Conselho Constitucional de
Moçambique negou provimento ao recurso do principal partido da oposição, que
pediu a anulação das eleições gerais e provinciais de 15 de outubro alegando
vários ilícitos.
"O Conselho Constitucional
nega provimento ao pedido de declaração de nulidade da votação e do apuramento
a todos os níveis das eleições presidenciais, legislativas e das assembleias
provinciais", lê-se no acórdão datado de dia 11 e citado pela agência Lusa.
O recurso do principal partido da
oposição tinha sido entregue em 29 de outubro.
Na altura, Venâncio Mondlane,
mandatário da RENAMO, disse que o partido queria "a anulação das eleições,
porque elas não foram eleições. Foram uma caricatura, uma exibição circense".
Alertas de Momade
Entretanto, esta quinta-feira
(14.11), o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, afirmou que Moçambique se
arrisca a voltar a um novo conflito caso o Conselho Constitucional valide os
resultados eleitorais de 15 de outubro.
"Se quiserem salvar
Moçambique, estas eleições devem ser anuladas. O Conselho Constitucional deve,
através do nosso recurso, respeitar a vontade do povo moçambicano", disse
Ossufo Momade, falando durante um comício na cidade Pemba, na província de Cabo
Delgado, no norte de Moçambique.
Durante a intervenção, o líder do
principal partido da oposição afirmou que o seu partido não está interessado na
guerra, advertindo, no entanto, que a RENAMO não tem medo da guerra".
"Não vamos aceitar que um
punhado de pessoas altere aquilo que é a vontade dos moçambicanos", frisou
Ossufo Momade.
RENAMO volta a negar
responsabilidade por ataques
O líder da RENAMO reiterou que os
grupos que têm protagonizado ataques armados contra viaturas no centro do país,
na Estrada Nacional 1, não são da RENAMO contrariando a versão das autoridades
moçambicanas que têm vindo a responsabilizar o braço armado do partido pelos
ataques, que já provocaram pelo menos 10 mortos.
"Aquele grupo que está a
disparar no centro de Moçambique não está ligado à RENAMO. Nós respeitamos
aquilo que assinámos no dia 6 de agosto [Acordo de Paz e Reconciliação], mas
não vamos deixar que se altere a vontade do povo", frisou.
Ossufo Momade acusou ainda a
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de estar a tentar "empurrar o
país para a guerra" com a alegada fraude nas eleições. Querem-nos na
guerra para que eles fiquem a roubar", concluiu o líder da Renamo.
Os resultados eleitorais
anunciados pela Comissão Nacional de Eleições deram larga vantagem à FRELIMO
(Frente de Libertação de Moçambique), cujo candidato foi reeleito à primeira
volta para um segundo mandato como Presidente, com 73% dos votos. Para o
parlamento, a FRELIMO conseguiu eleger 184 dos 250 deputados.
Deutsche Welle | Lusa
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