terça-feira, 23 de janeiro de 2018

PORTUGAL "FIZZ" | Orlando Figueira: “Fiz o que fiz e voltaria a fazer”


Orlando Figueira defende legalidade do arquivamento do processo de Manuel Vicente

Grande parte da sessão matinal desta terça-feira no Campus da Justiça, sobre o julgamento da Operação Fizz, foi preenchida com a discussão à volta da decisão de Orlando Figueira em arquivar o processo de Manuel Vicente, o ex-vice presidente de Angola.

O juiz Alfredo Costa quis saber porque razão o ex-procurador não só arquivou em tempo recorde as suspeitas contra Manuel Vicente mas sobretudo porque mandou devolver, destruir e guardar uma cópia das declarações de rendimento de Vicente. "Foi uma decisão tecnicamente irrepreensível", justifica Orlando Figueira, enquanto por sua vez o juiz considera-a "bastante discutível".

Vicente estava a ser investigado por branqueamento de capitais depois de ter comprado um apartamento no Estoril Residence por três milhões de euros.

O advogado Paulo Branco, também arguido no processo, fez juntar uma declaração de rendimentos e um registo criminal limpo, por isso Orlando Figueira mandou não só arquivar as referências a Manuel Vicente como também mandou destruir as declarações de rendimento. "Porquê?", perguntou o juiz. "A reserva da vida privada é um princípio sagrado", respondeu por mais de uma vez Orlando Figueira.

Contudo, o agora acusado de corrupção guardou para si uma cópia da referida declaração num cofre na Av. Fontes Pereira de Melo, em Lisboa. "Porquê?", quis mais uma vez saber o juiz. "Porque no DCIAP desaparecem documentos e por uma questão de segurança", respondeu o arguido.

Hugo Franco | Rui Gustavo | Expresso | Foto: João Relvas/Lusa

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