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A China recusa entrar em
negociações trilaterais sobre redução de armas nucleares, argumentando que os
EUA não clarificaram o seu objetivo para o fazer e têm muitas mais ogivas que
Pequim.
A China está pronta para
participar nas conversações de desarmamento com os EUA e a Rússia se Washington
concordar em reduzir o seu arsenal nuclear para o nível chinês, disse Fu Cong,
diretor-geral do Departamento de Controle de Armas do Ministério das Relações
Exteriores da China.
"Os EUA ainda não nos disseram o que querem da nossa participação nas
conversações: que aumentemos nosso arsenal nuclear para o nível dos Estados
Unidos, ou que os Estados Unidos estejam prontos para reduzir o seu arsenal para
o nível da China", apontou Fu.
"Se os EUA concordarem em reduzir o seu arsenal nuclear para o nível da China, estaremos nas conversações no dia seguinte."
A China tem repetidamente recusado discutir o futuro do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo
START ou START III), argumentando que tem apenas uma fracção dos arsenais
nucleares dos EUA e da Rússia.
De acordo com uma declaração
anterior do porta-voz do ministério chinês, Zhao Lijian, os EUA deveriam
primeiro "responder aos apelos do lado russo para prorrogar o
tratado Novo START e reduzir o seu próprio arsenal nuclear, de maneira a criar
condições para que outros países se juntem às negociações multilaterais sobre
desarmamento nuclear".
O START III é o último tratado de
controle de armas remanescente entre a Rússia e os EUA após o colapso do
Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário em 2019. O pacto, que
expira em fevereiro de 2021, estipula a redução do número de lançadores de
mísseis nucleares estratégicos para metade e limita o número de ogivas
nucleares estratégicas a 1.550.
A Rússia quer que o atual acordo
seja prorrogado por mais cinco anos, enquanto os EUA ainda não apresentaram os seus planos em relação ao tratado, mas têm defendido um acordo trilateral de controle de armas com
a Rússia e com a China.
É estimado que a Rússia e os EUA
tenham um pouco mais de 6.000 ogivas cada, enquanto a China tem 290, a França 300 e o Reino
Unido 200, de acordo com os números de 2019 fornecidos pela Associação de
Controle de Armas sediada nos EUA.
Sputnik | Imagem: © AP Photo /
Ken Moritsugu
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