O Movimento Juvenil da Revolução
Limpa, escreveu uma carta aberta ao Presidente da República e ao Povo angolano
e que, nesta fase da informação célere, também vai chegar aos países
democráticos e livres. As palavras faladas voam mas estas, sobretudo porque são
escritas por quem quer mudar o (nosso) mundo, serão eternas. Assim os
destinatários as leiam, as compreendam e as usem para bem da causa pública
onde, afinal, estamos todos.
“Viemos enquanto cidadãos
angolanos, no quadro da luta contra a corrupção, uma das bandeiras do
Presidente João Lourenço denunciar o escândalo que se passa ao mais alto nível
da magistratura angolana.
A situação visa continuar a
saquear o Estado com a total cara-de-pau e sem o mínimo de respeito pelo
desporto e os seus principais autores, baseado numa estratégia engendrada pelo
ex-ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, e o ex-venerando
juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, de se
apossarem, indevidamente, de infra-estruturas desportivas, sem contrapartida
para o Estado, ao descurarem qualquer concurso público.
Um dos maiores empreendimentos
realizados pelo Governo; a Vila da Juventude, localizada no Parque Nacional de
Campismo, na província de Benguela, o ex-ministro da Juventude e Desportos,
Gonçalves Muandumba visando ser poupado judicialmente, numa série de crimes de
corrupção e roubo do erário público, em que está envolvido, entregou a Vila a
favor da empresa Acácias Tour, pertencente aos filhos do ex-venerando juiz
conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira.
Vamos a alguns factos
justificativos da denúncia:
a) A Casa dos Desportistas, sito
na Ilha de Luanda é actualmente propriedade do ex-ministro Gonçalves Muandumba,
que se afectou a si mesmo, ainda na qualidade de ministro do sector, fazendo
todo o tráfico de influência, junto do antigo Titular do Poder Executivo, para
não ser questionado, sobre a aquisição indevida desta imponente e única
estrutura desportiva em Luanda, onde se realizavam estágio das selecções e
equipas desportivas nacionais e estrangeiras;
b) Para não ser cassado, nem pelo
Tribunal de Contas, nem pelo Constitucional, corrompeu altos magistrados, que
deveriam dar o exemplo, mas afinal, são os líderes da ladroagem e corrupção,
pois aceitaram concessões de exploração de património desportivo, por períodos
de e superiores a 20 anos, sem qualquer contrapartida ao Estado, mas sendo este
ainda a pagar as empresas dos juízes;
c) Concessão indevida do Pavilhão
Multiuso do Kilamba;
d) Os gestores das infra-estruturas
do Ministério da Juventude e Desportos pagavam propina semanal, ao ministro,
seu gabinete e um dos filhos, de cerca de 1 milhão de kwanzas, para continuarem
no poleiro;
O ex-presidente do Tribunal
Constitucional, Rui Ferreira, que sua Excelência tanto apoia, para além de
racista incubado é useiro e vezeiro em se apossar de património alheio, pois
enquanto advogado ficou com o imóvel do artista Lisboa Santos, pai do C4Pedro,
a conhecida discoteca Dom Quixote, actualmente baptizada de Dom Q, que colocou
a favor da filha.
Diante destes factos que mancham
a reputação do seu jovem consulado, por apostar em juízes e governantes
corruptos e gatunos, nós os Jovens deste portentoso país: Angola, não
acreditamos que pretenda fazer melhor do que o seu antecessor.
Assim, resta-nos arregaçar as
mangas, para lutar, não só denunciando, como fizemos agora, como estar
vigilantes, para outras acções, tendentes a defender os recursos materiais, no
solo e subsolo, para além de financeiro de todos os angolanos e não só dos
angolanos do MPLA.
Senhor Presidente,
É preciso ler os sinais dos
tempos, pois o desemprego, a inflação e o alto custo de vida, estão a saturar a
juventude e muitos outros cidadãos, podendo despoletar uma situação, que nem a
sua Polícia e Forças Armadas conterão a fúria popular, se nada for feito para
inverter esta crítica situação.
Ao abrigo da vossa Constituição,
vamos reivindicar e ocupar todas as ruas de Angola e, acredite, não haverá
força militar, desta vez, para conter a vontade de MUDANÇA do POVO, pois
corrigir o que está mal é colocar toda ladroagem e corruptos na CADEIA.
É o Senhor Presidente da
República, João Manuel Gonçalves Lourenço dar o exemplo e declarar os seus bens:
a) Quanto tem nas contas
bancárias (incluindo, esposa e filhos);
b) Quantos imóveis tem, em Angola
e no estrangeiro;
c) Qual o volume de financiamento
que recebeu;
d) Como conseguiu montar as suas
fazendas;
e) Qual a divida que tem com os
bancos comerciais e como está a pagar.
Isso, porque a transparência é
ter a coragem de dizer a verdade, começando por si e não estar a tapar o sol
com a peneira, falando em repatriação de capitais, sem dizer se é ou não
verdade a denúncia da Odebrecht de ter dado a uma das suas empresas: ORION, 15
milhões de dólares, em 2012, num dos maiores roubos feitos pelo MPLA, aos
cofres do Estado, por altura das eleições desse ano, em que só a uma das
empresas brasileiras de marketing contratada foram pagos 50 milhões de dólares.
Nós queremos ajudar o seu
consulado, mas desde que nos diga o que significa, “MELHORAR O QUE ESTÁ BEM”,
pois começamos a entender, que essa palavra de ordem, significa esconder as
vossas fortunas e roubos, pois nenhum de vós vai para a CADEIA e se protegem,
como estão a fazer com o ex-vice-Presidente, que enquanto PCA da SONANGOL
roubou em proveito próprio e agora, que os seus parceiros e primos portugueses,
o denunciaram, nós os cidadãos angolanos e de Portugal, temos de ser afectados
por causa de um dos maiores corruptos e gatunos deste país.
Pare de prender e exonerar a raia
miúda e mostre que tem força para limpar o Estado e deixe de se preocupar com a
presidência do MPLA, pois não se apresse em ser o terceiro ditador à frente dos
destinos de Angola, depois dos seus ídolos: Agostinho Neto e José Eduardo dos
Santos.
Os próximos tempos vão determinar
o seu verdadeiro carácter e a forma da nossa luta e resistência.
Cadeia para os grandes corruptos
e gatunos alojados no poder do Estado, se não ocorrer, o povo vai começar a
agir, com base em todas as formas legais e de resistência.
Que todos, destacando-se em
primeiro lugar o Presidente da República, declarem, publicamente, os
rendimentos, empresas e contas bancárias, que possuem e onde estão
domiciliadas”.
Folha 8
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