Paula Ferreira* | Jornal de Notícias | opinião
Devemos continuar a ir ao teatro e ao cinema, mas ao mesmo tempo pedem-nos para cumprir o dever cívico de ficar em casa.
Presumo também que devamos continuar a frequentar restaurantes, uma vez que se mantêm abertos. Difícil de perceber? Muito complicado, de facto. A dificuldade advém, naturalmente, da situação grave que vivemos. Temos de nos proteger e proteger os outros para que o vírus, como fogo, não alastre e aniquile a capacidade de resposta dos hospitais. Ao mesmo tempo, é preciso continuar a viver para sustentar a economia. Caminhamos à procura de um equilíbrio difícil de alcançar.
A situação atual será tão grave ou, talvez, pior do que a vivida na primavera passada, algo que julgávamos inimaginável. Mas as medidas a adotar terão de ser mais suaves, como ficou claro na entrevista, ou terá sido um monólogo, a que assistimos ontem à noite no canal público de televisão. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como António Costa tinha anunciado pela manhã, está à beira de pedir ao Parlamento que aprove a declaração do estado de emergência. Limitado, desta vez.
As autoridades parecem procurar a quadratura do círculo. É
isso possível? Não, não é. Basta ler a reportagem publicada ontem nas páginas
deste jornal para perceber para onde caminhamos. Nos restaurantes de Matosinhos
o cenário é desolador. Casas que fervilhavam de gente, onde era missão
impossível marcar mesa em cima da hora, fecham portas antes do horário
estipulado por falta de clientes, embora cumpram todas as regras sanitárias. É
assim um pouco por todo o país. E as medidas verdadeiramente restritivas nem
sequer estão
*Editora-executiva-adjunta
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