quarta-feira, 24 de outubro de 2018

África, crescimento urbano vs. desafio ambiental


De Richard Ruíz Julién Addis Abeba, (Prensa Latina) A África é o segundo continente que mais cresce no mundo, depois da Ásia, segundo especialistas, que também pedem estratégias crescentes para garantir um crescimento 'mais verde'.

Segundo dados da ONU, em 1960 apenas 15% da população do continente vivia nas cidades, mas em 2010 os números eram 40%, e a projeção para 2050, é que 60% dos africanos e africanas viverão em áreas metropolitanas.

Além disso, estima-se que, em meio século, a população urbana da região tenha triplicado.

Com esta revolução sem precedentes, os desafios ambientais são enormes, na opinião de especialistas.

Neste contexto, a União Africana (UA) apresentou um relatório em que afirma a necessidade de mudar os modelos de desenvolvimento para um padrão mais ecológico.

Para fazer isso, os estudiosos dizem que é necessária uma estratégia abrangente para abordar os problemas centrais de poluição e consumo excessivo de recursos naturais, que contribuem para a erradicação dos ecossistemas e a redução da biodiversidade.

No texto das características particulares de urbanização são enunciados nesta área do mundo: baixo PIB, elevada dependência em combustíveis de biomassa, a prevalência de assentamentos informais com os níveis de serviços pobres e exposição das cidades para desastres ambientais, como inundações.

Com base nisso, avalia-se a pressão exercida sobre o ambiente natural e a forma como o valor dos ativos ambientais - seus espaços verdes, florestas e recursos hídricos - estão sendo erodidos. A fim de encontrar um modelo mais respeitoso, a UA propõe serviços de saneamento básico e eliminação de resíduos para populações carentes.

Além disso, na opinião da agência, outros mecanismos poderiam ser implementados, como o controle do tráfego e das emissões produzidas pelos veículos, bem como fontes específicas de poluição por meio de proibições e incentivos.

Eles também poderiam proteger e restaurar o meio ambiente dentro e ao redor das cidades, combinando engenharia, planejamento espacial, gestão ambiental e outras intervenções para produzir resultados mais ecológicos para certas intervenções de desenvolvimento urbano.

Finalmente, poderia ser útil investir em um programa de ecologia e fortalecer as instituições para a gestão do desenvolvimento urbano verde.

'Estas abordagens são benéficas para todos, porque proporcionam rentabilidade e melhoram a conservação', afirmou a Comissária de Assuntos Sociais da UA, Amira ElFadil.

'Podemos ver na Tanzânia, por exemplo, que a restauração de áreas florestais e a reabilitação de sistemas fluviais poderiam aliviar os problemas das inundações urbanas e gerar outros benefícios derivados da reversão da degradação ambiental', acrescentou.

Ao estabelecer uma parceria público-privada fortalecida, a União quer promover estratégias de desenvolvimento urbano que promovam cidades limpas, eficientes e resistentes diante de desastres naturais.

De acordo com Elfadil, isto não só encorajará zonas mais habitáveis em todo o continente, mas também contribuirá para economias mais competitivas capazes de fornecer novos tipos de emprego que ajudem a conseguir uma maior redistribuição da riqueza.

Pátria Latina, em Pravda. ru

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