De Richard Ruíz Julién Addis
Abeba, (Prensa Latina) A África é o segundo continente que mais cresce no
mundo, depois da Ásia, segundo especialistas, que também pedem estratégias
crescentes para garantir um crescimento 'mais verde'.
Segundo dados da ONU, em 1960
apenas 15% da população do continente vivia nas cidades, mas em 2010 os números
eram 40%, e a projeção para 2050, é que 60% dos africanos e africanas viverão
em áreas metropolitanas.
Além disso, estima-se que, em
meio século, a população urbana da região tenha triplicado.
Com esta revolução sem
precedentes, os desafios ambientais são enormes, na opinião de especialistas.
Neste contexto, a União Africana
(UA) apresentou um relatório em que afirma a necessidade de mudar os modelos de
desenvolvimento para um padrão mais ecológico.
Para fazer isso, os estudiosos
dizem que é necessária uma estratégia abrangente para abordar os problemas
centrais de poluição e consumo excessivo de recursos naturais, que contribuem
para a erradicação dos ecossistemas e a redução da biodiversidade.
No texto das características
particulares de urbanização são enunciados nesta área do mundo: baixo PIB,
elevada dependência em combustíveis de biomassa, a prevalência de assentamentos
informais com os níveis de serviços pobres e exposição das cidades para desastres
ambientais, como inundações.
Com base nisso, avalia-se a
pressão exercida sobre o ambiente natural e a forma como o valor dos ativos
ambientais - seus espaços verdes, florestas e recursos hídricos - estão sendo
erodidos. A fim de encontrar um modelo mais respeitoso, a UA propõe serviços de
saneamento básico e eliminação de resíduos para populações carentes.
Além disso, na opinião da
agência, outros mecanismos poderiam ser implementados, como o controle do
tráfego e das emissões produzidas pelos veículos, bem como fontes específicas
de poluição por meio de proibições e incentivos.
Eles também poderiam proteger e
restaurar o meio ambiente dentro e ao redor das cidades, combinando engenharia,
planejamento espacial, gestão ambiental e outras intervenções para produzir
resultados mais ecológicos para certas intervenções de desenvolvimento urbano.
Finalmente, poderia ser útil
investir em um programa de ecologia e fortalecer as instituições para a gestão
do desenvolvimento urbano verde.
'Estas abordagens são benéficas
para todos, porque proporcionam rentabilidade e melhoram a conservação',
afirmou a Comissária de Assuntos Sociais da UA, Amira ElFadil.
'Podemos ver na Tanzânia, por
exemplo, que a restauração de áreas florestais e a reabilitação de sistemas
fluviais poderiam aliviar os problemas das inundações urbanas e gerar outros
benefícios derivados da reversão da degradação ambiental', acrescentou.
Ao estabelecer uma parceria
público-privada fortalecida, a União quer promover estratégias de
desenvolvimento urbano que promovam cidades limpas, eficientes e resistentes
diante de desastres naturais.
De acordo com Elfadil, isto não
só encorajará zonas mais habitáveis em todo o continente, mas também
contribuirá para economias mais competitivas capazes de fornecer novos tipos de
emprego que ajudem a conseguir uma maior redistribuição da riqueza.
Pátria Latina, em Pravda. ru
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