sábado, 14 de setembro de 2019

"Tem de haver paz e estabilidade" para CPLP apoiar Guiné-Bissau


De visita à Guiné-Bissau, responsáveis da CPLP prometeram definir programas para "beneficiar o país" após presidenciais. Chefe da diplomacia guineense agradece papel da comunidade no "desfecho da crise política".

O ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades cabo-verdiano e o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) terminaram este sábado (14.09) uma visita à Guiné-Bissau. Após três dias de contactos com as autoridades guineenses, ficam registadas as promessas de apoio e assinaturas de acordos.

A convite da sua homóloga da Guiné-Bissau, Luís Filipe Tavares, chefe da diplomacia de Cabo Verde, que detém a presidência da CPLP, está desde quinta-feira na capital guineense, acompanhado do Secretário-Executivo da organização, Francisco Ribeiro Telles.

Angola e Timor-Leste: desafios para a futura administração autárquica


A opção em relação aos modos de gestão e de organização que se adoptam nas autarquias locais é uma decisão soberana. Mas, Angola e Timor-Leste, terão que contrariar o actual sistema organizacional burocrático de raiz taylorista.

M. Azancot de Menezes* | Jornal Tornado

Angola e Timor-Leste, dois países irmãos da lusofonia, preparam-se para realizar eleições autárquicas. Os novos modos de regulação que irão entrar em vigor após as eleições terão como resultado, pelo menos é essa a expectativa, a ampliação das áreas de intervenção do poder local, com a transferência de competências das estruturas centrais para o nível local. Naturalmente, com a entrega de recursos e meios financeiros.

O processo que irá culminar com as eleições autárquicas está em andamento. Em Angola prevê-se que as eleições autárquicas se realizem em 2020. Em Timor-Leste, o programa de governo, num processo faseado, aponta as datas de 2012, 2022 e 2023.

Independentemente das datas, sem descurar a sua relevância, todo este conjunto sequencial de acções ligado às futuras eleições autárquicas remete para as novas formas de organização e gestão, portanto, obviamente, coloca em relevo a problemática da formação de recursos humanos para a administração local.

CONFESSO QUE VIVO!...


Martinho Júnior, Luanda | António Jorge*, Luanda 

33 ANOS DEPOIS...

Em Março de 1986, há 33 anos, fui preso por que ao invés de quem dirigia o estado angolano dar crédito aos camaradas da Segurança do Estado que lutaram contra o tráfico de diamantes, se deu crédito aos traficantes que corroboraram na acusação de “golpe de estado sem efusão de sangue”!...

Imaginem quanto a corrupção foi desde então amadurecendo e crescendo até ao escândalo que finalmente começa a estar hoje exposto!

Imaginem o que teve de ser calado e armazenado dentro de mim próprio, durante mais de três décadas, para impedir que se beliscasse a figura do então Presidente da República de Angola!

"Golpe de estado sem efusão de sangue", já se vê... mas a que custos para a minha pobre família, para o estado e para todo o povo angolano?! 

**********

TEXTO DO CAMARADA ANTÓNIO JORGE, A PROPÓSITO DO COMBATE À CORRUPÇÃO EM ANGOLA:

As nuvens carregadas... sobre a pátria angolana
estão a começar a desvanecer

Começam a perfilar-se em Angola
finalmente…
Os corruptos a irem a tribunal
para explicarem como enriqueceram!

Parabéns - Presidente da República de Angola,
João Lourenço, pela coragem e patriotismo!

António Jorge
editor e livreiro em Angola

-- DUAS FOTOS ESCOLHIDAS POR CADA UM DOS INTERVENIENTES

Martinho Júnior - Luanda, 13 de Setembro de 2019

Angola | Combate à mangonha


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

Semáforo e poste com sinal de trânsito que havia na esquina das ruas Amílcar Cabral com a Major Kanhangulo, derrubados num acidente de viação, continuavam ontem, mais de duas semanas volvidas, na mesma posição.

Eu sei, todos sabemos, que semáforos, postes com placas de sinais de trânsito e candeeiros de iluminação pública caídos ou em vias disso, há muito deixaram de ser novidade em Luanda, apenas montras do desmazelo a que estão votada capital do país e a província que lhe herdou o nome, sem que ninguém mexa um dedo para pôr cobro à situação, torná-las um bocadinho menos desordenadas.

O cruzamento da esquina em causa, dos com maior movimento automóvel e de peões da baixa luandense, tinha, nos últimos tempos, semáforo a funcionar e tudo, o que, não evitou a colisão aparatosa, que fez capotar uma das viaturas. Imagine-se agora, transformado em “pista aberta”, principalmente à noite, a convidar eufóricos candidatos a “fângios” movidos a álcool - eles, não as viaturas - a quererem mostrar habilidades, o que pode vir a suceder.

A pergunta que se impõe é simples: de que se está à espera para resolver o problema que, ainda por cima, passou a ser obstáculo acrescido para peões. Como se não lhes bastassem os outros que enxameiam a baixa. É urgente combater a mangonha.

CONFESSO QUE VIVI!



44 ANOS DEPOIS, MEMÓRIA DAQUELE 13 DE SETEMBRO DE 1975, RELEMBRADA PELO MEU CAMARADA E COMPADRE, LUÍS ROSA LOPES!...

Naquele tempo a libertação nacional exigia esse tipo de coisas; no mínimo havia que impedir que as armas caíssem nas piores mãos!...

Dois dias depois da minha soltura, participei no desvio duma Berliet, junto à base naval de Luanda, com 44 morteiros 81mm, que foram imediatamente entregues a unidades que se encontravam na frente de Quifangondo!...

Era assim o Grupo de Operações Especiais da Segurança do Estado Maior das FAPLA!

MEMÓRIA DE ELEFANTE SÓ PODE TER A SORTE DE SEXTA-FEIRA-13!

Sempre disse que o meu dia de sorte é a sexta-feira, 13.

Isto porquê?

Há exactamente 44 anos, por volta das 14.00, um grupo de cerca de 25 camaradas ligados ou pertencentes às FAPLA, foi posto em liberdade nas instalações da antiga Polícia Judiciária (hoje Tribunal Militar), na sequência de uma operação (que correu mal) de desvio de camiões e armamento pertencentes ao Exército português.

Resultado: estadia forçada na cadeia.

Alguns já faleceram, infelizmente.

Outros andam por aí, alguns em parte incerta, também infelizmente.

Só uma recordação e uma pequena homenagem.

Pelo menos haverão alguns sem memória curta.

EM CIMA, FOTO DO CAMARADA "ALEX" EM 1976, UM INTERNACIONALISTA PORTUGUÊS, UM DOS 25!...

"ALEX" FALECEU ESTE ANO!

HONRA À SUA MEMÓRIA!

Luis Rosa Lopes com Martinho Júnior - Luanda, sexta-feira-13 de Setembro de 2019

Links:

Crise obriga Angola a reduzir número de doentes no estrangeiro


O Estado angolano anunciou que vai diminuir o número de pacientes e acompanhantes no exterior, devido à atual crise financeira que o país vive e pela falta de verbas disponíveis.

Em comunicado a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério da Saúde refere que a solução passa por, doravante, tratar os pacientes em Angola "à semelhança da maioria da população tratada no país, permitindo assim a reversão do quadro atual".

O documento refere que o Estado angolano tem feito todo o esforço para garantir assistência médica aos pacientes, tanto em Angola através das unidades hospitalares, bem como para os doentes enviados pela Junta Nacional de Saúde para o exterior do país.

Moçambique | Inundações ameaçam mais de 500 mil pessoas entre outubro à março


A preocupação do Governo está nas inundações urbanas para as cidades da Beira e Maputo, e também na bacia de Licungo, na província central da Zambézia.

Mais de 500 mil pessoas estão em risco de sofrerem inundações na época chuvosa 2019/2020 em Moçambique, prevendo-se a ocorrência de chuvas com tendência acima do normal, anunciou a Direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH).

As autoridades moçambicanas projetam a ocorrência de inundações em 13 rios das regiões sul, centro e norte de Moçambique, entre outubro e novembro. Enquanto isso, quase dois milhões de pessoas vítimas do Idai e Kenneth ainda precisam de apoio humanitário.

Segundo Agostinho Vilanculos – da Direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH), a maior preocupação das autoridades governamentais está nas inundações urbanas "é aí onde temos o risco muito elevado, tanto para os meses de outubro e novembro, assim, como em janeiro e março, principalmente nas cidades de Maputo e Beira”, disse.

Presidente da África do Sul pede desculpa por violência contra estrangeiros


Cyril Ramaphosa apresentou desculpas pela violência contra estrangeiros que eclodiu no país, garantindo que os seus compatriotas "não são xenófobos". Ataques já levaram 128 moçambicanos a regressar ao país de origem.

Discursando na capital do Zimbabué, Harare, onde foi assistir ao funeral do ex-Presidente Robert Mugabe, o chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, foi vaiado pela multidão que assistia às cerimónias fúnebres num estádio.

"Apresento-me perante vós como um irmão africano que lamenta e pede desculpas pelo que aconteceu no meu país", disse Ramaphosa, acrescentando que os tumultos vão "contra o princípio de unidade do povo africano".

O Presidente sul-africano garantiu que continua a trabalhar para "encorajar o povo a acolher todos os cidadãos dos países africanos".

"Os sul-africanos não são xenófobos, não têm nada contra os cidadãos de outros países", declarou.

Milhões de zimbabueanos fugiram da repressão e da crise económica e procuraram refúgio na África do Sul, onde, no início do mês, se verificou uma onda de tumultos e pilhagens dirigidas contra estrangeiros e suas empresas.

Concentrada principalmente na maior cidade sul-africana, Joanesburgo, a violência fez 12 vítimas mortais, incluindo um cidadão estrangeiro, cuja nacionalidade não foi divulgada, segundo os últimos dados das autoridades sul-africanas.

China quer recriar "Rota da Seda"


O presidente chinês apresentou, já em 2013, uma iniciativa para ligar a China à África, à Ásia, à Europa e ao continente americano, através de uma rede de transportes marítimos, ferroviários e rodoviários e de infraestruturas industriais. O projeto “Um cinturão, uma rota” (BRI na sigla em inglês) tem como principal objetivo reviver a "Rota da Seda" da antiguidade.

A iniciativa, que custará biliões de dólares, prevê a ligação da China ao Ocidente numa tentativa de recriar uma moderna Rota da Seda e, assim, criar maior aproximação e conexão em todo o mundo, promovendo a paz e as boas relações entre países, através do comércio e do desenvolvimento.

A ideia de Xi Jinping surge baseada na antiga rota comercial que, durante o Império Romano, uniu o Oriente e o Ocidente.

A Associação Nacional de Estudos Internacionais da China explica que a iniciativa começou por ser um projeto de ligação, principalmente financeira e energética. Mas foram vários os países que quiseram juntar-se e alargar os horizontes deste projeto.

Atualmente há mais de 100 países a pretender integrar esta “Rota da Seda” do século XXI. E cada país tem os próprios produtos para exportar: uns podem exportar produtos industriais manufaturados, como a República Checa ou a Eslovénia; outros têm materiais diversos, produtos energéticos ou agrícolas, por exemplo.

HONG KONG


Vale também recordar ao governo chinês que o estatuto de Hong Kong como membro da Organização Mundial de Comércio, território aduaneiro distinto e plataforma de ligação financeira entre a China e a economia internacional, depende precisamente do estatuto de autonomia de Hong Kong.

Nuno Severiano Teixeira | Público | opinião

Há três meses consecutivos que milhões de pessoas, sobretudo jovens, se manifestam em Hong Kong em luta pela democracia. Enquanto no Ocidente grassa uma vaga autocratização iliberal, em Hong Kong luta-se pela democracia liberal. Luta-se, pelos valores que no Ocidente parecem estar em crise. E luta-se, sobretudo contra o tempo.

Porquê? Porque em 1984 o governo Margareth Tatcher assinou com o governo de Deng Xiaoping uma Declaração conjunta que previa o fim do regime colonial e o regresso do território à China, em 1997. Constituiria uma região administrativa especial com larga autonomia e mantendo os princípios da sua organização económica e política incluindo um poder executivo, legislativo e judicial independente, por um período de 50 anos. Isto é, até 2047. Mas o entendimento na China e em Hong Kong sobre a transição democrática nunca foi o mesmo e os limites da autonomia foram sempre objecto de tensão. Tensão, no centro da qual sempre esteve uma questão política: a lei eleitoral. Isto é, o sufrágio directo e universal dos eleitores e o controlo da nomeação do chefe do executivo. Princípios sempre disputados mas nunca aceites pela China. Por outro lado, o tempo não para e 22 anos depois, o prazo começa a aproximar-se do fim. Não é por acaso que a esmagadora maioria dos manifestantes são jovens. É porque são eles que viverão a maior parte das suas vidas depois de 2047. E também não é por acaso que escolheram o aeroporto para se manifestar. É porque sabem que se não tiverem um passaporte estrangeiro, sair de Hong Kong, depois dessa data, será mais difícil e temem que a sua liberdade termine ali. O que no princípio parecia ser uma mera questão jurídica sobre uma lei da extradição, era afinal muito mais do que isso e acabou por revelar aquela que é a verdadeira questão política: o sufrágio universal. Era já isso que estava em causa na revolução dos guarda-chuvas, em 2014, e é isso que está em causa ainda hoje: a democracia. Visto do lado dos manifestantes de Hong Kong, com o prazo a esgotar-se, e cada vez mais cidadãos a identificarem-se como “hongkongers” e não como chineses (apenas 11% identificam-se como chineses numa sondagem da Universidade de Hong Kong), o medo é o de perder a autonomia e, portanto, a liberdade e a democracia. Visto do lado do governo chinês, isto é, do Partido Comunista, a questão não é a do peso económico de Hong Kong. (Em 1997 representava 20% do PIB chinês, hoje apenas 3%). A verdadeira questão é política: é o medo da China do contágio dos ideais democráticos. Ou seja, o que se joga, hoje, em Hong Kong é uma luta entre o modelo liberal e o modelo autocrático.

Itália | Onde está o empenho antinuclear de Luigi Di Maio?


Manlio Dinucci*

Como todos os partidos ecologistas europeus, sem excepção, o Movimento Cinco Estrelas de Luigi Di Maio é profundamente antinuclear. Ele fez uma campanha veemente sobre este tema. E, como todos os partidos ecologistas europeus, quando chega ao poder, defende a NATO, as suas guerras e a sua política nuclear.

Existe, finalmente, um Ministro dos Negócios Estrangeiros que se empenhará em fazer aderir a Itália ao Tratado ONU sobre a proibição das armas nucleares? O novo Ministro Luigi Di Maio assinou, em 2017, o Juramento Parlamentar do ICAN, a coligação internacional agraciada com o Prémio Nobel da Paz [1].

Deste modo, o líder político do Movimento 5 Estrelas - o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros – empenhou-se em “promover a assinatura e a ratificação deste Tratado de relevância histórica” por parte da Itália. O Empenho ICAN também foi assinado por outros ministros actuais 5 estrelas - Alfonso Bonafede (Justiça), Federico D’Incà (Relações com o Parlamento), Fabiana Dadone (Administração Pública) - e outros parlamentares do M5S, como Roberto Fico e Manlio Di Stefano.

No entanto, há um problema. O Artigo 4 do Tratado estabelece: “Cada Estado Parte que tenha no seu território, armas nucleares, possuídas ou controladas por outro Estado, deve assegurar a rápida remoção de tais armas”. Para aderir ao Tratado ONU, a Itália deve, portanto, solicitar aos Estados Unidos para remover do nosso território as bombas nucleares B-61 (que já violam o Tratado de Não Proliferação) e de não instalar as novas B61-12, nem outras armas nucleares.

EUA | O fim da América Branca está garantido


A única questão é o destino dos remanescentes

Paul Craig Roberts*

A falta de resposta dos americanos brancos à demonização, à medida que declina como porcentagem da população, demonstra sua falta de preocupação com seu destino.

Parece que o Ocidente está morto em todos os sentidos. O estado de direito está morto em todo o Ocidente. Democracia é uma farsa. Existe regra oligárquica. Tudo é feito para grupos de interesse organizados.  Nada é feito para o povo. Putin acabou de declarar: "O papel de liderança do Ocidente está terminando".   Como ele está certo.    

A Brookings Institution não é uma organização supremacista branca racista.  "É um "think tank" neoliberal / neoconservador.   Um de seus membros, William H. Frey, escreveu um relatório: "Menos da metade das crianças americanas menores de 15 anos são brancas, mostra o censo", com base no relatório recentemente divulgado em 2018 do US Census Bureau de 2018.  As informações no artigo de Frey são fascinantes. Mostra uma população branca desaparecendo

O número de filhos brancos, ou seja, o grupo da próxima geração de pais, não está apenas  em declínio em relação às populações de não-brancos, mas também absolutamente.   Durante 2010-2018, o número de crianças brancas diminuiu 2,2 milhões.   No geral, a população branca da América diminuiu de 80% da população dos EUA em 1980 para 60% em 2018.

EUA | Uma gigantesca PIDE, uma Gestapo permanente a controlar o mundo


No Expresso a divulgação referente ao livro de Edward Snowden, o dissidente da secreta dos EUA, “polícia” dos cidadãos do mundo, juiz e carrasco de inúmeros de várias nacionalidades. Edward foi visto pela última vez em Hong Kong, depois o rasto foi perdido. Está na Rússia, que lhe proporcionou proteção? Onde está? Resta o livro. Naquele aglomerado de letras podemos avaliar quanto é ativa a violação dos nossos direitos de cidadãos a pretexto de terrorismo e defesa da sociedade global. Basta usarmos um computador para estarmos ao alcance dessa violação. Como se não baste as violações praticadas pelos EUA sem o suporte da informática. Quantos inocentes já assassinaram? Centenas? Milhares? Milhões? E afirma-se aquele país, aquela poderosa associação de criminosos globais, líder da democracia ocidental… Afinal, os EUA – comparativamente a Portugal do fascismo salazarista – é detentora de uma gigantesca PIDE. Ou de uma descomunal Gestapo hitleriana, criminosa e, consequentemente, nazi. Práticas secretas que de vez em quando são descuidadas e nos permitem vislumbrar horrores através da névoa que as encobre. (PG)

“Tinha acesso às comunicações de quase todos os seres humanos que já tinham tocado num computador”

O que revela Snowden no seu livro?

Quem já leu o livro de memórias de Edward Snowden, que será publicado em 22 países simultaneamente a 17 de setembro, incluindo em Portugal, não se surpreendeu com revelações estrondosas, mas há pequenas novidades, como o convite que os russos que o interpelaram no aeroporto de Moscovo fizeram, depois de ter divulgado milhares de documentos classificados sobre a vigilância secreta nos EUA.

O livro ainda não foi publicado — sê-lo-á a 17 de setembro, em 20 países simultaneamente, incluindo Portugal, com o título “Vigilância Massiva, Registo Permanente” — mas já há quem o tenha lido e desvende parte do que Edward Snowden, que denunciou a vigilância massiva nos EUA e foi acusado de espionagem e apropriação de segredos do Estado, ali conta. E ele conta, por exemplo, como “participou na mais significativa mudança na história da espionagem norte-americana”, que fez com que se começasse a controlar e a vigiar “populações inteiras”, ao invés de alvos específicos, como acontecia até ali.

“Ajudei a desenvolver tecnologia para permitir que um único governo fosse capaz de recolher todas as comunicações do mundo digital e armazená-las durante anos, investigando-as sempre que quisesse”, conta Snowden, segundo a NPR, referindo-se ao seu trabalho enquanto funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA), onde trabalhou em 2013, antes de voar para Hong Kong, em maio daquele ano, e reunir-se ali com uma série de jornalistas para partilhar milhares de documentos altamente classificados tanto da agência de segurança, como do GCHQ (Government Communication Headquarters).

Um mês mais tarde, e temendo ser detido ou extraditado para os EUA — o governo norte-americano já o tinha acusado de violar a Lei de Espionagem de 1917 — Snowden haveria de tentar viajar para o Equador, na esperança de lhe ser concedido asilo político, tendo, no entanto, ficado retido no aeroporto de Moscovo. Os guardas que o interpelaram levaram-no para uma sala, informaram-no de que o seu passaporte tinha sido revogado pelo Governo norte-americano e arriscaram fazer-lhe uma espécie de convite: “A vida para uma pessoa na tua situação pode tornar-se muito difícil se não tiveres amigos. Tens alguma informação, mesmo que pequena, que possas partilhar connosco?”, perguntaram-lhe.

Portugal | Santa Comba e o bom senso

Salazar e o culto da saudação nazi identificam-no, a ele e ao seu Estado Novo nazi-fascista
Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Andou muito bem a Assembleia da República (AR) ao aprovar, no passado dia 11, o voto de condenação "Da criação de um "museu" dedicado a Salazar em Santa Comba Dão", apresentado pelo Partido Comunista Português. Há que desmontar os clamores contra a Esquerda "proibicionista" e denunciar as tentativas de "normalização" pretensamente neutra, na avaliação da sociedade sobre as figuras da nossa história. É criminoso colocar no mesmo plano quem espezinhou a democracia, as liberdades e valores do progresso e quem, com enorme sacrifício, por vezes da própria vida, os defendeu.

A aprovação deste voto de condenação não matará o assunto, mas é muito importante a legitimação política e institucional dada à crítica que foi sendo feita a este processo nos últimos meses. Ela prestigia a AR e obriga a um aprofundamento de argumentos para anular a iniciativa, que pode regressar com o argumento de que nunca esteve em causa qualquer museu laudatório de Salazar, mas sim um Centro Interpretativo do Estado Novo.

É necessário que os portugueses sacudam "passividades bucólicas" (expressão de Pedro Adão e Silva), que muitas vezes nos têm marcado negativamente, e situem melhor o lugar e o valor da memória. José Saramago dizia que "somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos". Tratemos então da memória, tarefa primeira dos historiadores, mas também obrigação de pessoas de muitas outras áreas do saber. E não nos distanciemos do que sabem, sentem ou sentiram os "simples cidadãos", porque a responsabilidade é de todos.

A iniciativa posta em andamento é objetivamente local, mesmo que a sua amplitude seja intermunicipal, dada a natureza da entidade que coordena a rede de estudo e a afirmação de Figuras Históricas. O suporte científico do CEIS20 propiciou o envolvimento de historiadores insuspeitos. Mas estes, na minha modesta opinião, encasularam-se e deixaram-se enredar num processo profundamente contraditório e escorregadio. Luís Reis Torgal afirmou que esta equipa "jamais seria capaz de criar um museu hagiológico sobre Salazar". Mas não bastam as intenções e até empenhos de partida.

Não é de todo viável criar ali um verdadeiro Centro Interpretativo do Estado Novo. Que tipo de "espólio" podia ser levado para Santa Comba? E seria observado numa mescla em que entraria a utilização turística da figura de Salazar?

Aquele é o espaço que, por natureza, tenderá sempre a colocar em relevo os traços e comportamentos menos tenebrosos ou mais simpáticos do ser humano Salazar - todo o ser humano os tem. Ora, esses são os mais distanciados do pensamento, da vida e, acima de tudo, dos atos políticos do ditador e fascista Salazar, que impôs um regime fortemente repressivo e autocrático e colocou o país desfasado na história - veja-se os indicadores de desenvolvimento que o país tinha. Salazar, conscientemente, espezinhou as liberdades e direitos humanos, provocou violento sofrimento aos portugueses e cometeu imensas atrocidades sobre os angolanos, os moçambicanos, os guineenses, os cabo-verdianos, os são-tomenses, os timorenses e os goeses.

Na democracia que se fez duramente contra Salazar não há lugar, nem para reabilitações, nem para avaliações pretensamente neutras da sinistra figura.

* Investigador e professor universitário

Mais de 1700 operacionais combatem 13 fogos ativos em Portugal


O combate às chamas mobilizava em Portugal 1.734 operacionais apoiados por 502 veículos às 04:20, com o maior número de bombeiros envolvido nas operações em Miranda do Corvo, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O incêndio em Miranda do Corvo, que deflagrou às 18:22 de sexta-feira, obrigou inclusive ao reforço de bombeiros, encontrando-se no terreno 621 operacionais apoiados por 181 viaturas, com a A13 a continuar cortada entre Lamas e Coimbra, de acordo com o 'site' da ANEPC.

Na Sertã, Castelo Branco, estão mobilizados para o combate às chamas 587 operacionais e 171 veículos, num incêndio florestal que deflagrou pelas 14:50 de sexta-feira, na localidade de Marmeleiro.

A ANEPC adiantou à Lusa na noite de sexta-feira que havia registo de 10 feridos, nove bombeiros e um civil.

"No que diz respeito a feridos, no teatro de operações da Sertã, temos o registo de 10 feridos, nove dos quais bombeiros e um civil", explicou Miguel Oliveira, comandante de serviço na ANEPC, em Carnaxide, Oeiras.

Porto, Braga e Vila Real são os outros distritos onde lavram incêndios destacados pela ANEPC e que estão a mobilizar, no total, quase 300 operacionais.

Notícias ao Minuto | Lusa | Foto: © Global Imagens

Portugal | Costa e Cristas: um "enorme fosso" com "perigo" e "aventureirismos" pelo meio


Só um ponto reuniu o consenso dos dois líderes partidários: há um fosso enorme que os separa.

Os líderes do PS, António Costa, e do CDS-PP, Assunção Cristas, travaram hoje, na TVI, um debate cerrado, sem quaisquer pontos de consenso, com "um enorme fosso" a separá-los em termos de propostas políticas.

No final de 30 minutos de discussão dura, a presidente do CDS-PP deixou um alerta aos portugueses para os "perigos" de acordarem na manhã de 7 de outubro, dia seguinte às legislativas, com uma maioria de dois terços da esquerda no parlamento.

António Costa contrapôs que o perigo seria os portugueses acordarem no dia 7 de outubro com "aventureirismos" de reduções fiscais e procurou depois definir o PS como "o partido do bom senso, do equilíbrio político e da estabilidade".

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