quinta-feira, 28 de junho de 2018

Trumpalhadas


O Curto para além do meio-dia. Bom dia, ainda não fomos de férias, como dá para perceber. Faltam só mais umas horas. Pronto. Considerem isto mais uma nova atualização. 

A seguir vamos desembocar na peça de Martim Silva, do Expresso. Começa com bola, mas disso hoje não vamos à bola aqui no PG. Depois lá vem Marcelo com Trump, umas trumpalhadas que não valem nada e que os da média exploram até à exaustão. É jornalismo para calhaus dos que nada mais têm para fazer. Ponto. Ponto e adiante, que isto mais vai parecer uma grande trumpalhada.

Que Lopes vai deixar o PSD mas que fica no PPD. Legalmente não pode fundar com tal sigla. Mas pode jogar com as iniciais. Santana Lopes vai fundar o PDP? E isso significará o quê? Partido Democrático de Portugal? Partido do Pedro? Bem, mas isso não importa nada. Importa é que a vaca tossiu e o Pedro mostrou quanto já se desiludiu com os falsos laranjadas. Avante, camarada! Ou se calhar não. Foi só para não se esquecerem dele neste verão que mais parece Outono. Chiça!

Terminamos. Vamos começar a fazer as malas e a inteirar-nos dos horários dos comboios. Além disso temos de ainda remendar a tenda… Sim, pois, vamos fazer campismo selvagem. Ora, não há verbas para mais!

Tenham um bom dia… se conseguirem. Adeuzinho, até ao nosso regresso. (MM | PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

O adeus de Santana, o hello de Trump e Marcelo e o aufwiedersehen da Alemanha

Martim Silva | Expresso

Bom dia, este é o seu Expresso Curto depois do Sporting ter despedido um treinador contratado há dez dias, depois da Alemanha ter sofrido a maior humilhação de décadas no Mundial de Futebol, depois de Marcelo ter tomado os sais para aguentar uma reunião com Donald Trump (a foto aqui em cima é de António Cotrim, da Lusa) e responder-lhe à altura... e depois de Pedro Santana Lopes ter anunciado que desta vez é que vai mesmo sair do PSD e que está a pensar criar um novo partido.

Quinta-feira, 28 de junho de 2018. Eis o que precisa saber do que se passa em Portugal e no Mundo:

PSL jura que sai. E nós fingimos que acreditamos.

Deixem-me começar por aqui. Vá lá, isto até é divertido.

Desde os tempos ancestrais, era certo e sabido que a seguir à Primavera vinha o Verão e depois o Outono e finalmente o Inverno... e novamente a Primavera... E todos sabemos que a seguir ao dia vem a noite e novamente o dia. Também a filosofia de Nietzsche nos falava do eterno retorno. Santana é assim. Volta sempre. Nunca nos deixa mal.

Mas já chega de divagar.

Um antigo líder de um grande partido nacional e antigo primeiro-ministro acaba de anunciar o abandono da sua formação de sempre, podendo mesmo criar um novo partido político. Eis uma notícia relevante, merecedora de manchetes de jornais e de especiais de informação carregados de comentários informados.

Tudo isto é certo, ou melhor, seria não se tratasse de Santana Lopes. É verdade, ele voltou ao mesmo. E tão ao mesmo que até voltou a garantir que desta é que é mesmo a sério. As declaraçõesforam feitas à Visão, que hoje está nas bancas.

Agora que estão tão em voga os sites de apostas desportivas até sugiro que se coloque a questão “mas ele sai mesmo, e de vez?” Eu, que nem sou de apostar, sei bem onde colocaria o dinheiro neste caso.

Ele é o eterno enfant terrible embora não seja enfant há muito e terrible há outrotanto.

E nós até gostamos dele assim. É certo que houve um tempo em que foi primeiro-ministro e em que as coisas não correram muito bem, até podemos dizer que correram mesmo muito mal. Só que antes dele esteve lá um que se foi embora e depois dele esteve lá outro que faz hoje Santana parecer um grande primeiro-ministro. Coisas da vida, e da política.

Fiél entre os fiéis santanistas, de sempre, Pedro Pinto já respondeuàs declarações de Santana dizendo que agora os dois "são de clubes diferentes".

MARCELO E TRUMP: "Portugal é um pouco diferente dos Estados Unidos..."

Todos nós algures na nossa vida temos ou tivémos de fazer algum frete. De ter de ir a algum sítio onde não nos apetecia ou de falar com alguém com quem não queremos trocar uma palavra. Todos nós. Faz parte. O que tem de ser tem muita força.

Marcelo terá tido um dia de ontem semelhante a algo do género. O Presidente da República esteve na Casa Branca com Donald Trump. Um encontro que mete uma resposta à altura e uma pequena lição de história.

No final do encontro com Trump, o Presidente da República disse que deixou muito clara a posição portuguesa e da União Europeia em relação ao tema dos refugiados, um dos dossiers quentes em cima da mesa nas relações entre os dois lados do Atlântico. E disseter procurado fazer alguma "pedagogia" junto do seu homólogo em matéria de imigração.

Aqui pode ver uma seleção das melhores imagens do encontro.

E aqui tem os deliciosos dois minutos e meio da peça da SIC sobre as palavras dos dois após o encontro, com Marcelo a procurar dar uma lição de história a Trump, passando pelo vinho da Madeira e por Cristiano Ronaldo. E com o presidente norte-americano a perguntar se Ronaldo se poderia apresentar contra ele (Marcelo) nas Presidenciais. A deixa de Marcelo na resposta é mesmo imperdível...

MUNDIAL DE FUTEBOL

Sou daqueles que cresceu a ouvir dizer que no futebol são 11 contra 11 e no fim ganham os alemães. Ontem não foi assim e a Alemanha não só perdeu por 2 a 0 contra a Coreia do Sul como acabou pela primeira vez em muitas décadas fora de um Mundial de Futebol logo na fase de grupos da competição. A Alemanha, só para dar um exemplo, é das melhores selecções neste início de século (campeã mundial em 2014, semifinalista em 2010 e 2006, vice-campeã europeia em 2008, etc).

Dos principais favoritos, a que parece estar melhor é o Brasil, e aqui tentamos explicar porquê.

Hoje termina a fase de grupos do Mundial da Rússia e vamos ficar a saber quais são os dois últimos jogos dos oitavos de final (Bélgica e Inglaterra estarão lá, e os adversários sairão de Japão, Senegal e Colômbia).

Os restantes seis jogos já conhecidos são: Uruguai-Portugal; Espanha-Rússia; França-Argentina; Croácia-Dinamarca; Brasil-México e Suécia-Suíça.

Nestes dias de espera entre um jogo e outro, continua o despique fora das quatro linhas envolvendo Carlos Queiroz (que deve estar a tentar chegar rapidamente ao top dos portugueses mais odiado pelos portugueses). Ontem foi Ricardo Quaresma a dizer que vozes de burro não chegam ao céu, com o selecionador iraniano a responder à letra. Tudo no maravilhoso mundo das redes sociais...

OUTRAS NOTÍCIAS

Cá dentro,

Tema do dia foi a operação Tutti Fruti (já vos disse que adoro a criatividade da nossa justiça em arranjar nomes para os processos?), que envolveu investigações e buscas a autarcas do PSD - mas cujas suspeitas se estendem também a alguns socialistas. No Expresso Diário revelámos o despacho do Ministério Público que fala numa teia de corrupção e negócios pouco claros.

As buscas no processo terão sido realizadas em 15 câmaras municipais.

Um caso claro de jovens que começam cedo e parecem ter aprendido depressa.

De imediato o PSD veio reagir, pela voz do secretário-geral José Silvano. Que logo garantiu que tudo se passou antes da direcção de Rui Rio ter chegado ao poder no partido, lavando as mãos da polémica.

Portugal está disposto a acolher 24 migrantes do navio Lifeline, o último episódio da vergonha que se passa no Mediterrâneo.

Há mais sardinha e mais biqueirão na nossa costa. E esse argumento é usado pelos pescadores nacionais para defenderem a revisão das quotas de pesca do nosso país.

É já amanhã que, de forma muito tímida, a Santa Casa vai formalizar a entrada no capital do Montepio.

Um vigilante de uma empresa contratada pelos STCP foi suspensodepois da acusação de uma jovem colombiana de violência e insultos ocorridos na noite de São João, no Porto.

A ANAC rejeita as acusações de falta de segurança na aviação civil em Portugal.

Dois coronéis que foram suspensos na altura do roubo de Tancos estão agora propostos para generais, avança o Público.

Depois do patrão dos patrões, António Saraiva, ter dito de forma surpreendente que o salário mínimo nacional pode subir acima dos 600 euros já no próximo ano, é o Governo que vem agora juntar-se e defender a ideia. Alguém roubou aqui o discurso sindicalista aos sindicalistas... 600 euros em 2019 era o que estava previsto pelo Executivo, recorde-se.

E Mário Centeno quer os funcionários públicos a falar menos e mais motivados.

PS, PCP e Bloco de Esquerda põem-se de acordo em matéria de benefícios fiscais. Afinal, a geringonça ainda funciona, pergunta a Elizabete Miranda aqui no Expresso Diário.

No Parlamento, andou a discutir-se a natalidade e as medidas para a incentivar, mas os partidos acabaram a trocar acusações entre si.

Já sem Bruno de Carvalho, os tempos ainda continuam agitados para os lados de Alvalade. Ontem, Sousa Cintra, que agora está aos comandos do clube até às eleições, anunciou que o sérvio contratado pelo anterior presidente já não vai orientar a equipa de futebol. Eis um despedimento que dá toda uma nova dimensão à expressão chicotada psicológica. Neste caso nem foi preciso orientar um treino, quanto mais um jogo.

Ainda para os lados de Alvalade, agora ouve-se novamente falar na possibilidade de pelo menos alguns dos atletas que rescindiram acabarem por ficar no clube. Ou, pelo menos, negociarem uma saída que dê alguma receita ao Sporting.

Um músico russo que foi retirado de um avião no aeroporto de Faro devido ao intenso odor corporal, sendo depois internado no hospital local, acabou por morrer devido a uma necrose.

Na agenda, destaque ainda para D. António Marto, que hoje recebe o barrete cardinalício.

Lá fora,

Os líderes europeus preparam para reunir-se com a crise dos refugiados e migrantes em cima da mesa. Mas a divisão dentro dos próprios membros da União Europeia é grande. Aqui pode perceber um pouco melhor o que está em causa e quais as tendências dominantes.

Outro tema forte deste encontro é a reforma da zona euro. Aqui pode perceber com detalhe o que está em cima da mesa.

É já domingo que os mexicanos vão a votos para escolher o presidente do país. País que está envolto numa forte crise, com um número crescente de assassínios políticos.

Em Espanha, uma mulher foi violada nas Canárias, aparentemente num novo caso de La Manada. O tema pode dar forte polémica.

Na Birmânia, a Amnistia Internacional acusa os militares de crimes contra a humanidade, pela perseguição movida à minoria muçulmana dos rohingya.

Um responsável pelo genocídio no Ruanda foi condenado a pena de prisão perpétua na Suécia.

Na Holanda foi aprovada uma lei que proíbe o uso do véu islâmico em alguns locais públicos.

O Bank of America é acusado de colaborar com os responsáveis de um esquema Ponzi.

O príncipe William referiu-se aos territórios palestinianos como um país.

Seis albinos vão concorrer a eleições do Malawi.

As florestas tropicais perderam o equivalente a 40 campos de futebol em árvores por cada minuto, em 2017. Impressionante.

O QUE ANDO A LER

Já hoje aqui falei do inquilino atual da Casa Branca e do seu encontro com Marcelo Rebelo de Sousa. Pois agora é a vez de lembrar um dos antecessores de Donald Trump, Bill Clinton.

O homem que liderou a administração norte-americana entre 1992 e 2000 lançou-se agora na ficção. É verdade, Bill Clinton tem um romance que se passa na Casa Branca. Mas não é o que parece pela última frase. "The Presidente is Missing" é o título do seu romance, escrito a meias com o autor de best-sellers James Patterson. Ainda sem edição portuguesa, as cerca de 500 páginas da intriga policial envolvendo o presidente Duncan, alvo de uma maquiavélica conspiração ciberterrorista que ameaça deixar os EUA de rastos, são electrizantes. O livro é escrito como se de um guião para um filme de acção se tratasse (não é difícil imaginar um Harrison Ford ou um Tom Hanks como o presidente Duncan) e aborda temas tão atuais como o terrorismo informático, o islamismo radical ou a política de provocação do regime russo.

Mais dia menos dia, "The President is Missing" vai chegar cá às livrarias. Merece leitura mais pelo autor do que propriamente por se tratar de uma peça de literatura inesquecível.

Ainda não estou a ler "O Fundo da Gaveta", de Vasco Pulido Valente, mas já o tenho na mesinha de cabeceira. Trata-se de mais um volume de ensaios históricos daquele que é provavelmente o mais cáustico comentador político da nossa praça. No Expresso Diário fomos falar com ele.

Por aqui me fico. Tenha um grande dia. E no sábado não esqueça, é dia de Portugal jogar com o Uruguai, mas também é dia de mais uma edição semanal do Expresso, que estamos a ultimar para si.
Boas leituras.

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