés à caça de migalhas. Em bicos dos pés para ser reportado. Vai daí abre a boca por tudo e por nada. Diz então ele da Ministra da Administração Interna que  “Não vale a pena acenar com caça às bruxas nem desdramatizar - Passos”, e depois fala, fala… Mas não diz quase nada ou muito pouco. Sem valor. Sinónimo de que tem os dias contados no PSD, já que os dias de chefe de governo foram em boa hora extintos.

São duas as falas que aqui trazemos de tal salafrário (porque o é e há provas disso). A outra tem que ver com o grande salto de turismo que invade Portugal. Assim: Passos Coelho diz que muita da procura turística é temporária.

Aquele Passos, o Coelho, deve andar a ler La Palisse. Diz o óbvio sem que mereça sequer atenção dos portugueses. Porque é evidente que este grande salto no número de turistas que visita Portugal um dia abrandará. Não se sabe é quando. E certamente que por agora ainda vai aumentar. Acontece assim em todos os países, em todo o lado. E lá está o tipinho nefasto, politicamente desprezível, a pôr-se em bicos dos pés a dizer patacoadas. A pretender ser mau agouro. A dizer por outras palavras que vem aí o diabo e que os portugueses estão tramados mais tarde ou mais cedo.

Talvez o que ele queira dizer é que com ele em chefe do governo, se o voltassem a eleger, tudo será um mar de rosas para os portugueses. Só falta aqui um pormenor: para quantos portugueses é que será o mar de rosas. Para os do costume, já sabemos. Para uns quantos, os da pandilha para quem Passos se afinca a roubar portugueses. Positivamente a roubar e a votar à miséria e à fome milhares de famílias.

Este Passos é um destemido, por ser tão descarado e considerar que ainda é possível voltar a enganar os portugueses. Outro pormenor: Passos é um cadáver político, um zumbi que teima em não se passar para o lugar dos mortos, em aceitar a realidade. Passos morreu e nem sequer dá por isso, nem alguns dos seus correlegionários do PSD.

De tão morto nem merecia todas estes parágrafos, que só existem por distração ou talvez também por esperança de que o salafrário que tanto nos mentiu e fez passar fome, leia e tome conhecimento do seu estado de entrada legítima em féretro (caixão) político. Que é para onde devem ir os cadáveres da sua condição.

MOÇAMBIQUE | Ex-presidente: Auditoria a dívidas ocultas ajuda a promover transparência



O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano afirmou hoje em Maputo que a auditoria às dívidas ocultas vai ajudar a promover a transparência na gestão dos recursos públicos e a reconquistar a credibilidade internacional do país.

As recomendações do relatório da auditoria "vão ajudar a melhorar o uso do nosso dinheiro e dos nossos recursos", disse Chissano, em declarações a jornalistas, na Praça dos Heróis, onde esteve presente nas celebrações do dia da independência nacional.

oaquim Chissano, que chefiou o Estado entre 1986 e 2005, assinalou que a divulgação do sumário do relatório da auditoria internacional independente à dívida pública de Moçambique também vai ajudar o país a recuperar a confiança dos parceiros internacionais.

"A confiança está a ser reconquistada", acrescentou Joaquim Chissano.

Por seu turno, Armando Guebuza, sucessor de Joaquim Chissano e cujo Governo avalizou as chamadas dívidas ocultas, escusou-se a comentar o relatório, afirmando que ainda não leu o documento.

"Não li o relatório", declarou Armando Guebuza, aos jornalistas, na Praça dos Heróis, em Maputo.

A Procuradoria-Geral da República de Moçambique (PGR) divulgou, no sábado, o sumário do relatório da auditoria que a firma norte-americana Kroll realizou aos mais de dois milhões de dólares (1,7 mil milhões de dólares) que o Governo moçambicano avalizou entre 2013 e 2014, a favor de uma empresa de pesca de atum e de duas firmas ligadas à segurança marítima.

Milhões de Mercedes-Benz para todos em Moçambique | PACIÊNCIA TEM LIMITE!



@Verdade | editorial

O que se está a passar em Moçambique é sem dúvidas uma amostra grátis da falta de respeito, sensibilidade e compaixão para com o sacrificado povo moçambicano. Desde que, há anos, o Governo da Frelimo pendurou-se no poder tem vindo alegre e sistematicamente a empurrar os moçambicanos para o vale da desgraça. Estes são obrigados a sobreviver à essa violência e didatura absoluta. E o mais dramático é que a população é forçada a ouvir zombar mascarada de aconselhamento através dos órgãos de informação.

Numa intervenção que soou a insultos ao povo, o Primeiro-Ministro afirmou que se deve aumentar a produção para que todos os moçambicanos possam andar de viaturas de marca Mercedes-Benz. Carlos de Rosário respondia, assim, a inquietação de centenas de moçambicanos em relação as viaturas adquiridas para os deputados da Comissão Permanente da Assembleia da República. Este pensamento do Primeiro-Ministro é revelador da falta de bom senso, para além da sua ignorância aguda. É sabido que o senhor do Rosário anda em Mercedes, mas desde que lhe foi confiado o cargo de Primeiro-Ministro nunca se viu um resultado sequer do seu trabalho, senão sistemáticas ao povo. Pelo contrário, em tempo de crise que o país atravessa, o Primeiro-Ministro tem-se limitado a viajar de um lado para outro, esbanjando os cofres do Estado.

Quem também perdeu a oportunidade de ficar calado é o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita. O ministro, no cúmulo da sua incompetência no sector que dirige, sugeriu que os autocarros avariados das empresas públicas de transporte de Maputo e Matola fosse transformados em salas de aula com vista a reduzir o número de alunos que estudam ao relento. O senhor Mesquita devia se preocupar com a situação de falta de transportes que tira o sono a centenas de moçambicanos, ao invés de vir com soluções estupidificantes.

Estas são algumas situações que nos deixam revoltados com o Governo de turno e perante isso não temos mais alternativas. Ou exigimos mudança ou façamos ela acontecer. A mais do que necessária mudança política não resultará de qualquer caridadezinha política e, muito menos, cairá do céu. Portanto, só os moçambicanos podem mudar esse inferno em que vivemos criado pela Frelimo.

MOZA NUMA HISTÓRIA MAL CONTADA | O que ficou por explicar no negócio do Moza Banco?



"O País Económico" seleccionou oito pontos e perguntas que ficaram por ser esclarecidas pelo Banco Central de Moçambique após declarações de segunda-feira

Na segunda-feira passada, o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, pronunciou-se sobre a escolha da Kuhanha para gestão de 80% das participações do Moza Banco. O objectivo da conferência de imprensa era dar a conhecer as decisões da reunião de Política Monetária do Banco Central, mas a Kuhanha acabou por ser o tema central.

Como quem estava preparado, Rogério Zandamela falou perto de uma hora das razões que conduziram à selecção do Fundo de Pensões do Banco de Moçambique para dono de um dos bancos mais importantes do país, destacando que não conhece um processo mais transparente no mundo.

Essencialmente, Zandamela disse que a Kuhanha não concorreu à compra do Moza Banco; que a decisão foi tomada num quadro legal apertado; que não há conflito de interesses por ser governador e ao mesmo tempo PCA da Kuhanha; que o uso do Fundo de Pensões foi acautelado; que foi o Banco Central quem foi buscar João Figueiredo para gestor do Moza Banco e que os pequenos bancos enfrentam actualmente problemas de liquidez.

Os pronunciamentos do governador do Banco de Moçambique levantam, no entanto, várias questões desde a contradição entre as declarações dentro da instituição, passando pela possibilidade de conflito de interesses, risco de uso de Fundo Pensões, até ocultação de informação de interesse público e quebra de confidencialidade.

Fartar a vilanagem | 42 anos depois da independência Moçambique continua um país pobre



Dhlakama, líder da Renamo, acredita que situação do país poderá melhorar nos próximos anos

O líder da Renamo aproveitou a oportunidade para saudar os muçulmanos pelo fim do Ramadão e desejar festas felizes.

No dia em que se celebra mais um aniversário da independência nacional, Dhlakama disse que 42 anos depois da proclamação da independência Moçambique continua um país pobre. Ainda assim, o líder da Renamo acredita que situação do país poderá melhorar nos próximos anos.

Afonso Dhalakama não deixou de falar da situação da paz no país, referindo que a retirada das Forças de Defesa e Segurança de Gorongosa ainda não aconteceu.

O País

EUA | Invasão por convite de Temer| E O EXÉRCITO AMERICANO CHEGARÁ À AMAZÓNIA?





Governo convida Washington para exercícios militares na região. Setores das forças armadas brasileiras resistem. Mas Temer tem planos vastos de “integração” com os EUA

Raúl Zibechi | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho

Pela primeira vez na história, tropas dos Estados Unidos participam de um exercício militar no coração da Amazônia. Trata-se do AmazonLog, que acontecerá entre 6 e 13 de novembro no município brasileiro de Tabatinga, situado na margem esquerda do rio Solimões, na tríplice fronteira entre Peru, Brasil e Colômbia. Os exercícios militares não têm precedentes na América Latina. A proposta tem como referência a operação da OTAN realizada na Hungria em 2015, que empenhou 1.700 militares numa simulação de apoio logístico. Os objetivos são controle da imigração ilegal, assistência humanitária em grandes eventos, operações de paz em regiões remotas, ações contra o tráfico de drogas e os chamados “delitos ambientais”.

“O lugar escolhido foi Tabatinga porque queremos mostrar ao mundo as dificuldades da nossa Amazônia”, disse o general do Exército do Brasil, Guilherme Cals Theophilo. O que ele não disse foi que mostrarão também os segredos mais bem guardados da região considerada pulmão do planeta, a mais rica em água e biodiversidade. Acrescentou que este é o momento para ensinar como as florestas tropicais são úteis para um “debate científico e tecnológico” relacionado à paz e à guerra.

Mais lidas da semana