terça-feira, 13 de agosto de 2019

China vê “sinais incipientes de terrorismo” nos protestos de Hong Kong


Pequim aumenta o tom das ameaças diante da insistência dos manifestantes em desafiar o continente

O governo chinês afirmou nesta segunda-feira, 12, que há “sinais incipientes de terrorismo” em casos de violência registados nas manifestações populares pró-democracia em Hong Kong. A declaração surge como uma ameaça de interferência militar direta de em Pequim, que não tem visto resultados na repressão imposta pelo governo da ilha.

“Os manifestantes radicais de Hong Kong recorreram em diversas ocasiões a objetos extremamente perigosos para atacar os policias, o que constitui um crime grave e revela sinais incipientes de terrorismo”, afirmou o porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau, Yang Guang.

China | Polícia entra no aeroporto de Hong Kong onde decorre protesto


Hong Kong, China, 13 ago 2019 (Lusa) - Um contingente da polícia entrou pelas 22:45 locais (15:45 em Lisboa) no aeroporto internacional de Hong Kong, onde decorre um protesto antigovernamental pelo quarto dia consecutivo.

A polícia antimotim já se posicionou no exterior, onde foi efetuada pelo menos uma detenção, constatou a agência Lusa no local.

Centenas de jovens rodearam os primeiros agentes no Terminal 1 e tentaram bloquear o acesso à zona onde se efetua o 'check-in', recorrendo aos carros de transporte de bagagem do aeroporto e a algumas grades, que limitam habitualmente os balcões das companhias aéreas.

À chegada das carrinhas que transportavam os polícias, os manifestantes dirigiram-se aos balcões de 'check-in' onde se encontram muitos passageiros retidos, aconselhando-os a deslocarem-se para alguns locais que consideravam serem mais seguros.

Cerca de 20 minutos depois da primeira entrada do contingente policial, as forças de segurança, aparentemente bloqueadas por centenas de manifestantes, abandonaram o terminal, para logo depois se posicionar a polícia antimotim, que permanece no exterior das instalações do aeroporto, onde foram posicionadas também viaturas de emergência médica.

Cancelada ligação entre Macau e Aeroporto Internacional de Hong Kong pelo segundo dia

Macau, China, 13 ago 2019 (Lusa) - A ligação marítima entre Macau e o aeroporto internacional de Hong Kong, efetuada habitualmente ao início da noite, foi hoje cancelada pelo segundo dia consecutivo, anunciaram as autoridades do território.

A Direção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) indicou que a ligação direta das 19:45 (12:45 em Lisboa) entre o Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior (Macau) e o Aeroporto Internacional de Hong Kong (HKIA) não se vai realizar, na sequência da decisão das autoridades de Hong Kong de cancelarem voos com partida da região administrativa especial chinesa.

"A última viagem" com destino ao HKIA "partiu do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa às 15:55", informou a DSAMA, num comunicado idêntico ao emitido na segunda-feira, primeiro dia em que o as autoridades aeroportuárias de Hong Kong cancelaram voos, primeiro com partida e depois a chegar ao território, na sequência de manifestações no terminal.

As autoridades de Hong Kong anunciaram que os serviços de 'check-in' para voos que partem do aeroporto internacional, situado na ilha de Lantau, foram suspensos às 16:30 (09:30 em Lisboa).

PR timorense empossa novos embaixadores no Brasil, EUA e Nova Zelândia


Díli, 13 ago (Lusa) -- O Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, deu hoje posse aos novos embaixadores de Timor-Leste no Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia, faltando ainda assumir funções vários outros diplomatas.

Numa cerimónia no Palácio Presidencial, em Díli, Lu-Olo deu posse a Olímpio Branco como embaixador no Brasil, a Isílio Coelho como embaixador nos Estados Unidos e a Lisualdo Gaspar, como embaixador na Nova Zelândia.

"O Presidente da República confia na capacidade dos Embaixadores, a quem acaba de conferir posse. Estarão em condições de elevar e alargar, ainda mais, o nível e o âmbito de cooperação entre os nossos Estados", referiu Lu-Olo.

Os três diplomatas de carreira tinham sido nomeados já pelo anterior Governo, fazendo parte de uma lista com 16 nomes que o atual executivo enviou a Lu-Olo no início do ano.

Entre os diplomatas propostos pelo Governo e que ainda não tomaram posse contam-se os futuros embaixadores em Portugal e na Austrália.

Português recorda defesa pela independência de Timor-Leste na política dos EUA


Boston, Estados Unidos, 12 ago 2019 (Lusa) -- António Cabral, deputado na Câmara dos Representantes de Massachusetts, recorda como esteve no centro do movimento político norte-americano pela independência de Timor-Leste, há 20 anos, com uma proposta de lei e convites a Ramos-Horta para discursar em Boston.

O político, nascido nos Açores e imigrado nos EUA com a família há 50 anos, foi distinguido em 2017 com a Medalha da Ordem de Timor-Leste e revelou ter sido convidado recentemente por Xanana Gusmão para estar presente nas celebrações dos 20 anos do Referendo em Timor-Leste, em 30 de agosto.

Representante da cidade de New Bedford na Massachusetts State House há quase 30 anos, António Cabral descreveu à agência Lusa que foi uma proposta de lei contra empresas indonésias, apresentada por Cabral, que chamou a atenção para o problema timorense nos Estados Unidos.

"Conseguimos pôr pressão na administração de Bill Clinton para se envolver e intervir com a Indonésia para que houvesse uma oportunidade para o povo timorense fazer uma decisão para si, que veio a acontecer com o referendo", disse António Cabral, em entrevista à Lusa.

Chang (e Frelimo) ganha tempo até depois das eleições


O Tribunal Superior de Gauteng, na África do Sul, adiou para depois das Eleições Gerais em Moçambique a audiência prevista para esta terça-feira (13) sobre a extradição do ex-ministro das Finanças e assinante das dívidas ilegais, Manuel Chang.

A expectativa de alguns moçambicanos que o novo Governo da África do Sul não iria interferir no pedido de extradição para os Estados Unidos da América do antigo ministro que assinou as Garantias Soberanas ilegais que possibilitaram os empréstimos de 2,1 biliões de dólares norte-americanos parece ter-se gorado com a decisão do Tribunal Superior de Gauteng, na cidade de Joanesburgo, de adiar até 16 e 17 de Outubro.

Depois da decisão de extraditar Manuel Chang para os EUA, tomada em Maio último pelo então ministro da Justiça e Serviços Correcionais da África do Sul, Michael Masutha, um agrupamento de organizações da sociedade civil moçambicana recorreu da extradição. Ainda o tribunal não tinha apreciado o recurso quando o novo ministro sul-africano da Justiça e Serviços Correcionais da África do Sul, Ronald Lamola, solicitou a revisão da decisão do seu antecessor por entender que Manuel Chang não é acusado formalmente por nenhum crime em Moçambique, facto que é verdadeiro.

MISA acusa justiça moçambicana de manobras para perpetuar detenção de jornalistas


Instituto de Comunicação Social da África Austral diz que julgamentos de Amade Abubacar, detido em janeiro, e de Germano Adriano, detido em fevereiro, estão a ser atrasados "com recurso a manobras dilatórias".

Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA), organização da sociedade civil, acusou esta terça-feira (13.08) a justiça moçambicana de manobras dilatórias no julgamento de dois jornalistas visando "perpetuar a sua permanência na situação de detenção". 

Em comunicado, a representação do MISA em Moçambique considera que os julgamentos de Amade Abubacar, detido em 5 de janeiro deste ano, e de Germano Adriano, detido em 15 de fevereiro, estão a ser "copiosamente atrasados com recurso a manobras dilatórias".

Amade Abubacar foi detido quando fazia uma reportagem sobre pessoas obrigadas a fugir das suas casas no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, devido à violência armada protagonizada por grupos desconhecidos.

Germano Adriano é acusado de associação para delinquir pela alegada participação nos mesmos crimes de que é acusado Amade Abubacar.

"Se, na verdade, estivéssemos perante o cometimento dos tais crimes de que são acusados os dois jornalistas, seria suposto que as entidades que os detiveram e os acusam, ao invés de artimanhas dilatórias, promovessem o seu julgamento, sem demora, para poderem demonstrar e provar os pretensos ilícitos criminais", refere o MISA.

Moçambique | MDM dividido sobre escolha do cabeça-de-lista em Nampula


Mussa Abuda é o cabeça-de-lista do MDM para a província de Nampula, contudo este nome não tem gerado consensos dentro do partido. Daviz Simango mostra-se tranquilo e confiante num bom resultado nesta província.

O líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, esteve em Nampula para preparar as eleições de 15 de outubro e para apoiar o candidato local às eleições. Mussa Abudo é o cabeça-de-lista escolhido para concorrer ao cargo de governador da província no norte de Moçambique. Contudo, este divide consensos no seio do segundo maior partido da oposição. Para já o líder do MDM desvaloriza a questão e mostra-se confiante na vitória de Mussa.

Alguns dos membros que se opuseram à eleição interna de Mussa Abudo não quiseram gravar entrevista por temerem represálias. Mas disseram à DW África que o candidato escolhido é uma figura "impopular" e sem "cunho político", ao contrário de Luciano Tarieque, antigo delegado político, e Braz Malique, atual vice-presidente do Conselho Político Provincial, ambos derrotados internamente.

O líder do MDM, Daviz Simango, que está em Nampula desde segunda-feira (12.08) para preparar a corrida eleitoral, desdramatiza a questão.

"É preciso compreender que num processo de eleição as pessoas votam e quando votam esperam ter pelo menos dois ou três resultados, um deles é das pessoas se absterem, outro as pessoas votarem contra e finalmente votar a favor. O processo de votação significa aceitar o resultado da maioria", explicou Simango.

Angola | Recuo na construção do Bairro dos Ministérios mostra "fragilidades" do governo


UNITA aponta dedo ao Presidente João Lourenço afirmando que, dois anos depois de ter tomado posse, ainda se está a "assentar", o que é um perigo para estabilidade do país. Friends of Angola fala em "descredibilização".

Uma notícia avançada, a semana passada, pelo portal Maka Angola, deu conta do cancelamento da construção do controverso projeto do Bairro dos Ministérios. De acordo com este portal angolano, Rafael Marques, autor do artigo, terá recebido uma nota de agradecimento assinada pelo diretor de gabinete da Presidência, dando conta que o Chefe de Estado João Lourenço ficou sensibilizado com as revelações contidas no artigo que havia escrito anteriormente sobre o tema, e que por isso, "não haverá mais Bairro dos Ministérios", lê-se.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição em Angola, foi uma das vozes mais críticas ao projeto.

Por isso, e em entrevista à DW África, Raul Danda, vice-presidente do partido, afirma que "foi bom [da parte do governo] desistir de fazer uma despesa que, neste momento, não se justifica". "Não nos parece de facto oportuno fazer um Bairro dos Ministérios quando há outras prioridades [no país], quando há pessoas a morrerem de fome, quando há falta de água e de luz, quando não temos condições de saúde condignas", justifica.

Angola | PRA-JA: Chivukuvuku desmente financiamento de Isabel dos Santos


O PRA-JA ainda não está legalizado pelo Tribunal Constitucional, mas já surgiram suspeitas em relação ao financiamento do partido com alguns críticos a dizerem que foi Isabel dos Santos ajudar esta nova força política.

O Partido de Renascimento dos Angolanos – Juntos por Angola (PRA-JA), novo projeto político de Abel Chivukuvuku continua a gerar debate e polémica em Angola. Apesar de não estar ainda legalizado, muito já se se fala sobre o futuro partido. Lançado no passado dia 2 de agosto, o projeto já tem uma agenda bem definida.

"2019, o ano do PRA-JA, 2020, o PRA-JA nas eleições autárquicas, 2021 crescer e afirmar-se em todo país e 2022, alternativa para Angola”, referiu Chivukuvuku.

Juventude angolana atravessa maré de dificuldades


No Dia Internacional da Juventude (12.08), recordamos os principais problemas que afetam os jovens angolanos, desde desemprego, habitação e acesso ao ensino superior. Reajuste dos transportes pode ser um novo obstáculo.

O acesso aos transportes públicos é um dos problemas que mais afeta a juventude angolana. Para além de escassos, os meios de transporte preparam-se para reajustar os preços nos próximos dias. A entrada em vigor da nova tarifa dos comboios de Luanda estava prevista para sexta-feira (09.98), mas, entretanto, foi adiada sem data.

Francisco Teixeira, responsável do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), acredita que este reajuste vai "atrapalhar" a ida dos estudantes para as escolas. "Esta questão do reajustamento dos transportes públicos vai dificultar ainda mais e atrapalhar a normal frequência dos estudantes às aulas porque muitos vivem distantes das escolas e muitos deles andam longos quilómetros a pé", diz.

Mas o problema poderá estar resolvido em breve, quando os jovens estudantes, crianças, antigos combatentes e idosos passarão a estar isentos nos transportes públicos - rodoviário, marítimo e ferroviário.

Francisco Teixeira, do MEA, desconhece as formas de atribuição do chamado passe social e lamenta o facto de a sua organização não ter sido consultada na concepção do documento. "Não sabemos que métodos foram usados nesse processo, não sabemos que critérios o Estado vai usar para atribuir o passe social aos estudantes e como vai chegar aos estudantes pobres. Deviam ter contactado as instituições de defesa dos estudantes. É caricato", afirma.

Guiné-Bissau | Há motivos para preocupação com eleições


O primeiro-ministro guineense Aristides Gomes acaba de terminar uma visita aos Emirados Árabes Unidos.

O chefe do executivo da Guiné-Bissau, contactado telefonicamente pela RFI aquando de uma escala em Paris, aborda o momento político actual do seu país, admitindo preocupação com o cumprimento das metas eleitorais para este ano na sequência de atrasos no desembolso de verbas dos parceiros.

Aristides Gomes começa por esboçar um balanço positivo da sua deslocação a Abu Dhabi.

Futuras líderes em formação no norte da Guiné-Bissau


150 jovens estão em estágio num acampamento na localidade de Canchungo. Iniciativa da Rede Nacional de Jovens Mulheres Líderes visa "remover barreiras e normas socioculturais e promover a valorização das meninas".

O acampamento, primeira escola nacional de jovens mulheres líderes da Guiné-Bissau, é uma organização da Rede Nacional de Jovens Mulheres Líderes (Renajelf -GB), presidida por Fatumata Sané, de 25 anos, médica recém-graduada em Bissau.

A agência de notícias Lusa visitou a escola, que decorre em seis oficinas improvisadas em vários pontos da cidade de Canchungo, onde 150 jovens, dos 16 aos 28 anos, vindas de todas as zonas da Guiné-Bissau, recebem formações em domínios diversos como inteligência emocional, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez precoce e não desejada, liderança, cultura e arte, gestão associativa, direitos humanos e migração, entre outras valências. 

Profissionais seniores, na sua maioria mulheres já no mercado de trabalho, foram convidadas pela Renajelf para ministrarem aulas práticas e noções básicas às futuras líderes, de quem se espera "atitudes, melhoria de virtudes, autoconfiança" nas suas comunidades, a partir de "novos valores cívicos".

A presidente da rede disse à agência Lusa que "uma menina empoderada será uma mulher fortalecida e pronta para participar nas esferas da tomada de decisões" na sua comunidade e no próprio país, daí se sentir encorajada a continuar com a iniciativa nos próximos anos.

Ministro cabo-verdiano rejeita culpa na morte de criança à espera de vaga em Portugal

Sharon Lopes, a criança de 4 anos, diagnosticada com câncer, morreu por negligência de Cabo Verde ou de Portugal?
O ministro da Saúde cabo-verdiano afirmou hoje que não houve qualquer atraso na homologação do pedido de transferência para Portugal de uma criança de quatro anos, que morreu sem viajar e sem receber tratamento, afastando responsabilidade no caso.

Em declarações aos jornalistas em São Filipe, ilha do Fogo, o ministro Arlindo do Rosário explicou que a parte cabo-verdiana "insistiu muito" para garantir uma vaga para o tratamento do problema oncológico da criança em Portugal, ao abrigo do acordo entre os dois países, o que não aconteceu em dois meses.

O caso, que tem motivado várias críticas e comoção na sociedade cabo-verdiana desde a morte da criança, na passada quinta-feira, na ilha de São Vicente, resultou de um cancro intestinal "gravíssimo" e que "evoluiu rapidamente em dois meses", afirmou o ministro.

Cabo Verde estuda alargamento de impostos


Governo comprometeu-se junto do FMI com um plano de monitorização da cobrança do IVA e a estudar, até final do ano, a expansão do sistema fiscal para "incluir outros impostos" além do IVA e retenção de renda na fonte.

As medidas constam do documento do FMI sobre os compromissos assumidos pelo Governo, no âmbito do Instrumento de Coordenação de Políticas para Cabo Verde, acordado em julho e que, durante 18 meses, vai fornecer ajuda para a continuação das reformas estruturais no país.

Em concreto, o compromisso do Governo liderado por Ulisses Correia e Silva com o Fundo, documento consultado pela agência de notícias Lusa, prevê a introdução da fatura eletrónica até junho de 2020 e a apresentação, até dezembro deste ano, de uma agenda de reforma da política fiscal e de um plano de ação para combater a fuga aos impostos.

Durante o segundo semestre de 2019 está igualmente previsto um plano para monitorizar a cobrança do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e a intenção de "expandir" o sistema fiscal, para "incluir outros impostos além do IVA e da retenção de renda na fonte".

Portugal dos motoristas | Nas garras do falcão


Paulo Baldaia* | Jornal de Notícias | opinião

É consensual que as reivindicações dos motoristas de mercadorias perigosas são justas. Não o negam os patrões, nem o contradiz o Governo, e mal se percebe, portanto, que esta paralisação possa ser considerada injusta. Ao decretar a requisição civil, o Governo responde da única forma que podia responder perante o não cumprimento dos serviços mínimos, mas a justiça desta luta já está perdida. A partir daqui, só pode piorar para os trabalhadores em greve.

Uma luta com uma desigualdade em relação às armas usadas que é tão gritante, a mostrar que o interesse do Governo - um país a funcionar sem grandes dificuldades - o torna aliado dos patrões. A maior injustiça, no entanto, é que a falta de apoio popular - que esta greve nunca poderia ter tido, porque ninguém gosta que lhe estraguem as férias - seja agora justificada pela enorme desconfiança que suscita o "sindicalista" Pardal Henriques. Na visão datada deste advogado, um Governo em véspera de eleições cede o que tiver de ceder. A soberba anda muitas vezes de mãos dadas com a ignorância. Na primeira greve, o Governo e o primeiro-ministro foram apanhados desprevenidos e deixaram o país em pânico, só que António Costa anda na política há muitos anos e nunca comete o mesmo erro duas vezes.

Portugal | O que pode acontecer em caso de incumprimento da requisição civil

Multa, prisão, despedimento por justa causa


Quem não cumprir a requisição civil, decretada pelo Governo, está sujeito por lei a crime de desobediência e a despedimento por justa causa.

Os motoristas que incumprirem a requisição civil incorrem em crime de desobediência, punido com pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias, além de despedimento com justa causa, segundo advogados consultados pela Lusa.

Quem não cumprir a requisição civil, decretada pelo Governo, está sujeito por lei "a crime de desobediência e a despedimento por justa causa", afirmou o advogado de direito laboral Luís Gonçalves da Silva.

Segundo explicou à Lusa o especialista, a requisição civil "coloca as pessoas ao dispor do Estado, ou seja, ficam requisitadas e o vínculo laboral é entre o trabalhador e o Estado".

Caso haja incumprimento da requisição civil, além das sanções disciplinares como o despedimento por justa causa, o Código Penal prevê no artigo 348.º o crime por desobediência a quem faltar "a ordem ou a mandado legítimos, regularmente comunicados e emanados de autoridade ou funcionário competente".

Portugal | Acionada a requisição civil parcial para os motoristas em greve


"Se alguém pensa que reage à requisição civil como reagiu aos serviços mínimos, está enganado" - ministro

Vieira da Silva alerta motoristas para as consequências de uma greve mais radical. Governo admite estender requisição civil.

O ministro do Trabalho e da Segurança Social alerta para as consequências de um cenário de incumprimento da requisição civil, declarada esta segunda-feira pelo executivo, após um Conselho de Ministros.

De acordo com o Governo e com a ANTRAM, os serviços mínimos decretados no início da paralisação foram violados, o que levou o executivo a avançar para uma requisição civil parcial.

Em entrevista à RTP3, o ministro Vieira da Silva sublinhou que as consequências podem ser graves em caso de incumprimento.

"A requisição civil é uma medida muito pesada e que normalmente tem efeito, do ponto de vista de ajudar a resolver os problemas. (...) Há quem possa pensar que não há consequências. Mas haverá. Tem que haver, senão é o próprio poder do Estado que é posto em causa. Se alguém pensa que reage à requisição civil como reagiu aos serviços mínimos, está enganado, porque o quadro legal das duas figuras é diferente", alertou o ministro.

A censura da União Europeia já está em marcha



O processo de evolução da UE no sentido de um super-Estado centralizador prossegue. É evidente que esse super-Estado não pode ser outra coisa senão uma entidade opressora das liberdades. A linha de criminalização do comunismo é um dos indícios. A constituição de uma censura das opiniões publicadas é outro.

Quem ler o “Relatório sobre a elaboração de um plano contra a desinformação” apresentado pela Comissão Europeia em 14 de Junho ficará chocado ao verificar que a criação de uma autoridade de censura à escala da União Europeia já está muito adiantada.

Segundo o documento, ainda pouco divulgado, a difusão de informações consideradas por Bruxelas como falsas e perigosas passará a ser punida em breve através de sanções como o congelamento de contas e a proibição de viajar.

No documento da Comissão Europeia, pelo qual é igualmente responsável Federica Mogherini, ponta de lança da política externa, a palavra “desinformação” é definida como um processo tendo como objectivo “distrair e dividir, semeando a dúvida através da deformação e a falsificação de factos para criar a confusão e minar a confiança das pessoas nas instituições e nos processos políticos estabelecidos”. Neste caso, não se trata de por o acento nos grandes grupos mediáticos que, dia-após-dia, desviam a atenção dos factos reais e deformam a verdade com o objectivo de estabilizar as relações de poder existentes. Um desinformador a combater é, pelo contrário, alguém que os ponha em causa e revele como funcionam as instituições.

Nesta luta para estabilizar o domínio (do capital) investem-se milhões para criar, segundo a Comissão Europeia, “uma abordagem coordenada em total conformidade com os nossos valores europeus e os nossos direitos fundamentais”. A autoridade, conhecida sob a designação de “Task Force for Strategic Communication”, fiscaliza o respeito pelos verdadeiros valores europeus com a ajuda dos chamados verificadores de factos (executores de Fact Check), os novos censores.

Nas vésperas das recentes eleições europeias, a Comissão conseguiu arrancar aos gigantes da internet como Google, Facebook, Twitter e – um pouco depois – Microsoft um “código de conduta voluntário de luta contra a desinformação” no quadro de acordos de cooperação, mas não sem ameaçar com acções judiciais se os resultados não forem satisfatórios até ao fim de 2019.

Um sistema de alerta precoce da União Europeia para identificar as informações falsas reforça igualmente a sua cooperação com as organizações globalizadas da estrutura económica e militar ocidental, os “parceiros internacionais como o G7 e a NATO”.

Macron pretende que fala com o Irão por conta dos EUA


Segundo a imprensa, o Presidente francês, Emmanuel Macron, teria proposto ao seu colega iraniano, Xeque Hassan Rohani, encontrar-se com o Presidente Donald Trump durante a Cimeira (Cúpula-br) do G7 em Biarritz, no fim de Agosto.

Muito embora nenhuma delegação iraniana tenha sido convidada para esta reunião diplomática.

Reagindo violentamente, Donald Trump twittou: «O Irão tem graves problemas financeiros. Eles querem desesperadamente conversar com os Estados Unidos, mas recebem sinais confusos da parte de todos aqueles que pretendem representar-nos, incluindo o Presidente francês Macron .... .... Eu sei que Emmanuel quer agir bem, como todos os outros, mas ninguém fala pelos Estados Unidos, à excepção dos próprios Estados Unidos. Ninguém está autorizado, seja de que maneira for, sob qualquer forma que seja, a representar-nos!».

Este incidente acontece quando a França tentou criar uma força militar de vigilância do tráfego petrolífero no Estreito de Ormuz e o Reino Unido exigiu que os Estados Unidos pudessem participar nela.

Voltaire.net.org | Tradução Alva

O último Império ocidental?


The Saker, Unz Review e The Vineyard of the Saker * | Tradução de Vila Mandinga

"Veem as árvores, mas não veem a floresta" é boa metáfora para muitos dos comentários que circulam sobre os últimos vinte e poucos anos pelo planeta. E o período é notável pelo número genuinamente tectônico de mudanças pelas quais passou o sistema internacional.  

Tudo começou durante o que chamo de a "Kristallnacht [Noite dos Cristais] da lei internacional", dia 30 de agosto-setembro de 1995, quando o Império atacou os sérvios-bósnios, em direta e total violação dos mais fundamentais princípios do Direito Internacional. Depois foi o 11/9, que deu aos neoconservadores, segundo eles, o "direito" de ameaçar, atacar, bombardear, matar, violar, sequestrar, assassinar, torturar, chantagear e todas as demais práticas para fazer o mal a qualquer pessoa, grupo ou país em todo o planeta, 'porque' "somos a nação indispensável" e "ou você está conosco ou está com os terroristas".

Durante esses mesmos anos, vimos a Europa tornar-se colônia de 3ª classe dos EUA, incapaz de defender sequer os interesses geopolíticos europeus mais fundamentais, ao mesmo tempo em que os EUA tornou-se colônia de 3ª classe de Israel e igualmente incapaz de defender sequer os interesses geopolíticos mais fundamentais dos EUA.

Ainda mais interessante, se se observa esse passado próximo, ao mesmo tempo em que EUA e União Europeia colapsavam sob o peso dos próprios erros, Rússia e China estavam em clara ascensão. Rússia, principalmente em termos militares (ver aqui e aqui), e China principalmente em termos econômicos.

Mais crucialmente importante,  Rússia e China gradualmente concordaram em se tornar corpos simbiontes, processo pelo qual, na minha avaliação, tornaram-se ambos ainda mais fortes e mais significativos do que se os dois países se unissem mediante algum tipo de aliança formal: alianças podem ser partidas (especialmente quando esteja envolvida uma nação ocidental), mas relacionamentos de simbiose de modo geral duram para sempre (sim, sim, nada dura para sempre, é claro, mas quando o tempo de vida mede-se em décadas, uma relação simbiótica é o equivalente funcional de "para sempre", pelo menos em termos de análise estratégica). Os chineses desenvolveram recentemente uma expressão oficial, especial e única para caracterizar esse relacionamento com a Rússia. Falam de uma "Parceria estratégica abrangente de coordenação para a nova era."

É o pior pesadelo dos anglo-sionistas, e a respectiva mídia sionista faz de tudo para ocultar o fato de que Rússia e China são, sim, para todas as finalidades práticas, aliadas estratégicas. Tentam até, empenhadamente, convencer o povo russo de que a China seria ameaça à Rússia (usam os argumentos mais ridículos, mas nada disso é importante). A coisa não funcionará, mesmo que alguns russos tenham alguns medos relacionados à China, porque o Kremlin sabe dos fatos e da verdade desses assuntos e continuará a aprofundar cada vez mais o relacionamento simbiótico da Rússia com a China. E não só isso.

EUA | Evitar "fardos públicos". Administração Trump ataca imigração legal


A administração norte-americana apresentou um novo regulamento que poderá negar vistos e residência permanente a centenas de milhares de pessoas por estas não terem rendimentos suficientes.

O regulamento de 837 páginas entra em vigor no dia 15 de outubro e aplica-se aos candidatos à permanência nos Estados Unidos através das vias legais. A reforma, impulsionada pelo assessor de Trump sobre imigração, Stephen Miller, permite que os serviços passem a rejeitar candidatos a vistos temporários ou permanentes por não cumprirem padrões de rendimentos ou por receberem assistência social, tais como subsídios, vales de alimentação, acesso a habitação pública ou o programa de saúde social Medicaid.

Sob as novas regras, mais da metade de todos os candidatos ao cartão de residência permanente (green card) seriam negados, de acordo com o Migration Policy Institute. Cerca de 800 mil green cards foram concedidos em 2016.

A mudança tem como objetivo assegurar que os imigrantes "sejam autossuficientes", na medida em que "não dependem de recursos públicos para satisfazer as suas necessidades, mas dependem das suas próprias capacidades, bem como dos recursos de membros da família, patrocinadores e organizações privadas", explica o documento.

Atletas dos EUA fazem protestos anti-Trump no pódio dos Jogos Pan-Americanos


Esgrimista Race Imboden ajoelhou-se enquanto tocava o hino nacional. Lançadora de martelo Gwen Berry fechou os olhos e erguei o punho fechado

Dois atletas norte-americanos a participar nos Jogos Pan-Americanos sacrificaram a comemoração das respetivas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos para protestar contra Donald Trump.

O esgrimista Race Imboden, campeão por equipas, ajoelhou-se na sexta-feira enquanto tocava o hino nacional. Já Gwen Berry, vencedora no lançamento do martelo, fechou os olhos e ergueu o punho fechado, no sábado.

"O meu orgulho foi abalado pelos múltiplos problemas do país que eu carrego com tanto apreço no coração. Racismo, controlo de armas, maus tratos aos imigrantes e um presidente que espalha o ódio estão no topo de uma longa lista. Escolhi sacrificar o momento momento no topo do pódio para chamar a atenção para questões que eu acredito que precisam de ser abordadas. Encorajo outros a utilizar as suas plataformas para encorajarem a mudança", escreveu Imboden nas redes sociais.

"É demasiado grave para não dizermos nada", declarou ao USA Today a lançadora Gwen Berry, que repetiu o icónico gesto dos atletas Tommie Smith e John Carlos na prova de 200 metros dos Jogos Olímpicos 1968.

No entanto, o Comité Pan-Americano dos Estados Unidos não gostou da atitude dos seus atletas. "Race não cumpriu o acordo que fez com o comité organizador e o comité dos Estados Unidos", disse o porta-voz Mark Jones, referindo-se a um acordo por parte de todos os atletas em "abdicar de demonstração que tenham natureza política".

Imboden e Berry juntam-se à lista de atletas norte-americanos que se têm posicionado recentemente, como Megan Rapinoe, da seleção de futebol feminino; Colin Kaepernick, que jogava futebol americano nos San Francisco 49ers; e o futebolista Alejandro Bedoya.

Diário de Notícias (ontem) | Foto: © Jose Sotomayor / Lima

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