Veleiro Alex, da ONG
Mediterranea, chega à ilha italiana com 41 migrantes
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ONG italiana rejeita proposta de
viajar mais 15 horas para levar 41 migrantes a Malta. Navio de nacionalidade
alemã com outros 65 também a caminho da ilha. Ministro do Interior Salvini
anuncia intervenção.
O veleiro Alex, da ONG italiana
Mediterranea - Saving Humans, atracou neste sábado (06/07) na ilha italiana de
Lampedusa, apesar do veto do ministro do Interior do país, Matteo Salvini. O
pequeno barco de resgate leva a bordo 41 migrantes, salvos no Mar Mediterrâneo
na última quinta-feira.
A organização denunciou que a
bordo a situação higiênico-sanitária é "intolerável", dada a falta de
instalações para comportar os migrantes e a tripulação, e por isso dirigiu-se a
Lampedusa, apesar de não dispor de permissão para tal.
A embarcação humanitária foi
recebida por vários navios militares italianos, que a escoltaram na rota para
Lampedusa, informara o antes próprio Salvini: "O navio dos centros sociais
(coletivos de esquerda), que neste momento já teria chegado a Malta, que
oferecia um porto seguro, infringe a lei, ignora proibições e entra em águas
italianas. As forças da ordem estão preparadas para intervir", declarou o
ministro.
Na quinta-feira, a ONG
Mediterranea salvou 54 imigrantes em águas internacionais ao norte da Líbia.
Após a evacuação de 13 mulheres grávidas e crianças, os demais permaneceram
amontoados sob o sol no convés da embarcação. "Diante da intolerável
situação higiênico-sanitária a bordo, o Alex declarou 'estado de necessidade' e
está se dirigindo a Lampedusa, o único porto possível e seguro de
desembarque", anunciou a ONG no Twitter.
As autoridades italianas enviaram
alimentos, produtos de higiene e quase 200 cobertores ao veleiro. Além disso,
confirmaram a disposição de escoltá-lo com navios militares até Valeta, capital
de Malta, e transferir os migrantes a embarcações mais seguras, em troca de o
Alex entrar no porto e se submeter aos controles das autoridades.
O armador do veleiro, Alessandro
Metz, explicou que o "estado de necessidade obriga a fazer escolhas que
não são fáceis e pelas quais assumimos a responsabilidade", aludindo aos
possíveis riscos legais que poderia acarretar entrar sem permissão em águas
italianas.
Itália e Malta tinham chegado a
um acordo para que o veleiro da Mediterranea atracasse no porto da Valeta. No
entanto, a ONG rejeitou esta opção, pois implicaria navegar mais de 140
quilômetros, um arriscado trajeto de 15 horas adicionais, dado o tamanho do veleiro,
de cerca de 20 metros
de comprimento, e sobrecarga representada pelos migrantes.
A Itália está igualmente vedando
a entrada no porto de Lampedusa ao navio de resgate Alan Kurdi, da ONG alemã
Sea-Eye, com 65 migrantes. Segundo o Ministério do Interior em Roma, uma
embarcação da Guarda de Finança (polícia de fronteira) notificou o comandante
sobre "a proibição de acesso, trânsito e atracação em águas territoriais
italianas".
A embarcação da ONG alemã salvou
na sexta-feira os refugiados, em águas internacionais ao norte da Líbia,
rumando em seguida para Lampedusa, por considerar a ilha o porto seguro mais
próximo.
A Mediterranea e a Sea-Eye seguem
assim a linha da capitã alemã Carola
Rackete, que em 29 de junho atracou em Lampedusa sem permissão, depois de
passar 17 dias no mar com 40 migrantes a bordo do Sea-Watch 3, esperando a
indicação de um porto. Depois de detida e ameaçada de ser condenada à prisão,
ela foi liberada pela Justiça.
Deutsche Welle | AV/efe,ap,rtr,afp,lusa
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