Manuel Molinos |
Jornal de Notícias | opinião
Preparem-se. Dia 15 de setembro
vamos ter medidas mais restritivas neste longo caminho de desconfinamento. Todo
o país ficará em estado de contingência. O anúncio é justificado pelo Governo
para preparar o regresso às aulas e o retorno de muitos portugueses ao seu
local de trabalho.
Na verdade, já todos conhecemos e
vivemos as regras. O que falta saber é como, onde, e em que circunstâncias vão
ser aplicadas. Dia 7, epidemiologistas, responsáveis políticos e atores sociais
voltam a reunir-se no Infarmed, desta vez (finalmente) com transmissão aberta,
para apreçarem as novas normas. O Governo está a jogar pelo seguro. Sabe que a
vacina contra a covid-19 está longe. Olha para o que se passa na Europa, onde
as infeções voltaram a aumentar, vê os números dos boletins epidemiológicos
portugueses que parecem apontar para uma tendência de subida no número de novos
casos, recorda a reabertura dos corredores aéreos para o Reino Unido, que
devolveram precisamente alguma esperança ao turismo para os meses de setembro e
outubro, e não quer correr riscos. Nem hesitar. Como aconteceu com o estado de
emergência, só declarado após pressão do presidente da República, e com o
estado de calamidade decretado para as 19 freguesias da região da Grande
Lisboa. Os anúncios, também feitos ontem, de que o subsídio de doença em caso
de infeção pelo novo coronavírus vai ser pago na totalidade durante os
primeiros 28 dias e que quem tenha de acompanhar um filho ou dependente fica
igualmente com falta justificada durante 14 dias, revelam a preocupação com o
regresso às aulas e com o inverno que se aproxima. O novo estado de
contingência não pode ser encarado como um passo atrás de António Costa. Este é
apenas só mais um passo em frente numa luta que ainda não tem data para
terminar, mesmo que o calor do verão nos tenha dado a ilusão, por breves
instantes, de que tudo estava a ficar bem.
*Diretor-adjunto
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