Martinho Júnior, Luanda
SUBSÍDIOS EM SAUDAÇÃO AO 11 DE
NOVEMBRO DE 2019
Uma das maiores deficiências de
que sofrem os africanos duma forma geral e os angolanos em particular, é a
ausência de reflexão própria sobre os fenómenos antropológicos e históricos
afectos ao seu espaço físico, geográfico e ambiental.
Essa falta de vontade e de
perspectiva abre espaço ao conhecimento que chega de fora, em prejuízo do
conhecimento que tem oportunidade de florescer dentro, ou seja: subvaloriza o
campo experimental próprio, quantas vezes para sobrevalorizar as teorias
injectadas do exterior!
Isso permite que outros não abram
o jogo sobre essas interpretações dialéticas em função de seus interesses,
manipulações e ingerências, aplicando a África, por tabela a Angola, as
interpretações estruturalistas de feição, de conveniência e de assimilação!
In – Aprender reinterpretando
– https://paginaglobal.blogspot.com/2019/06/angola-aprender-reinterpretando.html
Esta série pretende reabrir
dossiers que do passado iluminam o longo caminho da libertação dos povos da
América Latina e Caribe, de África e por tabela de Angola, sabendo que é apenas
um pequeno contributo para o muito que nesse sentido há que digna e
corajosamente fazer!
Abrir os links permite
complementar com fundamentos, muitas das (re)interpretações do autor.
Nota: Esta série tendo como
horizonte o 11 de Novembro de 2011, propiciará continuidade para outra que a
ela se vai seguir.
33- As condições conjunturais do
surgimento do movimento de libertação em África estão intimamente associadas a
correntes religiosas e messiânicas, contrárias ao próprio carácter fascista e
colonial e à sua acção de contínua opressão, repressão e obscurantismo nos
territórios colonizados. (https://www.academia.edu/11791280/Igrejas_crist%C3%A3s_e_nacionalismo_angolano_o_paradoxo_cat%C3%B3lico?email_work_card=thumbnail).
“Dilatar a fé e o império” (http://bmgil.tripod.com/mgfm23.html; https://www.monarquia.org.br/mensagem-denatal-2018.html; https://journals.openedition.org/carnets/3540),
uma evocação que foi continuada pelo fascismo e colonialismo nos próprios
termos de sua conduta, do seu pensamento e de sua acção, só poderia gerar
contraditórios, desde logo na sensibilidade religiosa, quando ainda-por-cima e
como recurso, se evocava a Concordata e o Acordo Missionário com a Santa Sé de
7 de Maio de 1940, firmados num período de ascensão do nazismo e do fascismo na
Europa e reflectindo desde logo esse tipo de correntes ideológicas no interior
das duas entidades que o assinaram!... (http://www.vatican.va/roman_curia/secretariat_state/archivio/documents/rc_seg-st_19400507_missioni-santa-sede-portogallo_po.html; https://www.jstor.org/stable/41011290?seq=1).
Esse tipo de enredos foram desse
modo também inspiradores do carácter da superestrutura ideológica do “Le
Cercle”, uma inequívoca aptidão das “redes stay behind” da NATO desde
a sua fundação e com um papel a desempenhar no seu flanco sul no âmbito da
internacional fascista, para dentro do continente africano!... (https://apokalypsnu.nl/2019/04/24/operation-gladio-nato-cia-stay-behind-secret-armies-light-on-conspiracies-revealing-the-agenda/; https://www.voltairenet.org/article170466.html; http://www.avante.pt/pt/1966/temas/115672/; http://www.avante.pt/pt/1967/temas/115757/; http://www.avante.pt/pt/1968/temas/115849/).
A evolução do modelo de
informações português em Angola (de 1961 a 1974), dá-nos uma ideia da
conjugação de esforços civis e militares no âmbito da guerra psicológica, de
contrainsurgência e acção integrada, que reflectia a aptidão do “Le
Cercle” já com o Exercício Alcora em desenvolvimento, o que permitia
capacidade de intervenção até em sectores religiosos instalados no território
angolano e sobretudo por dentro da igreja católica, tendo em conta os quesitos
da “defesa” da Concordata e o Acordo Missionário com a Santa Sé de 7
de Maio de 1940… (https://www.academia.edu/28643723/Modelo_de_Informa%C3%A7%C3%B5es_Portugu%C3%AAs_no_Teatro_de_Opera%C3%A7%C3%B5es_de_Angola_1961-1974).
Quero com isto dizer que, se no
clero originário do “indigenato” formado ao abrigo dessa corrente e
da assinatura da Concordata, paulatinamente (e ao longo do processo de
tentativa de assimilação) foi germinando o desacordo com o carácter do
colonialismo e os seminaristas tornavam-se invariavelmente abertos aos
pressupostos da luta pela independência, sem abdicarem porém das relativas
fórmulas inerentes à superestrutura ideológica da doutrina religiosa “conformada” àquela
época ultraconservadora em que foram “educados”, por que não alimentaram a
necessária chama duma tão “incómoda” luta armada numa conjuntura como
aquela, pejada de armadilhas, de escolhos, de obstáculos, de etno-nacionalismos
rampantes e de imensos sacrifícios auto consentidos! (http://wizi-kongo.com/historia-do-reino-do-kongo/os-bakongo-de-angola-a-nacionalidade-na-fronteira/; https://www.revistas.usp.br/africa/article/view/74410; https://www.revistas.usp.br/africa/article/view/74410/78038; http://pagina--um.blogspot.com/2010/11/1975-guerra-pela-independencia.html).
Sair do aconchego dos claustros
para uma guerrilha nas selvas e nas savanas era demais para muitos deles!
Essa constatação facilitou até ao
25 de Abril de 1975 as intervenções discretas mas influentes dos SCCIA e da
PIDE-DGS nas próprias missões católicas e protestantes (com a utilização por
vezes dos Flechas, quando os missionários eram marcadamente hostis – https://www.club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=27158:os-flechas-o-exercito-secreto-da-pide-em-angola&catid=9&lang=pt&Itemid=1078),
nos próprios seminários onde eram “filtrados” os padres angolanos,
quantas vezes por via indirecta (usando correias de transmissão como
autoridades administrativas, ou mesmo oficiais dos Serviços de Informação
Militar), sabendo que os seminaristas (futuros padres, ou futuros quadros
administrativos), quando da prestação do serviço militar obrigatório, recebiam
instrução ao nível de oficiais milicianos subalternos (no caso de Angola na
Escola de Aplicação Militar de Angola, EAMA, na cidade do Huambo). (https://www.facebook.com/groups/437075123133307/; https://www.youtube.com/watch?v=wa0SnyyZt9s; https://arquivos.rtp.pt/conteudos/juramento-de-bandeira-em-nova-lisboa-2/; https://www.revistamilitar.pt/artigo/515).
34- No princípio (desde o início
da década de 50), a repressão foi brutal, algo que foi evidenciado pela
advogada Maria do Carmo Medina, não só em livro (“Angola, processos políticos
da luta pela independência” – http://virtualbss.com/book/angola-processos-politicos-da-luta-pela-independencia/; https://www.portaldeangola.com/2016/01/08/processo-dos-50-processos-politicos-da-luta-pela-independencia/),
mas também na entrevista que deu à Rádio LAC de Luanda que resultou no livro de
José Rodrigues, “Entrevistas com a história”. (https://www.facebook.com/luanda.antena.comercial/posts/1219313754922285/).
Entre as respostas na entrevista
à muito digna advogada Maria do Carmo Medina (considero-a uma das
imprescindíveis heroínas de Angola), selecciono estas duas, que revelam o
ambiente sociopolítico e humano da época, tendo em conta que foi a consciência
crítica em ruptura dos assimilados que os fez mover duma forma geral
convictamente contra a opressão e a repressão colonial em finais de 1959,
arrostando com todos os riscos que isso na época implicava a cada um e às
respectivas famílias:
… “Eu tive uma orientação que foi
uma excepção e é evidente que quando eu fiz a minha defesa, fi-la de acordo com
a minha apetência profissional.
Cada um de nó era um profissional
de foro e cada um orientava a defesa como melhor entendia.
As minhas linhas de defesa eram
bastante claras.
Primeiro: houve panfletos, houve
relatórios que foram enviados para a Organização das Nações Unidas e outras
entidades que a PIDE e o promotor de justiça, em acusação, diziam que eram
factos falsos, atentórios do bom nome e prestígio de Portugal.
E nós dizíamos: não, não eram
factos falsos.
São factos verdadeiros – o
trabalhador era explorado, o angolano era deportado, existe a categoria de
indígena e assimilado, que abrange uma pequeníssima margem da população, etc.
Depois, havia um aspecto
processual muito importante em que nós, digamos, fazíamos finca-pé, que era
dizer que os presos eram levados pela PIDE, eram torturados, sujeitos à tortura
da estátua e à pancadaria e, quando quisessem ditar as suas declarações para as
actas, era-lhes impedido.
Portanto, quem escrevia a
declaração para os presos era a PIDE.
E se o preso dissesse eu não
disse, isso era esmagado pela tortura e pela coacção.
E o outro elemento fundamental
era impugnar a aplicação do famigerado artigo 141º do Código Penal que dizia:
aquele que intentar a integridade do país e quiser em meios fraudulentos e com
auxílio do estrangeiro separar partes da mãe pátria é acusado de crime de
separatismo, condenado de 20 a 24 anos de cadeia e medidas de segurança
infinitas.
Portanto a defesa era dizer que
não há mãe pátria, nem há parte de mãe pátria.
Angola é um território autónomo,
não falava e devo dizer e aí também é preciso que se note não dizia que Angola
tinha direito à independência, senão eu, já me faria julgar e condenar, então
aí, não tinha havido nenhum apelo nem agravo.
Dizia: Número 1 – Angola tem
direito à autodeterminação, não é parte da metrópole.
Número 2 – os factos denunciados
não são falsos, são verdadeiros.
3º - o que está nos volumes de
acusação, que era um volume, oito, nove, dez, onze volumes, não corresponde às
declarações dos presos.
São obtidos através de tortura e
quem escrevia era o escrivão da PIDE.
Normalmente, quer dizer, estas
eram, digamos, as linhas que eu entendi defender”…
… “Eu tinha uma fórmula
deontológica que sempre foi aplicada rigorosamente.
A família dos presos vinha ter
comigo, pedia-me para eu aceitar a defesa, eu tinha uma disponibilidade para
defender X arguidos, porque, depois, vinham muitos mais e eu já tinha, digamos,
alguns a defender e não ia defender todos.
Depois deslocava-me às cadeias da
PIDE ou à Casa de Reclusão para recolher elementos.
Tenho ainda alguns autógrafos
escritos por estes presos e nunca perguntei nem qual era a sua ideologia
política nem qual era a sua crença religiosa.
Perguntava e confirmava é que
eram nacionalistas integrados na corrente de luta.
Todos eles entraram na cadeia,
saíram da cadeia, porque lutaram por causa do nacionalismo e por amor à pátria.
É evidente que se eles, já a meio
d caminho, mudassem de rumo, a coisa poderia ser diferente.
É evidente que havia o respeito
total pela forma como eles se integraram na luta pela independência”…
… A luta armada de libertação em
África provocou por via da consciência crítica em relação ao colonialismo, essa
alentadora ruptura nos processos de assimilação até à consumação do Programa
Mínimo do MPLA em Angola, acabando todavia e mesmo por ter dentro do próprio
MPLA, por haver manifestações contraditórias (entre o conformismo do claustro e
o inconformismo militante), por via de figuras históricas como o padre Joaquim
Pinto de Andrade e o seminarista Mário Pinto de Andrade, componentes da Revolta
Activa e figuras que antes foram proeminentes fundadores!... (https://www.dw.com/pt-002/mpla-em-d%C3%ADvida-com-m%C3%A1rio-pinto-de-andrade/a-45335412; https://www.buala.org/pt/autor/mario-pinto-de-andrade; http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_3944).
A lógica com sentido de vida que
se impunha no rumo que encetou António Agostinho Neto, obrigando à segurança
vital, à organização, ao rigor; à negação da “lei do menor esforço” e
à disciplina do próprio núcleo duro no entorno do líder, por que havia antes de
tudo o mais que dar o exemplo, com o andar dos anos tornou-se insustentável
para quem não queria arriscar inequivocamente o “todos para o interior” e
a continuação da luta contra o colonialismo na luta contra o “apartheid”,
intrínseca vontade do “pensamento estratégico de Agostinho Neto”! (http://www.agostinhoneto.org/index.php?option=com_content&view=article&id=358:namibia-homenageia-agostinho-neto&catid=77:2010&Itemid=246).
35- Recorda ainda e a propósito,
a historiadora Maria da Conceição Neto em relação ao que foi desencadeado em 1961
e anos seguintes, nos alvores da luta de libertação em Angola (https://www.academia.edu/11791280/Igrejas_crist%C3%A3s_e_nacionalismo_angolano_o_paradoxo_cat%C3%B3lico?email_work_card=thumbnail):
… “Uma coisa é a doutrina,
outra a estratégia política e o Vaticano não estava disposto a abdicar, a curto
prazo, da aliança com o regime colonial de Salazar. O caso dos padres angolanos
desterrados [p. 197] em Portugal continuou praticamente silenciado nos órgãos
oficiais da Igreja Católica. Em Julho de 1969, o MPLA, a FRELIMO e o PAIGC,
numa carta aberta enviada à Conferência Episcopal Africana reunida em Kampala a
propósito da primeira visita do Papa a África, incitavam os Bispos africanos a
solicitarem de Paulo VI uma clara tomada de posição anticolonial. O texto,
assinado por Agostinho Neto, Uria Simango e Amílcar Cabral, destacava que a
guerra que Portugal trava nos nossos três países realiza-se com o apoio
explícito da Igreja Católica em Portugal e que a repressão atingia os próprios
padres africanos. Apesar de reconhecerem algumas atitudes de oposição ao regime
e ao colonialismo no seio dos Católicos portugueses, a carta afirmava não se
poder dissociar Roma da Igreja Católica em Portugal, se Roma em si não o faz. E
alertavam: a posição futura dos nossos povos face à Igreja Católica dependerá
em grande parte da posição que a Igreja tomar hoje em relação ao problema
fundamental que se põe aos nossos povos, a saber, o problema da reconquista da
nossa dignidade e da nossa soberania de povos africanos, BRAGANÇA e
WALLERSTEIN 1978, I: 273-275.
A 1 de Julho de 1970, o papa
Paulo VI recebeu em breve audiência Agostinho Neto do MPLA, Marcelino dos
Santos da FRELIMO e Amílcar Cabral do PAIGC. O gesto era um pequeno mas
simbólico sinal de mudança na atitude pública do Vaticano a respeito das
colónias portuguesas e assim o entendeu também o governo português, que
protestou energicamente, pouco satisfeito com as justificações e explicações de
Roma”… (http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/580466-quando-paulo-vi-recebeu-no-vaticano-48-anos-atras-tres-lideres-de-movimentos-armados-amilcar-cabral-agostinho-neto-e-marcelino-dos-santos; https://www.rtp.pt/noticias/mundo/urss-deu-grande-importancia-a-audiencia-de-paulo-vi-a-movimentos-de-libertacao-das-colonias-portuguesas_n209251; https://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/africa/2015/2/10/Italia-Conferencia-Roma-assinala-anos-independencias-dos-PALOP,6c96795d-4527-443a-a1cd-f9711429d6c0.html).
Foram precisos mesmo assim 30
anos, (1940 – 1970), para o Vaticano se decidir por “um pequeno mas
simbólico sinal de mudança na atitude pública do Vaticano a respeito das
colónias portuguesas”… imagine-se quanto custa ao Vaticano abordar publicamente
a sua cumplicidade com o tráfico de escravos desde a plena época colonial de
sua rentabilização sob o rótulo da dilatação da fé e do império, até aos nossos
dias em plena e rendável globalização do império da hegemonia unipolar!... (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/10/reinterpretar-o-movimento-de-libertacao.html).
Imagine-se também quanto a
superestrutura ideológica de que se serve o “Le Cercle” (https://www.youtube.com/watch?v=-3FJQy7k9kI&fbclid=IwAR39YGm5wvFJs4mDGqux1Fd-4mP3zf5L2cpukHHyZw4Y0GEsG0PDheclSfg)
se tem vindo a refinar no sentido camaleónico do termo, isto é, sem deixar de
se identificar com os sectores mais ultraconservadores não só da Igreja
Católica Apostólica Romana, mas também, transversalmente, das igrejas
protestantes e fundamentalistas cristãs!... (https://www.youtube.com/watch?v=rgQMhAZPyso; http://wizi-kongo.com/luta-de-libertacao-de-angola/os-protestantes-na-guerra-angolana-depois-da-independencia/).
Essa identificação do “Le
Cercle” tinha na década de 60 um peso especial sobre África, a ponto de se
tornarem possíveis contenciosos como a Guerra do Biafra que os investigadores
consideram um episódio à parte, quando tinha tanto que ver com as práticas de
conspiração ao longo das décadas de 60, 70 e 80 do século XX… (https://ionline.sapo.pt/artigo/649588/fernando-cavaleiro-ngelo-todos-tiveram-responsabilidades-nesta-catastrofe-que-houve-em-africa-?seccao=Portugal_i).
36- O Exercício Alcora (em curso
entre 1964 e 1974), o acordo secreto entre o colonialismo português e os
racistas da Rodésia e África do Sul, (https://www.revistamilitar.pt/artigo/1234)
tem tudo a ver com essa “corrente” do “Le Cercle” e
manteve-se praticamente secreto até 2016, por que os laços do “Le Cercle” são
por si um enorme camaleão agindo de forma subtil, “transversal” e
silenciosa, simultaneamente na Europa, na América e em África, numa longevidade
que se prende às múltiplas estruturas das igrejas cristãs e sensibilidades
afins desde a IIª Guerra Mundial, identificáveis quase sempre pelo seu
anticomunismo primário e claramente pró-NATO!... (https://www.dailymaverick.co.za/article/2017-10-24-declassified-apartheid-profits-le-cercle-the-phantom-profiteers/).
A fluência da síntese da “Mensagem” de
Fernando Pessoa e dos “Lusíadas” de Luís de Camões, dá-nos também uma
introdução à dimensão e intensidade dos processos ideológicos de assimilação
que chegaram embarcados nessa cada vez mais refinada trajectória de séculos até
aos nossos dias, agora sob a expressão da globalização capitalista neoliberal e
seu arsenal “soft power” de argumentos que usam as novas
tecnologias!... (http://apoioptg.blogspot.com/2007/04/sntese-da-mensagem-e-d-os-lusadas.html).
Trasladar ideias referentes
à “dilatação da fé e do império” colonial português, para a
vassalagem ao império da hegemonia unipolar, é já uma “imagem de marca” nos
processos correntes de assimilação sob fundo sociocultural!!
… Constate-se a propósito a
intensidade cultural e ideológica, assim como de mobilização humana, palpáveis
nos relacionamentos propiciados pelo Centro Cultural Camões, à ilharga da
própria Embaixada de Portugal em Luanda e em pleno século XXI!... (https://www.facebook.com/camoesluanda/; https://www.educartis.co.ao/centros/instituto-camoes-centro-cultural; https://www.luanda.embaixadaportugal.mne.pt/pt/a-embaixada/centro-cultural-portugues).
… Foi assim, nesse cadinho, que
desde 1966 se esmerou também a doutrina de contrainsurgência e acção psicológica,
no âmbito do “modo português de fazer a guerra”, que se reflectiu aliás
no “spinolismo” conforme ao “Portugal e o futuro” (o
general António Spínola foi um dos generais portugueses membros do “Le
Cercle”, https://owg.livejournal.com/49462.html)
e se tem reflectido no “modo português de fazer a paz”, ou seja, nos
relacionamentos dos sucessivos governos do “Arco de Governação” desde
o 25 de Novembro de 1975, para com os sucessivos governos angolanos
(veladamente hostis em relação à República Popular de Angola, cada vez
mais “próximos” e “bonançosos”, particularmente desde o acordo
de Bicesse a 31 de Maio de 1991, “favorecendo” os governos
considerados de democráticos e multipartidários que se lhe foram sucedendo em
Angola desde 4 de Abril de 2002)!…
Constate-se a “ficha” do
general António Spínola numa investigação sobre o “Le Cercle”… (https://isgp-studies.com/le-cercle-membership-list)
“Spinola, Gen. Antonio
de Source(s).
October 1989 – Issue 18, Lobster
Magazine, The Pinay Circle and Destabilisation in Europe.
Born in an old aristocratic and
wealthy family in 1910. Entered Colégio Militar in 1920, a military school in
Lisbon, Portugal.
Joined Portugal's Military
Academy in 1928.
Fought as a volunteer for General
Francisco Franco in the 1930s Spanish civil war.
Fought with Hitler's armies on
the Russian front in World War II.
August 14, 1996, Chicago Tribune,
General Spinola, led coup in Portugal: Gen. Spinola was encouraged in his
military career by dictator Antonio Salazar [dictator of Portugal 1932-1968;
strong Roman Catholic; supported by the former King Manuel II of Portugal;
supporter of Franco; close friend of Ian Smith, who headed the illegal
Rhodesian white minority government], a family friend.
Trained under Spanish dictator
Gen. Francisco Franco and Hitler's Russian front generals, Gen. Spinola earned
a reputation for toughness and valor and became Portugal's most decorated
officer.
A hero of the old regime's wars
against independence movements in the African colonies... Service in Angola
1961-1964 where he reached the rank of Brigadier-General.
Governor and Chief of the Army
Forces in Portuguese Guinea 1968-1973.
Here he followed a policy of
bombing defenseless villages, destroying crops and burning hayfields at the end
of the dry season to prevent the resistance (and anyone else) to construct huts
for the rain season.
Invited to become Minister of the
Colonies in 1973, but refused.
Vice Chief of Staff of the Armed
Forces 1974.
Director of Companhia Uniao
Fabril (CUF), which dominated Guinea-Bissau's economy, had large interests in
Africa, and owned 10 percent of Portuguese industrial capacity.
Director of Champalimaud, a steel
and banking giant, also with extensive interests in Africa.
Champalimaud and CUF were seen as
two of maybe 5 or 6 companies that controlled virtually the whole economy of
Portugal at the time. In the late 1960s and early 1970s, the continuing wars in
the colonies not only began to take a heavy toll on the morale in the
Portuguese Army, but also with the citizens at home.
The economy in Portugal also
suffered from the war and the large corporations in Portugal criticized
Marcello Caetano, the follow up of dictator Antonio Salazar, for not pushing
hard enough free market (or better, monopolist) policies. In February 1974,
Spinola's book Portugal and the Future was published in which Spinola claimed
the colonial wars could not be won by force. Instead, he argued that a moderate
black elite should be created in the colonies who would cooperate within a
federation, headed by Portugal.
The book, published by Companhia
Uniao Fabril (CUF), became enormously popular in the weeks ahead. In March
1974, Spinola was fired by Caetano for writing the book. His superior General
Francisco da Costa Gomes was also fired for his support of Spinola.
On April 25, 1974, the Movement
of the Armed Forces (MFA), a group of of lower-ranking officers opposing the
colonial war and the fascist regime (who took advantage of the book's
momentum), headed a coup against Caetano.
Spinola knew about the upcoming
coup.
The plotters intended to make him
commander of the armed forces while the more moderate Gomes would be head of
the transitional government. In the end, the coup succeeded, but the plotters
had failed to capture Caetano, who then demanded he would only surrender if
Spinola became his successor.
According to Caetano, Spinola was
the only man who could save Portugal.
To avoid a bloodbath, the
plotters accepted, and Spinola became head of the national junta of the MFA.
He became president of Portugal
in May 1974.
Spinola, however, strongly
disagreed on most points with the with MFA and was generally only interested in
a renovation of the economy and the policy pertaining to the colonies. He
completely resisted the MFA's efforts in giving independence to the colonies,
but he forced to comprise in almost every instance because of the powerful
influence of moderates and the left.
The people of Portugal had risen
up en masse after Caetano had been driven out, had dismantled the secret police
and taking out their frustration on anyone who had ever repressed them or
caused some kind of grief.
Socialism and Communism became
very strong movements and Spinola, together with his fascist friends, did
everything in their power to contain and reverse the situation.
Spinola met with Nixon, a later
Cercle participant, in the Azores (considered a key location for NATO forces)
in June 1974. In July 1974, Spinola appointed a former fascist cabinet member
as ambassador to the UN, which provoked large street demonstrations.
Spinola confined leftists troops
to their barracks on July 6-7 and send troops considered right-wing to break up
leftist demonstrations.
An Economic reform bill was
issued on July 6 that limited the right to strike, strengthened private
property, and encouraged foreign investment.
Thousands of civil servants
demonstrated against law on July 8. Spinola was ousted in late September 1974,
presumably after having attempted to take full control of the government.
The MFA had prevented this and
installed the more moderate General Costa Gomes, their first choice. October 7,
1974, Winnipeg Free Press, Why Spinola Bowed Out: With his resignation,
President Antonio Spinola of Portugal has lost a long ideological battle with
the Movement of the Armed Forces [MFA] which reluctantly brought him to
power...
According to young officers of
the Movement [MFA], a coup d'etat was planned by right-wingers, some of them
protesting loyalty to Gen. Spinola, who had been storing arms, indulging in
economic sabotage, and creating an emotional climate of tension [sounds like
Gladio]...
So the Movement surrounded the
presidential palace with tanks, took over the national radio and ordered
newspapers to suspend publication. A sniper's rifle with telescopic sights is
said to have been found in a house opposite the home of the prime minister,
Brigadier Vasco Goncalves...
Estimates of the right-wingers
who have been detained vary from 70 to more than 300. Those arrested include
Franco Nogueira, a longserving foreign minister to the late dictator Antonio
Salazar,...
Nuno Alves Caetano, son of the
prime minister who was deposed by the April 25 coup, and Antonio Champalimaud,
heir to Portugal's most powerful banking and industrial empire and son of Gen.
Spinola's economic adviser...
Gen. Spinola wanted to increase
press censorship, ban strikes, enhance his own power and disband the Movement's
co-ordinating committee.
The Movement believed that if it
allowed this to happen, its promises of democracy would not be carried out and
the elections in March would be called off. Many of the members of the Movement
not only believed that it was a disaster to appoint Gen. Spinola; they also
believed that if real disaster was to be averted, he had to be removed.
They feared that he would take
Portugal back to something akin to what is now called the ancien regime with a
dictatorship ruling in the interests of the capitalisl interests...
The young officers of the
Movement are erroneously cast as left-wing and a few may be; but the majority
at the centre of the Movement includes monarchists and conservatives.
October 3, 1974, Winnipeg Free
Press, Leftist Takeover Feared: Top Portuguese financier Antonio Champalimaud
warned in an interview published here of the dangers of a totalitarian takeover
in Portugal on orders of Moscow...
Turning to the economic
situation, the financier said that it was essential for Portugal to collaborate
with other nations and in particular extend its link with the Common Market.
This sounds very much like a propaganda effort ala Le Cercle of which Spinola is
said to have attended meetings.
In March 11, 1975 Spinola tried
to get back with a vengeance with a (failed) right-wing coup attempt, aided by
Nixon's national security advisor Henry Kissinger (Le Cercle) and US ambassador
to Portugal Franck Carlucci (CIA).
Spinola and 18 others fled to
Spain and then to Brazil.
The attempted rightist coup by
Spinola caused another major leftist countermovement, a wave of
nationalizations of banks and other businesses, and the seizure of many large
farms in southern Portugal.
1977, Phil Mailer, Portugal, the
Impossible Revolution, chapter 8: For three days the left and workers group
exercised total power.
An article about Spinola in the
Parisian paper Temoignage Chretien (March 6) had said that US ambassador Frank
Carlucci (who had CIA connections) had given the go-ahead for a right-wing
take-over in Portugal.
Otelo's [head moderate MFA]
remark on March 11 that Carlucci had better have plans to leave the country or
face the con-sequences was seen as related to the failed coup.
Kissinger, according to a Sunday
Times (London) report, had sanctioned the use of the CIA.
April 23, 1975, Winnipeg Free
Press, Mini-Cold War Weakens Portugal, NATO Ties: [Soviet] Ambassador Kalinin's
task has been made easy by U.S. and North Atlantic Alliance hostility toward
the ruling leftwing military, who have made it clear that they cannot govern
Portugal without sharing power with the Portuguese Communist party...
Moscow is carefully moving into
the power vacuum caused by the loss of influence and prestige during its [the
US's] long association with the deposed dictatorship and its apparent support
for Gen. Antonio de Spinola.
Spinola's hostility to his former
revolutionary associates led to an attempted coup last month... [US ambassador]
Carlucci's image has been tarred with allegations that he is a top CIA
operative assigned to destabilize Portugal and reverse the Socialist thrust of
the revolution... Recently Dr. Kissinger contradicted the essence of the
Carlucci speech in which he had expressed a measure of understanding for the
idealism of the officers who deposed Portugal's rightist dictatorship last
year...
Ruling military moderates, among
them senior advisers of President Francisco da Costa Gomes, are frankly
distressed by a situation forcing them to strengthen Portugal's ties with the
Soviet Union because "Nobody in the West is willing to help us so long as
Washington remains aloof.
They added: Before our
revolution, nobody wanted to help us because we were a right-wing colonialist
dictatorship. Now that we are freeing the colonies and trying to create a
pluralistic democracy, nobody wants to help us because we're left-wing.
Aginter Press was the name of the
CIA-supported Stay Behind network in Portugal. It was founded in 1966 by Guerin
Serac (anti-communist Catholic; did assassinations and terrorism for Franco;
co-founder OAS that tried to assassinate De Gaulle and destabilize peace in
Algeria; worked for Portugal's secret police; friend of Florimond Damman, who
was appointed by Cercle founder Jean Violet to run the Belgian Académie
Européenne des Sciences Politiques) and Stefano Delle Chiaie (fascist; friend
of Licio Gelli, official head P2; P2 member; undermined Italian politics by
assisting in coups and terrorism; associate of Prince Valerio Borghese, who
worked with former Nazi commander Otto Skorzeny; associate of former Nazi
officer Klaus Barbie; involved in Operation Condor and the cocaine wars in the
Americas) to counter leftist influences in Portugal.
They supported Spinola. 2005,
Daniele Ganser, NATO's Secret Armies, p. 121: Upon learning that left-wing
officers within the Portuguese military were planning a coup to start the
Revolution of the Flowers, Aginter operatives plotted with right-wing General
Spinola against the Portuguese centrists.
Their plan was to occupy the
Portuguese Azores islands in the Atlantic and use them as an independent
territory and offshore base for covert operations against the Portuguese
mainland.
Unable to realize their plan Aginter
Press was swept away together with the dictatorship when on May 1, 1974 the
left-wing of the Portuguese military took over power and ended the dictatorship
which had lasted for almost half a century.
Three weeks after the
revolutionary coup, on May 22, 1974, special units of the Portuguese Police on
the orders of the new rulers broke into the Aginter Press headquarter in the
Rua das Pracas in Lisbon in order to close down the sinister agency and
confiscate all material. But by then the premises were deserted.
With good relations to the
intelligence community all Aginter Press agents had been warned and had gone
underground and nobody was arrested. Leaving their offices in a hurry some
documents were left behind.
The special police units were
able to collect a large amount of criminal evidence, proving that the CIA front
Aginter Press had very actively engaged in terrorism." Spinola was able to
return to Portugal in 1976. Appointed Field Marshal in 1981. Named a member of
Le Cercle in 1989 by Lobster Magazine.
Died in 1996.”
… A intervenção discreta mas
contínua dos instrumentos do poder fascista e colonial nas missões e seminários
católicos, era impossível ser aplicada com a mesma refinação nas missões
protestantes fossem elas baptistas, metodistas, ou congregacionistas, pelo
contrário: fazia parte obviamente da identidade dessas sensibilidades a repulsa
em relação a qualquer aproximação emanada do colonialismo, ainda que discreta
ou velada, por que as autoridades coloniais se orientavam duma forma ou de
outra também pelos termos da Concordata com o Vaticano! (http://jornaldeangola.sapo.ao/sociedade/realcado_o_papel_da_igreja_metodista_na_luta_pela_independencia_de_angola; https://journals.openedition.org/cea/135; http://faan.og.ao/index.php?option=com_content&view=article&id=1132:intervencao-do-bispo-emerito-da-igreja-metodista-unida-rev-emilio-de-carvalho-dialogos-em-familia&catid=37:noticias&Itemid=206).
As cisões protestantes em relação
ao Vaticano, foram antropológica e historicamente sentidas em África na fase
final do colonialismo português ao longo do século XX, inerentes aos seus
contraditórios, em especial em Angola e Moçambique e enquanto perdurou o “Estado
Novo” e sua interconexão afim à dilatação da fé e do império, com o
próprio Vaticano das décadas de 40, 50 e 60 do século passado!
Em 1961 as missões protestantes e
os seus membros angolanos pagaram bem caro a ousadia de serem oposição ao
colonialismo, apoiadas por sensibilidades socioculturais e políticas (inclusive
das agências de inteligência), sobretudo dos Estados Unidos e do Canadá! (https://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/sociedade/2014/3/16/Historia-Libertacao-Angola-confunde-com-Igreja,4d6c7e21-6cf4-4b82-a359-8e67bdcec0c3.html).
Após as prisões de 1961 e até ao
25 de Abril de 1974, muitos seminaristas católicos que não chegaram a padres,
foram por seu turno sendo cultural e ideologicamente assimiláveis nesse cadinho
de relatividade e ambiguidade, enquanto quadros e funcionários da própria
administração colonial, muito mais assimiláveis do que os quadros provenientes
das igrejas protestantes!
A título de exemplo e por dentro
do próprio MPLA, na composição da Revolta Activa (https://africa21digital.com/2017/06/18/adolfo-maria-sobre-o-livro-joaquim-pinto-de-andrade-uma-quase-biografia/)
isso teve a sua influência contra o “comunista” António Agostinho
Neto, quando chamou a si irrevogavelmente o papel de guia do rumo do movimento
de libertação em luta armada, em busca de autodeterminação e independência e no
âmbito do seu vigoroso “pensamento estratégico” que exigia luta no
interior, num caminho que levava não só à independência, mas à luta contra
o “apartheid” até ao seu colapso final!...
… A reinterpretação que a Revolta
Activa fez, encaixava em correntes de interpretação distendidas desde França e
presentes no Congo Brazzaville, tendo Henri Lopès (https://en.wikipedia.org/wiki/Henri_Lopes_(Congolese_politician); https://www.babelio.com/auteur/Henri-Lopes/62419; https://journals.openedition.org/genesis/609)
como um dos seus funcionais vínculos e mentores, desde logo no conformado campo
intelectual, mas sem dúvida trazia em si um sinal inequívoco do “Le
Cercle”… (http://jornaldeangola.sapo.ao/opiniao/rosa_coutinho_faleceu_ontem_em_lisboa).
A identidade secular entre
Portugal e a Igreja Católica Apostólica Romana, pouco depois de colocados os
padrões sinaléticos de posse territorial em finais do século XV, havia
propiciado a aproximação da monarquia portuguesa ao cristianizado reino do
Congo, a ponto de, precisamente na região onde havia o seu cofre-forte (Luanda,
onde na sua ilha se recolhia o zimbo do mar), se instalar na baía contígua o
maior embarcadouro de escravos (considerados infiéis) de toda a costa ocidental
africana (no princípio não súbditos do Rei do Congo), para a América e
Caraíbas, com a cumplicidade de algumas famílias de assimilados africanos,
assim como de alguns mestiços assimilados das gerações “crioulas” de
então (séculos XVI, XVII, XVIII e XIX)… mas sobretudo era algo que tinha a ver
com a silenciosa e silenciada cumplicidade da Igreja Católica Apostólica
Romana! (http://www.mundamba.com/2014/04/o-reino-do-congo-a-conquista-conversao-ao-cristianismo.html).
O crescimento do tráfico de
escravos e as rupturas na sucessão ao trono no Reino do Congo, acabaram por
fazer soçobrar a entidade africana que se havia instalado em São Salvador,
influenciando no abandono daquela localidade e no ocaso do Reino do Congo!… (https://www.algosobre.com.br/historia-da-africa/cristianizacao-e-escravidao.html; https://pt.slideshare.net/Mariinazorzi/reino-do-congo-22987257).
A lógica com sentido de vida
inerente ao “pensamento estratégico de Agostinho Neto” e ao rumo em
intrépida busca de autodeterminação e independência por via de luta armada,
nada tinha a ver com esses tão cínicos quão transversais métodos de
assimilação, refractários ao progresso e escondendo um caudal de cumplicidades
dessa natureza eminentemente colonial e imperialista, por que assentava sua
psicologia num degrau de consciência crítica e patriótica de onde, para os
fiéis que souberam consumar a segurança vital do líder, se tornava impossível
voltar!
Martinho Júnior -- Luanda, 1 de Dezembro de 2019
Imagens:
01- Neto e o almirante
Cardoso assinam o acordo de tréguas – 21 de Outubro de 1974 – https://cc3413.wordpress.com/2011/11/12/agostinho-neto-a-vida-e-a-obra/;
02- Da guerra colonial à
independência - 'LÚCIO LARA - TCHIWEKA - Imagens de um percurso' - Luanda 2009
– Acordo de Lunhameje – 21 de Outubro de 1974 – http://livrosultramarguerracolonial.blogspot.com/2015/06/angola-mpla-da-guerra-colonial.html;
03- Neto e o almirante
Cardoso assinam o acordo de tréguas – 21 de Outubro de 1974 – https://cc3413.wordpress.com/2011/11/12/agostinho-neto-a-vida-e-a-obra/;
04- 1ª delegação oficial do
MPLA chegou a Luanda há 44 anos – 8 de Novembro de 1974 – http://www.angonoticias.com/Artigos/item/59568/1-delegacao-oficial-do-mpla-chegou-a-luanda-ha-44-anos;
05- Agostinho Neto, um “imprescindível” na
história contemporânea universal – 4 de Fevereiro de 1975 – https://paginaglobal.blogspot.com/2016/10/agostinho-neto-um-imprescindivel-na.html;
TEXTOS ANTERIORES, DESTA SÉRIE:
CONTINUA
Manuel Rui – Os Meninos de
Huambo – https://abrildenovomagazine.wordpress.com/2016/08/19/os-meninos-do-huambo-de-manuel-rui-alves-monteiro/; https://www.youtube.com/watch?v=D_naXf_c6As
Com fios feitos de lágrimas
passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Do céu puxando as cadentes mais bonitas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Do céu puxando as cadentes mais bonitas
Com lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Com os nomes mais lindos do
planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Juntam fapula com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
Fazem continhas engraçadas de somar
Juntam fapula com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
Divide a chuva miudinha por o
milho
Multiplicam o vento pelo poder popular
Multiplicam o vento pelo poder popular
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Palavras sempre novas, sempre
novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Assim contentes à voltinha da
fogueira
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Novas palavras para fazer redações
Escapando ao se esvadeio ao machado
Para os meninos também são constelações
Constelações que brilham sempre sem parar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Novas palavras para fazer redações
Escapando ao se esvadeio ao machado
Para os meninos também são constelações
Constelações que brilham sempre sem parar
Palavras deste tempo sempre novo
Multiplicam o vento pelo poder popular
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Multiplicam o vento pelo poder popular
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Porque meninos inventaram coisas novas
Que até já dizem que as estrelas são do povo
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
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