A descida ao inferno do PSD
continua, mês, após mês. Na mais recente sondagem da Pitagórica para a TSF e
para o JN, o partido liderado por Rui Rio volta a perder intenções de voto,
desta vez, a favor do Aliança e do Iniciativa Liberal. PS dá mais um passo rumo
à maioria absoluta.
Quanto mais a luta aquece, mais
perto da maioria absoluta está o PS. E quanto mais o tempo passa, mais o PSD se
afunda nas sondagens. A "narrativa" tem vindo a ser construída ao
longo dos últimos cinco meses. Se em abril o Partido Socialista tinha 37,2% das
intenções de voto, em agosto chegou aos 43,6%. É uma subida de 6,4 pp em apenas
150 dias. De julho para agosto, o PS cresce mais 0,4 pp.
Em sentido contrário, o PSD
continua em queda acelerada. De abril a agosto, os sociais-democratas já
perderam 5,2 pp (de 25,6% para 20,4%). E as eleições são já daqui a pouco mais
de um mês. Na mais recente sondagem da Pitagórica para a TSF e para o JN, o PSD
volta a deslizar 1,2 pp para os 20,4% de intenções de voto. E não é preciso
procurar muito, para saber onde param estes eleitores que o Partido Social
Democrata está a perder.
Muitos continuam, claramente a ir
para o PS. Mas outros tantos estão a dispersar-se por partidos do
centro-direita, que acabaram de chegar à política portuguesa: o Aliança e o
Iniciativa Liberal (IL). O partido de Pedro Santana Lopes volta a surgir no
estudo de opinião da Pitagórica, com fortes possibilidades de eleição. 1,5% de
intenções de voto, que representam um crescimento de 0,3 pp, face à sondagem de
julho. Mas a grande surpresa, este mês, vem do Iniciativa Liberal. O partido
liderado por Carlos Guimarães Pinto aparece, pela primeira vez, com fortes
probabilidades de ganhar um assento na Assembleia da República. Em agosto, o IL
alcança 1,3% de intenções de voto, o que representa um crescimento de 0,5 pp
face a julho e 0,8 pp face a abril.
À esquerda, o destaque vai
sobretudo para o Bloco de Esquerda, que volta a crescer este mês para os 10%.
Uma diferença de 0,8 pp face a julho e de 1,7 pp quando a comparação é feita
com o mês de abril. Tendência contrária à da CDU que derrapou em agosto 0,2 pp
para os 6,6% de intenções de voto. O que significa que os comunistas estão hoje
praticamente no mesmo sítio onde estavam em abril.
E se o Aliança elegesse mas não
fosse Santana Lopes?
É um dos dados mais curiosos
desta sondagem da Pitagórica para a TSF e JN, em agosto. Na distribuição das
intenções de voto do Aliança, é fácil perceber que é no grande Porto que o
partido parece ter mais penentração. O círculo que tem Bruno Ferreira como cabeça
de lista, atribui ao Aliança 2,6% de intenções de voto. Enquanto em Lisboa,
onde Pedro Santana Lopes é o número um da lista, o partido recolhe apenas 1,4%.
A tendência mantém-se, quando
olhamos para o Iniciativa Liberal: é no grande Porto que o partido de Carlos
Guimarães Pinto recolhe 2% das intenções de voto, enquanto em Lisboa não vai
além de 1,4%.
A leitura por região do país é
igualmente interessante quando olhamos para o PSD. O partido liderado por Rui
Rio não vai além dos 12,9% em Lisboa, que é menos de metade dos 29,3% do
Partido Socialista. Já no grande Porto, os sociais-democratas conseguem 25%,
ligeiramente acima dos 23% do PS.
Nesta sondagem de agosto, os
indecisos rondam os 18%.
Em quem vota de certeza? E em
quem nunca votaria?
Não saber o que se quer, mas ter
a certeza do que não se quer. É assim que estão muitos dos eleitores a pouco
mais de um mês das Legislativas. E, neste campeonato, Pedro Santana Lopes é o
candidato que mais rejeição de voto provoca nos eleitores. Mais do que Jerónimo
de Sousa (o segundo), do que Assunção Cristas (em terceiro lugar) e mais até do
que André Ventura.
Em sentido contrário, António
Costa é o candidato em quem mais eleitores têm a certeza que vão votar. Logo
seguido de Rui Rio e de Catarina Martins.
Anselmo Crespo | TSF
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pela
Pitagórica para o JN e a TSF com o objetivo de avaliar a opinião dos
portugueses sobre temas relacionados com a crise dos combustíveis.
O trabalho de campo decorreu
entre os dias 12 e 24 de agosto, foram recolhidas 1525 entrevistas telefónicas
a que corresponde uma margem de erro máxima de +/- 2,56% para um nível de
confiança de 95,5%.
A amostra foi recolhida de forma
aleatória junto de eleitores portugueses recenseados e foi devidamente
estratificada por género, idade e região. A taxa de resposta foi de 72,86% e a
direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva.
A ficha técnica completa, bem
como todos os resultados, foram depositados junto da Entidade Reguladora da
Comunicação Social, que os disponibilizará para consulta online.
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